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A jovem paquistanesa Malala Yousafzai, ganhadora do Nobel da Paz que sobreviveu a um atentado por defender o direito das mulheres à educação em seu país, anunciou nesta quinta-feira (17) que fará a graduação na Universidade britânica de Oxford.

"Estou muito feliz de ir para Oxford!", tuitou a jovem, de 20 anos, junto com uma fotografia da mensagem da universidade, confirmando sua admissão em filosofia, política e economia.

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O anúncio foi feito no dia em que os estudantes do Reino Unido, onde Malala encontrou refúgio após o atentado sofrido no Paquistão, receberam as notas do grande exame que acontece no final do Ensino Médio e que determina para qual universidade cada um terá condições de ir.

Malala não revelou suas notas, mas parabenizou todos os que fizeram a prova, desejando-lhes "o melhor na vida". A paquistanesa tinha 15 anos quando um talibã atirou em sua cabeça, dentro do ônibus que a levava para a escola no vale de Swat, no Paquistão.

Ela foi levada para um hospital da cidade inglesa de Birmingham, onde passou a viver com sua família, seguindo seus estudos e seu ativismo.

Em 2014, quando tinha 17 anos, foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz junto com o indiano Kailash Satyarthi. Este último ganhou reconhecimento por sua defesa dos direitos das crianças.

No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado na segunda-feira (12), o indiano Kailash Satyarthi, prêmio Nobel da Paz de 2014, lançou em Brasília a campanha 100 Milhões por 100 Milhões, contra o trabalho infantil e toda forma de exclusão de crianças e adolescentes. O objetivo é mobilizar 100 milhões de pessoas, estimulando especialmente os jovens, a lutar pelos direitos de crianças em situação de vulnerabilidade.

“O aspecto mais importante é que a campanha seja dirigida pelos jovens. Queremos engajar no mínimo 100 milhões de crianças e adolescentes que possam ser a voz das que são desfavorecidas. Então, a partir de internet, os jovens podem pedir aos governantes que invistam em educação e no desenvolvimento social. E, também, usar as mídias sociais para desafiar as empresas que usam o trabalho infantil na sua cadeia de produção”, disse, defendendo que é preciso investir em proteção e desenvolvimento social para as famílias, em saúde e educação.

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Em todo o mundo, cerca de 168 milhões de crianças são obrigadas a trabalhar, sendo que 85 milhões delas estão envolvidas em trabalhos considerados perigosos.

A campanha foi lançada há cinco meses na Índia e em Bangladesh e, agora, no Brasil. Neste ano, mais sete países irão se engajar e, no próximo ano, mais 40. No total, em três anos, o movimento estará lançado em 100 países. “As pessoas estão descontentes com seus políticos e, por isso, há um engajamento muito grande”, disse Satyarthi, explicando que a campanha também ocorre em parceria com uniões de professores e universidade, como Harvard, Oxford e London School of Economics.

Para a estudante Ana Júlia Ribeiro, umas das ativistas, a melhor mobilização contra a exploração infantil deve ser por meio das redes sociais. “Temos o problema da mídia hegemônica, das informações que a mídia tradicional não quer que cheguem à população. Teremos que furar esse bloqueio através das redes sociais, do boca a boca, levando a questão para a escola, usando outros meios para expandir a mobilização”, disse.

A estudante de 16 anos ficou conhecida após um vídeo viralizar nas redes sociais com seu discurso sobre a ocupação das escolas na Assembleia Legislativa do Paraná.

A iniciativa de Satyarthi é coordenada no Brasil pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, com parceria temática do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fnpeti). A agenda de lançamento contará com audiências públicas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. e com a exposição fotográfica #ChegaDeTrabalhoInfantil, organizada pelo Ministério Público do Trabalho. Haverá ainda roda de conversa com a participação do Nobel da Paz, estudantes e a comunidade escolar.

Tendência

No Brasil, 2,7 milhões de crianças e adolescentes brasileiros estão em situação de trabalho, com crescimento na população de 5 a 9 anos. Para o coordenador nacional da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a faixa etária demostra uma tendência para o trabalho infantil, o que significa que, nos próximos anos, pode haver crescimento em outras faixas etárias.

Segundo Cara, para enfrentar o trabalho infantil é preciso garantir uma política de assistência social que que traga renda às famílias, aliada a políticas adequadas de saúde e educação. “Para enfrentar o trabalho infantil de maneira estrutural é preciso enfrentar a crise econômica, garantindo politicas sociais, e não simplesmente cortar recursos da área social”, disse.

Coordenador da campanha 100 Milhões por 100 Milhões no Brasil, Cara disse que é preciso chamar a atenção da sociedade para o fato de que existe trabalho infantil. “É preciso informar sobre crianças que trabalham no semáforo, em casa, na zona rural, para dar visibilidade ao tema. Porque isso não é tratado na sociedade, não é debatido na imprensa. O segundo desafio é discutir alternativas ao programa econômico brasileiro e às políticas sociais que precisam ser expandidas”, ressaltou.

Para o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Peter Poschen, o Brasil tem uma crise estrutural há muito tempo. “Ele se manifesta nas favelas, no fato de que, a cada ano, 60 mil jovens morrem por mortes violentas. O dado comparativo é que, no Japão, morrem 6 por ano. Então, tem um problema claramente estrutural e outro que se chama recessão, o que leva à volta da incidência do trabalho infantil, do trabalho escravo e do trabalho informal”, disse.

Formado em engenharia elétrica, o indiano Kailash Satyarthi abandonou a carreira aos 26 anos para lutar contra o trabalho infantil. Para isso, fundou a ONG Bachpan Bachao Andolan (Movimento para Salvar a Infância) em 1980. Desde que foi criada, a instituição já libertou mais de 80 mil crianças de diversas formas de escravidão e ajudou na reintegração, reabilitação e educação delas. Por essa iniciativa, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2014, ao lado da ativista paquistanesa Malala Yousafzai, que na época tinha 17 anos. As informações sobre a campanha estão disponíveis na página www.100milhoes.org.br

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O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ganhou hoje o Prêmio Nobel da Paz por seus "esforços resolutos para encerrar a guerra civil de mais de 50 anos do país".

A honraria deve ser vista como um tributo ao povo colombiano, que, apesar das grandes dificuldades e abusos, não desistiu da esperança de uma paz justa, declarou Kaci Kullmann Five, presidente do comitê norueguês do Prêmio Nobel.

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No ano passado, o prêmio foi concedido a uma associação de sindicatos, empresas, ativistas de direitos humanos e advogados, por sua contribuição para a democracia na Tunísia.

A Fundação Nobel informou que recebeu um número recorde de 376 inscrições em nome de indivíduos e organizações para o prêmio deste ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chamou de "visionário" e "paladino" da segurança do país o falecido ex-presidente e prêmio Nobel da Paz Shimon Peres.

"Shimon dedicou sua vida ao renascimento de nosso povo. Era um visionário que olhava para o futuro. Era também um paladino da defesa de Israel, cujas capacidades reforçou de múltiplas maneiras", disse Netanyahu, em uma aparente referência ao envolvimento de Peres no desenvolvimento do programa nuclear israelense e das capacidades militares do país.

Peres faleceu na madrugada desta quarta-feira aos 93 anos em um hospital da região de Tel Aviv, onde estava internado desde o início do mês.

Após receber a notícia, Netanyahu convocou o gabinete para uma reunião de luto.

Vencedor do prêmio Nobel da Paz em 2014, por lutar pelos direitos das crianças e contra a exploração do trabalho infantil, o ativista indiano Kailash Satyarthi estará no Recife, nesta sexta-feira (29). Ele vem à capital pernambucana a convite do juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE), Hugo Cavalcanti Melo Filho, para proferir a palestra “Trabalho Infantil no Mundo”, às 15h, na sede do TRT.

Antes disso, às 10h45, o indiano encontra com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB-PE), Ronnie Duarte, e almoça, ao meio-dia, com o governador Paulo Câmara (PSB), no Palácio do Campo das Princesas. 

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Além da passagem pelo estado, Satyarthi cumpre outras agendas no Brasil. Já passou por São Paulo (SP) e irá no próximo dia 1º de fevereiro a Brasília (DF), participar da instalação do Fórum Nacional do Poder Judiciário para Monitoramento e Efetividade das Demandas Relacionadas à Exploração do Trabalho em Condições Análogas à de Escravo e ao Tráfico de Pessoas.

O indiano tornou-se uma referência mundial no combate à exploração do trabalho de crianças e adolescentes. Nascido em 1954, no interior da Índia, Satyarthi abandonou sua carreira como engenheiro elétrico para lutar contra o trabalho infantil naquele país. Em 1983, fundou a Organização Não Governamental (ONG) Bachpan Bachao Andolan (Movimento para Salvar a Infância). Estima-se que em mais de três décadas de atuação, a Organização já libertou mais de 80 mil menores de diversas formas de servidão, ajudando-os no processo de reabilitação.

O trabalho de Satyarthi já havia sido destacado com várias premiações, como o Prêmio Internacional de Direitos Humanos do Centro Robert F. Kennedy, dos Estados Unidos; o Prêmio Internacional Direitos Humanos Fredric Ebert, da Alemanha; e o Prêmio Internacional Alfonso Comin, da Espanha. O reconhecimento mundial de sua luta foi coroado, em 2014, ano que recebeu o Prêmio Nobel da Paz, honraria dividida com a jovem paquistanesa Malala Yousafzai.

O Quarteto de Diálogo Nacional Tunisiano, um grupo da sociedade civil que reúne líderes sindicais e empresariais, ativistas pelos direitos humanos e advogados, recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2015 nesta sexta-feira (9). A entidade ganhou a honraria por sua "decisiva contribuição para a construção de uma democracia pluralista na Tunísia, após a Revolução de Jasmim de 2011", disse a presidente do comitê do Nobel, Kaci Kullmann Five.

A Tunísia, onde começou em 2010 a Primavera Árabe que se disseminou pelos países vizinhos, tem sido um raro exemplo de estabilidade e avanço democrático, em uma região transtornada por guerras, pelo caos e por uma das piores crises globais de refugiados em décadas. As manifestações ocorridas entre o fim de 2010 e o início de 2011 no país foram batizadas de Revolução de Jasmim.

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Five disse que o comitê não tinha ilusões em relação aos muitos desafios que a Tunísia enfrenta, mas esperava que o país do norte africano pudesse servir como modelo. "Nenhuma nação é similar, não há estrutura similar", reconheceu ela. "Mas nós esperamos que os valores e processos que funcionaram na Tunísia possam ser uma inspiração para outros."

O quarteto é formado pelo Sindicato Geral dos Trabalhadores Tunisiano, conhecido pela sigla UGTT, o Sindicato Tunisiano da Indústria, do Comércio e do Artesanato (UTICA, na sigla original), a Liga de Direitos Humanos Tunisiana e a Ordem dos Advogados da Tunísia. "O quarteto exerceu um papel de mediação e como uma força propulsora para avançar no desenvolvimento do processo democrático na Tunísia, com uma grande autoridade moral", afirmou Five.

O líder da UGTT, Houcine Abassi, disse à agência Associated Press que estava "muito emocionado" pela honraria. "É um prêmio que coroa mais de dois anos de esforços do quarteto, quando o país corria risco em todas as frentes", comentou.

A Primavera Árabe começou no fim de 2010, quando protestos eclodiram na Tunísia. O estopim das manifestações foi o fato de um vendedor ambulante de 26 anos, Mohamed Bouazizi, atear fogo ao próprio corpo e se matar, como um desafio ao regime do presidente tunisiano, Zine al-Abidine Ben Ali. O presidente acabou forçado a deixar o poder em 14 de janeiro de 2011, quando fugiu para a Arábia Saudita com sua mulher.

O comitê fez sua escolha a partir de uma lista de 273 candidatos, entre pessoas e entidades, incluindo o ex-funcionário terceirizado da inteligência norte-americana Edward Snowden, o blogueiro saudita Raif Badawi, um ginecologista congolês, Denis Mukwege, o papa Francisco e o jornal independente russo Novaya Gazeta. Fonte: Dow Jones Newswires.

A ativista Malala Yousafzai viajou para a Noruega para receber o Nobel da Paz. A vencedora mais jovem do prêmio disse que está emocionada por ter a oportunidade de falar sobre os direitos das meninas.

Malala viajou nesta segunda-feira de sua casa no centro da Inglaterra para a cerimônia em Oslo. Ela disse à Associated Press que vai usar seu discurso na quarta-feira para mostrar que a educação não deve ser negada a nenhuma criança.

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"É realmente um momento de felicidade", afirmou a jovem. "Esta é uma grande oportunidade para eu falar. Eu quero perguntar aos líderes mundiais por que não fazem alguma coisa. Estas crianças, minhas irmãs, estão fora da escola. Eles não têm (acesso à) educação".

A garota de 17 anos foi baleada na cabeça por um atirador do Taleban há dois anos por insistir que as meninas, assim como meninos, têm direito à educação. Ela frequentava a escola pública de Khusal mesmo após o Taleban invadir a cidade no Vale Swat, no Paquistão.

Malala convidou quatro meninas e um jovem que têm lutado pelos direitos de educação na Síria, Nigéria e Paquistão para se juntar a ela na cerimônia do Nobel. "Estou muito feliz que meus amigos estão vindo", disse. "Eu sinto que eu estou falando no nome deles. É importante que eles possam se juntar a mim", completou.

Ela irá compartilhar os US$ 1,1 milhão do prêmio com Kailash Satyarthi, ativista de direitos da crianças indianas. Fonte: Associated Press.

Um ex-ministro norueguês propôs nesta quarta-feira (29) o nome do ex-analista de inteligência americano Edward Snowden para o Prêmio Nobel da Paz, em uma carta ao Comitê Nobel norueguês. "Ele contribuiu para revelar o nível extremo de vigilância por parte de nações contra outras nações e cidadãos. Snowden contribuiu para que as pessoas saibam o que aconteceu e estimulou um debate público sobre a confiança nos governos, que é um requisito fundamental para a paz", afirmou o ex-ministro socialista Baard Vegar Solhjell ao explicar sua iniciativa.

Em uma carta ao Comitê Nobel norueguês obtida pela AFP, Solhjell e seu colega de partido Snorre Valen assinalam que não necessariamente aprovam ou apoiam todas as revelações de Snowden, mas eles o elogiam por revelar a natureza e a capacidade tecnológica da vigilância moderna. "O nível de sofisticação e de profundidade da vigilância a que foram submetidos os cidadãos em todo mundo são temas que nos deixaram atônitos e que provocaram um debate", alegaram ainda.

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O prazo máximo para apresentar candidaturas ao Nobel da Paz 2014 termina em 1º de fevereiro. Em julho de 2013, um professor de Sociologia sueco, Stefan Svallfors, já havia sugerido Snowden para o Prêmio Nobel passada a data limite, mas a candidatura continua sendo válida para 2014.

Um ano depois do Taleban tentar silenciar a busca de Malala Yousafzai por um sistema educacional mais participativo para as meninas, a jovem é uma das principais candidatas ao Prêmio Nobel da Paz. No entanto, militantes ameaçam matá-la caso ela se atreva a voltar para o Paquistão, sua terra natal. Além disso, a diretora de sua antiga escola alega que, junto com a fama de Malala, tem crescido também o medo em suas salas de aula.

Embora Malala, de 16 anos, permaneça no Reino Unido e seu agressor ainda esteja foragido, a polícia afirma que o caso está encerrado. E muitos paquistaneses se perguntam publicamente se o incidente foi encenado para criar um herói para o Ocidente.

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Pouco depois do ataque, estudantes paquistaneses encheram as ruas carregando cartazes com as palavras: "Eu sou Malala". Um ano depois, o refrão popular é: "Por que Malala?"

No Vale Swat, no Paquistão, o cartaz gigante, que identificava a escola de Malala, está perdendo suas cores. A escola não fez planos para reconhecer a data, embora as crianças em outras partes do país tenham se manifestado. Professores e alunos estão com medo. Mesmo um poster gigante de Malala, que uma vez estampava a parede de uma das salas, foi removido.

"Nós tivemos ameaças, existem tantos problemas. É muito mais perigoso para nós depois do disparo contra Malala e de toda a atenção que ela está recebendo", disse a diretora da escola, Selma Naz, que falou rapidamente e em voz baixa. "Os Talebans são muito perigosos. Eles saíram de Swat, mas eles ainda têm uma presença aqui. Estão escondidos, mas estão aqui. Todos nós temos medo em nossos corações." Um comando armado agora guarda a saída da grande porta preta de aço da escola.

Em 9 de outubro de 2012, Malala saiu da escola pela mesma porta, rindo com seus amigos enquanto eles subiram na traseira de uma caminhonete usada para transportar as crianças. O motorista atravessava uma ponte estreita, quando um homem mascarado e armado subitamente parou o veículo em um campo aberto.

Um segundo homem mascarado pulou na traseira da caminhonete com uma pistola. "Quem é Malala?", gritou. Ninguém disse nada, mas as cabeças automaticamente se viraram para Malala. Então ele levantou a arma disparou. Uma das balas atingiu Malala na cabeça, e outras duas estudantes, Shazia Ramazan e Kainat Riaz, também foram atingidas, mas sem ferimentos graves.

Malala foi transferida para um hospital militar próximo a Islamabad, e os médicos realizaram uma cirurgia de emergência. Certo de que a garota não sobreviveria, seu pai, Ziauddin, enviou uma mensagem para seu cunhado para preparar um caixão e um veículo para transportar o corpo de volta a Swat. Mas uma semana depois Malala acordou em um hospital em Birmingham, Inglaterra, onde foi levada para tratamento especial, e gradualmente recuperou a consciência e a voz.

Apesar da indicação de Malala para vários prêmios, a história da garota levantou um sentimento contra o Ocidente no Paquistão, já que muitos moradores locais veem o evento como um pretexto do Ocidente para criticar o país. Em dezembro do último ano, o governo renomeou a escola onde ela estudou para Malala Yousafzai Girls College, mas teve que voltar atrás na decisão após protestos de alunos em outras escolas.

A batalha de Malala pela educação para garotas começou quando estava próxima a completar 11 anos, em uma época que o Taleban andava livremente pelo vale, atirando em escolas, decapitando seguranças e espalhando seus corpos pela cidade. "Foi uma época muito, muito difícil", disse, em entrevista para televisão e jornais. Expulso do vale em uma sangrenta operação militar há cerca de quatro anos, o Taleban está gradualmente retornando ao vale.

Um ano antes de ser baleada, em 2011, Malala ganhou do governo paquistanês o Prêmio Nacional da Paz, e recentemente publicou um livro sobre a tentativa de assassinato.

Ahmed Shah, amiga da família e educadora, diz que o atirador nunca será pego, já que a polícia raramente investiga um crime se o Taleban assumir a autoria. O advogado Aftab Alam explica que o medo da retaliação faz com que ninguém compareça ao tribunal e que a polícia não investigue os casos. "Se nós a encontrarmos, definitivamente nós tentaremos matá-la", disse o porta-voz do Taleban, Shahidullah Shahid, em entrevista à AP. "Nós nos sentiremos orgulhosos de sua morte", completou. Fonte: Associated Press.

A iemenita Tawakkul Karman, laureada com o Nobel da Paz em 2011, foi barrada no aeroporto internacional do Cairo neste domingo (4) ao tentar entrar no Egito para participar dos protestos contra o golpe militar que há um mês derrubou o primeiro presidente democraticamente eleito da história do Egito, informaram fontes no governo local.

Karman, a primeira mulher árabe a receber o prêmio, já havia declarado publicamente, nas últimas semanas, seu repúdio ao golpe que depôs Mohammed Morsi. A intenção declarada de sua viagem ao Cairo era unir-se aos manifestantes que pedem a volta do presidente deposto e a restauração da democracia no Egito.

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Ela chegou ao Cairo em voo procedente dos Emirados Árabes Unidos, mas foi barrada no momento do desembarque e colocada no primeiro de voo de volta para o país de onde havia partido, disseram as fontes. Fonte: Associated Press.

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O ex-chefe da agência nuclear da ONU Mohamed ElBaradei foi nomeado neste sábado (6) primeiro-ministro do Egito, três dias depois de o Exército derrubar o presidente Mohamed Mursi, anunciou o movimento Tamarod, que esteve na origem das manifestações contra o presidente islamita. A informação foi confirmada à agência EFE por Khaled Dawoud, porta-voz da Frente de Salvação Nacional, principal aliança não-islamita.

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Um recorde de 259 candidatos, entre eles 209 indivíduos e 50 organizações, figuram na disputa para o prêmio Nobel da Paz, que será atribuído em outubro em Oslo, anunciou nesta segunda-feira o instituto Nobel.

"A tendência é de alta, nem todos os anos, mas quase", declarou à AFP o diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad.

"Isto reflete um interesse crescente pelo prêmio. As indicações vêm do mundo inteiro", disse.

O recorde anterior remonta a 2011, ano em que 241 candidaturas foram apresentadas.

O comitê mantém em segredo a lista durante 50 anos, mas os padrinhos podem revelar publicamente os nomes dos candidatos.

Entre as candidaturas conhecidas, figuram neste ano a da adolescente paquistanesa Malala, a do ex-presidente americano Bill Clinton, do presidente reformista birmanês Thein Sein e de militantes europeus dos direitos humanos, como a ONG russa Memorial.

Parlamentares e ministros de todos os países, alguns professores universitários, ex-premiados e membros de certas organizações internacionais e do comitê Nobel, ou seja, milhares de pessoas, estão habilitadas a apresentar uma candidatura.

A escolha do comitê Nobel será anunciada no início de outubro e o prêmio será entregue no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador do prêmio, o empresário e filantropo sueco Alfred Nobel (1833-1896).

Em 2012, o Nobel da Paz foi concedido à União Europeia.

A União Europeia (UE), dividida e atingida pela crise econômica, recebeu nesta segunda-feira (10) em Oslo o Prêmio Nobel da Paz por ter contribuído para transformar "um continente em guerra em um continente em paz".

Com a presença de quase 20 chefes de Estado e de Governo, entre eles o presidente francês François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel, sentados um ao lado do outro e que se levantaram juntos para saudar o público, o presidente do comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, pediu à UE que "siga adiante" apesar da crise.

"Conservar o que se conseguiu até agora e melhorar o que foi criado para resolver os problemas que ameaçam hoje a comunidade europeia é a única maneira de solucionar os problemas da crise financeira", disse o presidente do Comitê Nobel.

Thorbjoern Jagland, conhecido por seu europeísmo em um país tradicionalmente eurocético, entregou o prestigiado prêmio aos representantes das três principais instituições europeias, os presidentes do Conselho (Herman Van Rompuy), da Comissão (José Manuel Barroso) e do Parlamento (Martin Schulz).

"Não estamos hoje aqui reunidos com a convicção de que a UE é perfeita. Mas temos a convicção de que temos que resolver nossos problemas juntos", acrescentou Jagland na cerimônia de entrega realizada na prefeitura de Oslo.

"Juntos temos que fazer todo o possível para não perder o que construímos sobre as ruínas de duas guerras mundiais", acrescentou, e lembrou das "80 milhões de pessoas" que foram vítimas no passado do extremismo.

Jagland introduziu simbolicamente em seu discurso várias palavras em outros idiomas para ilustrar a diversidade europeia.

Brasília – O Prêmio Nobel da Paz de 2005 e candidato à Presidência do Egito, Mohamed  El Baradei, classificou hoje (23) como  “massacre” os últimos acontecimentos registrados na Praça Tahrir, no Cairo. Nos últimos três dias, houve confrontos entre policiais e manifestantes contrários à Junta Militar que governa o país.  Pelo menos 33 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas. “Gás lacrimogêneo e balas  foram usados contra civis em Tahrir. É um massacre”, disse El Baradei.

O Conselho Supremo das Forças Armadas está no poder desde fevereiro, depois da renúncia do ex-presidente Hosni Mubarak. Ontem (22), os militares confirmaram que serão realizadas eleições parlamentares no dia 28 e presidenciais até junho de 2012.

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Porém, o clima de tensão ainda é intenso no Egito. O embaixador do Brasil no país, Antonio Melantonio Neto, disse que há reclamações dos civis em relação aos militares, que preservam vários privilégios em comparação aos demais funcionários públicos, como empréstimos para a compra de casas.

Desde a derrubada da monarquia em 1952, as Forças Armadas se mantêm por trás de todos os governos do país e controlam cerca de 20% a 40% da economia. O Exército pressionou pela renúncia de Mubarak quando percebeu que ele havia perdido apoio popular. Desde então, a maior autoridade do país é o Conselho Supremo das Forças Armadas.

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