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Agentes da Polícia Federal no Rio de Janeiro apreenderam, nesta sexta-feira (23), 15 joias no apartamento da irmã de Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, como parte das investigações da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. A ação teve por finalidade de localizar 149 de um total de 189 joias adquiridas pelo casal Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo em joalherias da cidade para lavar dinheiro obtido por meio de corrupção.

Na denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF), consta que o ex-governador Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo adquiriram pelo menos 189 joias desde o ano 2000, e apenas 40 foram apreendidas pela Polícia Federal a partir de mandados de busca e apreensão.

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A própria irmã de Adriana, identificada como Nusia, recebeu os agentes federais em casa. De acordo com as investigações da Polícia Federal, as joias teriam sido dadas por Adriana Ancelmo a uma sobrinha, filha de Nusia. Do total de joias apreendidas estão cinco anéis, sete brincos, dois cordões e um colar de pérolas.

O outro endereço onde os agentes estiveram em busca de joias foi no apartamento da ex-governanta de Adriana Ancelmo, Gilda Maria de Souza Vieira da Silva. Na casa nenhuma joia foi localizada.

O juiz federal Sérgio Moro enviou um ofício ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), para que ele escolha uma data para depor como testemunha de defesa de seu antecessor Sérgio Cabral, também peemedebista. Pezão foi vice de Cabral. Ele pode optar por três datas e horários: 6 de abril, às 16h, 11 de abril, às 14h, ou 17 de abril, às 11h.

O governador fluminense vai falar por videoconferência da Justiça Federal do Rio. O ofício foi enviado na sexta-feira (3). Pezão tem cinco dias para escolher uma data.

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Cabral está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu 8, desde novembro do ano passado. O ex-governador foi detido na primeira fase da operação Calicute em seu apartamento, no Leblon (zona sul). Segundo os investigadores, Cabral era o líder de um grupo criminoso que angariava propina junto a empreiteiras contratadas por sua administração.

O ex-governador responde a ações penais na 13ª Vara Federal em Curitiba e na 7ª Vara Federal no Rio. Na ação em que Pezão vai depor, Sérgio Cabral é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em ação conduzida por Moro.

A Procuradoria da República acusa o peemedebista por propina de pelo menos R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2011, referente às obras do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), da Petrobrás.

Neste processo também são réus outros seis investigados, inclusive, a mulher de Cabral, a advogada Adriana Ancelmo. Os outros cinco acusados são: Carlos Miranda, apontado como o "homem da mala" do ex-governador; os executivos da Andrade Gutierrez Clóvis Renato Numa Peixoto Primo e Rogério Nora de Sá; o ex-secretário do Governo Cabral, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, e sua mulher Mônica Araújo Macedo Carvalho.

A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria da República no Rio deflagraram na manhã desta quinta-feira (2) nova fase da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio que levou à prisão o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), para prender preventivamente Ari Ferreira da Costa Filho, apontado como mais um operador do peemedebista.

A PF também realiza buscas em imóveis de Costa Filho e de pessoas ligadas ao ele. O operador começou a trabalhar com Cabral na década de 1980 e, segundo as investigações, em 1996 começou a trabalhar em um cargo comissionado no gabinete de Cabral. Posteriormente, teve passagens por várias secretarias no governo do peemedebista no Rio. Costa Filho se tornou assessor especial do ex-governador e estava no governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) até poucos dias atrás.

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Essa já é a terceira operação policial contra o esquema de corrupção do grupo supostamente liderado por Sérgio Cabral e que teria arrecadado milhões em propinas de obras de grandes empreiteiras com o Estado no período em que o político foi governador do Rio, de 2007 a 2014. A operação foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio.

Ao menos nove acusados de atuarem como operadores financeiros do esquema de Cabral, entre doleiros e responsáveis por cobrar e transportar os pagamentos ilícitos, já foram presos pela PF no Rio desde que a Operação Calicute foi deflagrada, no dia 17 de novembro de 2016.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu nessa segunda-feira (19) a prisão preventiva de Pedro Ramos de Miranda, apontado como "faz tudo" do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB). Miranda já havia sido indiciado 64 vezes por lavagem de dinheiro e por envolvimento em organização criminosa que, segundo os procuradores, era chefiada por Cabral.

O ex-governador está preso desde o dia 17 de novembro sob a acusação de ter movimentado pelo menos R$ 224 milhões em propinas de empreiteiras em seus dois mandatos, de 2007 a 2014. O MPF acredita que em liberdade Miranda poderia continuar lavando dinheiro para Cabral.

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Miranda foi assessor especial do ex-governador e tinha relações próximas com outros envolvidos no esquema de corrupção, segundo o MPF. Tratado como "Ramos", ele seria encarregado de comprar joias para lavar dinheiro, tendo pago, em nome do ex-governador e da ex-primeira dama Adriana Ancelmo (apontada como integrante da organização e presa no último dia 6), R$ 7 milhões em itens adquiridos nas joalherias Antonio Bernardo e H.Stern. Miranda fazia saques de valores altos da conta do ex-governador, pagava as joias e as levava até ele.

No dia 17, quando foi deflagrada a Operação Calicute, da Polícia Federal, Miranda, que é bombeiro militar, foi conduzido coercitivamente a depor à PF. Não teve pedida a sua prisão pelo MPF porque ele forneceu seu endereço residencial e por faltarem elementos sobre sua participação nos crimes, segundo o pedido de ontem, assinado pelos procuradores Eduardo El-Hage, Leonardo Freitas, Renato Oliveira e Rodrigo Timóteo da Costa e Silva.

Os depoimentos colhidos pela PF acabaram evidenciando o envolvimento de Miranda no esquema, sustentam os procuradores. Só que o militar não foi encontrado no endereço indicado no depoimento. Para agravar a situação do bombeiro, vizinhos informaram que ele não morava lá havia mais de um ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-primeira dama do Estado do Rio Adriana Ancelmo está sozinha numa cela da Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, um das unidades do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da capital fluminense. Ela está em uma galeria para presas com nível superior.

A ala tem nove celas e 18 vagas, mas só há sete mulheres no local. A cela de seis metros quadrados tem um beliche de alvenaria, chuveiro, pia e sanitário no chão.

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De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Adriana Ancelmo "passa bem e se alimenta normalmente". No café da manhã desta quarta-feira, 7, recebeu pão com manteiga e café com leite. A Seap não informou o cardápio do almoço. Diariamente são servidos arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha, legumes e refresco.

Adriana Ancelmo tem direito a banhos diários de sol e poderá receber visitas assim que sua família se cadastrar na Seap. O documento leva cerca de quinze dias para ficar pronto. Antes desse prazo, os parentes podem requerer visita extraordinária à presa. Até o momento, Adriana não recebeu visitas.

Após ter a prisão preventiva decretada na tarde desta terça-feira, 6, Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho, se apresentou com seus advogados à 7ª Vara Federal Criminal, localizada na avenida Venezuela, no centro do Rio. Mais cedo, agentes da Polícia Federal foram às ruas cumprir a determinação do juiz Marcelo da Costa Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal.

Os policiais foram ao apartamento do ex-governador, no Leblon, zona sul do Rio. Além da prisão, cumpriram busca e apreensão de joias, pedras preciosas, objetos de arte e dinheiro em espécie com valor igual ou superior a R$ 30 mil ou US$ 10 mil que não tenha prova de sua origem.

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Também foram rastreados documentos, mídias e outras provas relacionadas aos crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e documental e organização criminosa.

O juiz aceitou hoje denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Cabral, sua mulher e mais 11 pessoas por integrarem suposto esquema que envolvia pagamento de propinas para realização de obras públicas no Rio e ocultação dos valores. O esquema é investigado na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato. Cabral e outros denunciados já estão presos desde o último dia 17 de novembro.

A defesa de Sérgio Cabral entrou com uma reclamação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar anular as decisões dos juízes da 7ª Vara Federal Marcelo Bretas e da 13ª Vara Federal Sérgio Moro, que culminaram na prisão do político no último dia 17 de novembro durante a Operação Calicute da Polícia Federal. Cabral é acusado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa responsável por desviar cerca de R$ 224 milhões em obras.

A defesa de Cabral, assinada pelo advogado Luciano Saldanha Coelho, alega que a Justiça Federal do Rio e de Curitiba não teria competência para julgar o caso, visto que o STJ já aprecia o tema em um inquérito que investiga Cabral e o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e tem como relator o ministro Luís Felipe Salomão. O inquérito está parado desde março, quando o Ministério Público Federal pediu vista.

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O juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, mandou prender nesta terça-feira, 6, a mulher do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB). O magistrado atendeu a pedido do Ministério Público Federal, na denúncia oferecida pelos procuradores contra os réus na Operação Calicute. A Polícia Federal está neste momento na rua cumprindo o mandado contra Adriana. Cabral e outros nove acusados já estão presos em Bangu 8.

O Ministério Público Federal (MPF) requereu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) que mantenha em prisão preventiva dois aliados do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB). A Corte deverá julgar habeas corpus ajuizados por defensores de dois investigados presos na Operação Calicute: Hudson Braga, ex-secretário estadual de Obras, e Carlos Miranda, ex-assessor do ex-governador.

Para o MPF, Braga e Miranda, presos desde o último dia 17, não devem ser beneficiados com a liberdade provisória nem medidas alternativas à prisão. A Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR2) argumentou, nos pareceres que apresentou ao TRF, que a prisão preventiva deve ser mantida "devido ao risco de as libertações inviabilizarem linhas da investigação". Segundo a procuradoria, a liberdade permitiria aos réus alertar outros envolvidos e combinar estratégias para dificultar as apurações em andamento.

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Já o Núcleo de Combate à Corrupção da PRR2 apontou supostas "práticas insistentes e sistemáticas de corrupção e lavagem de dinheiro do patrimônio ilícito", por parte dos réus, que continuariam em curso. "A única forma de interromper crimes de lavagem de dinheiro e de desmantelar essa organização criminosa é a manutenção da prisão preventiva", afirmaram os procuradores regionais Mônica de Ré, Andréa Bayão, Carlos Aguiar e Silvana Batini, coautores dos pareceres. "Se soltos, eles poderão comprometer a ordem pública e se esquivar da aplicação da lei penal, com a reiteração dos delitos. Várias operações comerciais recentes e em andamento sugerem práticas ilícitas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio."

Segundo os investigadores, o ex-secretário Hudson Braga é sócio de empresas em nome da esposa, filha e outros "laranjas", é dono de vários imóveis e de um helicóptero. O MPF detectou, em diálogos transcritos, indícios de que a empresa de segurança privada Trans-expert guardava dinheiro em espécie para Braga. "Esses e outros indícios bastariam para comprovar a participação de Braga nos delitos e a necessidade de decretação de sua segregação cautelar", sustentou a procuradoria.

Já a prisão de Braga, segundo o MP, um dos mais influentes secretários do governo Cabral, garante a ordem pública. "A comprovação de recentes transações fraudulentas também corrobora a prisão preventiva para cessar a reiteração dos graves crimes praticados e para evitar a ocultação de produtos dos crimes. Além de casado com uma prima de Cabral, a proximidade entre Miranda e o ex-governador se revela em fatos como sua designação para receber pessoalmente valores pagos por construtoras como propina", sustentou o MPF, por meio de nota.

Indiciados pela Polícia Federal na Operação Calicute por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB), e sua mulher, Adriana Ancelmo, mantinham passaportes diplomáticos válidos até 31 de dezembro de 2014 - nove meses após Cabral renunciar a seu mandato -, segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

O documento, concedido gratuitamente a diplomatas, autoridades, líderes religiosos e até dirigentes esportivos, não garante privilégios no Brasil, nem impede os controles de bagagem. Mas dá acesso, em alguns países, a filas prioritárias de imigração - embora seus titulares passem pelos mesmos controles de entrada e bagagens que os demais passageiros. Sua manutenção pelo casal deverá abrir nova frente de investigações.

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Um dos pontos que a Polícia Federal pretende esclarecer é se o ex-governador, preso pela Polícia Federal sob acusação de chefiar um esquema de corrupção em obras públicas no Rio, enviou dinheiro ou valores para o exterior. Adriana Ancelmo, porém, teve o pedido de prisão feito pelo Ministério Público Federal rejeitado pela Justiça.

A reportagem apurou que a PF vai deixar para um segundo momento um eventual pedido de cooperação internacional sobre o ex-governador. Das muitas joias identificadas pela polícia como compradas por Cabral, Adriana e outros acusados, cerca de 50 foram localizadas. Ao anunciar o fim do inquérito relativo à primeira fase da Calicute, na sexta-feira, 2, a PF informou que novas investigações deverão ser abertas para verificar indícios identificados durante as diligências.

Cabral recebeu seu primeiro passaporte diplomático ainda como senador - foi eleito em 2002. A emissão ocorreu em 31 de março de 2003, com validade até 31 de janeiro de 2007. Como cônjuge, Adriana ganhou o mesmo direito.

No governo estadual, Cabral e Adriana renovaram os documentos pouco após a primeira posse, em 2007, com validade até 2010. Nesse ano, houve nova renovação, até o fim de 2014, para quando era previsto o fim do mandato do governador. Ele renunciou meses antes, em 3 de abril, mas manteve seu documento válido, assim como sua mulher.

Durante seu mandado no governo fluminense, Cabral foi criticado por viajar com frequência ao exterior. Defendia-se dizendo estar buscando investimentos para o Estado.

Segundo o MRE, "passaportes diplomáticos emitidos para detentores de cargos eletivos ou cargos de confiança são concedidos pelo prazo do mandato a ser exercido pelo titular." O ministério informou ainda que, se o mandato se encerrar antes do tempo, "presume-se que o titular devolverá o passaporte".

Atualmente, a validade do documento é acrescida de seis meses para atender a exigência de alguns países com relação a prazos mínimos, informou o Itamaraty por nota.

"O Ministério das Relações Exteriores está examinando medidas para monitorar os casos de mandatos que se encerrem antes dos prazos inicialmente previstos, com vistas a solicitar a devolução e proceder ao cancelamento dos passaportes concedidos, quando não forem voluntariamente devolvidos", declarou o MRE. Segundo o ministério, quando se encerrou o mandato de Sergio Cabral não havia ainda medidas nesse sentido.

Viagens

Levantamento divulgado em maio de 2012 pelo Palácio Guanabara revelou que desde sua posse, em janeiro de 2007, até aquela data, Cabral ficara 128 dias fora do País em viagens oficiais. Foram 39 cidades em 37 missões a 18 países - praticamente uma a cada dois meses.

A Polícia Federal informou nesta sexta-feira, 2, que encerrou em 30 de novembro o inquérito relativo à primeira fase da Operação Calicute. Dezesseis pessoas foram indiciadas por crimes que vão de corrupção passiva e ativa, organização criminosa a lavagem de dinheiro.

A PF anunciou ainda que serão instaurados outros inquéritos policiais para aprofundamento de novas vertentes da investigação. Entre os crimes que poderão ser investigados mais adiante, está a concessão de incentivos fiscais pelo Estado do Rio a empresas privadas, como joalherias, e sonegação fiscal.

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O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB), preso sob acusação de comandar um esquema de corrupção em obras públicas durante seu governo (janeiro de 2007 a abril de 2014), continua no cárcere, em Bangu 8. Outros nove acusados, entre eles ex-secretários de Estado, também estão na prisão.

A ex-primeira dama do Estado Adriana Ancelmo é investigada. O casal é acusado de ter comprado cerca de R$ 6 milhões em joias, em suposta operação de lavagem de dinheiro que teria sido pago por empreiteiras. Em depoimento à PF, Cabral negou os crimes. A Operação Calicute foi desencadeada em 17 de novembro.

Na ocasião, tiveram a prisão decretada, além de Cabral, Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho (ex-secretário de Governo), Hudson Braga (ex-secretário de Obras), Carlos Emanuel de Carvalho Miranda (sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação e apontado como recebedor de dinheiro sujo), Luiz Carlos Bezerra (ex-assessor da Presidência da Alerj), José Orlando Rabelo, Wagner Jordão Garcia (ex-assessor do governador), Luiz Paulo Reis, Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves (ex-assessor d e Cabral e acusado de ser seu "laranja") e Alex Sardinha da Veiga. Adriana Ancelmo foi uma das conduzidas coercitivamente.

Preso em Bangu 8 há onze dias, o ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) está numa cela sem televisão, item ao qual todo interno tem direito. A fim de garantir que o peemedebista não esteja recebendo privilégios, por seu status político e por ser aliado do atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que foi seu secretário e seu vice, o Ministério Público, por meio da 21ª Promotoria de Investigação Penal, vem fazendo vistorias nas instalações do presídio.

Segundo o órgão, até o momento, não foi constatada nenhuma irregularidade. O MP não informou oficialmente a periodicidade das inspeções, por considerar a informação sigilosa, mas a reportagem apurou que elas são quase diárias.

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Acusado de chefiar uma organização criminosa que recebeu R$ 224 milhões em propinas de empreiteiras entre os anos de 2007 e 2014, período em que ficou no poder, Cabral divide a cela de 16 metros quadrados com seis amigos que foram presos junto com ele, acusados de serem operadores de seu esquema. Eles dormem em três beliches de alvenaria, sobre colchões. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que Cabral e os demais podem ter TV na cela - resta um parente levar o aparelho.

Interlocutores contaram que Cabral está muito abatido e comendo pouco. A gravidade das acusações contra ele, que constam de relatório robusto do Ministério Público Federal, faz com que não haja perspectivas de relaxamento de prisão, tampouco de uma pena branda. A denúncia deve ser apresentada na semana que vem. Ele poderá responder pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, pertencimento a organização criminosa e fraude em licitação, e sua pena pode exceder 50 anos de prisão.

Pela Lei de Execuções Penais, os presos têm direito a receber da família um rádio de pilha, um ventilador de até 30 centímetros e uma TV de 16 polegadas, o menor tamanho no mercado, informou a Seap. "Esse material, acompanhado das devidas notas fiscais, é entregue pela família no setor de custódia da unidade prisional em dia pré-determinado", diz nota da secretaria.

Cabral teve poucas visitas. Preso dia 17, no dia 22 recebeu a mulher, Adriana Ancelmo, cujo nome também é envolvido nas investigações (o MPF chegou a pedir sua prisão, mas a Justiça optou pela condução coercitiva para depoimento). No dia 24, a visita foi do filho Marco Antônio Cabral, atual secretário de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, e do deputado estadual Paulo Melo (PMDB). No último sábado, o deputado federal Washington Reis (PMDB), prefeito eleito de Duque de Caxias, esteve com ele.

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio, decretou a prisão preventiva de Paulo Fernando Magalhães Pinto, ex-assessor especial do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e apontado pela Operação Calicute como "testa de ferro" do peemedebista, que estava custodiado temporariamente.

O magistrado acolheu o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público Federal e alegou "garantia da ordem pública e garantia da instrução criminal". A decisão foi tomada em 25 de novembro.

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"Graves os fatos até então apurados, havendo fortes indícios de que Paulo Fernando integraria o esquema de corrupção em pleno desenvolvimento, sendo suspeito de ser um dos responsáveis por ocultar bens do ex-governador Sérgio Cabral e de custear suas despesas pessoais, além de continuar responsável pelo pagamento do aluguel da empresa de Sérgio Cabral", afirmou o juiz no decreto da custódia preventiva de Paulo Fernando Magalhães Pinto.

Segundo Marcelo Bretas, a atuação do ex-assessor do peemedebista "configura, em tese, a prática de esquemas de lavagem do dinheiro amealhado com a prática de delitos de corrupção, certo de que este investigado, assim como o próprio ex-governador Sérgio Cabral, atuou por vários anos como agente público, inclusive durante o aparente cometimento dos crimes ora investigados, em flagrante ofensa à ordem pública, o que torna ainda mais necessário o rigor na apuração de suas responsabilidades".

Para o juiz que comanda as ações da Operação Lava Jato, no Rio, há "efetivo risco" de que deixar Paulo Magalhães Pinto em liberdade pode criar "embaraço às investigações". O ex-assessor de Cabral havia sido preso temporariamente na deflagração da Calicute em 17 de novembro e teve a custódia prorrogada por cinco dias em 21 de novembro.

"O desenvolvimento das investigações têm revelado dia a dia uma infinidade de situações ilícitas que teriam sido e estariam sendo cometidas por pessoas de grande expressão e responsabilidade política,

com provável acesso inclusive a documentos e repartições públicas, posto que exercentes, por anos e até há pouco tempo, de funções de chefia e de confiança no seio da administração do Estado do Rio de Janeiro", assinalou Marcelo Bretas.

A investigação da Calicute aponta que Paulo Fernando Magalhães Pinto, "desde o afastamento do cenário político" de Sérgio Cabral "estaria se dedicando à atuação empresarial em vários e distintos ramos, como sócio de muitas empresas". A Calicute indica que o ex-assessor de Cabral estabeleceu-se profissionalmente em um escritório no Leblon, na zona sul do Rio, alugado desde junho de 2014 pelo valor mensal de cerca de R$ 42 mil.

"As investigações iniciais mostraram que, aparentemente, o referido escritório alugado não seria, de fato, utilizado por quem se apresenta como locatário (Paulo Fernando), mas sim pelo investigado Sérgio Cabral, ou mais precisamente pela empresa Objetiva Gestão e Comunicação Estratégica Eireli, isso por pelo menos 24 meses", anotou Marcelo Bretas.

"Consignei então que a 'cessão gratuita' feita pelo investigado Paulo Fernando em benefício de Sérgio Cabral representaria uma vantagem financeira de mais de R$ 1 milhão (24 meses), e até agora nenhuma explicação plausível foi apresentada pela defesa para esclarecer este fato, de forma que é legítima a suspeita levantada pelo Ministério Público Federal de que o ora preso Paulo Fernando atuasse como 'testa de ferro' do investigado, ora preso, Sérgio Cabral."

A Operação Calicute aponta ainda "possíveis indícios de crimes de lavagem e ocultação de ativos" na posse da lancha Manhattan Rio avaliada em R$ 5 milhões, guardada na marina do Condomínio Portobello em Mangaratiba/RJ.

"A lancha, apesar de registrada em nome de MPG Participações (empresa de Paulo Fernando), pertenceria de fato a Sérgio Cabral, que frequentemente a utilizava com familiares 'e seus convidados'", observa o juiz.

O magistrado anota ainda. "Havia ainda a suspeita de que o investigado Sérgio Cabral seria também proprietário do Helicóptero (prefixo PPMOE), registrado também em nome de MPG Participações (empresa do investigado Paulo Fernando) até o dia 2 de setembro de 2016, quando foi vendida para uma empresa sediada no exterior. Sugere finalmente o relatório de investigação, em harmonia com o que dissemos linhas atrás, que possivelmente essa transferência foi realizada como precaução por iminente medida judicial constritiva."

Um Sérgio Cabral Filho (PMDB) alegre e multicolorido, com uma bandeira do Brasil em forma de coração pintada no rosto, sorri. Sua mulher, Adriana Ancelmo, com cabelo pintado em lilás, preto e azul, também mostra o sorriso, marcado pela boca vermelha. Em tom alegre, as duas telas, pintadas supostamente por Romero Britto, contrastam com a situação atual do casal.

Cabral foi preso preventivamente pela Polícia Federal e levado para Bangu 8, no Complexo de Gericinó, no Rio, onde divide uma cela com vaso sanitário no chão. Adriana foi conduzida para depor e é investigada pela PF. Os retratos sorridentes estavam entre as obras de arte apreendida em endereços de Cabral, na Operação Calicute. A ação investiga corrupção em obras públicas no Rio de Janeiro durante a gestão do hoje ex-governador.

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Além dessas telas, a coleção recolhida na semana passada pela PF inclui esculturas e fotografias - ao todo, seriam 28 peças. Há estátuas em estilo barroco e quadros abstratos. Também foi aprendida prataria.

Todo o material será submetido a perícia, para atestar a autenticidade do material e possivelmente avaliá-lo. A Polícia Federal quer saber se o casal, suspeito de integrar um amplo esquema de desvios de verbas - ambos negam as acusações - usava obras de arte para lavar dinheiro desviado.

Estima-se que o esquema, supostamente chefiado por Cabral e integrado por alguns de seus secretários durante seu governo (janeiro de 2007 a abril de 2014), tenha se apropriado ilegalmente de mais de R$ 200 milhões.

A PF também apreendeu roupas de grifes famosas que pertenciam ao casal. Cabral tinha ternos caros - um deles, de Ermenegildo Zegna, teve seu valor estimado pelos investigadores em R$ 22 mil.

Adriana Ancelmo, cujo escritório de advocacia mantinha contratos com concessionários do Estado, separava seus vestidos por grife. Os policiais também recolheram joias de ouro e pedras preciosas, que o casal comprava em casas de joalherias como H. Stern e Antonio Bernardo.

Em depoimento, Cabral afirmou não se lembrar de tê-las comprado. Os pagamentos eram feitos em dinheiro vivo por Carlos Miranda, um dos outros nove presos na Calicute.

A gerente da joalheira Antônio Bernardo, Vera Lúcia Guerra, declarou à Polícia Federal que o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) era seu "cliente pessoal" e afirmou que o peemedebista comprou joias em dinheiro vivo desde "quando era deputado e senador". Vera relatou que a última compra do peemedebista ocorreu há cerca de dois anos - na ocasião, adquiriu "um colar de ouro avaliado em cerca de R$ 10 mil pago em dinheiro".

Cabral foi deputado estadual de 1991 a 2003. Entre 1995 e 2003 ocupou a presidência da Assembleia Legislativa do Rio. Ele se elegeu senador em 2003 e ocupou o cargo até 2006, quando deixou a vaga para concorrer ao governo do Rio. Por dois mandatos, foi o chefe do Executivo fluminense (2007-2014).

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"Quando era deputado e senador Sérgio Cabral procurou pessoalmente a declarante para comprar joias em dinheiro vivo; também os filhos de Sérgio Cabral chegaram a procurar a declarante para comprar joias com pagamento em espécie, sendo que nesses episódios o dinheiro era portado pelos próprios filhos de Sérgio Cabral", afirmou Vera Guerra em seu depoimento - prestado em 17 de novembro, quando foi deflagrada a Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que prendeu Cabral.

Vera declarou conhecer Carlos Miranda, apontado pela investigação como o "homem da mala" do ex-governador. "Neste episódio Sérgio Cabral escolheu a joia com a ajuda da declarante, sendo que o pagamento foi feito posteriormente em dinheiro por um homem desconhecido da declarante, sendo certo que não foi Carlos Miranda quem pagou este colar", disse.

A gerente deu detalhes sobre a atuação de Carlos Miranda. "Em datas comemorativas, aniversários, Natal, etc, era comum Carlos Miranda procurar a declarante por telefone ou pessoalmente em busca de joias, sempre femininas, para presente; que Carlos Miranda é cliente antigo da loja, lá comprando há cerca de dez a doze anos, não sabendo precisar quantas vezes vendeu joias ao mesmo; que o pagamento era feito quase sempre em dinheiro, sempre em moeda nacional", relatou.

Vera disse não se recordar "exatamente se e quantas vezes Carlos Miranda comprou joias com cartão". Segundo a gerente, "o valor das joias em espécie girava em torno de R$ 1 mil a R$ 10 mil, podendo ter vendido algo acima de R$ 10 mil. Ela disse, porém, que não se recordava precisamente dos valores.

De acordo com a gerente da joalheria Antônio Bernardo, não cabia a ela responder pela parte de pagamento, "razão pela qual não sabe dizer se houve ou não pagamento sem nota fiscal".

Vera Guerra explicou que os certificados das joias não têm o "nome do cliente para quem foram vendidas, traz apenas o código, o nome, a data e o prazo de troca, não constando material de fabricação, valor, peso e outras características do objeto".

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) negou em depoimento à Polícia Federal ter recebido propina durante a sua gestão no Estado e acusou delatores de mentirem ao relatarem cobrança de porcentagens sobre contratos de obras públicas, conforme apontaram as investigações da Operação Calicute.

O peemedebista é suspeito de receber 5% sobre grandes obras no Estado durante seus dois mandatos, de 2007 a 2014, como a reforma do Estádio do Maracanã, o Arco Metropolitano e o PAC das Favelas. Cabral foi delatado por executivos da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia. O esquema, segundo o Ministério Público Federal, desviou R$ 224 milhões.

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"O mesmo (Cabral) externou sua indignação com a situação e a afirmação dos delatores e que tem a consciência tranquila quanto as mentiras absurdas que lhe foram imputadas e que acredita na Justiça", registra relatório sobre o depoimento do ex-governador concedido no dia da sua prisão, na quinta-feira passada.

"O declarante afirma que as declarações são inverídicas. Relata que acha que essas informações apresentadas nas delações dos retro mencionados foram para salvar as delações dos executivos da Andrade Gutierrez e Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), desconhecendo tais fatos e sendo isso uma 'mentira'."

No depoimento, Cabral também afirmou que sua amizade com Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, acabou em 2012, quando a empresa foi considerada inidônea para firmar contratos com órgãos públicos. "Ressalta que a Delta, antes mesmo de assumir como governador do Estado, em 2007, já era a maior contratante com os órgãos público municipais e estaduais", disse Cabral.

Cavendish foi alvo da Operação Saqueador, em junho deste ano, e negocia acordo de delação premiada sobre supostos pagamentos de propinas a políticos. Em um trecho da proposta de colaboração, o dono da Delta relata seu relacionamento com Cabral e desvios praticados para obter contratos de obras, como a reforma do Estádio do Maracanã, do Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, realizado com dispensa de licitação, e da transposição do Rio Turvo.

Em outro trecho do depoimento, Cabral afirma que o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão - que foi secretário e vice-governador em sua gestão -, foi quem lhe apresentou o ex-secretário de Obras Hudson Braga, apontado pela Procuradoria como responsável por cobrar propina das empresas.

Segundo Cabral, Pezão foi o responsável, quando secretário, por iniciar a licitação de reforma do Maracanã para a Copa de 2014 - as obras de reforma do estádio são alvo da PF.

Procurado pela reportagem, o governo do Rio informou que não iria comentar o caso.

Contas

Ao cumprir decisão judicial do juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, de bloquear valores dos investigados, o Banco Central encontrou R$ 10 milhões em apenas uma das contas bancárias pessoais da advogada, Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador. Já nas contas de seu escritório de advocacia, Ancelmo Advogados, foi encontrado R$ 1 milhão. Adriana foi levada pela PF para depor na quinta passada, mas liberada em seguida. Nas contas pessoais de seu marido, por sua vez, foram encontrados R$ 454,26.

É a primeira vez, desde o início da Lava Jato, que o valor encontrado em apenas uma das contas bancárias de um investigado atinge o valor integral do bloqueio determinado.

Cartão

O Ministério Público Federal também identificou gastos totais de R$ 2,1 milhões no cartão de crédito do ex-secretário de Governo Wilson Carlos, apontado por delatores da Lava Jato como "operador administrativo" de Cabral, e de sua mulher. As despesas, entre 2007 e 2015, o que daria uma média de R$ 19,5 mil por mês, chamou a atenção dos procuradores por, muitas vezes, extrapolar o rendimento declarado pelo casal no Imposto de Renda.

No relatório, a Procuradoria aponta um gasto de US$ 416 com o aluguel de limusine em 2011. A força-tarefa da Lava Jato destacou também gastos com cosméticos, roupas e restaurantes.

Nesta segunda-feira, 21, Moro converteu a prisão temporária de Wilson Carlos em custódia preventiva. O juiz acatou aceitou pedido da Procuradoria, que disse ver "risco à ordem pública" mantê-lo encarcerado. Ele é o único dos alvos da Calicute que esta preso em Curitiba. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em depoimento à Polícia Federal no dia 17 de novembro, quando foi preso na Operação Calicute, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) afirmou que seu sucessor, o também peemedebista Fernando Pezão, que foi secretário e vice-governador na gestão Cabral, foi quem lhe apresentou Hudson Braga, apontado pela Procuradoria da República como um dos operadores de propina em esquema de corrupção milionário do qual Cabral teria sido o líder em seus dois mandatos (2007 a 2014).

Ainda segundo Cabral, que negou à PF ter se beneficiado de irregularidades e acusou os empresários que o delataram de estarem mentindo, Pezão foi o responsável por escolher Hudson para o cargo de subsecretário de Obras. Posteriormente, Hugo veio a ocupar o cargo de secretário de Obras na gestão de Cabral no lugar de Pezão.

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Pezão ocupou a Secretaria Estadual de Obras de 2007 até 2011 - primeiro mandato de Cabral -, quando, então, assumiu o cargo de Coordenador de Infraestrutura e Hudson assumiu a secretaria. Neste período em que foi secretário, Pezão foi o responsável, segundo Cabral, por iniciar a licitação de reforma do Maracanã para a Copa do Mundo/2014 - as obras de reforma do estádio são alvo da Polícia Federal.

Para investigadores da Calicute, a versão de Cabral citando Pezão pode ser uma estratégia para tirar o caso da competência da Justiça Federal de primeira instância, no Rio e em Curitiba, e deslocar os autos para o Superior Tribunal de Justiça, Corte que detém atribuição para eventualmente processar governador.

As investigações da Procuradoria da República no Rio, com base nas delações de seis executivos da Carioca Engenharia e da Andrade Gutierrez, apontam que foi exatamente no período em que ocupou a subsecretaria que Hudson teria cobrado a chamada "taxa de oxigênio" dos empresários.

Hudson Braga teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio, e atualmente está no complexo penitenciário de Bangu, mesmo local onde Cabral está detido. "O mesmo teria participado ativamente do esquema delituoso, por meio do qual teria amealhado indevidamente grande quantia de dinheiro", assinalou o juiz ao decretar a prisão de Hudson.

O próprio advogado do ex-governador, durante o interrogatório, o questionou especificamente sobre a obra do Maracanã, na qual, segundo as investigações, teria havido a cobrança de 5% de propina para Cabral e seus aliados.

"Dada a palavra ao advogado do indiciado (Cabral), este perguntou ao declarante sobre quem seria o secretário de Obras responsável pela licitação de reforma do Maracanã, tendo este respondido que se iniciou na gestão de Luiz Fernando Pezão, como secretário de Obras, tendo sido concluída na gestão de Hudson Braga, tendo a obra sido acompanhada pela EMOP (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio)", segue o depoimento de Sérgio Cabral.

O ex-governador ainda ressaltou que Pezão teria participado de suas reuniões com empresários. Ao ser questionado sobre os encontros com os executivos da Andrade Gutierrez Alberto Quintaes, Rogério Nora de Sá e Clovis Primo, o peemedebista afirmou que "não sabe precisar o número de vezes" que teria se encontrado com eles, "mas que sempre atendia executivos das diversas construtoras, quando era procurado ou até quando os convocava para eventual controle de obras, sendo que nessas reuniões sempre havia o titular da pasta, no mínimo, e nestes casos em geral o secretário de Obras", afirmou.

O ex-governador disse ainda que "nunca recebeu individualmente" nenhum executivo nestes encontros, que ocorriam no Palácio Guanabara e Palácio das Laranjeiras durante sua gestão.

Ainda em relação a Hudson, além da suposta cobrança de propina que teria operacionalizado, as investigações apontaram que ele teve uma evolução patrimonial incompatível e que teria utilizado seus familiares para lavar dinheiro. "As investigações sugerem que as atividades empresariais desse investigado, que envolvem seus familiares ('laranjas'), afiguram-se incompatíveis com seu padrão socioeconômico anterior à constituição das sociedades, bem como apresentam acréscimo patrimonial suspeito, o que pode se relacionar com atos de lavagem de dinheiro", apontou o juiz Marcelo Bretas ao decretar a prisão de Hudson.

Procurado pela reportagem, o governo do Rio informou que não iria comentar o caso.

A Justiça Federal negou o habeas corpus em favor do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso desde a última quinta-feira no complexo de Bangu, na zona oeste do Rio. O advogado Jorge Beja, que não está entre os constituídos por Cabral, entrou com o pedido na tarde desta segunda-feira, 21, em seu favor. A decisão foi do desembargador Abel Gomes, da 1ª Turma Especializada.

Cabral foi preso na Operação Calicute, da Polícia Federal, acusado de chefiar uma organização criminosa que, segundo o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, "saqueou" o Estado durante sete anos (2007-2014), período em que esteve à frente do governo. Os crimes são pertencimento a organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, cartel e fraude em licitação e somam pelo menos 50 anos de prisão.

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A defesa do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso desde a última quinta-feira no complexo de Bangu, na zona oeste do Rio, entrou na tarde desta segunda-feira, 21, com pedido de habeas corpus em seu favor. O pedido foi distribuído ao desembargador Abel Gomes, da 1ª Turma Especializada, e ainda não foi julgado.

Cabral foi preso na Operação Calicute, da Polícia Federal, acusado de chefiar uma organização criminosa que, segundo o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, "saqueou" o Estado durante sete anos (2007-2014), período em que esteve à frente do governo. Os crimes são pertencimento a organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, cartel e fraude em licitação e somam pelo menos 50 anos de prisão.

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A Operação Calicute, etapa da Lava Jato que prendeu o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), capturou também um ex-assessor de seu aliado, o deputado Jorge Picciani (PMDB).

José Orlando Rabelo atuou no gabinete do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) com salários de cerca de R$ 10 mil. Rabelo foi citado por dois executivos da Carioca Engenharia, como encarregado de pegar propina para Hudson Braga, ex-secretário de Obras do governo Cabral.

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O Ministério Público Federal afirma que, após Hudson Braga deixar o governo do Rio, Rabelo passou a ocupar cargo em comissão na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, vinculado ao gabinete do deputado Jorge Picciani.

A despeito disso, continuou a trabalhar para Braga, resolvendo desde assuntos pessoais (como projeto para construção de uma casa) até questões relacionadas às empresas deste. Conforme apurado pela Polícia Federal, Rabelo começou a trabalhar na empresa de consultoria de Hudson Braga, a H Braga Consultoria Empresarial - EPP.

"Em 16 de março de 2015, foi assinado entre a H Braga e Rabelo um contrato de prestação de serviços de consultoria administrativa e financeira. Em 2016, Rabelo passou também a constar como funcionário da Sulcon, outra empresa (...) do investigado Hudson Braga", relata a Procuradoria da República.

"Mesmo lotado no Gabinete do deputado Jorge Picciani, JOsé Orlando, em e-mail enviado para terceiros, deixa expresso, portanto, para quem trabalha, assinando a mensagem com a identificação de H. Braga Consultoria", diz a promotoria.

Executivos da Carioca e da Andrade Gutierrez afirmaram que Hudson Braga cobrava propina no valor de 1% dos contratos celebrados com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. O nome do ex-secretário foi citado por seis colaboradores diferentes, segundo o Ministério Público Federal.

"A relação de proximidade entre José Orlando e Hudson Braga existe, no mínimo, desde 26 de setembro de 2011, quando o primeiro foi nomeado para ocupar cargo do alto escalão da Secretaria de Obras do Estado Rio de Janeiro", afirma a força-tarefa da Lava Jato. "Desde então, José Orlando, após assumir o cargo de chefe de gabinete de Hudson Braga, tornou-se seu 'secretário particular', resolvendo diversas pendências que iam desde agendamento de consultas médicas até a cobrança de pagamento de propina, conforme teor de e-mails descritos adiante."

Quebra telemática na Lava Jato apontou para "diversos e-mails" que indicariam crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A força-tarefa destacou uma das mensagens.

"No e-mail com o sugestivo título 'caixinha', Hudson Braga cobra José Orlando por este não ter entregue possivelmente dinheiro oriundo de propina", anota a Procuradoria da República.

Em 31 de agosto de 2012, Hudson Braga escreve a José Orlando e a um interlocutor identificado como "SS Iran". "O prazo dos srs esgotou hoje e nenhum de vocês dois me trouxeram nada!!!! Eh lamentável eu ter que ficar cobrando!!! Gostaria de inverter essa lógica!!! Não estou conseguindo mais ficar cobrando minha pressão não está ajudando!!! Foi a minha última cobrança!!", diz Husdon na mensagem.

No dia seguinte, em 1º de setembro de 2012, às 12h03, José Orlando Rabelo responde. "Secretário, falo na segunda pessoalmente com você sobre este item. Att."

Rabelo está na mesma cela de Sérgio Cabral no Complexo de Bangu. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), o peemedebista está preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. O ex-governador divide cela com mais cinco internos, de nível superior, que também foram presos na mesma operação: José Orlando Rabelo, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, Hudson Braga, Luiz Paulo Reis e Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves.

Defesa

A assessoria de Jorge Picciani informou que José Orlando Rabelo "não trabalha lá mais desde fevereiro de 2016". "Ficou lá um ano no gabinete parlamentar e não da presidência", diz o texto.

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