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Fiéis da Igreja Católica se reuniram no último final de semana no Rio de Janeiro para rezar junto aos símbolos da Jornada Mundial da Juventude, que tem a duração de 16 dias antes do Papa Francisco I chegar ao Brasil. Nesses dias, os peregrinos vão percorrer escolas e hospitais da cidade carioca, depois de já ter passado por muitas cidades do estado. 

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A Jornada Mundial da Juventude vai começar no fim  de Julho na cidade do Rio de Janeiro.

Um vídeo em que comediantes da TV argentina fazem uma paródia debochando dos brasileiros pela eleição de um Papa argentino está fazendo sucesso na internet. O vídeo, já com quase 1.600.000 acessos no Youtube, mostra os integrantes do grupo vestidos de cardeais e cantando "Cumbia Papal" - um ritmo musical argentino -, em que a letra brinca com a eleição de Francisco e a frustração dos brasileiros por não ter um papa.

"Brasileiro, brasileiro, que decepção, temos um Pancho I, que é maior do que Pelé", afirma uma das estrofes. "A missa não é com caipirinha, comungamos com fernet", diz outra estrofe, referindo-se a uma bebida muito consumida na Argentina.

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A conta do Papa no Twitter, @pontifex, em nove idiomas, está perto de conseguir 4 milhões de seguidores desde que foi aberta, em 12 de dezembro, por Bento XVI, e registrou um aumento considerável desde a sua reativação, após a eleição de Francisco, de acordo com os últimos dados fornecidos pela rede social. Segundo contagem recente, mais de 3,9 milhões de assinantes seguem o Papa.

O número de seguidores da conta em inglês ultrapassou 2 milhões (2.060.000). Já a conta em espanhol conta com 1.046.000, em italiano 437.000, em português são 122.000, em francês 92.600, alemão 76.700, polonês 55.200, latim 44.400 e árabe mais 38.300. Os tweets postados são os mesmos, mas traduzidos para cada idioma.

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A eleição de Francisco em 13 de março resultou na reabertura da @pontifex, fechada desde a renúncia do Papa Bento XVI em 28 de fevereiro, durante o fim da "sede vacante" foi anunciado em latim "Habemus Papam Franciscum".

A conta @pontifex havia sido fechada depois de dois meses e meio de existência junto com a renúncia de Joseph Ratzinger.

Essa conta atraiu desde o seu lançamento em 12 de dezembro até o seu fechamento temporário cerca de 2,5 milhões de "seguidores", mais de um milhão e meio para a versão em inglês.

No dia da celebração de sua primeira missa, na quarta-feira, o Papa enviou dois tweets: "O serviço é o verdadeiro poder. O Papa deve servir a todos, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os menores", declarou.

E: "Coloquem o Cristo em vossas vidas, cuidem um dos outros, protejam a criação com amor".

Em 17 de março Jorge Bergoglio enviou seu primeiro tweet como Papa: "Queridos amigos, agradeço com todo meu coração e peço que continuem a orar por mim. Papa Francisco".

Em dezembro, o tweet ousado de Bento XVI foi muito discutido no Vaticano e na Igreja. Para seus partidários, foi o modo do chefe da Igreja entrar em diálogo com a nova geração e para levar a mensagem do Evangelho. Mas para outros, o Papa se expôs desnecessariamente no Twitter, recebendo críticas, insultos e piadas escabrosas, sem poder responder.

A popularidade do novo Papa poderia mudar o tom geral dos tweets enviados ao pontífice.

O diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro Graziano da Silva, que esteve presente na missa inaugural do pontificado de Francisco, espera que o novo Papa se converta num aliado na luta contra a pobreza extrema e a fome no mundo. "Esperamos que o Papa Francisco defenda os direitos e necessidades das crianças, mulheres e homens mais vulneráveis em todo o mundo", declarou Graziano, depois de destacar que o pontífice escolheu o nome de São Francisco de Assis, "um amigo dos pobres".

O diretor da agência da ONU assistiu a missa na Praça de São Pedro em nome do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, junto com outros dignitários e uma multidão de fieis de inúmeras nacionalidades.

"O apoio do Vaticano e de outras religiões é indispensável em nossa tentativa de erradicar a fome, construir um futuro sustentável, e melhorar as vidas dos mais vulneráveis entre nós. Estes esforços não têm apenas um sentido político e econômico, como também moral", assegurou o diretor da FAO em uma nota divulgada pela unidade.

Depois da cerimônia, Graziano saudou o papa Francisco e aproveitou a ocasião para elogiar seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, por seu apoio à luta contra a fome.

"O Papa me assegurou que vai prosseguir o firme apoio do Vaticano a favor dos pobres e à luta contra a fome, e que tem a intenção de dar continuidade a nossa conversa inicial para discutir a forma de avançar nesta questão", concluiu Graziano.

O Vaticano concluiu esta segunda-feira os preparativos para a missa desta terça-feira, que marcará, oficialmente, o início do pontificado de Francisco, na Praça de São Pedro, onde são esperadas 250 mil pessoas e líderes políticos e religiosos de todo o mundo. As autoridades preveem um importante dispositivo de segurança, similar ao do funeral de João Paulo II em 2005, para zelar pelos fiéis, turistas e curiosos, além das 132 delegações oficiais, entre as quais de destaca uma grande representação latino-americana.

Uma das primeiras a chegar a Roma foi a presidente argentina, Cristina Kirchner, chefe de Estado do país de origem do até agora arcebispo de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, e a primeira a ser recebida pelo novo pontífice.

O 266º Papa da história da Igreja católica, um jesuíta que sempre se caracterizou por seu austero estilo de vida, pediu aos peregrinos de seu país que não viajassem à Cidade Eterna e dedicassem esse dinheiro para ajudar os mais necessitados.

No entanto, a julgar pelo Ângelus de domingo, muitos argentinos já se encontram na capital italiana para expressar seu afeto por este pontífice "do fim do mundo", que em poucos dias deu novos ares à milenar instituição, por sua proximidade com o povo e por suas palavras a favor de uma Igreja mais acolhedora e próxima às origens do cristianismo.

A missa de entronização, durante a qual o novo Papa receberá o pálio (estola) e o anel do Pescador (de prata, uma escolha sua) próprios do ministério petrino, deve começar pontualmente às 9h30 locais (5h30 de Brasília).

Antes, Francisco, que reside temporariamente na Casa Santa Marta, dentro dos muros do Vaticano, à espera de ocupar em alguns dias seu apartamento pontifício no Palácio Apostólico, deve saudar a multidão em seu "papamóvel".

De acordo com o Vaticano, o Papa circulará durante cerca de meia hora pela praça, entre os peregrinos, algo nada surpreendente vindo de um pontífice que já quebrou o protocolo em muitas ocasiões para saudar afetuosamente os fiéis, provocando alguma ou outra dor de cabeça para seu serviço de segurança.

A chuva que caiu de forma intermitente sobre a cidade na última semana deve dar um alívio durante a cerimônia ao ar livre que coincide com o dia de São José, padroeiro da Igreja.

O papa pronunciará uma esperada homilia previamente preparada, mas sobre a qual deverá improvisar, nesta missa concelebrada com outros 180 religiosos, e contará com a participação inédita na liturgia dos irmãos franciscanos do convento de La Verna, situado nas montanhas da Toscana.

Francisco, primeiro papa jesuíta, escolheu seu nome em homenagem a São Francisco de Assis e defende uma "Igreja pobre e para os pobres".

Após a missa, o Papa receberá as delegações, entre as quais se destacam a presidente Dilma Rousseff e o líder mexicano, Enrique Peña Nieto, que dirigem os dois países com mais católicos do mundo.

Também viajaram a Roma os presidentes de Chile, Equador, Paraguai, Costa Rica e Honduras, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, assim como os herdeiros da Coroa espanhola e holandesa, os príncipes Felipe e Willem-Alexander, este último acompanhado por sua esposa argentina, Máxima Zorreguieta.

A presença mais controversa será a do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, acusado de muitas violações de direitos humanos e que não está autorizado a pisar no território da União Europeia (UE), embora esta proibição não vigore no Vaticano.

Também é esperada a presença de vários líderes de outras regiões na entronização do papa Francisco, que no primeiro dia de seu pontificado estendeu a mão à comunidade judaica em uma carta dirigida ao rabino de Roma, Riccardo di Segni.

Este confirmou sua presença, assim como o número dois da Igreja da Inglaterra, o arcebispo de York John Sentamu; Mohamed Youssef Hajar, secretário-geral da Organização Islâmica da América Latina, representará os muçulmanos.

Desde as suas primeiras aparições públicas, Francisco e seu antecessor, o Papa Emérito Bento XVI, mostraram dois estilos diferentes, não só em seus atos e palavras, mas também na forma de se vestir.

BRANCO CONTRA VERMELHO - Em sua aparição no balcão da praça São Pedro, Jorge Bergoglio exibiu um estilo austero, com o branco na batina, na esclavina (pequena capa usada sobre a túnica) e no solidéu (gorro de seda) como cor predominante.

Totalmente contrário ao vermelho intenso das roupas de Bento XVI quando, em abril de 2005, saiu no balcão para saudar pela primeira vez os fiéis com uma estola vermelha com bordados dourados e uma esclavina também vermelha sobre sua batina branca, seguindo a tradição de muitos papas antes dele.

Em outra amostra da mudança de estilo, Francisco apareceu no balcão sem estola para dirigir-se aos fiéis e somente colocou-a durante a breve bênção 'Urbi et Orbi'. Logo depois quis ele mesmo tirá-la, e rapidamente um sacerdote veio correndo para ajudar.

CRUZ DE FERRO, CRUZ DE OURO - Nos primeiros dias de seu pontificado, outro detalhe chamou atenção na indumentária do novo Papa: sua cruz de ferro. Se trata da mesma cruz que usa desde que foi proclamado bispo de Buenos Aires. Segundo seus colaboradores, nunca mudou durante sua etapa como arcebispo e é possível que a mantenha ao longo de seu pontificado.

Bento XVI, pelo contrário, seguindo mais uma vez a tradição, usou desde o primeiro dia cruzes de ouro, algumas ricamente decoradas usadas nas grandes cerimônias católicas.

SAPATOS VERMELHOS, SAPATOS PRETOS - A única originalidade que Bento XVI se permitiu em suas vestimentas foram seus surpreendentes sapatos vermelhos, gerando boatos de que poderiam ser de uma marca de luxo. Mas, na verdade, era uma velha tradição que João Paulo II havia abandonado e que o Papa alemão recuperou, onde o vermelho no calçado simboliza os mártires da Igreja e o sangre de Jesus Cristo.

Em vez do vermelho, Francisco optou até agora por sapatos pretos mesmo que, segundo a versão de um porta-voz do Vaticano, a cor não tenha nada de simbólica e tenha uma razão muito mais terrena. Ao que parece, antes de viajar para para o conclave, um amigo disse a Francisco que ele não poderia ir a Roma com os sapatos que tinha, "em muito mal estado", e o presenteou com novos, os mesmos que usa até agora.

Outro detalhe surpreendente são as calças pretas que Francisco usou em várias ocasiões dos primeiros dias de seu pontificado. "Quando se viu um Papa vestido dessa forma?" estampou o jornal italiano 'La Stampa', ressaltando o preto aparente sob a batina branca.

O ANEL DO PESCADOR - Também há diferenças no Anel do Pescador, um dos principais símbolos do poder papal. O do papa Francisco será de prata dourada, mais simples que o de ouro maciço que usava Bento XVI, como muitos de seus antecessores.

É um modelo feito pelo artista italiano Enrico Manfrini, conhecido como "o escultor dos Papas", e que representa São Pedro, o fundador da Igreja, com as chaves do reino de Deus.

Delegações de mais de 130 países estarão presentes à missa solene que marcará amanhã o início do pontificado de Francisco, que nesta segunda-feira teve um encontro cordial com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner.

O Vaticano se prepara para a celebração, na terça-feira, dos festejos a São José com a chegada de mais de 30 chefes de Estado, além de representantes de outras nações, confissões e personalidades.

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Por se tratar do primeiro papa latino-americano da história, haverá uma grandes presença de líderes da região. Além de Cristina Kirchner, estarão presentes a presidente brasileira, Dilma Rousseff, o mexicano, Enrique Peña Nieto, e o chileno, Sebastián Piñera, entre outros chefes de Estado e de governo latino-americanos.

Antes da cerimônia, o papa passeará a bordo do papamóvel pela Praça São Pedro para saudar dezenas de milhares de fiéis esperados para a missa.

A cerimônia propriamente dita, no entanto, terá início com Francisco e os patriarcas católicos do oriente rezando perante a tumba do apóstolo Pedro, situada sob o altar-mor da Basílica de São Pedro.

A seguir, eles sairão em procissão pela praça. Francisco receberá então o Anel do Pescador, símbolo do papado que levará no dedo anular da mão direita. Também será depositado sobre os ombros do novo pontífice o pálio branco com cinco cruzes vermelhas feito de lã de carneiro.

Finalizado o ritual, Francisco estará oficialmente entronizado como o 266º papa da Igreja Católica e dará início à celebração litúrgica. As informações são da Associated Press.

Os argentinos estão orgulhosos do fato de o novo Papa ser seu compatriota, mas esperam mudanças profundas na Igreja Católica, como a aceitação do uso de anticoncepcionais e da homossexualidade, segundo uma pesquisada realizada pela consultoria Ibarômetro. Entre os entrevistados, 54,2% manifestaram orgulho pela escolha do argentino Jorge Bergoglio como Papa, mas pedem mudanças, como permitir o uso de preservativos (82,7%) e a homossexualidade (59,7%).

"O interessante (na pesquisa) é ver como a reação favorável à escolha do Papa convive com a expectativa de mudança, o que implica uma visão crítica sobre a Igreja", declarou à AFP o sociólogo Ignacio Ramírez, responsável pela pesquisa de opinião.

Segundo ele, a reação favorável "se apoia no nacionalismo e no gestual do Papa". "Mas essa aceitação não implica uma febre religiosa" na Argentina, explicou.

Aproximadamente 75% dos 40 milhões de argentinos professa a religião católica, de acordo com dados da instituição religiosa. Ao mesmo tempo em que se disseram satisfeitos com a eleição do Papa, existe "uma demanda por mudanças na Igreja em uma sociedade que passa por transformações culturais profundas", indicou Ramírez.

Jorge Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, foi contra a lei aprovada na Argentina que permitiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a da identidade de gênero (2012) que autorizou travestis e transsexuais a se registrarem com o sexo escolhido.

Além disso, "ao contrário do que se pensa, há uma majoritária aceitação da descriminalização do aborto. Em uma pequisa realizada em dezembro, mais de 50% se disseram a favor", informou Ramírez.

Várias ONGs feministas, legisladores e opositores defendem o debate sobre o aborto, enquanto a presidente Cristina Kirchner se opõe a esta prática.

Ao serem consultados sobre qual deveria ser a prioridade do Papa, 26,8% considerou que "lutar por um mundo mais justo" e 19,3% "punir os abusos sexuais".

A pesquisa foi realizada na semana passada por telefone com mil pessoas na capital argentina.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse que pediu ao papa Francisco que ajude na longa disputa entre Argentina e Reino Unido a respeito das ilhas Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos.

Cristina disse aos jornalistas após o encontro nesta segunda-feira com o novo papa, no Vaticano, que pediu sua intercessão para "facilitar o diálogo" sobre as ilhas.

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Na semana passada, o primeiro-ministro britânico David Cameron disse que não concorda com a opinião de Francisco sobre as ilhas. Quando o papa, que nasceu na Argentina, ainda era arcebispo de Buenos Aires, ele foi citado declarando que o Reino Unido "usurpou" as ilhas.

Argentina e Reino Unido travaram uma guerra em 1982 por causa das ilhas. No início deste mês, os moradores locais, conhecidos como kelpers, participaram de um referendo no qual a grande maioria decidiu que o arquipélago deve permanecer como um território britânico ultramarino.

Não se sabe como o papa respondeu ao pedido de Cristina. As informações são da Associated Press.

Um sapateiro mexicano se deu ao trabalho de "investigar minuciosamente" os gostos e necessidades do Papa Francisco para desenhar um par de sapatos, um gesto que iniciou com Joseph Ratzinger (Bento XVI) e que pode virar uma tradição. "Necessitamos pesquisar quais são seus gostos, relembremos que Bento XVI retomou a tradição de usar como Papa um calçado vermelho. Precisamos saber também quais são suas características ao andar e muitas outras coisas, e ainda o tamanho, evidentemente", disse à AFP Armando Martín.

O sapateiro, que tem uma pequena fábrica na cidade de León, 391 km da capital mexicana, revelou que começou a desenhar alguns esboços, mas ainda não se atreve a mostrar. "É muito cedo para saber quais serão suas características finais".

Após renunciar a seu papado, Ratzinger afirmou em público que deixaria todo seu vestuário e acessórios papais no Vaticano, menos os sapatos mexicanos feitos com pele de bezerro, que lhe foram presenteados por Martín.

O empresário apenas se recupera da emoção que lhe causou o anúncio de Ratzinger sobre este fato, mas disse estar "disposto a transformar isto em uma tradição", depois do sucesso do modelo "Bento XVI", dos quais existem apenas dois pares, um em Castel Gandolfo e outro em León, no escritório de Martín.

"Precisaremos de 30 a 35 dias para concluir a pesquisa e o desenho, depois levaremos aproximadamente uma semana na produção do calçado, mas francamente não sabemos em quanto tempo sua Santidade poderá estreá-los, isso depende de sua equipe", concluiu.

Vítimas de abusos sexuais por parte de membros da Igreja Católica na Irlanda pediram nesta quinta-feira ao Papa Francisco que atue para que os culpados de pedofilia e os que acobertaram sua ação respondam por seus atos.

"Queremos que prestem contas", declarou à AFP Tom Hayes, da Aliança Victims Support Group, também vítima de abusos sexuais por parte dos membros da congregação dos Irmãos Cristãos quando era estudante no condado de Limerick.

Bento XVI, que renunciou em fevereiro, apresentou em 2010 desculpas às vítimas irlandesas de padres pedófilos, mas muitos o reprovam por ter agido pouco contra os culpados.

Na Irlanda, onde 80% da população é católica, uma série de relatórios nos últimos anos revelaram abusos sexuais praticados durante décadas em instituições católicas.

Marie Collins, agredida sexualmente aos 13 anos por um capelão de um hospital de Dublin nos anos 60, disse esperar mais empatia por parte do Vaticano.

A eleição de um Papa procedente de um continente onde vivem 40% dos católicos do mundo se insere também na tentativa da Igreja Católica de deter o rápido avanço dos protestantes evangélicos nos países em desenvolvimento, não só na América Latina, como também na África e na Ásia. Com 565 milhões de fiéis - 107 milhões deles na América Latina e no Caribe - os evangélicos já são mais de um cristão em cada quatro no mundo, segundo estatísticas indicadas por Sébastien Fath, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS).

Um número em constante ascensão e que inclui os 200 milhões de pentecostais ou "Born again", corrente surgida no começo do século XX nos Estados Unidos, que se baseia na ação e nos dons do Espírito Santo, como as profecias, as curas milagrosas e a libertação dos demônios; defende o encontro pessoal com Jesus e a conversão, alimentados em grandes cultos de tom apaixonado.

Ao fato destas igrejas atraírem facilmente populações com frequência pobres soma-se a sensação de que a Igreja Católica dá a impressão de estar distanciada da população.

O clero católico, extremamente hierarquizado, vê surgir ainda algumas igrejas pentecostais surgirem de forma espontânea, com fiéis que se declaram pastores.

"A Igreja Católica (com 1,2 bilhão de fiéis no mundo) encontrou concorrência com estes movimentos, que abocanharam parte de seus fiéis a partir dos anos 1980, em particular na África e na América Latina", afirma David Behar, do Polo Religiões do Ministério francês das Relações Exteriores.

"Na Guatemala, mais da metade da população, que era 95% católica, se converteu ao Neopentecostalismo. No México, o sentimento de que o clero está muito ligado ao poder político contribuiu para que os fiéis fossem para uma igreja mais independente. No Brasil, um quarto da população" mudou de religião, assegurou.

Segundo o especialista, foi só no final de 2009, durante o sínodo de bispos da África, no Vaticano, que alguns bispos puderam expor o problema trazido por estas igrejas, por causa principalmente do "proselitismo agressivo" de alguns de seus pastores.

Diante dos desvios de algumas igrejas pentecostais, o Conselho Nacional de Evangélicos da França (CNEF) publicou recentemente um livro sobre "a teologia da prosperidade", que faz uma severa advertência aos pastores autoproclamados que prometem saúde e riqueza material em troca de dinheiro.

Para a Igreja Católica, o rápido avanço dos pentecostais foi uma oportunidade para fazer uma autocrítica de sua ação pastoral e tentar modernizar seus métodos.

Já no Concílio Vaticano II (1962-1965), a abertura para o mundo das novas comunidades marcadas pela renovação carismática e pela crença na influência do Espírito Santo, aparecia como uma resposta às igrejas pentecostais.

O bispo francês Jacques Benoist-Gonnin, encarregado das seitas e das novas crenças, considera com bons olhos um novo enfoque do ser humano em sua dimensão "holística": "não só um corpo separado da psiquê, de sua espiritualidade, de sua dimensão transcendental, mas o ser humano em sua totalidade".

Uma concepção que alguns extrapolam através de práticas psico-espirituais que são em absoluto aprovadas de forma unânime pelo episcopado.

O acesso de Francisco ao papado confortará o catolicismo dos fiéis de seu continente, mas provavelmente não representará uma oposição no plano social e doutrinário aos valores conservadores defendidos pelos evangélicos.

Um grupo de acusados de crimes contra a humanidade durante a ditadura argentina (1976-1983) apareceu nesta quinta-feira no tribunal usando insígnias do Vaticano para homenagear o Papa argentino Francisco, informou a imprensa local. A rede de televisão C5N e o jornal La Mañana de Córdoba mostraram imagens dos acusados sentados no banco dos réus com as insígnias do Vaticano na lapela, no julgamento que ocorre nesta cidade do noroeste da Argentina.

O julgamento, iniciado em dezembro de 2012, determinará as responsabilidades de um grupo de mais de 40 militares envolvidos em atrocidades cometidas no centro clandestino de detenção La Perla, em Córdoba, entre eles o comandante da unidade, Luciano Menéndez, já condenado a sete penas de prisão perpétua.

O gesto ocorre um dia após a eleição do argentino Jorge Bergoglio como Papa e reaviva a polêmica sobre a atitude complacente da Igreja católica argentina durante os anos da ditadura (1976-1983).

Com a histórica eleição do primeiro papa da América Latina, a Igreja Católica aposta na região com o maior número de fiéis para reafirmar a sua dimensão global e envia uma mensagem de esperança aos deserdados de todo o mundo, consideraram nesta quinta-feira vários especialistas. A chegada do argentino Jorge Bergoglio, que exercerá seu pontificado como Francisco, rompeu com 13 séculos de eurocentrismo, 35 anos depois do primeiro papa não italiano da era moderna, João Paulo II, a ocupar o Trono de Pedro.

O próprio Francisco, que não provém da Cúria romana, o governo central da Igreja, referiu-se a esse aspecto em sua primeira aparição no balcão da Basílica de São Pedro, dizendo com um inabitual senso de humor que os 115 cardeais que participaram do conclave haviam ido buscá-lo "quase no fim do mundo".

Esta "vitória do novo mundo" depois dos pontificados de João Paulo II e de Bento XVI, "é uma mensagem de que o papado é realmente universal", explicou à AFP Marco Politi, vaticanista do jornal La Stampa.

Com 483 milhões dos 1,2 bilhão de fiéis espalhados pelo mundo, a América Latina é o continente de mais forte presença de uma Igreja que perdeu influência nas sociedades ocidentais, cada vez mais individualistas e secularizadas.

Para o historiador católico Alberto Melloni, a chegada deste papa simples, austero e com experiência pastoral "permite ao Vaticano se libertar da obsessão em afirmar sua presença na sociedade europeia secularizada".

"Abre horizontes completamente diferentes", antepondo os valores católicos mais profundos e "pode ser uma força inspiradora para aqueles que perderam a fé", acrescentou em uma entrevista concedida à AFP.

A chegada do primeiro papa jesuíta, considerado ortodoxo não doutrinário e mais moderado no âmbito social, dá um sopro de ar fresco ao Vaticano, após os escândalos de pedofilia e abusos de poder que marcaram o último pontificado.

"Começamos este caminho juntos, bispos e povo", proclamou Francisco, que tem seu nome inspirado no santo dos pobres, São Francisco de Assis, anunciando assim desde a sua primeira aparição no balcão de São Pedro a sua intenção de iniciar uma nova era marcada por uma proximidade maior com os fiéis.

Francisco goza de grande prestígio entre os membros de sua diocese de Buenos Aires, que apreciam a sua disponibilidade e seus capacidade de se comunicar, assim como seu estilo de vida sem ostentação.

Para Politi, com sua simplicidade envia também "uma mensagem de esperança às massas deserdadas do Terceiro Mundo de que é um Papa que conhece de perto suas condições".

Inclusive os setores mais progressistas da Igreja receberam com otimismo o Papa eleito na véspera contra todas as previsões, enquanto os vaticanistas apostavam no italiano Angelo Scola e no brasileiro Odilo Scherer, considerado o candidato da Cúria.

O pontífice argentino "está consciente da crise da Igreja, da necessidade de uma reforma séria, a começar pela Cúria romana. Isso me deixa esperançoso", declarou Frei Betto, um dos expoentes da Teologia da Libertação, à qual Jorge Bergoglio sempre se opôs.

E o teólogo Hans Kung, que nas últimas semanas pediu que se aproveite a oportunidade de mudar oferecida pela renúncia de Bento XVI, considerou que o pontífice argentino "pode ajudar".

"Os problemas da Igreja, do celibato à crise de vocações, são problemas mundiais", declarou em uma entrevista concedida ao La Repubblica. "Esperamos que um papa extraeuropeu abra novas perspectivas".

O papa Francisco terá mais compromissos na Jornada Mundial da Juventude do que estava previsto para seu antecessor, o papa emérito Bento XVI. O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, levará ao Vaticano a proposta para que o argentino visite o Cristo Redentor e uma favela, a exemplo do que fez João Paulo II, que esteve no Morro do Vidigal, na zona sul, em 1980. Dom Orani tem uma pista de que seus convites serão aceitos: foi avisado de que o papa começará a ter aulas para aperfeiçoar o português.

"Evidentemente, com Bento XVI havia uma limitação por causa da idade, para não cansá-lo demais. Com o novo papa, poderemos ter outros compromissos que não estavam previstos. Um sonho que eu tinha era levar o papa ao Cristo Redentor e agora talvez possa se concretizar", afirmou dom Orani, em entrevista ao RJTV.

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A programação inicial previa a participação do papa na missa de acolhimento, em Copacabana, na quinta-feira, 25 de julho; na via sacra que será encenada também em Copacabana, no dia seguinte; na vigília, em Guaratiba, no sábado; e na missa de encerramento, no domingo, 28. O papa também receberá dois jovens de cada continente para um almoço, no Palácio São Joaquim, na Glória. Esses compromissos estão mantidos.

Dom Orani irá a Roma para acertar a agenda do papa. Possivelmente, o arcebispo vai propor que Francisco visite uma favela pacificada. "Começamos a conversar e a estudar e uma das hipóteses é essa, que ele visite uma área pacificada, por causa da questão da segurança", afirmou o bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Antonio Augusto Dias Duarte, vice-presidente do Comitê Organizador Local (COL).

Dom Antonio acredita que a inscrição de latino-americanos, principalmente argentinos, aumente com a escolha do papa Francisco, mas ainda não foi possível contabilizar se já houve crescimento no número de inscritos. Até agora, os argentinos representam o maior número de voluntários de outras nacionalidades - 695, entre 7.500 voluntários estrangeiros.

O COL terá reuniões com os ministérios da Defesa, Justiça e Secretaria Especial de Grandes Eventos para discutir como será a fiscalização nas fronteiras, por conta do possível aumento de peregrinos. "Tudo deve estar muito organizado, a questão dos aeroportos, estradas, zonas fronteiriças. Vamos expor essas dificuldades para esses órgãos", afirmou. O bispo auxiliar reforçou o apelo para que mais pessoas abram suas casas para receber peregrinos. Estão asseguradas até agora 250 mil vagas; a meta é chegar a um milhão.

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Os jornais de Roma, capital italiana, repercutiram positivamente a escolha do argentino Jorge Mario Bergoglio como novo papa. Francisco I, como decidiu ser chamado, iniciou o seu período a frente da Igreja Católica nesta quinta-feira (14). Ele foi eleito após dois dias de conclave no Vaticano.

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Durante este primeiro dia, Francisco primeiro realizou uma missa privada em Roma. Jorge Mario está hospedado na Casa Santa Marta, local que ficará até se mudar para o Palácio Apostólico.

O Papa Francisco é um verdadeiro portenho e, além de ouvir tango, gostava de dançar milonga com a namorada em sua juventude, segundo afirmou Jorge Mario Bergoglio em uma longa entrevista que deu aos jornalistas Sergio Rubín e Francesca Ambrogetti, publicada no livro "O Jesuíta". "Gosto muito de tango. É algo que sai de dentro de mim", afirmou na ocasião.

Na entrevista, publicada em 2010, Bergoglio revelou um traço desconhecido de sua vida ao comentar seu gosto musical, e principalmente destacar a orquestra do argentino Juan D'Arienzo, conhecido como "El rey del compás", assim como Carlos Gardel, Julio Sosa e Astor Piazzola.

Como bom pastor, relacionou o mundo do tango com o religioso ao mencionar sua admiração pela cantora e atriz Ada Falcón, que abandonou as artes para virar freira. "Sabe dançar o tango?" - perguntou um dos entrevistadores. "Sim. Dançava quando jovem, apesar de preferir a milonga", respondeu, referindo-se a um gênero musical folclórico típico da Argentina e do Uruguai.

Os entrevistadores também se interessaram pela vida amorosa do então cardeal. "Teve namorada?"  "Sim. Fazíamos parte de um grupo de amigos com quem íamos dançar".

Segundo Bergoglio, o romance acabou quando ele descobriu sua vocação religiosa.

O papa Francisco deve de instalar rapidamente no apartamento pontifício no Vaticano, com poucas mudanças em relação à época de Bento XVI, anunciou nesta quinta-feira o Vaticano. Após a missa que vai presidir na Capela Sistina à tarde, o ex-cardeal Bergoglio deverá se mudar para o terceiro andar do Palácio Apostólico.

Os trabalhos de mudança podem começar desde já a fim de permitir que o Papa possa chegar o mais rápido possível a sua nova residência e deixar a suíte confortável da Casa Santa Marta. Serão trabalhos rápidos, assegurou o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, porque os apartamentos pontifícios estão em "bom estado". Eles já tinham sido reformados por Bento XVI no início de seu pontificado.

Será da janela de seu futuro gabinete que o novo pontífice, como todos os seus antecessores, recitará seu primeiro Angelus, a partir do meio-dia de domingo. Consultado sobre as normas de segurança em torno do Papa argentino, o porta-voz indicou que encarregará o serviço de segurança de "se adaptar ao estilo pastoral" do novo pontífice, como sempre ocorre.

O novo sumo pontífice, acrescentou o padre jesuíta, fala, além de sua língua maternal, espanhol, quatro outras línguas: francês, inglês, italiano e alemão.

Ele acrescentou que sabe ler e entender o português, dada a proximidade geográfica de seu país com o Brasil, e ressaltou que isso será necessário para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), em julho no Rio.

O padre Lombardi declarou também que "não será surpresa de houver apenas manutenções de postos" na Cúria nos próximos dias. Essas manutenções, para alguns, devem ter curta duração, pelo tempo que o pontífice levará para pensar em seus novos colaboradores.

Ao final do pontificado de Bento XVI, em 28 de fevereiro, os chefes de dicastérios (ministérios) pararam de exercer suas funções, com seus serviços sendo administrados por seus secretários e, para o Secretariado de Estado, pelo substituto Giovanni Angelo Becciu.

O dalai-lama parabenizou nesta quinta-feira o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio por ter sido eleito papa no conclave encerrado ontem e elogiou a decisão dele de ser o primeiro pontífice a adotar o nome Francisco.

"Eu ofereço a você meus cumprimentos e meu sentimento de alegria por você ter sido eleito papa", disse o Nobel da Paz.

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"Embora eu não seja muito familiar aos santos católicos, eu tenho conhecimento sobre São Francisco, já visitei a cidade de Assis e participei de encontros ecumênicos por lá", completou.

A decisão de Bergoglio de tornar-se o primeiro papa a ser chamado de Francisco baseia-se no legado de São Francisco de Assis, fundador da ordem franciscana no século 13 e símbolo do ascetismo.

O líder budista tibetano, que fugiu para Índia depois de uma fracassada revolta no Tibete em 1959, expressou seu "sentimento de alegria" em carta enviada ao primeiro papa das Américas. Muitas potências ocidentais veem o dalai-lama, de 77 anos, como um líder espiritual dos tibetanos, assim com a Índia, mas a China o vê como um separatista perigoso. As informações são da Dow Jones.

A Catedral de Buenos Aires ficou cheia de paroquianos argentinos, entre surpresos e esperançosos, para celebrar a nomeação de Jorge Bergoglio, seu cardeal, como Papa Francisco I, nesta quarta-feira. "Estou muito contente, muito surpreso porque não esperava. Inclusive no momento que assistimos pela televisão a fumaça branca, pensamos no candidato brasileiro ou no italiano. Íamos com minha amiga ao cinema e, quando soubemos, viemos imediatamente para a Catedral para estar com os nossos", disse à AFP Mariano Solís, 33 anos, que chegou ao templo neoclássico em frente à histórica Praça de Maio.

Logo após sua chegada, Solís foi um dos muitos que participaram da reza de um rosário "em ação de graças por nosso papa Francisco I que há alguns instantes era nosso cardeal Bergoglio", comentou durante a comemoração dos fiéis que se abraçavam e choravam de emoção.

O anúncio feito em Roma foi recebido com uma prolongada ovação por cerca de 200 fiéis que estavam em uma missa na Catedral, enquanto centenas de pessoas e veículos de televisão começaram a se aproximar da igreja onde o novo pontífice costuma rezar missa como Primaz da Argentina.

A surpresa atingiu a própria Igreja Católica da Argentina, admitiu o responsável de imprensa do Arcebispado, Federico Wals.

"Bergoglio viajou tranquilo (ao Vaticano para participar do conclave de cardeais), com passagem de volta para meados da próxima semana", contou Wals na Catedral.

Wals admitiu que a nomeação não era esperada, a ponto de em Buenos Aires haver cartazes espalhados anunciando sua presença nas missas da Semana Santa, relembrou.

"Estou surpreso, não pensava que escolheriam Bergoglio, é o primeiro Papa latino-americano e isto será sumamente positivo para a região" disse à AFP Gastón Hall, um publicitário de 37 anos, que se definiu como católico praticante, ao entrar na igreja localizada em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino.

Já Ana María Pérez Bodria, de 60 anos, primeira vice-presidente da Ação Católica afirmou, embora tivesse esperanças, recebeu a notícia com grande alegria.

"O cardeal é um missionário evangelizador e das ruas", considerou ela.

Claudio Bonani, um empresário brasileiro de 42 anos que também se aproximou da Catedral após o anúncio da eleição do primeiro papa não europeu em 1.272 anos, disse que não conhecia Bergoglio, mas confia que fará "um grande papado".

"É simples e tem grande compaixão com os mais necessitados", comentou o monsenhor Eduardo García, bispo auxiliar de Buenos Aires ao destacar que a escolha do novo papa era uma possibilidade".

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