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A Caixa entrou com uma ação na Justiça contra o ex-presidente do banco Pedro Guimarães para reaver cerca de R$ 45 mil em telefones celulares funcionais que estariam em sua posse. Guimarães deixou a Caixa em meados de 2022 após vir à tona denúncias de abuso sexual e moral contra ele de funcionários do banco.

Ao deixar o cargo, segundo a Caixa, ele não devolveu os celulares que usava para as suas atividades como executivo.

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Conforme relatos de fontes ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), os celulares podem não ter sido devolvidos porque teriam sido quebrados por Guimarães em momentos de "raiva".

Em nota, o banco afirmou que a ação foi proposta perante a Justiça Federal de Brasília, tendo sido distribuída para a 20ª Vara Federal Cível da SJDF.

Conforme a Caixa, o pedido formulado na demanda refere-se à obrigatoriedade de devolução dos aparelhos telefônicos não devolvidos quando de seu desligamento desta empresa.

"Caso não seja possível a devolução dos equipamentos, requer-se o pagamento do valor correspondente ao reembolso dos montantes devidos, o que, de acordo com as respectivas notas fiscais, gira em torno de R$ 45 mil", afirmou a Caixa, em nota.

A Justiça Federal de Brasília aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, tornou-se réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias do banco estatal.

Os detalhes da denúncia ainda não são conhecidos, pois a ação penal contra Guimarães tramita sob sigilo. Casos envolvendo assédio, sobretudo sexual, costumam tramitar em segredo de Justiça, como forma de preservar a intimidade das vítimas.

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O caso veio à tona em meados do ano passado, quando uma reportagem do portal Metrópoles revelou as acusações de assédio feitas por cinco funcionárias da Caixa à ouvidoria da instituição. Outras vítimas apareceram após a repercussão, que levou Guimarães a ser demitido da presidência do banco.

Após as revelações, o MPF passou a investigar o caso, o que resultou na denúncia agora aceita pela 15ª Vara Federal de Brasília. Na acusação, constam depoimentos captados em vídeo das vítimas, que foram interrogadas pelos procuradores responsáveis.

Com a abertura da ação penal, inicia-se uma nova fase de instrução do processo, em que acusação e defesa poderão solicitar novas diligências e, ao final, deverão apresentar as alegações finais, antes da sentença do juiz.

Guimarães é alvo ainda de um outro processo, dessa vez na seara trabalhista, no qual o Ministério Público do Trabalho (MPT) pede indenização de R$ 30,5 milhões pelos danos causados pelo ex-presidente da Caixa.

O executivo sempre negou todas as acusações. Em nota, o advogado José Luis Oliveira Lima, que representa Guimarães, disse que seu cliente é inocente e que ele confia na Justiça. “A defesa de Pedro Guimarães nega taxativamente a prática de qualquer crime e tem certeza de que durante a instrução a verdade virá à tona, com a sua absolvição”, disse o defensor.

O Ministério Público Federal (MPF) concluiu as investigações sobre as denúncias de assédio sexual e moral na Caixa, praticados pelo ex-presidente do banco, Pedro Guimarães. O processo está sob sigilo e, portanto, não é possível confirmar se o ex-gestor é alvo de acusação formal ou se será condenado criminalmente.

Desde a divulgação das denúncias feitas por empregadas do banco, há quase sete meses, Guimarães e outros executivos do banco acusados de praticar os assédios não sofreram condenações na Justiça. A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) acompanha de perto os desdobramentos do caso e pede a punição rigorosa aos autores. 

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“Não vamos deixar passar sem que sejam punidos todos os evolvidos neste escândalo que, infelizmente, manchou a história da Caixa”, disse o presidente da Federação, Sergio Takemoto. Em setembro do ano passado a Fenae solicitou ser assistente na ação do Ministério do Trabalho (MPT) que pede a condenação de Guimarães e da empresa.

A ação do MPT pediu a condenação de Pedro Guimarães ao pagamento de R$ 30,5 milhões pelos danos causados às mulheres. Também solicitou que a Caixa pague R$ 305 milhões pela omissão na investigação.    De acordo com a conclusão do MPT, o número de assédio quadruplicou no banco durante a gestão do ex-presidente. Entre 2013 e 2018, a média de denúncias de assédio recebidas pela Caixa era de 80 por ano. A partir da gestão de Pedro Guimarães, em 2019, até o dia 1 de setembro de 2022, a média subiu para 343 denúncias por ano – um aumento de 425%.   

Gestão humanizada - A escolhida do presidente Lula para presidir a Caixa, a diretora da Fenae e Conselheira de Administração do banco, Rita Serrano, falou com a Federação sobre a crise reputacional do banco após as denúncias e avisou que o assédio na Caixa vai ficar para trás. “É um escândalo vergonhoso para a história da Caixa”, disse. “Mas a era de assédio vai acabar. Nós vamos humanizar as relações de trabalho”, afirmou.   

“Assédio Nunca Mais” – No último mês, a jurista e advogada atuante nos processos das denúncias da Caixa, Soraia Mendes, conversou com a Fenae sobre o caso. Para ela, este é o maior escândalo de assédio sexual no Brasil. Ouça o podcast no Spotify ou assista no Youtube da Fenae a conversa, que teve a participação da diretora de Políticas Sociais da Fenae, Rachel Weber e da psicóloga do trabalho, pesquisadora e professora Fernanda Sousa Duarte.

*Da assessoria 

A Caixa confirmou o encerramento das investigações internas sobre as denúncias de assédio moral e sexual do ex-presidente do banco Pedro Guimarães contra servidores da instituição. Segundo a Caixa, as conclusões foram enviadas aos "órgãos competentes".

"O banco não divulga o documento, pois somente as autoridades competentes poderão quebrar o sigilo do conteúdo", disse o banco, em resposta por escrito.

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A informação foi antecipada pela Coluna Radar, da revista Veja. Segundo a reportagem, o relatório enviado ao Ministério Público tem 490 páginas.

Guimarães foi exonerado da presidência da Caixa no dia 29 de junho após o portal Metrópoles revelar que o MPF investigava as denúncias de abuso. Daniella Marques o substituiu no cargo.

Veja a resposta completa da Caixa abaixo:

"CAIXA informa que as conclusões da investigação interna foram encaminhadas aos órgãos competentes.

O banco não divulga o documento, pois somente as autoridades competentes poderão quebrar o sigilo do conteúdo."

 O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu inquérito para investigar as acusações de assédio moral e sexual feitas ao ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães, que pediu demissão do cargo no mês passado após o surgimento das primeiras denúncias. 

O caso era acompanhado pelo MPT por meio de um procedimento preliminar. Na segunda-feira (25), uma portaria assinada pelo procurador do trabalho Paulo Neto transformou a apuração em inquérito civil para aprofundamento do caso.   

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No comando da instituição desde janeiro de 2019, Guimarães pediu demissão após um site de notícias publicar, no dia 28 de junho, denúncias de funcionárias de carreira da Caixa que o acusavam de assédio sexual e moral. 

Guimarães foi substituído no cargo pela economista Daniella Marques, que era secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.   

A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Pedro Guimarães e aguarda retorno.

Além de rigor nas investigações de todas as denúncias de assédios sexual e moral na Caixa Econômica Federal, empregados do banco cobram da empresa amplo acolhimento e assistência às vítimas, além de ações efetivas para o combate a qualquer tipo de assédio na estatal. Canais para denúncias foram destacados na primeira reunião entre representantes dos trabalhadores e da Caixa para a negociação de reivindicações específicas dos empregados do banco público dentro da Campanha Nacional 2022 dos bancários. 

   Um dos canais é por meio do plantão jurídico da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae). “Crimes como os que vêm sendo denunciados por empregadas e empregados da Caixa são intoleráveis no banco público e em qualquer local de trabalho”, afirma o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “Toda denúncia deve ser investigada de forma ampla, transparente e com plena participação da representação sindical”, reforça Talemoto. 

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   “A situação é gravíssima”, destacou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretor de Administração e Finanças da Fenae, Clotário Cardoso, durante reunião em que foram apresentadas reivindicações específicas dos trabalhadores do banco a representantes da estatal, nesta última semana.   

 Cardoso reforçou a necessidade de esclarecimentos e providências da Caixa sobre as graves denúncias de assédio praticado por Pedro Guimarães enquanto ele ocupava a presidência do banco. “Obviamente, respeitamos o direito de defesa de todas as pessoas; mas, queremos apuração rigorosa dos casos atribuídos não só a Guimarães como também a outros dirigentes da empresa”, enfatizou o coordenador da CEE/Caixa.   

 Clotário Cardoso também afirmou que “o assédio moral já está comprovado em áudios e vídeos e deve ser punido”. Ele ainda observou que o crime foi praticado contra Pessoas com Deficiência (PCDs). “Colocando a vida delas em risco”, completou Cardoso, ao pontuar a existência de dezenas de denúncias apresentadas por entidades representativas sob investigação por diferentes instâncias da Justiça.     A diretora de Políticas Sociais da Fenae e representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi/RS), Rachel Weber, informou que entidades estão preparadas para oferecer acompanhamento psicológico e acolher as mulheres que quiserem fazer denúncias. “Independentemente da mesa de negociação, todas as mulheres da Caixa foram afetadas”, ressaltou. “O que aconteceu não pode se tornar uma receita de medo. Ao contrário, a força dessas mulheres nos mostra que não devemos nos calar, nos silenciar diante de situações de assédio”, acrescentou Weber.   

 CANAL INSTITUCIONAL — Durante a reunião, representantes do banco apresentaram o novo canal institucional para denúncias de assédios moral e sexual: o “Diálogo Seguro Caixa”. Clotário Cardoso observou que a CEE/Caixa vai analisar e acompanhar o serviço.   

 “Precisamos de garantias de que é um canal seguro, onde as mulheres serão realmente acolhidas e respeitadas”, afirma. “É fundamental que as entidades tenham acesso e acompanhem as denúncias feitas por meio deste canal. Também precisamos fomentar a cultura da denúncia, de modo que os trabalhadores e trabalhadoras não sejam desestimulados a denunciar”, defende Cardoso.     OPRESSÃO — A opressão vivida por trabalhadores da Caixa já vinha sendo alertada pela Fenae. Pesquisa divulgada pela Federação, este ano, revelou o aumento da quantidade de empregados do banco público submetidos a assédio moral: 6 em cada 10 bancários afirmaram ter passado por este tipo de situação. Em estudo anterior encomendado pela Fenae à Universidade de Brasília (UnB), o índice chegava a 53,6%.   

 A atual pesquisa, que ouviu mais de três mil trabalhadores da Caixa em todo o país, também comprovou que o trabalho no banco estava afetando a saúde de 80% dos empregados. Trouxe, ainda, outros dados alarmantes: 33% estavam afastados por depressão, 26% por ansiedade, 13% por Síndrome de Burnout e 11% por Síndrome do Pânico.   

 CAMPANHA NACIONAL — Como a Fenae recentemente destacou, um artigo específico sobre combate ao assédio sexual poderá ser incluído na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários. A reivindicação foi apresentada pelo Comando Nacional da categoria e será analisada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) dentro da Campanha Nacional 2022 dos bancários, cuja data-base é 1º de setembro.     As reivindicações apresentadas pelo Comando à Fenaban ainda incluem a garantia de proteção e assistência às vítimas, com período de estabilidade e afastamento do ambiente de agressão; apuração de todas as denúncias de abusos; capacitação do quadro de pessoal sobre o tema; e divulgação de cartilhas para o combate ao assédio. Caberá à empresa coibir situações constrangedoras, humilhantes, vexatórias e discriminatórias, promovidas por superior hierárquico ou qualquer outro empregado no ambiente de trabalho. Em casos denunciados e reconhecidos, todas as despesas médicas deverão ser reembolsadas pelo banco ao trabalhador. 

   Além do combate ao assédio, a pauta da Campanha Nacional inclui a garantia dos empregos, o fim das terceirizações que se ampliam no setor e a jornada contratual de quatro dias de trabalho, entre segunda e sexta-feira. Os trabalhadores também reivindicam assistência à saúde, tratamento de bancários com sequelas da Covid-19 e teletrabalho negociado. Defendem, ainda, a manutenção da Caixa 100% pública e de outras estatais estratégicas ao país.   

 Entre as cláusulas econômicas da Campanha Nacional 2022, os bancários solicitam a correção das remunerações e de benefícios, a exemplo dos vales refeição e alimentação, considerando o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] entre 31 de agosto de 2021 e 1º de setembro deste ano. Em relação à reposição salarial, os trabalhadores defendem a correção pelo INPC mais 5% de aumento real.

*Da assessoria 

O Ministério Público do Trabalho realizou na manhã desta segunda-feira, 4, uma inspeção surpresa na sede da Caixa Econômica Federal na esteira da apuração aberta pelo órgão para analisar as acusações de assédio sexual contra o ex-presidente do banco Pedro Guimarães. O procurador Paulo Neto, responsável pelas apurações preliminares no âmbito do MPT, compareceu ao local com o objetivo de verificar o espaço físico onde os assédios denunciados podem ter ocorrido e observar como os funcionários se movimentam internamente.

"É importante que a gente tenha essa ideia de como é o espaço físico. Quais setores se relacionam, onde funciona a presidência, a vice-presidência, por onde as pessoas circulam. O objetivo da inspeção foi mais pra ter essa noção por parte do procurador que está presidindo o feito", afirmou ao deixar o prédio.

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Paulo Neto foi recebido na Caixa pelo diretor jurídico do banco, que o acompanhou durante a inspeção. O procurador tirou fotografias do local para ajudar nas investigações, que ainda estão em um momento inicial, de colheita de provas. Neto relatou que assinou o despacho designando a inspeção na noite deste domingo, 3, e que a diligência não foi comunicada à Caixa em razão da 'urgência'.

De acordo com o procurador, a apuração do MPT foca em suposto assédio moral dentro do caso, mas sem descartar o assédio sexual, já que as duas condutas 'andam em conjunto'. Neto indicou inclusive que vai elaborar um pedido de compartilhamento de informações a ser encaminhado ao Ministério Público Federal.

"Hoje temos basicamente o relato, que a imprensa conseguiu colher e a apuração do assédio sexual no Ministério Público Federal. O Ministério Público do Trabalho vai focar no assédio moral. Sem embargo da apreciação do assedio sexual. Porque o assédio sexual e o assédio moral andam em conjunto. Geralmente o assediador, quando a vítima não cede a suas investidas, ele parte para o assédio moral. Ele ignora, adota medidas de retaliação. São condutas que andam conjuntamente", afirmou.

Como mostrou o Estadão, a CEF foi instada pela Procuradoria a apresentar uma série de informações no âmbito das apurações, entre elas "a relação de denúncias eventualmente apresentadas" contra o executivo e também contra o vice-presidente de Atacado na Caixa, Celso Leonardo Barbosa, desde que eles assumiram os cargos. Pedro Guimarães também foi notificado pelo MPT sobre as apurações. O órgão deu dez dias para que o ex-dirigente da Caixa se manifestasse sobre as acusações.

O procedimento aberto pelo MPT após as denúncias de assédio sexual contra Guimarães serem reveladas pelo site "Metrópoles" na terça-feira, 28, chama-se notícia de fato. Trata-se de uma espécie de apuração preliminar, em que é analisada a competência do MPT para investigar o caso. Eventualmente, o procedimento pode ser convertido em um inquérito civil.

As denúncias feitas por cinco funcionárias, que relataram abordagens inapropriadas do então presidente do banco, também estão sob apuração do Ministério Público Federal, na esfera criminal. Além disso, o Tribunal de Contas da União também abriu uma apuração sobre o caso, após representação do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado.

Furtado defendeu a adoção de medidas pelo TCU por ver 'flagrante violação ao princípio administrativo da moralidade' no caso. Ele avaliou que há necessidade de 'obrigatória atuação' da corte de contas, para investigar as acusações e eventualmente aplicar as 'devidas sanções administrativas' a Guimarães.

COM A PALAVRA, A CAIXA

A reportagem buscou contato com o órgão, mas, até a publicação deste texto, sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.

Uma funcionária da Caixa disse ao Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) ter sido assediada por Pedro Guimarães, então presidente do banco estatal, em um jantar da empresa em Brasília. No início do ano passado, Guimarães a teria abraçado pela cintura para tirar uma foto e mantido o abraço depois, contra a vontade da mulher, apertando-a contra seu quadril e pedindo que ela o "abraçasse forte". "Mantém a mão. Me abraça forte, me aperta, está com medo de mim?" disse Guimarães, segundo contou a servidora.

O novo relato se soma a outras denúncias de assédio contra Guimarães trazidas à tona pelo site Metrópoles e que levaram ao pedido de demissão dele da presidência da Caixa na última quarta-feira. A acusação ainda não está sob investigação formal - a servidora pretende procurar o Ministério Público Federal (MPF), mas afirma temer que o caso venha a público e que possa sofrer represálias, a principal delas financeira, com a perda do cargo de confiança que ocupa na empresa e que responde por boa parte de seu salário.

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Escolha de mulheres

À reportagem, Maria (nome fictício que será usado para preservar a identidade da funcionária) contou que o superintendente de seu setor participou de um evento no Palácio do Planalto, em Brasília. De lá, conforme o seu relato, mandou uma mensagem para ela dizendo que foi orientado por superiores a indicar uma mulher que ocupasse cargo de gerência para participar de um jantar, no mesmo dia, com o então presidente da Caixa, Pedro Guimarães. A alegação era de que era necessária a indicação de mulheres para promover a "equidade de gênero". Outras mulheres de outros setores também foram escolhidas.

No jantar (cujo local e data não serão divulgados para evitar a identificação da funcionária), Maria se sentou à mesa com nove mulheres e o vice-presidente responsável pela sua área de atuação. Cerca de 80 pessoas estavam no local, segundo ela, e Guimarães passou de mesa em mesa tirando fotos com os presentes.

De acordo com o relato de Maria, o ex-presidente a abraçou pela cintura e pediu que ela também o abraçasse pela cintura. Quando o fotógrafo terminou as fotos, conforme o seu relato, ela tentou tirar o braço, mas Guimarães lhe pediu que mantivesse o enlace. "Por que você abaixou a mão? Mantém a mão. Me abraça forte, me aperta, tá com medo de mim?", teria dito o então presidente, segundo a funcionária. Maria contou que tentou tirar a mão por mais duas vezes e foi impedida por Guimarães, que a apertava forte. "Ele me 'encoxava', apertando a minha cintura. Beijava minha cabeça várias vezes", afirmou. "Toda vez que eu tentava tirar a mão, ele mandava eu colocar de novo com veemência".

Queixa a superiores

O ato, conforme ela, aconteceu na frente do vice-presidente da área e de funcionários da Caixa. De acordo com Maria, o ato foi interrompido cerca de cinco minutos depois, quando ela conseguiu retirar o braço. No dia seguinte, a funcionária relatou o ocorrido a superiores, que teriam minimizado o acontecido e tratado a situação como uma brincadeira.

A funcionária disse que não levou a denúncia adiante na época pelo temor de ser prejudicada, mas resolveu falar agora diante dos outros casos para reforçar as acusações das colegas que vieram à tona.

"Às vezes, no mundo corporativo, você precisa fingir de besta pra sobreviver. Mas eu não poderia me calar agora e deixar as pessoas achando que isso não é verdade, que é brincadeira", afirmou.

Elevador evitado

A reportagem também ouviu o relato de uma outra funcionária sobre casos de assédio na Caixa. Essa servidora disse que, diante de inúmeros rumores, teve de tomar atitudes como evitar elevadores que o presidente pudesse usar. Ela também contou ter recusado convites para viagens na qual Guimarães pudesse estar presente e, inclusive, dispensar promoções em que ganharia aumento de R$ 10 mil para não trabalhar próxima à presidência.

O que diz a defesa

Procurado, o advogado de Pedro Guimarães, José Luis Oliveira Lima, disse que o cliente nega "categoricamente" que tenha praticado qualquer conduta fora dos padrões éticos. "Pedro Guimarães, na verdade, está sendo vítima de um processo eleitoral intenso e polarizado", disse o advogado, em nota. A Caixa também foi procurada, mas não se pronunciou até a conclusão desta edição.

Investigados pelo MPF, os relatos que levaram à demissão de Guimarães também mobilizaram o Ministério Público do Trabalho, que abriu procedimento para analisar as acusações, e o Tribunal de Contas da União (TCU), que anunciou uma auditoria no sistema interno da Caixa destinado a combater o assédio.

Áudios gravados durante reuniões na Caixa Econômica Federal mostram o ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, ofendendo e ameaçando funcionários. As gravações foram divulgadas nesta quinta-feira, 30, pela coluna de Rodrigo Rangel, no site Metrópoles, um dia depois de o executivo pedir demissão do cargo após denúncias de assédio sexual de funcionárias, também reveladas pelo Metrópoles.

"Sabe qual é a vontade? Porra, eu acho que quem está torcendo para o Lula, vocês se foderem. Voltar a Caixa a ser estuprada por aqueles ladrões, e vocês se foderem", mostra um dos áudios. Segundo o colunista, a gravação é do fim do ano passado e o ex-presidente falava para executivos da Caixa por conta de uma decisão que havia sido tomada pelo conselho do banco sem que ele tivesse sido informado.

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Durante a mesma reunião, conforme noticiou o site, outro áudio revela Guimarães pedindo que funcionários sejam perseguidos e destituídos de seus cargos e chamando o seu assessor Álvaro Pires de "pau mole".

"Quem for o responsável, vai deixar de ser, ou vice-presidente, ou diretor, ou superintendente nacional, ou gerente nacional. Então, Celso, é para você essa, porque o Vecro é pau mole. Eu quero isso no detalhe. Quero os CPFs de todo mundo", diz Guimarães.

Nesse trecho em que pede os CPFs, Guimarães se direciona a Celso Leonardo Derziê Barbosa, vice-presidente da Caixa, a fim de que todos os funcionários presentes na reunião sejam punidos com a perda dos cargos que ocupavam, caso o teor da conferência vazasse, informa a coluna.

Em outro áudio publicado no site, Guimarães dispara: "Não é aceitável. E caguei para a opinião de vocês, porque eu que mando. Não estou perguntando. Isso aqui não é uma democracia, é a minha decisão". A fala teria sido proferida após decisões serem tomadas no banco sem passar pela sua anuência.

Noutra gravação, o ex-presidente da Caixa ameaça os subordinados de perderem os cargos. "Vocês são malucos, porque vocês só têm a perder. Cara, são malucos. Não tenho que ligar para ninguém. Se eu não dei o ok, não dei o ok e acabou. É 'não'. Por que vocês vão tomar o risco de perder a função, cara, por uma coisa que eu não autorizei?", mostra o áudio.

Na última gravação revela pelo portal, Guimarães volta a falar palavrões na conversa. "A Rosana tem que dar pessoalmente a aprovação. Foda-se. 'Ah, mas o vice-presidente'. Manda todo mundo tomar no c...".

Nomeada para assumir o comando da Caixa Econômica Federal no lugar de Pedro Guimarães - que perdeu o posto por conta de denúncias de assédio sexual, que motivaram a abertura de investigação no Ministério Público Federal -, Daniella Marques é uma espécie de "braço direito" do ministro da Economia, Paulo Guedes, desde os tempos em que Guedes atuava na iniciativa privada.

Ela estava no comando da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do ministério desde o começo do ano. Na função, vinha liderando projetos voltados para o público feminino, no qual o presidente Jair Bolsonaro amarga forte rejeição na sua campanha à reeleição.

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Formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em Finanças pelo Ibmec/RJ, a nova presidente do banco estatal atuou antes por 20 anos no mercado financeiro. Ela foi sócia de Guedes na Bozano Investimentos, no Rio de Janeiro, e deixou a gestora em 2019 para trabalhar com o ministro como assessora especial.

Presente desde a campanha de 2018, Daniella tem a confiança do presidente Bolsonaro, e já chegou a participar das tradicionais lives de quinta-feira organizadas pelo chefe do Executivo - justamente para divulgar ações do Ministério da Economia voltadas às mulheres.

Programa de crédito

Daniella foi responsável por costurar o programa "Brasil Pra Elas", uma política de crédito voltada para estimular o empreendedorismo feminino no País. A medida, que faz parte de um pacote que pretende movimentar entre R$ 82 bilhões e R$ 100 bilhões em operações de crédito, foi lançada em março passado, no último Dia Internacional das Mulheres.

Pouco depois, ela passou a comandar o comitê nacional do programa, que tem como parceiros o Sebrae, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o Banco do Brasil e governos estaduais e municipais, além da própria Caixa. No último fim de semana, Daniella tinha, por exemplo, viagem marcada a Belo Horizonte com a "Caravana Brasil Pra Elas", em que se promoveram cursos de capacitação e palestras para "alavancar a participação feminina nos negócios", de acordo com informações divulgadas no site do Ministério da Economia.

Em abril, em um encontro com empresários, ela acompanhou o tom das falas do ministro da Economia ao minimizar as projeções do mercado para a economia em 2022, como estagnação do Produto Interno Bruto (PIB) no ano e risco de descontrole da agenda fiscal.

Segundo afirmou à época, os resultados de novos leilões e a trajetória de recuperação dos empregos formais são os pontos que sustentam o otimismo do governo. Daniella cutucou ainda governos estaduais e locais ao dizer que "bondades" como aumentos de salário para o funcionalismo só foram possíveis graças ao governo federal. "Assim, todos os prefeitos e governadores ficaram bons gestores", destacou no evento.

As acusações de assédio sexual que recaem sobre Pedro Guimarães, agora ex-presidente da Caixa, não ficarão limitadas às denúncias levadas ao Ministério Público Federal (MPF) por funcionárias do banco estatal. Outras instâncias se mobilizam para aprofundar as investigações.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal abriu procedimento para analisar as acusações. Com base nas denúncias trazidas pelo site Metrópoles na terça-feira, o MPT abriu um procedimento classificado como "notícia de fato" que pode resultar em um inquérito civil.

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Pedro Guimarães e a Caixa foram oficialmente notificados pelo MPT nessa quarta-feira para que se manifestem sobre as acusações em 10 dias corridos. O MPT solicitou ainda que o banco apresente "a relação de denúncias eventualmente apresentadas" contra o executivo e contra o vice-presidente de Atacado na Caixa, Celso Leonardo Barbosa, desde que eles assumiram os cargos.

Já o Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou que fará uma auditoria no sistema interno de denúncias e de combate a assédio da Caixa. A decisão foi tomada pela presidente do TCU, ministra Ana Arraes. Nos depoimentos, as mulheres foram claras em dizer que não denunciaram antes as situações por medo de serem perseguidas pela gestão do banco. Afirmaram ainda não confiar nos canais de denúncias - a Caixa possui um setor específico, a corregedoria, que tem entre as atribuições a apuração de casos do tipo.

"Nesse contexto, tendo em vista as recentes notícias veiculadas na imprensa, sobre denúncias de assédio no âmbito da Caixa Econômica Federal, que envolvem o presidente da instituição, considero pertinente que este tribunal realize ação de controle para avaliar o grau de maturidade dos instrumentos e das práticas de que esse banco público dispõe para prevenir e punir casos de assédio", afirma Ana Arraes.

A ministra afirmou que órgãos de fiscalização superior, como o TCU, "não só podem, como devem efetivamente atuar para a construção de um sistema eficaz de prevenção e combate ao assédio" nos órgãos e entidades públicas, como vem ocorrendo em outros países.

Conforme a reportagem do Metrópoles, uma das funcionárias afirmou ter conhecimento do caso de uma colega que comunicou uma situação de assédio, mas logo depois sua "denúncia" chegou às mãos de funcionários do gabinete de Guimarães. "A gente tinha muito receio, porque em qualquer lugar em que vá essa denúncia ele pode ter um infiltrado. E isso afeta o resto do meu encarreiramento, no aspecto profissional. Então, era melhor esperar passar", disse. "Noventa por cento das mulheres não vão falar porque ele tem poder."

Guimarães já era alvo de um processo por assédio moral coletivo movido pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo. O caso faz referência ao evento dos dias 14 e 15 de dezembro passado, em Atibaia (SP), quando Pedro Guimarães ordenou que os funcionários fizessem flexões no chão como se fossem soldados.

O pedido de exoneração de Pedro Guimarães da presidência da Caixa Econômica Federal, já anunciado em carta de demissão por ele mesmo divulgada e antecipada pelo Broadcast, foi oficializado em Decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União que circula nesta quarta-feira. A publicação traz ainda a nomeação da secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, para ocupar o cargo no lugar de Guimarães.

Daniella era o nome mais cotado para substituir o atual presidente da Caixa. A escolha de uma mulher para o posto, segundo fontes revelaram mais cedo ao Broadcast, ajudaria a estancar as denúncias de assédio contra funcionárias do banco que envolvem o nome de Pedro Guimarães.

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O pedido de demissão de Guimarães ocorre após o Ministério Público Federal (MPF) abrir investigação para apurar as denúncias. A abertura da investigação, que está em andamento sob sigilo, foi confirmada pelo Estadão. Cinco funcionárias relataram abordagens inapropriadas do presidente do banco. A revelação das denúncias foi feita pelo site Metrópoles na terça-feira, 28.

Daniella é considerada um 'braço direito' de Guedes desde os tempos em que o ministro atuava na iniciativa privada. Ela é formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, tem MBA em Finanças pelo IBMEC/RJ e atuou por 20 anos no mercado financeiro. Além disso, tem a confiança do presidente Jair Bolsonaro - e já chegou a participar das tradicionais lives de quinta-feira do chefe do Executivo para divulgar ações do Ministério da Economia voltadas às mulheres.

O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, confirmou em seu perfil no Instagram que pediu demissão do banco. Ele publicou a carta de demissão que encaminhou na tarde desta quarta-feira, 29, ao presidente da República, Jair Bolsonaro, cujo teor foi antecipado pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias da Caixa contra Guimarães.

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A abertura da investigação, que está em andamento sob sigilo, foi confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Cinco funcionárias relataram abordagens inapropriadas do presidente do banco. A revelação das denúncias foi feita pelo site Metrópoles na terça-feira, 28.

Guimarães estava à frente da Caixa desde 2019, sendo um dos poucos auxiliares do presidente Jair Bolsonaro que permanecia no mesmo cargo desde o começo do governo.

Ele era um dos auxiliares mais próximos a Bolsonaro, que busca a reeleição em outubro.

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Após denúncias de assédio contra Pedro Guimarães, presidente da Caixa, a secretária especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marquez, deve ser escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para substituir Guimarães e ser a nova presidente do banco estatal.

Segundo a Folha de S. Paulo, interlocutores do Palácio do Planalto afirmaram que a manutenção de Pedro no comando da Caixa se tornou inviável. A expectativa é que o anúncio da demissão aconteça até às 15h desta quarta-feira (29), antes da participação de Bolsonaro no debate da Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

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Ainda segundo o site, Pedro Guimarães estaria resistente para pedir a sua demissão e quer deixar o posto como "afastado" para que o Ministério Público Federal (MPF) conduza as investigações das denúncias de assédio. 

Entenda

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, foi denunciado por assédio sexual por funcionárias da Caixa, ao site Metrópoles. De acordo com a reportagem, os relatos foram ouvidos ao longo de semanas e os casos são investigados, sob sigilo, pelo Ministério Público Federal.

Toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis à relação de trabalho começaram a surgir no fim do ano passado e fazem parte das denúncias. Todas as mulheres que falaram ao Metrópoles trabalham ou trabalharam em equipes que atendem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa, ou seja, a Pedro Guimarães. 

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--> Presidente da Caixa diz sua vida foi pautada na ética

Denunciado por funcionárias por assédio sexual, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, se defendeu em um evento nesta quarta-feira (29). Uma investigação foi instaurada pelo Ministério Público Federal (MPF) e segue em sigilo.

Guimarães não comentou diretamente sobre o teor das denúncias, mas disse que sua a vida foi "pautada pela ética". "Eu quero agradecer a presença de todos vocês, a minha esposa. Acho que de uma maneira muito clara... São quase 20 anos juntos, dois filhos, uma vida inteira pautada pela ética", apontou em sua fala no lançamento do Plano Safra.

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A Caixa Econômica Federal informou que o pronunciamento e a coletiva de imprensa com o presidente do banco, Pedro Guimarães, previstos para a manhã de quarta-feira (29), foram cancelados.

O banco promoverá um evento em Brasília, na Caixa Cultural, para tratar da estratégia da CEF para o Plano Safra 22/23. Além de fazer um pronunciamento, Guimarães responderia a perguntas de jornalistas.

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A Caixa não informou o motivo dos cancelamentos. O portal Metrópoles publicou nesta terça-feira que o executivo é investigado pelo Ministério Público Federal por suposto crime de assédio sexual. O Estadão/Broadcast confirmou a existência da investigação.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que vai se mudar para a África caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito neste ano. A afirmação foi feita na noite da quarta-feira (30), durante um jantar promovido pelo grupo Esfera Brasil. 

“Afirmo com toda a tranquilidade a vocês, daqui a um ou cinco anos vou para Uganda, Ruanda, Tanzânia? Uma coisa que não tenho dúvida nenhuma: se não for o presidente Bolsonaro [na presidência], game over. Por quê? A Caixa, durante anos, era o paraíso do Carnaval em Salvador [com patrocínio], montando aquela festa toda. Por isso, muitas coisas não andavam, isso eu vi”, disse Guimarães, de acordo com O Globo. 

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O jantar contava com cerca de 30 empresários e teve a presença da secretária especial do Ministério da Economia, Daniela Marques. O presidente da Caixa também teria falado na “ingenuidade” de quem acha que a Caixa não voltaria a ser o que era antes “com qualquer presidente que não seja Bolsonaro”. 

Ele usou como exemplo o nome do ex-deputado Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente da Caixa entre 2011 e 2013. Em 2017, a Polícia Federal (PF) encontrou R$ 51 milhões no apartamento do ex-presidente da empresa, que acabou sendo preso. 

À época, a acusação apontou ligações de Geddel com um esquema criminoso supostamente operado por ele mesmo, que realizava desvios da Caixa. “O cara que menos mandava na Caixa era o presidente. Quem mandava? O cara que botou o cara lá, o vice-presidente que ‘achou’ 51 milhões de reais em notas na casa da mãe dele”, disparou.

No encontro, Guimarães disse ter alterado 11 dos 12 vice-presidentes da Caixa quando assumiu a presidência, e ainda falou do desejo de superar o Banco do Brasil em alguns anos, sobretudo com o domínio na área do agronegócio.

Mesmo com os planos, O Globo apontou que Guimarães informou no jantar que os planos estariam em risco caso Bolsonaro perdesse as eleições, e que os cargos dentro da empresa voltariam a ser divididos entre as legendas partidárias.

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, confirmou que o saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) terá início em 20 de abril e vai até 15 de junho. De acordo com o governo, os saques serão de até R$ 1 mil por trabalhador e a expectativa é injetar até 30 bilhões na economia este ano.

Em sua fala, Guimarães também falou do programa SIM Digital, que, segundo o governo federal, visa aumentar a oferta e fazer chegar o crédito aos empreendedores individuais, impulsionando a geração de trabalho e renda aos pequenos e microempreendedores de todo país. Este programa também será operado pela Caixa Econômica Federal.

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"O SIM Digital deve beneficiar nos primeiros 12 meses 4,5 milhões de empreendedores - pessoas naturais e jurídicas de atividade produtiva com renda ou receita bruta anual de até R$ 360 mil", informou o governo federal em nota.

Durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira (10), para regulamentação da renegociação da dívida do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou um novo programa de subsídio estudantil.

"Nós estamos resolvendo uma dívida com a sociedade, porque foi mal feito [Fies]. Então, na verdade o meu anúncio é que a Caixa Econômica Federal está nos preparativos para lançar um novo financiamento ao estudante, só que bem estruturado", disse.

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De acordo com o presidente da Caixa, esta nova iniciativa será pelo celular, 100% digital, sem a necessidade de ir às agências bancárias. "O financiamento será como o microcrédito, para essa população, só que com regras muito mais bem estruturadas para que a gente não tenha, daqui a três ou quatro anos que estar aqui realizando, de novo, um desconto como este", ressaltou.

O Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal notificou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sobre o episódio em que fez funcionários 'pagarem flexões' durante evento de fim de ano realizado em Atibaia na terça-feira, 14.

A Procuradoria recomenda que o presidente do banco se abstenha de submeter os colaboradores a episódios de mesmo teor e outras 'situações de constrangimento no trabalho' sob pena de abertura de um procedimento investigatório e adoção de medidas para correção da conduta, sem embargo de responsabilizações civil, criminal e administrativa'.

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O documento é assinado pelo procurador Paulo Neto, titular do 14º Ofício, e datado desta quinta-feira, 16. Segundo a recomendação, a Procuradoria recebeu denúncia relatando que o presidente da Caixa 'imita o presidente Jair Bolsonaro' ao colocar funcionários para pagarem flexões.

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A denúncia indicou que 'gestores denunciaram ainda que foram obrigados a fazer performances similares, numa demonstração feita para um militar que deu palestra para os participantes do encontro presencial'. Segundo a Procuradoria, tal indicação pode demonstrar 'reiteração da conduta'.

A recomendação tem como base referências e definições sobre assédio moral. O texto destaca que ele consiste em violência psicológica, tendo o 'condão de produzir graves consequências à saúde mental dos trabalhadores'.

Além disso, o documento ressalta que, constituem assédio moral 'os atos e comunicações que traduzem um contínuo e ostensivo constrangimento à classe trabalhadora, passíveis de acarretar danos a ordem física, psíquica, moral e existencial ao trabalhador, em prejuízo de perspectivas profissionais ou da continuidade da relação de trabalho'.

Paulo Neto também chama atenção para o fato de que o Tribunal Superior do Trabalho já reconheceu como 'abusiva e reprovável' a conduta do empregador de determinar que um funcionário faça flexões de braço.

Como mostrou o Estadão, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região considera que o episódio ocorrido em Atibaia pode configurar assédio moral e estuda entrar com ação judicial coletiva contra a direção da Caixa em razão do mesmo.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram funcionários fazendo os exercícios enquanto Guimarães faz a contagem regressiva ao microfone no palco. O evento, de nome 'Nação Caixa' contou com a presença de gerentes, superintendentes e funcionários de alto escalão da companhia. Na ocasião, houve ainda uma palestra do coronel da reserva e assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Adriano de Souza Azevedo.

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