Dezenas de pessoas saíram em passeata pela área central do Recife, neste sábado (26), pedindo por mais tolerância, inclusão e menos mortes de pessoas LGBTQ+. Nessa ação, os participantes ostentam a bandeira “Vidas trans importam”, já levantando a discussão que deve se fortalecer na semana da visibilidade trans, programa para ocorrer a partir da próxima terça-feira (29). Com um pequeno trio elétrico, várias bandeiras coloridas se misturavam em um só ideal: o direito à vida.
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"Geralmente, a população LGBTQ+ sofre um processo de angústia muito grande e, quando eles estão assim, a primeira coisa que passa pela cabeça deles é que estão sozinhos. Estar do lado deles, trazer eles para junto e gritar pela vida deles fortalece essa população para enfrentar os desafios da sociedade", aponta Gi Carvalho, coordenadora do Mães Pela Diversidade.
A organização acentua que os seus filhos trans não têm que se transformar para serem aceitos pelo social, "mas a sociedade precisa se transformar para aceitar o meu filho", reforça.
Como primeira mulher trans advogada do Estado de Pernambuco, Robeyoncé Lima, codeputada estadual eleita pelas Juntas, também esteve presente na caminhada. "A gente quando vem pra rua trazer essa discussão, terminamos reavivando o debate sobre a discussão de gênero e sexualidade que a sociedade tenta o tempo todo 'abafar', e isso não é saudável para o convívio social", pontua.
Enquanto parlamentar, Robeyoncé assegura que após assumir o mandato coletivo com as outras quatro codeputadas, no dia 1º de fevereiro, trará mais fortemente a discussão sobre as vidas da comunidade LGBTQ+. "Quando se diz 'cidade insegura para essa população', estamos falando propriamente da morte das pessoas LGBTQ+, o que é uma perda fundamental dessa comunidade, que é o direito à vida. Por isso, será incidente a discussão de cidade segura para a população LGBTQ+".
Reforçando o discurso, a codeputada diz: "A política voltada para essa população será colocada em destaque para conseguir a educação inclusiva e o acesso à saúde para as pessoas LGBTQ+, inclusive no interior do Estado".
Em estado de transição, como faz questão de reforçar Jenifer, coordenadora trans do Ser Coletivo, aponta que as vidas trans importam porque, além de ser um dever da sociedade e do Estado preservarem essa população, “a comunidade trans é resistência. Não podemos 'deitar' para esse governo que está aí e vou ser feliz do jeito que sou”, conclui.