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No próximo sábado (25), celebra-se o Dia Nacional do Rádio, data que visa homenagear o nascimento do professor, antropólogo, escritor e ensaísta brasileiro Edgard Roquette-Pinto (1884-1954), considerado como pai da radiodifusão no Brasil.

A primeira transmissão radiofônica brasileira ocorreu em 1922, que captou o discurso do Presidente da República da época, Epitácio Pessoa (1865-1942). Há quase cem anos, Roquette-Pinto enxergava na tecnologia uma oportunidade para educar a população.

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No ano seguinte, o professor fundou a primeira estação de rádio brasileira, Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que hoje é conhecida como Rádio do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Desde então, o rádio continuou a evoluir, se mantém presente na vida das pessoas e é responsável por formar diversos profissionais.

Segundo o jornalista, locutor, narrador esportivo e professor do projeto Conectados, Raony Pacheco, os estúdios radiofônicos dispõem de diversos softwares e tecnologias que anteriormente eram impensáveis. Atualmente, o rádio também trabalha com a imagem. “Realizamos lives e interações com os ouvintes e demais plataformas. Às vezes você está ao vivo em um estúdio, no YouTube, Facebook e, tudo isso requer que o locutor tenha conhecimentos da parte tecnológica”, comenta.

Entre os impactos causados pela tecnologia no ambiente radiofônico, Pacheco destaca a interação com as redes sociais, que consegue aproximar os ouvintes, os locutores e as rádios. Além disso, o locutor lembra que por conta dessa expansão, uma rádio de São Paulo consegue conquistar um público em lugares distantes, como por exemplo, no Nordeste.

Durante sua carreira como radialista, Pacheco afirma que seu principal aprendizado foi descobrir que nem só de locução vive o rádio, despertando para outros aspectos como produção e sonoplastia, essenciais para a execução dos programas radiofônicos. “Nos cursos em que eu dou aula, há muitos alunos que pensam que vão apenas falar no rádio. Só que existe também a importância de saber produzir um bom texto, fazer a produção, um espelho, um roteiro muito bem organizado e saber dosar e aprender a utilizar as ferramentas sonoras para não deixar buraco”, explica.

Além disso, o locutor afirma que para trabalhar no rádio, não basta ter uma voz bonita, é necessário saber se comunicar e o que o ambiente de trabalho demanda pessoas que dominem a técnica.

O Rádio na Pandemia

Durante a crise sanitária de Covid-19, Pacheco reforça a importância que os avanços tecnológicos tiveram no ambiente radiofônico. De acordo com o locutor, o uso de diversos softwares permitiram trabalhar faixas de áudio de diferentes maneiras e produzir e realizar os programas de casa, independente do estilo.  “Um exemplo é o jornalista José Luiz Datena, um cara 'velho' do cenário que teve que se adequar à tecnologia em sua casa, se acostumar a olhar a webcam enquanto fala e ter a certeza de que seu conteúdo foi ao ar”, descreve.

O radialista enfatiza que atualmente, o locutor que tiver bons equipamentos, conhecimentos das áreas tecnológicas e não ficar restrito apenas a ter uma boa voz, leitura e interpretação, sairá na frente. “É importante que ele entenda de produção, que saiba utilizar uma mesa de áudio e um microfone. Acredito que as mudanças vieram para ficar e quanto maior for o foco em todos os cenários, melhor será para o profissional da área de rádio”, prevê.

O presidente Michel Temer e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, editaram a Medida Provisória 747/2016, que altera a lei sobre o processo de renovação do prazo das concessões e permissões dos serviços de radiodifusão. O texto está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (3).

Agora, as entidades que quiserem renovar o prazo de concessão ou permissão de serviços de radiodifusão devem enviar requerimento ao órgão competente do Poder Executivo durante os 12 meses anteriores ao término do prazo da outorga. Pela norma antiga, o pedido podia ser feito entre os seis e os três meses anteriores ao término da outorga.

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"Caso expire a outorga de radiodifusão, sem decisão sobre o pedido de renovação, o serviço será mantido em funcionamento em caráter precário", cita a MP. As entidades que não apresentarem pedido de renovação no prazo previsto serão notificadas para que se manifestem em até 90 dias, acrescenta.

O texto ressalta ainda que os pedidos intempestivos de renovação protocolados ou postados até a data de publicação desta Medida Provisória serão conhecidos pelo governo, que dará prosseguimento aos processos e avaliará a sua conformidade com os demais requisitos previstos na legislação em vigor.

A MP também traz procedimentos sobre processos de renovação em andamento de outorgas declaradas peremptas e sobre a anuência para a transferência direta de concessão ou permissão durante o funcionamento do serviço em caráter precário.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine à União o fim da outorgas, concessões, permissões e autorizações de radiodifusão a empresas que tenham políticos como sócios ou associados. A manifestação de Janot foi feita nos autos de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental apresentada em dezembro do ano passado pelo PSOL.

Em sua manifestação, Janot sustenta que, devido à realização periódica de eleições, "há constante renovação do quadro referido de violação de preceitos constitucionais".

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"Há premência, portanto, em que a Corte conceda a medida cautelar, de modo a impedir novos atos inconstitucionais, comissivos ou omissivos", argumentou o procurador-geral da República.

Na ação, o PSOL pede que o Congresso Nacional deixe de aprovar outorgas, que o Poder Judiciário deixe de diplomar políticos eleitos que sejam direta, ou indiretamente, sócios ou associados de pessoas jurídicas concessionárias de radiodifusão e que o Legislativo não dê posse a políticos eleitos nesses casos.

Segundo o PSOL, em dezembro do ano passado 30 deputados e oito senadores eram sócios de emissoras de radiodifusão. Para o PSOL, isso viola os direitos de liberdade de expressão e direito à informação, a soberania popular e o direito à realização de eleições livres.

Uma das fundamentações do pedido do PSOL é o artigo 54 da Constituição, que proíbe deputados e senadores de firmarem ou manterem contrato com empresas que são concessionárias de serviço público.

Na avaliação do procurador-geral da República, o cenário atual demonstra a "relação de causa e efeito entre atos inconstitucionais de concessão de radiodifusão a empresas controladas por políticos" e uma situação de grave e "constante transgressão a preceitos fundamentais da Constituição da República, como as normas sobre democracia e soberania popular".

No STF, o ministro Gilmar Mendes é o relator do caso.

A velha e boa rádio AM vai ganhar novo fôlego no Brasil, com a migração das emissoras para a faixa FM. Como nenhum aparelho eletrônico moderno, incluindo os celulares, recebem o sinal AM, as rádios que operam nessa faixa estavam perdendo público velozmente, principalmente, entre os mais jovens, disse nesta segunda (14) o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, durante a 43ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão, que este ano ocorre no Rio de Janeiro.

Paulo Bernardo disse que a digitalização do rádio, assim como vem acontecendo com a TV, ainda não tem um modelo que definitivamente sirva ao Brasil. “O que nós vamos fazer ainda este ano é autorizar as rádios AM se transformarem em rádios FM. Uma das pressões que temos para fazer o rádio digital é que a qualidade do rádio AM está caindo, principalmente nos grandes centros urbanos. Isso prejudica muito a audiência. A juventude, por exemplo, nem ouve mais rádio AM”, declarou.

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Bernardo informou que já foram feitos estudos que apontam viabilidade para a migração. “Com a digitalização da TV, nós temos os canais 5 e 6 [liberados], onde cabem muitas rádios. Nós estamos fazendo uma solução que é importante, que é autorizar rádio AM para a faixa de FM. Isso vai ser assinado em novembro, que tem o Dia do Radialista [comemorado em 7 de novembro.]”

O ministro disse também que o desligamento do sinal analógico para os antigos aparelhos de televisão, chamado de switch off, ocorrerá no primeiro semestre de 2015, mas que o cronograma ainda está sendo acertado com as emissoras. Segundo Bernardo, não haverá, contudo, prejuízo para o público, pois o governo vai facilitar a aquisição dos aparelhos necessários para converter o sinal digital para as televisões analógicas.

O presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, explicou que, com a futura liberação do espectro de 700 mega-hetz (MHz), onde hoje operam as televisões analógicas, parte desse espaço será ocupado pelas rádios AM.

“Hoje a faixa de frequência do FM atual vai de 88 MHz a 108 MHz. Os canais 5 e 6 vão de 76 MHz a 88 MHz. É o que a gente chama de faixa contígua ao FM. O decreto conterá que nos municípios onde tem outorga e todas as AM cabem no espectro atual de FM elas migram automaticamente e devolvem sua frequência AM para o governo. E nas emissoras que vão para os canais 5 e 6, elas começam a operar e terão um prazo de transmissão simultâneo até cinco anos”, explicou.

O presidente da Abert disse ainda que, para garantir que os novos rádios possam captar essa faixa extra de FM, o governo deverá editar uma portaria obrigando todos os receptores produzidos no Brasil já virem com atualização do software para a faixa estendida.

 

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, garantiu que o leilão da faixa de 700 MHz não vai prejudicar o setor de radiodifusão. A faixa deve ser licitada em 2014 e será destinada a serviços de banda larga.

Segundo Rezende, a faixa está desocupada em 4.900 municípios do País. "Nós temos problemas em algo entre 600 e 800 municípios, nos quais vamos precisar fazer um replanejamento. Mas a Anatel reafirma o compromisso de que nenhuma empresa de radiodifusão que faça transmissão aberta será prejudicada nesse processo", afirmou nesta quarta-feira. "É muito importante que avancemos no sentido de modernizar a infraestrutura de telecom."

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O presidente da Anatel reiterou que o governo vai reservar um espaço dessa faixa para o setor de radiodifusão e que haverá lugar para todas as empresas. "Se houver algum prejuízo à transmissão da TV aberta em alguma cidade, vamos licitar menos espectro. Mas não abrimos mão de avançar nesse debate."

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) divulgaram nota conjunta em que manifestaram preocupação com os planos do governo em relação à faixa. As entidades alegam que, dividir a faixa com as operadoras que oferecem serviços de banda larga, pode causar interferências à transmissão da TV aberta.

"Estamos certos da relevância da massificação do acesso à internet por banda larga. Entretanto, esta não pode comprometer a cobertura da televisão aberta, que com ela não é incompatível", afirmaram as entidades. "Ratificamos nossa confiança no cumprimento das decisões do governo no sentido de garantir a proteção aos serviços de transmissão e retransmissão de televisão contra eventuais interferências, geradas pela banda larga móvel na faixa de 698 a 806 MHz, e de permitir a manutenção da cobertura atual dos serviços de televisão no País."

Uma resolução política aprovada no Encontro Municipal do PT, que no dia 2 oficializou a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, cobra celeridade do governo Dilma Rousseff na preparação do decreto sobre o marco regulatório da radiodifusão no País. O documento afirma que o atraso no encaminhamento da proposta revela "descompasso" com anseios da população.

Sob o argumento de que o discurso da ética adotado por políticos do DEM e do PSDB "caiu por terra" com as investigações da Polícia Federal, que resultaram na CPI do Cachoeira, o PT vê a parceria de "um setor da mídia" com os escândalos envolvendo o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO) e o contraventor Carlos Cachoeira.

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"Os últimos fatos evidenciam a associação de um setor da mídia com a organização criminosa da dupla Cachoeira-Demóstenes, a comprovar a urgência de uma regulação que, preservada a liberdade de imprensa e a livre expressão do pensamento, amplie o direito social à informação", diz trecho do documento.

Com 26 folhas e 91 tópicos, o texto assinala que o debate sobre a "democratização dos meios de comunicação" é uma "questão urgente" para a consolidação do projeto democrático-popular do PT. "O marco regulatório da radiodifusão tarda a chegar ao Congresso, em descompasso com as exigências reiteradas dos movimentos populares e das centrais sindicais", critica a resolução.

O governo prepara um pacote de medidas que endurecem as regras para concessões de rádio e TV, dá mais peso a programações com conteúdo local e objetiva acabar com emissoras em nome de "laranjas". O decreto passará por consulta pública, mas o PT acha que o processo está demorado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, negou nesta segunda-feira que o novo marco regulatório da radiodifusão proíba o aluguel de canais e horários de programas de rádio e TV. "Nós estamos fazendo um decreto em que não consta isso. O aluguel de canais e programas não está na nossa pauta. Tem um grande mal-entendido", afirmou.

Segundo ele, o governo deve colocar em consulta pública o decreto nos próximos dias. Bernardo explica que a intenção é atualizar as regras atuais, que são anteriores à entrada em vigor da Constituição brasileira.

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O ministro participa de uma visita às instalações da Oi no Riocentro, onde haverá, entre os próximos dias 13 a 22, a Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável. Além de ser a prestadora oficial de serviços de telecomunicações no Riocentro, a Oi irá oferecer esses serviços também em hotéis e aeroportos da cidade.

Os atravessadores e os laranjas serão afastados do mercado de radiodifusão, com a mudança das regras de concessão, avaliou hoje a Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert). "Era uma antiga reivindicação nossa", disse o diretor-geral da entidade, Luís Roberto Antonik. "Em resumo, gostamos." O Decreto 7.670, com as mudanças, foi publicado ontem no Diário Oficial.

Segundo Antonik, a atuação de atravessadores e laranjas inibia a entrada do empresário de radiodifusão nas licitações. Com o decreto, ele espera o início de um ciclo de investimentos no setor, uma vez que há apenas 520 geradoras de televisão no País e a entidade avalia que haveria espaço para o triplo. Ele estima também que pelo menos 2.000 municípios brasileiros não têm uma emissora de rádio no local.

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Os atravessadores, explicou o dirigente da Abert, são pessoas que entram nos leilões de concessão e oferecem um valor exorbitantemente alto para conseguir a licença. "Eles ganham e esperam uma oportunidade de vender", explicou. Esse negócio era viável porque o vencedor da licitação não precisava desembolsar praticamente nada.

Ele pagava 1% do valor da outorga e depois ficava esperando o Congresso Nacional aprovar a concessão para então quitar o valor prometido no leilão. "Mas ele deixava de entregar um documento ao Senado, e assim ia empurrando até achar um comprador." Muitas vezes, a emissora era registrada em nome de laranjas.

Com o decreto essa manobra fica mais difícil, porque o governo aumentou o valor da caução de 1% para até 5% ou até 10% (essa é ainda uma questão em aberto) e porque o pagamento da outorga terá de ser feito à vista, antes da submissão do ato ao Legislativo. Os candidatos terão, além disso, de apresentar um plano de negócios e dois laudos de auditorias independentes atestando sua capacidade financeira. "Só entra a pessoa efetivamente interessada em empreender o negócio", frisou.

O decreto também valoriza, como critério de escolha, o conteúdo jornalístico, educacional e cultural da emissora. Se a produção for local ou independente, contam ainda mais pontos. Antonik não vê relação entre esses critérios e as cotas de produção local exigidas nas emissoras de TV a cabo, nem com o projeto do PT de fazer um "controle social" da mídia. "Acho isso exagerado, porque esses critérios já estavam na antiga regulamentação", disse. Apenas eles ganharam mais peso.

O novo texto também repete alguns pontos que já figuravam na legislação. O primeiro é que quem tiver uma emissora em uma cidade não pode ter outra. O segundo é que político com mandato que lhe garanta imunidade tem de se afastar da direção da emissora.

Em nota, o presidente da Abert, Emanuel Soares Carneiro, afirmou que as mudanças vão estimular maior participação das empresas "realmente interessadas em investir neste mercado." Ele elogiou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pelo acerto das medidas.

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