A franquia de jogos do Sonic é lembrada com muito carinho pelos fãs, principalmente por aqueles que viram a saga nascer no videogame Mega Drive, lançado em 1988 pela Sega. Mas, apesar de possuir uma trilogia inicial consolidada, os jogos do ouriço azul passariam por diversos momentos de incertezas, com jogos de qualidades questionáveis e com pouco destaque na indústria. Na próxima terça-feira (17), “Sonic Superstars” chega para recuperar o tempo perdido e mostrar que o famoso mascote ainda tem muito a oferecer.
Para este episódio, a Sega optou por uma estrutura tradicional, com gráficos em 3D, mas com um estilo de câmera 2D que remete às origens da série. O título não é destinado para os que esperam uma história detalhada ou por aprofundamento de personagens, já que é apenas mais uma jornada do Sonic, contra o vilão Robotnik; focada única e exclusivamente na jogabilidade. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o game antecipadamente na versão de PS5.
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Apesar de “Sonic Superstars” resgatar diversos elementos clássicos da franquia, engana-se quem pensa que o título se apoia apenas na nostalgia. Diferente de “Sonic Generations” (2011), que se focava em revisitar mapas conhecidos da série; o novo game conta com um total de 11 mundos e todos são compostos por fases inéditas, que finalmente passam uma sensação de continuidade e mostram que a saga está preparada para seguir em frente.
O elenco de heróis jogáveis é composto pelos já conhecidos Sonic, Tails, Knuckles e Amy Rose, mas após zerar o game pela primeira vez, a personagem Trip também se torna jogável. Cada um dos ouriços possui diferentes habilidades, que podem alterar a maneira de se jogar: Sonic é o mais rápido de todos, Tails consegue voar por alguns segundos, Knuckles é capaz de escalar paredes, Amy Rose se utiliza de um martelo e Trip pode se transformar em uma roda dentada.
Um dos grandes atrativos, é que a campanha principal de “Sonic Superstars” pode ser jogada de maneira cooperativa com até quatro jogadores simultâneos. Infelizmente esse recurso está disponível apenas no modo local e não pode ser aproveitado no online.
Uma verdadeira sequência para “Sonic 3”
Apesar da franquia possuir alguns títulos 3D bem sucedidos, como por exemplo “Sonic Frontiers”, lançado ano passado; muitos fãs clamavam por algo que trouxesse a essência dos jogos clássicos de volta. Até então, o mais próximo disso havia sido feito em “Sonic Generations” e “Sonic Mania” (2017), porém, esses vinham com uma ideia de celebração da franquia e não passavam a impressão de serem novos jogos.
Por outro lado, “Sonic Superstars” pode ser considerado como a real sequência de “Sonic the Hedgehog 3” (1994); pois ele traz uma jogabilidade similar aos games do Mega Drive, ao mesmo tempo que evolui alguns conceitos. A estrutura se resume a andar para frente (ou correr na maior parte do tempo), coletar anéis para fortalecer o Sonic, lidar com os inimigos e com os demais obstáculos que aparecem durante o trajeto.
A física do jogo é um dos fatores que qualificam “Sonic Superstars” como um verdadeiro jogo do ouriço. Diferente do que foi visto em “Sonic the Hedgehog 4: Episode I” (2012), aqui tudo ocorre de uma maneira que não prejudica o gameplay, com um tempo satisfatório para o personagem ganhar velocidade e iniciar a corrida; pulos precisos e deslizes em ladeiras que condizem com a realidade. Tudo isso é combinado com um design de fase inteligente, que torna a experiência com o game bastante satisfatória.
O nível de dificuldade é balanceado na maior parte da aventura, com pequenos trechos desafiadores. Como o game não se utiliza do sistema de vidas, o jogador não precisará se preocupar em refazer longos trechos, da mesma maneira como ocorria em jogos antigos. As batalhas contra chefes, embora sejam bem construídas, não apresentam um desafio elevado, com exceção do último boss, que conta com duas formas e ataques de alto risco.
Upgrade nas esmeraldas do caos
Existem alguns anéis gigantes espalhados pelo cenário, que transportam o jogador para um mini game, que tem como recompensa uma das sete esmeraldas do caos; item presente na franquia desde “Sonic the Hedgehog 2” (1992). Ao coletar todas as esmeraldas e reunir 50 anéis, o personagem pode assumir a forma “super”, onde ele fica dourado e vulnerável ao dano direto dos inimigos.
Uma das grandes diferenças, é que desta vez, cada esmeralda do caos possui um poder individual; algo bastante semelhante ao conceito das joias do infinito do universo Marvel. A esmeralda azul escuro pode criar clones do personagem; a rosa permite visualizar objetos invisíveis no cenário; a azul claro transforma o ouriço em líquido; a verde faz plantas nascerem da terra, que ajudam alcançar locais altos; a amarela desacelera o tempo; a vermelha concede poderes de fogo; e a prata faz com que o personagem faça um giro mais forte.
A maneira como os poderes das esmeraldas funcionam, lembram bastante os Wisps de “Sonic Colors” (2010). Porém, apesar de serem interessantes à primeira vista, essas habilidades são tratadas de maneira secundária e muitas vezes se tornam dispensáveis durante a jornada. Com isso, o foco principal acaba caindo sobre a forma “super” de cada personagem.
Diferente de “Sonic the Hedgehog 3”, aqui o ouriço não dispõe dos escudos elementais, que poderiam conceder vantagens em determinadas fases do jogo. A única opção que pode ser coletada ao longo da aventura é o escudo simples, que o protege de um dano direto dos inimigos.
Durante a jornada o jogador também coletará algumas moedas douradas, que podem ser obtidas no trajeto das fases, ou em áreas bônus, acessíveis em todos os checkpoints. Com essas moedas, é possível adquirir alguns itens cosméticos na loja do game. Além disso, a cada 100 anéis coletados, uma nova moeda é adicionada ao estoque.
“Sonic Superstars” é um título que faz jus ao legado do ouriço azul e apresenta uma aventura sólida e consistente do mascote da Sega. Apesar de cometer alguns deslizes, como a ausência de um modo multiplayer online ou o fato de não explorar adequadamente os poderes individuais das esmeraldas do caos; o game pode ser considerado como uma carta de amor para os fãs da franquia.
O game está disponível para Playstation 4, Playstation 5 por R$299,90; Xbox One, Xbox Series X/S e Nintendo Switch por R$279; e PC por R$289.
Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá