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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saiu nesta terça-feira (14) em defesa da postura da presidente Dilma Rousseff em manter resistência às reivindicações dos servidores federais em greve. Em palestra nessa manhã em São Paulo, promovida pelo Fundo Nacional da Qualidade (FNQ), FHC lembrou que o governo Dilma enfrenta dificuldades financeiras e que sua situação é distinta do período governado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"A presidente Dilma está num momento de dificuldade financeira e fiscal e muita pressão dos funcionários que se habituaram no governo Lula, que tinha mais folga (orçamentária), a receber aumentos", disse o ex-presidente após participar do Seminário Internacional em Busca da Excelência. Para o ex-presidente, por Dilma não ter a mesma condição financeira do seu antecessor, ela foi obrigada a enrijecer com o servidores. "Não vejo como ela não pudesse enrijecer", avaliou FHC.

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O endurecimento do governo em relação às paralisações também ganhou o apoio dos empresários. Para o presidente da Fiat Brasil, Cledorvino Belini, com a redução de juros, os funcionários públicos viram as chances de impor sua agenda de reivindicação. "Os funcionários públicos perceberam um espaço no orçamento e eles querem conquistar esse espaço, até de forma abusiva", concluiu. Já para o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, o debate em torno das paralisações das categorias federais virou "uma guerra de reivindicação". "O debate não está racional, está reivindicatório", comentou.

Os servidores da União das Carreiras de Estado, que representam 22 categorias com os maiores salários do funcionalismo federal, estão céticos com o governo e prometem paralisação geral a partir do próximo dia 20 por tempo indeterminado. Se necessário, prometem ultrapassar 31 de agosto, data-limite para que seja enviado Projeto de Lei com os reivindicados reajustes salariais.

"Essa é uma data simbólica. O governo que entre em acordo no Congresso Nacional e mude a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Não tiveram o menor escrúpulo em fazer coisa pior, como aprovar a 7777 (que autoriza servidores estaduais a reporem o trabalho de federais em greve)", argumentou o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Pedro Delarue. E completou: "Não vamos normalizar os trabalhos enquanto não conseguirmos a reposição das perdas salariais".

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A greve do funcionalismo tem atrapalhado até o andamento de investigações tocadas pelo Ministério Público Federal. Por causa das dificuldades para que os órgãos do governo respondam a pedidos de informação, procuradores da República mandam suspender inquéritos até que os servidores voltem ao trabalho.

Portaria publicada ontem no Diário Oficial da União sobrestou por dois meses a apuração de supostas irregularidades no uso de um imóvel público. A Procuradoria da República no Paraná havia solicitado informações ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mas não foi atendida.

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"O Incra manifestou-se noticiando a greve de seus servidores e a consequente impossibilidade de cumprimento da requisição ministerial", justificou o procurador Robson Martins.

De acordo com a Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra (Cnasi), em 28 das 30 superintendências do órgão os funcionários aderiram à greve. Nelas, a adesão varia de 70% a 95%. A paralisação impacta o andamento de processos de regularização de imóveis e de assentamentos. Os grevistas apresentaram uma pauta de reivindicações, que inclui melhorias salariais, aumento do orçamento do órgão e a contratação de mais 3 mil pessoas. Segundo a entidade, dos 5,5 mil servidores efetivos do Incra, dois mil devem se aposentar até o fim do governo Dilma. Por causa dos cortes orçamentários, não tem sido possível cumprir as metas definidas no programa de reforma agrária.

"No ano passado, houve contingenciamento de 25% do orçamento. Previa-se o assentamento de 50 mil famílias, mas fizeram só 20 mil", reclama o diretor da Cnasi, Reginaldo Aguiar, que acusa o governo de intransigência. "O órgão já estava paralisado. A greve só agravou esse quadro." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Decidida a tocar sua estratégia de negociar de forma pulverizada com os sindicatos de servidores e deixar de lado as centrais, a presidente Dilma Rousseff autorizou o início de uma maratona de reuniões, a partir de hoje, para dar as respostas do governo aos pleitos de reajustes salariais.

O cofre permanecerá praticamente fechado para as carreiras com maiores salários, como já indicaram na semana passada a própria presidente e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

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Ontem, Dilma comandou uma reunião com Miriam e os ministros da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, além do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Na reunião foi batido o martelo sobre quanto o governo disporá para conceder reajustes no ano que vem. Ao longo da tarde, seguiram-se reuniões para detalhar quais categorias serão atendidas.

Grupos

A ordem é só dar aumento aos grupos que estão nas faixas salariais mais baixas e estão há muitos anos sem reajuste. Quem teve recomposição salarial grande e ganha bem deve ficar de fora, segundo informaram técnicos.

Se esse for o corte, grupos como policiais federais e fiscais da Receita, por exemplo, não serão atendidos agora. Já os professores de universidades federais estão, do ponto de vista do governo, contemplados com a proposta já apresentada, que soma R$ 3,9 bilhões. "Nós sabemos que há categorias com perda maior, outras com menor; umas que negociam todo ano e outras que não negociam, mas queremos que o governo apresente os números", afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. O sindicalista disse esperar, ainda, que as centrais sejam informadas antes sobre o pacote de medidas na área de infraestrutura, a ser lançado amanhã.

No domingo, cinco centrais sindicais, entre elas a CUT, Força Sindical e UGT, divulgaram uma nota conjunta manifestando apoio formal à greve dos servidores federais e rechaçando o modo como o governo tem conduzido as negociações. O texto do documento assinado pelos presidentes das centrais sindicais repudia "todas formas de autoritarismo no trato com reivindicações legítimas dos trabalhadores".

Para tirar a pressão de cima de Dilma e Miriam, o posicionamento do governo será dado pelo secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, na mesa de negociações com os sindicalistas. Ele tem marcadas para hoje reuniões com representantes do Incra, Ministério do Desenvolvimento Agrário, técnicos das universidades federais e Fiocruz.

Para quarta-feira, já estão marcadas reuniões com representantes da Polícia Federal e do IBGE.

Mobilizações

Antevendo um desfecho negativo para suas reivindicações, os sindicalistas preparam mobilizações na Esplanada dos Ministérios esta semana. "Vamos reunir um grande contingente amanhã (hoje), quarta, quinta e sexta", prometeu o diretor da executiva da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva. O ponto alto deverá ser uma marcha programada para amanhã.

Para a manhã de sexta-feira está marcada uma reunião plenária na Esplanada para avaliar os retornos dados pelo governo. "Se for necessário intensificar a greve, nós faremos", disse Silva. "Mas não é nossa intenção, porque a greve é um sacrifício, cansa, a categoria quer uma solução para o conflito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Para pressionar o governo, servidores federais de 30 categorias, de todo o País, decidiram instalar a partir de hoje na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, um "acampamento de greve", cuja missão é manter-se em permanente vigília até sexta-feira (17). A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que reúne 80% do funcionalismo público, estima que 10 mil pessoas participarão do acampamento.

Por toda a semana, as categorias organizarão atos em frente a ministérios. As iniciativas são uma preparação para os encontros prometidos pelo governo federal - ele se dispõe a receber representantes de todas as categorias de hoje até sexta-feira. Entre as principais reivindicações dos servidores estão a reestruturação de carreiras e a realização de concursos públicos. Hoje, há reuniões confirmadas com servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

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No resto do País, a semana começou sem turbulências, mas prometendo complicações para os próximos dias. Universitários do Rio de Janeiro e de Florianópolis bloquearam já na manhã de ontem a entrada de pessoas nas universidades federais.

A ação dos estudantes no Rio chegou a ter momentos de tensão, quando 30 alunos bloquearam a entrada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um policial ameaçou romper os cadeados para liberar o acesso de estudantes, professores e servidores.

"A greve virou partidária", afirmou o professor Francisco Teixeira, ao ver estudantes de outras faculdades tentando insuflar o movimento. Segundo ele, houve "conquistas substanciais" na questão salarial e era preciso voltar "para salvar o semestre". Estudantes reagiram dizendo que esse era "um posicionamento arbitrário" e que a volta fora decidida em uma reunião secreta".

Além disso, policiais federais do Paraná - parados desde o dia 7 - devem realizar hoje uma grande manifestação, que chamam de "Operação Milagre", no aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Ontem, houve reunião das lideranças para um balanço do movimento.

Em Recife a operação padrão arrefeceu, mas em Belo Horizonte ela foi mantida no mesmo ritmo da semana passada. A Polícia Federal de Minas Gerais deixou de emitir cerca de 2.500 passaportes no Estado desde o início da greve, na terça-feira passada.

Segundo Renato Deslandes, presidente do sindicato da categoria, estão sendo encaminhados apenas 20% dos pedidos - 10 das 600 solicitações diárias. Depois de chamar a atenção para o movimento com a distribuição de uma pizza gigante no Aeroporto de Confins, no último domingo, o sindicalista diz que os agentes farão hoje nova uma operação padrão no local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


Um grupo de professores que decidiu encerrar a greve no Instituto de Historia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi impedido de entrar no prédio por estudantes. Cerca de 30 alunos bloquearam com cadeados os portões de acesso ao campus, localizado no centro do Rio. A ação causou um tumulto e discussão envolvendo um policial militar, que ameaçou romper os cadeados e liberar o acesso. Apesar da tensão, não houve confronto.

De acordo com o professor Francisco Teixeira, estudantes de outras instituições participaram da ação para inflamar o movimento. "A greve virou partidária. Nós tivemos conquistas substanciais na questão do salário e decidimos voltar pois estamos no limite para salvar o semestre."

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Os estudantes negam as acusações e questionam a legitimidade da decisão dos professores. "É um posicionamento arbitrário. A volta foi decidida em uma reunião secreta, pela internet, sem adesão. Muitos professores questionam a decisão", afirmou a estudante Priscilla Marques, de 23 anos. Os estudantes planejam novo piquete nesta terça-feira.

Em greve desde maio, os estudantes cariocas também ocupam o Canecão, espaço de shows na zona sul do Rio que pertence à universidade. No último domingo, como parte da programação da greve, o músico Jards Macalé fez um show gratuito no local e anunciou apoio aos estudantes. A universidade, em nota, repudiou a ocupação. "As precárias condições do espaço expõem os ocupantes a graves riscos de acidentes", informou o comunicado.

Servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Polícia Federal (PF) também realizaram protestos para pressionar as negociações com o governo federal. Os serviços da Fiocruz estão parcialmente suspensos. Apenas o atendimento no posto de saúde é mantido. Na PF, a emissão de passaportes continua suspensa até quinta-feira, quando uma assembleia geral decidirá os rumos do movimento. Na tarde de ontem, os agentes realizaram uma operação padrão no Aeroporto Internacional Tom Jobim, conferindo todas as bagagens e documentos dos passageiros.

O movimento de greve da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) intensificou as ações no início desta semana. A entrada para a reitoria, em Florianópolis, foi fechada na madrugada de segunda-feira, impedindo que os funcionários entrassem para trabalhar pela manhã. Não há previsão para que os grevistas voltem a liberar a entrada do local.

"Até dia 31 de agosto o governo precisa apresentar a Lei de Diretrizes Orçamentárias ao Congresso Nacional. É o momento exato para pressionar ainda mais o governo e forçar uma negociação. A greve não é contra a reitoria", afirmou Teresinha Ceccato, do comando local da greve e coordenadora do Sintufsc, sindicato que representa os trabalhadores da universidade.

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O movimento rejeita a proposta apresentada pelo governo de reajuste de 15% dividido em três vezes ao longo de 2013, 2014 e 2015. A categoria reivindica um aumento de 22%.

Em entrevista à rádio Estadão ESPN, o ministro do Trabalho, Brizola Neto, diz ter "esperança" em um "desfecho" do movimento grevista "em um grande número de categorias" nesta semana. Segundo ele, o Ministério do Trabalho ocupa a posição de observador das reivindicações de aumento salarial dos servidores públicos e das negociações com a União que, no momento, estão sendo conduzidas pelo Ministério do Planejamento, comandada pela ministra Miriam Belchior.

"Os limites e detalhes orçamentários são do Planejamento. É uma sintonia fina entre limites e possibilidades do Estado de atender movimentos reivindicatórios", avaliou o ministro. Segundo ele, o papel de sua pasta, como mediadora, ocorre apenas quando há um "litígio entre capital e trabalho", como nas greves ocorridas na fábrica da GM em São José dos Campos, onde há risco de 1.500 demissões.

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Já nos casos envolvendo o setor público onde o Estado é parte, não cabe ao Ministério do Trabalho fazer mediação. "Cabe ouvir e colaborar, mas esse papel (da mediação) é do Planejamento". "Temos que entender questões específicas, que são diferenciadas em cada categoria. No Ministério do Trabalho, tínhamos pouco mais de 20 funcionários que aderiram à greve num quadro de quase 10 mil funcionários que o ministério tem", exemplificou.

Questionado pela reportagem da rádio se Brizola Neto estaria pessoalmente incomodado pela onda de greves, o ministro afirmou ser preciso levar em conta o posicionamento do governo federal nos últimos 10 anos, "que tem compromisso com o Estado e valoriza o servidor público". "Esse é um governo que recompôs o tamanho do Estado na economia aos níveis da década de 80, recompondo o papel estratégico do Estado em setores fundamentais da economia", concluiu.

A greve dos servidores da Superintendência Regional do Trabalho em Porto Alegre suspende, pelo menos até sexta-feira, a emissão de carteiras de trabalho e a liberação de seguro-desemprego.

A categoria, vinculada ao Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência do Rio Grande do Sul (Sindisprevi-RS), pede reajuste de 22,8%. Na sexta-feira, trabalhadores decidem a manutenção da paralisação, por tempo indeterminado, ou a volta ao trabalho.

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O governo pretende fazer até sexta-feira (17) novas rodadas de negociação com os servidores em greve para discutir propostas em separado, com cada categoria. O assunto foi discutido nesta segunda-feira (13), entre a presidente Dilma Rousseff e ministros, em reunião no Palácio do Planalto.

Participaram da reunião os ministros do Planejamento, Miriam Belchior; da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. O assunto deve voltar à pauta hoje à tarde, no Planalto, em reunião de ministros que integram a Junta Orçamentária.

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As principais centrais sindicais do País divulgaram neste domingo (12) uma carta de apoio à greve dos servidores federais em todo o Brasil. O documento, assinado pelos presidentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT), foi publicado no site das entidades e repudia o que chama de "autoritarismo" do governo no trato das demandas dos trabalhadores. O comunicado também defende o aprofundamento das negociações para a normalização dos serviços públicos afetados.

A paralisação já conta com mais de 30 categorias e 350 mil servidores, entre policiais federais, fiscais da receita, inspetores da vigilância sanitária, professores e outros. A falta de efetivo vem causado transtornos como filas nos aeroportos, bloqueio de mercadorias nos portos, cancelamentos das aulas nas universidades, entre outros.

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No comunicado divulgado neste domingo, as centrais pedem a regulamentação da Convenção 151, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - que trata do direito à greve e organização coletiva dos trabalhadores. As entidades criticam o corte do ponto e a substituição de grevistas pelo governo, afirmando que isso "serve apenas para acirrar os ânimos e pôr lenha na fogueira do descontentamento do funcionalismo público federal."

As centrais atribuem a situação atual à falta de disposição desta e de outras administrações em dialogar com os funcionários e afirma que "há décadas (os trabalhadores são) submetidos à uma política de desvalorização da carreira de servidor e de arrocho salarial."

No fim do texto, as centrais reafirmam que a saída para a paralisação está na disposição das partes de sentarem à mesa e negociarem "até a exaustão". As entidades dizem visar uma "solução rápida do conflito" e a redução dos prejuízos causados à população.

A série de paralisações que atinge serviços federais e desafia o governo da presidente Dilma Rousseff é protagonizada por servidores cujas carreiras têm salários iniciais em torno de R$ 10 mil. Em algumas categorias, como a dos auditores fiscais da Receita Federal, essas cifras chegam perto dos R$ 20 mil no topo da carreira.

Uma análise dos dados do Ministério do Planejamento mostra um pouco do que pode ser o impacto dos aumentos reivindicados pelos servidores na folha de pagamento. Mais da metade (53%) dos funcionários do Executivo ganha acima de R$ 4.500 mensais - 16,2% do total recebe mais de R$ 10.500, segundo números de abril de 2012. Menos de 20% (18,5%) dos servidores ganham até R$ 3 mil no Poder.

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Essas cifras, assinaladas no Boletim Estatístico de Pessoal de maio, incluem administração direta, fundações e autarquias, mas excluem o Ministério Público da União, Banco Central, empresas públicas e sociedades de economia mista. Apesar de pequenas variações - a folha cresce vegetativamente todo mês -, são bem próximas do que ocorre hoje, segundo o Planejamento.

Um dos grupos mais fortemente mobilizados do movimento grevista, o funcionalismo das agências reguladoras recebe, no seu grupo de elite - o cargo de especialista - salários que, do início ao fim da carreira, vão de R$ 10.019 a R$ 17.479. Nos postos de analista, a remuneração vai de R$ 9.623 a R$ 16.367, e em postos de nível superior, varia de R$ 7.285 a R$ 12.131. Profissionais de nível médio, com cargos de técnico administrativo, recebem de R$ 4.760,18 a R$ 7.664,76.

O Sinagências, representante desses servidores, diz que há defasagem de 25% desde 2008 e pede a remuneração por subsídio, como nas carreiras jurídicas, na diplomacia e na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar da suspensão da paralisação na noite de quinta-feira, a greve dos policiais federais do Paraná foi retomada nesta sexta-feira depois de uma assembleia realizada pelo sindicato da categoria, que atendeu a um pedido da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

A Polícia Rodoviária Federal, por sua vez, manteve a suspensão da greve determinada na quinta-feira e não fez bloqueios em estradas nesta sexta.

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Servidores públicos em greve furaram o esquema de segurança da Presidência da República e promoveram um protesto pela reabertura das negociações com o governo federal. A manifestação ocorreu a cerca de 40 metros do palco onde a presidente Dilma Rousseff discursou no início da tarde desta sexta-feira, no lançamento da ampliação do Programa Brasil Sorridente de saúde bucal.

Impedidos de entrar portando faixas ou com camisetas alusivas ao movimento na área reservada para o público no centro de Rio Pardo de Minas, cidade com cerca de 30 mil habitantes no norte mineiro, os ativistas apelaram para a discrição. Entraram sem alarde, se agruparam à esquerda do palco e, quando Dilma iniciou o discurso, começaram a gritar palavras de ordem. Seguravam cartazes de papel, improvisados com tinta hidrocor e papel, que tinham trazido escondidos.

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"A greve continua; Dilma a culpa é sua" - foi um dos estribilhos que repetiram os ativistas, de instituições de ensino da região que aderiram à paralisação e também da Universidade Federal Minas Gerais (UFMG). A presidente procurou manter a calma e evitou olhar na direção dos manifestantes, que foram cercados por policiais militares e seguranças da Presidência.

Dilma defendeu, porém, indiretamente, sua política para enfrentar a greve do funcionalismo. "Este é um país que tem de ser feito para a maioria de seus habitantes. Não pode ser feito só para uma parte deles", disse, entre as vaias dos cerca de 40 ativistas e aplausos de centenas de pessoas.

"Hoje, estamos enfrentando uma crise no mundo. O Brasil sabe que pode e vai enfrentar a crise e vai passar por cima dela, assegurando empregos para todos os brasileiros. O que o meu governo vai fazer é assegurar empregos para aquela parte da população que é a mais frágil, que não tem direito à estabilidade", continuou a presidente, referindo-se aos servidores, sem mencioná-los explicitamente."

Dilma ainda completou: "Queremos todos os brasileiros empregados, recebendo seus salários e recebendo serviços públicos de qualidade". Depois de pouco mais de 10 minutos, a presidente encerrou o discurso dizendo-se "sempre muito feliz com essa forma tão amigável como Minas recebe a gente".

A Blizzard informou ontem (9) que sofreu invasão a todos os servidores da Battle.net, exceto os chineses e que, com isso, algumas contas foram acessadas. No entanto, o cofundador da companhia afirmou que os dados financeiros não puderam ser acessados e não sofrem riscos de serem vazados ou hackeados. 

Os gamers que utilizam servidores norte-americanos sofreram acesso na resposta da pergunta de segurança, dados do autenticador para celular e o autenticador discado. Apesar disso, para a companhia isso não é o suficiente para a invasão aos dados financeiros.

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Nesses servidores estão presentes jogadores da Nova Zelândia, Sudeste Asiático, América do Norte e América Latina. Investigações estão sendo realizadas e o que já foi concluído é que apenas foram captadas as senhas criptografadas, mas, apesar do trabalho, essas senhas podem ser descriptografadas e então a senha ser acessada. Portanto, para se prevenir, o ideal é fazer a alteração da senha.

O governo de Dilma Rousseff deve concluir nos próximos dias os cálculos de quanto destinará no ano que vem aos reajustes dos servidores federais, cujas reivindicações, se atendidas na íntegra, podem ter impacto de até R$ 92 bilhões numa folha de pagamento de cerca de R$ 100 bilhões anuais. As propostas oficiais começam a ser feitas na semana que vem, mas serão parceladas, setor por setor, de acordo com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Segundo ela, nem todas as categorias serão atendidas. O motivo seria a crise econômica internacional.

No momento há 30 categorias em greve no País. Os primeiros a parar foram os professores de escolas técnicas e universidades federais, ainda no mês de maio.

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Os sindicatos dizem haver cerca de 350 mil servidores parados atualmente. O governo, porém, afirma que o número é inflado pelos manifestantes. "Isso seria 60% dos servidores federais civis", disse Miriam. "Se fosse assim, a Esplanada não estaria como está, trabalhando normalmente."

O governo diz estar agindo para coibir o que considera "abusos". Anteontem, por exemplo, conseguiu na Justiça uma ordem para que os trabalhadores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantenham 70% dos quadros de cada unidade. "Certamente não processar importação e exportação nos portos é um excesso e por isso fomos à Justiça", afirmou Miriam. "A greve é um direito, mas tem limites."

A paralisação dos portos é a que mais irrita a presidente Dilma Rousseff. Não por acaso, ainda em julho ela baixou decreto permitindo que o governo celebre convênios com Estados para "tomar emprestados" funcionários que substituam os grevistas.

Outra providência foi determinar o corte do ponto. Em julho, porém, isso significou deixar sem salário apenas 1.972 servidores. Técnicos dizem que o número está subestimado porque as universidades federais, por exemplo, não informaram quantos funcionários deixaram de trabalhar.

Aumento real

Em defesa do governo, Miriam diz que a situação atual dos servidores é bem diferente da de 2003, após anos de "arrocho" promovidos pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Todos eles tiveram aumento real de 2003 até agora", insistiu Miriam. "Nenhum servidor teve menos do que a inflação", completou.

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, segue a mesma linha. "Nós não achamos, nem de longe, que os servidores públicos têm salários nababescos. O problema é que, nesse momento, há uma conjuntura internacional que nos pede mais cautela." Responsável por negociar com os sindicalistas, Carvalho foi vaiado e chamado de "traidor" por servidores ao abrir uma conferência de emprego, na quarta-feira, em Brasília.

A resistência de Dilma em abrir diálogo com os funcionários públicos preocupa o PT. O presidente do partido, Rui Falcão, conversou ontem com Dilma, no Palácio do Planalto. Dirigentes petistas dizem, reservadamente, que o governo do PT está se distanciando de suas bases de apoio, como os movimentos sociais e sindicais. Parlamentares temem que as greves do funcionalismo tenham impacto nas eleições municipais de outubro.

No Distrito Federal, cerca de 50 servidores foram ao Supremo Tribunal Federal, pela manhã, protocolar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o decreto que permite a substituição de servidores grevistas. Não houve, porém, muitos transtornos ao trânsito. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Servidores públicos federais fecharam a Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, por mais de uma hora nesta quinta-feira, reivindicando novos concursos públicos, reajuste salarial e melhores condições de trabalho. De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu 600 pessoas; os sindicalistas falam em 5 mil. O protesto começou às 11h25 e terminou às 13h.

De acordo com Jorge Coutinho, um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro (Sintrasef), o ato faz parte do Dia Nacional de Luta, que prevê manifestações semelhantes em outros Estados.

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A manifestação ocorre no contexto da greve dos servidores federais de todo o País, iniciada no dia 18 de junho. De acordo com Coutinho, 33 entidades de classe e três centrais sindicais participaram do ato. "O governo está sendo totalmente intransigente. Se continuar esse sucateamento, em menos de cinco anos não teremos servidores públicos para atender a população", disse.

Sindicatos de todo o País farão na semana que vem um acampamento na Esplanada dos Ministérios, no Distrito Federal, como forma de pressionar o Executivo. Às 15h desta quinta-feira, o Sintrasef se reúne em assembleia para escolher cerca de 40 delegados que levarão as propostas do sindicato à Brasília.

Segundo a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal, que representa 80% do funcionalismo, cerca de 350 mil servidores de 26 categorias aderiram à greve até a quarta-feira. Para Coutinho, a adesão já chega a 33 categorias, e beira 500 mil servidores do legislativo, judiciário e executivo.

Nesta semana, Policiais Federais aderiram a greve, prejudicando o movimento em aeroportos, estradas e região de fronteira. Policiais Rodoviários Federais também realizam protestos parando estradas, mas decidirão na semana que vem se cruzam os braços.

Uma manifestação de entidades que representam os servidores públicos federais fechou a Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 9. A passeata, com cerca de 600 servidores, segundo a Polícia Militar, segue em direção à Cinelândia, reivindicando melhores salários e condições de trabalho.

Uma equipe de 80 operadores da CET do Rio, apoiados por guardas municipais, está na região, orientando o tráfego e implementando desvios de trânsito. A recomendação é que os motoristas evitem a região, por conta das retenções. De acordo com a PM, não há registro de incidentes e ninguém foi preso.

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O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, no Paraná, um dos pontos afetados pela greve da Polícia Federal em todo o País, teve na manhã desta quinta-feira 26% dos voos cancelados e 46% atrasados, segundo informação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

Desde terça-feira a Polícia Federal do Paraná realiza no aeroporto a chamada Operação Padrão, com revistas mais rigorosas dos passageiros e de suas bagagens no embarque e desembarque. A medida, repetida em diversos outros terminas de todo o Brasil, está sendo usada pela categoria para chamar atenção para suas demandas: reestruturação da carreira, reposição salarial de 30%, aumento de efetivo, entre outras.

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No Afonso Pena a operação voltou a ocorrer nesta quinta-feira e acabou por volta das 11h. Quem ia viajar enfrentou filas e demora para passar no check-in. A Infraero afirmou que o movimento era normal.

De acordo com o presidente do Sindicato do Policiais Federais no Estado do Paraná (Sinpef-PR), Fernando Vicentine, as operações servem para mostrar a situação dos policiais federais nos aeroportos. Pouco antes da interrupção das triagens, 22 agentes e dois cães farejadores estavam em ação.

Por conta dela, um homem que vinha de Curitiba e seguia para Goiânia foi apreendido com seis mil comprimidos de ecstasy. "Isso mostra o que está entrando nos aviões sem a gente saber, por causa da falta de agentes para fiscalização. Operações assim deveriam acontecer sempre", disse Vicentine.

Segundo o sindicalista, o efetivo normal no Afonso Pena é de apenas nove agentes, sendo dois por turno. O efetivo extra, afirmou, é composto de agentes que não atuam no aeroporto. Em todo o Paraná, de acordo com Vicentine, há 700 policiais federais. Ele defende que esse número deveria ser elevado entre 30% e 35%.

Reuniões esporádicas de membros do Sinpef-PR estão sendo feitas no Afonso Pena e nas demais regiões do Paraná afetas pela greve, como portos, estradas e fronteiras. De acordo com Vicentine, a volta da Operação Padrão no aeroporto internacional ainda nesta quinta não está descartada.

Desde quarta-feira, uma série de serviços de responsabilidade da Polícia Federal estão suspensos: emissão de passaportes na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba; fiscalização de agência bancárias; registro de armas; autorização de escolta de valores e de presos e atendimento à estrangeiros.

Além do Afonso Pena, há operações padrão sendo realizadas em outros quatro pontos do Paraná: Ponte da Amizade e Balsa do Salto de Guará, ambas na fronteira com o Paraguai; Ponte Tancredo Neves, na fronteira com a Argentina; e BR-277, na altura de Cascavel.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o governo está dialogando com os policiais federais que estão em greve, mas argumentou que "há limitações". Em entrevista no Centro Nacional de Gerenciamento de Risco e Desastres (Cenad), o ministro disse acreditar que os policiais grevistas "agirão com comedimento e garantirão os serviços básicos".

Cardozo lembrou que é preciso ter clareza sobre a situação que o governo enfrenta do ponto de vista orçamentário. "Há uma situação internacional que não pode ser desprezada. Temos de ter clareza desta situação econômica e internacional. O governo não pode ser irresponsável, até porque no final quem pagaria a conta seria a população", disse o ministro.

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Questionado se o reajuste solicitado pelos policiais seria concedido, o ministro respondeu: "A providência, neste momento, é o diálogo. Temos absoluta convicção de que os policiais federais têm lideranças que sabem respeitar o direito da população e não creio em qualquer iniciativa que possa ser colocada contra a população".

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, também falou sobre a greve dos fiscais agropecuários. Para o ministro, há uma conversação em andamento com os sindicatos e "eles prometeram não prejudicar o serviço e assim estão fazendo". Mendes Ribeiro salientou, no entanto, que o governo está atento para que não haja prejuízos.

Mendes Ribeiro destacou, ainda, a integração entre União e Estados, por meio de convênio, para que o serviço dos fiscais agropecuários continue a ser realizado. Esse convênio foi feito depois de assinatura de decreto, pela presidente Dilma Rousseff, permitindo que os ministérios se aliassem aos Estados para que, durante as paralisações de funcionários federais, servidores estaduais cumprissem essa tarefa de fiscalização.

A presidente Dilma, ao chegar ao local da cerimônia, cruzou com um grupo de servidores públicos de diversos setores que faziam um protesto pedindo o fim do corte do ponto dos grevistas e a abertura do diálogo. Ela chegou de helicóptero, mas passou pelos manifestantes enquanto seguia, de carro, entre o heliponto e o prédio do Cenad.

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