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A Suprema Corte da Austrália proibiu nesta quinta-feira (12) o casamento entre pessoas do mesmo sexo no território da capital federal, em uma decisão que repercutirá sobre a legalidade do matrimônio gay em todo o país.

A Assembleia Legislativa de Canberra havia aprovado o matrimônio homossexual na capital federal, o que apontava para decisões similares nos outros seis estados e dois territórios australianos, mas a decisão do Supremo fecha a janela para o casamento gay no país.

A decisão ocorre poucos dias após a celebração do primeiro casamento gay na capital federal. Por unanimidade, o Supremo estabeleceu que "a lei sobre o casamento não é válida para o reconhecimento do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo".

O governo federal havia recorrido ao Supremo porque o casamento na Austrália é regido pela lei federal e não pelas legislações dos Estados e territórios.

Após a aprovação do casamento gay pelo legislativo de Canberra, em outubro, a medida entrou em vigor apenas neste Estado, onde no final de semana passado 27 casais do mesmo sexo contraíram matrimônio, o que levou o governo federal a recorrer ao Supremo.

A maioria dos Estados australianos autoriza a união civil entre pessoas do mesmo sexo - com os mesmos direitos dos casais heterossexuais - mas o casamento permanece sendo definido como a união entre um homem e uma mulher.

O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra doações de empresas a campanhas eleitorais. Apesar de ter início hoje, o julgamento não deve ser concluído na tarde desta quarta-feira. Uma eventual decisão contra as doações não valeriam para as próximas eleições.

Brasília - A defesa do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado a nove anos e quatro meses de prisão, na Ação Penal 470, o processo do mensalão, entrou hoje (30) com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado do parlamentar pede absolvição do crime de lavagem de dinheiro e que a cassação do deputado seja decidida pela Câmara. Cunha também foi condenado por corrupção e peculato.

Nos embargos infringentes impetrados no Supremo, o advogado Alberto Toron defende que a cassação do mandato de Cunha seja decidida pela Câmara e não pelo STF, de forma automática, conforme foi decido no julgamento da ação penal, no ano passado.

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Toron diz que o STF mudou o entendimento sobre a cassação de parlamentares, em agosto, quando condenou o senador Ivo Cassol (PP-RO) a quatro anos oito meses de prisão. Na ocasião, a Corte entendeu que a última palavra sobre perda de mandato é do Senado. “A conclusão não pode ser outra senão a de que a Constituição Federal prevê que decisão final sobre perda de mandato efetivo de parlamentar, nos casos de condenação criminal transitada em julgado, caberá à Casa respectiva", argumentou.

No crime de lavagem dinheiro, João Paulo Cunha recebeu, dos 11 votos dos ministros, 4 pela absolvição. Ele foi condenado a três anos de prisão. O advogado alega, ao pedir a absolvição, que Cunha não sabia da origem ilícita do dinheiro. "Não sendo o embargante partícipe de nenhum dos núcleos da quadrilha pode ele ser condenado por um processo do qual não tinha ciência", declarou a defesa.

O prazo para 12 dos 25 réus apresentarem os embargos infringentes, recurso que prevê a reabertura do julgamento para os réus que obtiveram pelo menos 4 votos pela absolvição termina no dia 11 de novembro, um mês após a publicação do acórdão, o texto final do julgamento. Seis réus já entraram com recurso.

O Supremo Tribunal Federal entra hoje na terceira semana de julgamento dos recursos dos condenados por envolvimento com o mensalão com a expectativa de que o caso seja encerrado no início de setembro. A expectativa é de que a maioria dos condenados fracasse nas tentativas de reduzir penas de prisão e de pagamento de multas.

Com o fim do julgamento desses recursos, batizados de embargos de declaração, parte dos réus deverão protocolar novos pedidos, com o objetivo de tentar garantir novos julgamentos. Até agora, o tribunal julgou recursos de 14 dos 25 condenados. Em apenas um caso, aceitou o pedido e converteu a pena imposta a Enivaldo Quadrado, dono de uma corretora, em prestação de serviços à comunidade.

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Hoje, o plenário deverá decidir se será ou não reduzida a multa imposta ao operador do esquema, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, por formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Condenado à pena mais longa de todas, de 40 anos, 4 meses e 6 dias de prisão, ele também terá de pagar uma multa de R$ 2,7 milhões.

Na semana passada, o presidente do Supremo e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, chegou a propor que o valor da multa aplicada a Marcos Valério fosse aumentado. Um impasse surgiu porque o ministro Ricardo Lewandowski defendeu que, na realidade, a quantia fosse reduzida.

O julgamento foi interrompido e deverá ser retomado hoje à tarde. Além de analisar o recurso de Marcos Valério, o plenário do STF poderá julgar pedidos de outros condenados por participação no mensalão.

Embargos infringentes. O prognóstico é que, ao final, a maioria dos recursos será rejeitada pelos ministros do Supremo. O grande debate ocorrerá após o julgamento dos chamados embargos de declaração.

Os ministros do STF terão de decidir se admitirão ou não um outro tipo de embargo, chamado de infringente. Em caso positivo, os condenados poderão garantir o direito a um novo julgamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A retomada do caso do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal prevista para meados de agosto deve ser pautada, segundo os ministros e advogados dos condenados, por entraves jurídicos e temores de eventuais manifestações na porta da Corte, em Brasília. Os entraves jurídicos ocorrerão, segundo os próprios magistrados, pelo fato de haver erros no acórdão do julgamento, decisão final publicada no Diário Oficial da Justiça que justificou a condenação de 25 dos 37 réus por integrarem um esquema de compra de apoio político no Congresso, com uso de verba pública, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Já o medo de manifestações contra a impunidade, dizem nos bastidores os advogados, poderá frear possíveis reduções de penas por parte dos ministros. Na quinta-feira, o presidente do tribunal e relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, anunciará a data de retorno do julgamento. A previsão inicial é que isso ocorra a partir do dia 14. Possivelmente, o tribunal fará sessões extras às segundas para acelerar a conclusão do caso, que entra agora em sua fase de recursos. Os condenados já ingressaram com os chamados embargos declaratórios, que apontam problemas no acórdão.

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Depois, será a vez dos embargos infringentes. Nessa fase, a Corte terá de enfrentar outra polêmica: a legislação brasileira não prevê mais os embargos infringentes desde os anos 1990, mas o regimento interno do Supremo ainda mantém essa possibilidade. Os ministros, portanto, terão de decidir qual regra seguir.

Contraditório

Reservadamente, parte dos ministros do STF tem defendido que a figura do revisor do processo seja mantida nessa fase de recursos - algo que não está previsto no regimento da Corte. Quem ocupou o posto no julgamento foi Ricardo Lewandowski, que manteve discussões constantes com Barbosa, relator do caso.

A ideia é que Lewandowski, que votou pela absolvição de boa parte dos réus, se mantenha como contraponto a Barbosa, que votou pela condenação da maioria deles. Diferentemente da época em que o julgamento foi concluído, agora o STF tem mais dois ministros indicados pela presidente Dilma Rousseff: Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso.

Na sua sabatina no Senado, Barroso afirmou que o julgamento do mensalão foi "um ponto fora da curva" e que o STF endureceu sua jurisprudência ao condenar os 25 réus. Dilema Os ministros dizem ter passado os últimos meses estudando com lupa os pedidos dos advogados de defesa que requerem mudanças nas sentenças via embargo de declaração.

Alguns desses recursos têm mais de cem páginas. Segundo fontes do STF, há ministros que se mostram "arrependidos de seus votos" por admitirem que algumas falhas apontadas pelos advogados de defesa fazem sentido. O problema, dizem essas fontes, é que esses mesmos ministros não veem nenhuma brecha para um recuo neste momento.

O dilema entre os que acham que foram duros demais nas sentenças é encontrar um meio termo entre rever parte do voto sem correr o risco de sofrer desgaste com a opinião pública. Alguns ministros avaliam que os advogados conseguirão, por meio dos embargos declaratórios, reduzir algumas das penas impostas no julgamento concluído no ano passado.

Prisões e rito

A expectativa do Supremo é de que os mandados de prisão comecem a ser expedidos conforme os embargos de declaração sejam julgados, desde que o condenado não possa pedir novo julgamento por meio dos embargos infringentes. Em princípio, a retomada do julgamento nas próximas semanas começaria pela análise dos embargos de declaração.

No entanto, alguns ministros defendem a ideia de que Barbosa retome a ação penal com a discussão sobre a possibilidade de novo julgamento para os casos em que a Corte ficou dividida - ou seja, validar ou não os embargos infringentes. Alguns dos condenados que poderão recorrer a esse tipo de embargo são o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, apontado como chefe do esquema de pagamento de parlamentares, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado como operador do mensalão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Depois de conversas com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, o governo decidiu que a solução de “convergência possível” para fazer a reforma política é um plebiscito, e não a convocação de uma Assembleia Constituinte específica, como chegou a ser cogitado ontem (24). A decisão foi anunciada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

“Nessas consultas, houve um entendimento da realização de um plebiscito com foco na reforma política, que é um tema fundamental para melhorar a qualidade da representação política no país, para ser mais permeável, mais oxigenável às aspirações populares que estão se manifestando nas ruas”, disse o ministro.

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A presidenta Dilma Rousseff vai se reunir nos próximos dias com líderes de partidos do governo e da oposição, do Senado e da Câmara, para discutir o processo que levará ao plebiscito e quais questões poderão fazer parte da consulta popular. Ainda nesta semana, o governo vai consultar a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, sobre o tempo necessário para a preparação e realização do plebiscito.

Segundo Mercadante, a ideia é realizar a consulta “o mais rápido possível” para que as eventuais mudanças no sistema político entrem em vigor antes do processo eleitoral do ano que vem. Na  consulta popular, os eleitores deverão responder a perguntas diretas sobre temas da reforma política, como financiamento de campanha e representação política, informou o ministro.

“O que nós queremos é fazer a reforma política com participação popular. O instrumento que temos que viabiliza o entendimento é o plebiscito, é o povo participar e votar”, disse Mercadante.

O impasse em torno da convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva surgiu depois que a presidenta Dilma sugeriu um “processo constituinte específico” para a reforma política em meio ao anúncio de pactos nacionais para melhoria dos serviços públicos e da transparência no sistema político.

Após questionamentos de juristas e de manifestação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o governo esclareceu hoje, por meio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que Dilma não sugeriu exatamente a convocação de uma Assembleia Constituinte, mas de um plebiscito para ouvir a população sobre como fazer a reforma política.

“Há uma polêmica constitucional, se na Constituição Federal existe espaço para a Constituinte exclusiva, ou não. Vários juristas de peso sustentam que há. No entanto, nós não temos tempo hábil para realizar uma Constituinte. Por isso, a presidenta falou em plebiscito popular para que se estabeleça um processo constituinte específico para a reforma política. Processo constituinte porque há matérias no plebiscito que poderão tratar de questões constitucionais da reforma política”, reforçou Mercadante.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, opinou nesta quinta-feira que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve manter indisponíveis os bens dos publicitários Duda Mendonça e Zilmar Fernandes, absolvidos das acusações de envolvimento com o esquema do mensalão. De acordo com Gurgel, o bloqueio dos bens de Duda Mendonça e Zilmar deve ser mantido até que o STF julgue os eventuais recursos que poderão ser protocolados contra a decisão que condenou 25 réus. Os inconformados com o resultado do julgamento somente poderão recorrer depois que for publicada oficialmente a decisão. Não há previsão de quando isso ocorrerá e nem de quando os recursos serão julgados.

Na manifestação encaminhada ao STF, Gurgel lembrou que, recentemente, o tribunal rejeitou um pedido de prisão imediata dos condenados sob a alegação de que os réus ainda poderiam recorrer. "Os mesmos motivos que levaram o Supremo a negar o pedido de expedição imediata dos mandados de prisão conduzem a que não se possa fazer a liberação dos bens porque haveria possibilidade, eu reconheço remota, por intermédio dos embargos, de mudar a decisão 'absolvitória'", afirmou. Ele disse que ainda não sabe se recorrerá das absolvições. "Vai depender do acórdão."

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Responsáveis pela publicidade da campanha eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, os publicitários foram denunciados pela prática de lavagem de dinheiro e evasão de divisas pelo recebimento de dinheiro em contas no exterior. Segundo a maioria dos ministros da Corte, não existiam provas de que Duda Mendonça e Zilmar sabiam da origem criminosa do dinheiro movimentado por meio de 53 depósitos no exterior. Conforme os ministros, uma circular do Banco Central (BC) da época os dispensava de declarar os valores mantidos fora do País.

O primeiro-vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), afirmou nesta sexta-feira que "obviamente" a votação do Orçamento da União de 2013 será prioridade na pauta do Congresso logo após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o recurso contra a decisão que obrigou o Legislativo Federal a apreciar, em ordem cronológica, os mais de 3 mil vetos presidenciais. O Supremo agendou para a próxima quarta-feira, dia 27, a análise da ação pelo plenário.

Jorge Viana disse que "a qualquer momento", a partir de uma decisão do STF, o Congresso deverá se reunir para votar a peça orçamentária. O senador do PT não quis se pronunciar sobre a hipótese de, caso o Supremo tome uma decisão definitiva na próxima quarta-feira, os deputados e senadores apreciem o Orçamento ainda na semana que vem.

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O vice-presidente do Senado ressaltou que é "muito importante" que os poderes dialoguem entre si. Viana classificou de "adequada" a decisão do Supremo de pautar a matéria, lembrando que a ordem no Congresso é esperar a palavra final do Judiciário. Ele disse que a decisão anterior do ministro Luiz Fux, relator da questão dos vetos no STF, "criou uma divisão de interpretação e paralisou a votação do orçamento".

"Nós não conseguimos concluir o ano legislativo de 2012 naquilo que é essencial", afirmou ele, ao destacar que vários Estados, municípios e programas importantes para a população estão sendo tocados por meio dos repasses via duodécimos. A cada mês o governo federal pode repassar até um doze avos de verbas de custeio da máquina pública do ano anterior enquanto o Orçamento não for aprovado.

A polêmica em torno da peça orçamentária começou no final do ano passado depois que deputados recorreram ao Supremo para evitar que o Congresso apreciasse logo o veto parcial da presidente Dilma Rousseff à lei dos royalties. Inicialmente, Luiz Fux deu uma decisão favorável ao trancamento de toda a pauta e que os parlamentares seguissem a ordem cronológica das matérias, o que implicaria no impedimento de se apreciar o orçamento logo. Fux depois disse, em nota à imprensa, que o orçamento não se sujeitava ao trancamento da pauta.

Diante do impasse, uma vez que a última manifestação do ministro não constava do processo, o Congresso já adiou várias vezes a votação do Orçamento. Recentemente, o governo federal recorreu ao Supremo para pedir uma decisão final sobre o assunto.

Jorge Viana disse que a pauta da próxima semana deve girar em torno da instalação das comissões permanentes do Senado, uma vez que a pauta de votações em plenário está trancada por medidas provisórias. Ele afirmou que a pauta "certamente" estará vinculada à agenda econômica do País, uma vez que a maioria das MPs mexe em assuntos do setor, como a unificação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para operações interestaduais.

O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para a próxima quarta-feira, dia 27, a análise do recurso contra a decisão que obrigou o Congresso Nacional a votar em ordem cronológica os mais de 3 mil vetos presidenciais. O processo foi liberado pelo relator, ministro Luiz Fux, para o debate em plenário na noite de quinta-feira (21). A pauta de julgamentos do STF da próxima semana foi divulgada nesta manhã.

De acordo com integrantes do Supremo, o tribunal deve contornar a decisão de Fux. A tendência é de que a Corte, no mínimo, module os efeitos da liminar e livre os milhares de vetos que pendem de apreciação há anos no Congresso.

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Somente depois do julgamento e, a depender da decisão, o Congresso poderá votar o Orçamento deste ano. A votação do Orçamento estava marcada para esta semana, mas o governo pediu adiamento a aliados, temendo que a aprovação da proposta sem uma definição do tribunal gerasse uma enxurrada de processos judiciais em todo o País, questionando a ilegalidade da execução orçamentária.

O uso de carros oficiais para fins pessoais, especialmente por juízes auxiliares, levou a diretoria-geral do Supremo Tribunal Federal a distribuir um ofício no qual lembra que os motoristas da Corte não são contratados para levá-los a bares, restaurantes ou shoppings. Também não podem ser usados para carregar as compras de supermercado feitas pelos magistrados ou para buscar seus filhos na escola.

O tribunal já dispunha de uma regulamentação sobre o uso de carros oficiais, mas a regra era ignorada. Conforme relatos de funcionários do Supremo, um dos magistrados que auxiliam a presidência da Corte pediu que o motorista o levasse e o buscasse em um bar localizado no Shopping Iguatemi, localizado em área nobre de Brasília. O caso subiu os escalões do STF e se materializou na nota com a "recomendação" de conduta.

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Um dos motoristas, que pediu para não ser identificado, afirmou que um colega já teve de aguardar um magistrado fazer compras no supermercado para depois levá-lo para casa. Em outra ocasião, teve também de buscar o filho do juiz na escola.

O caso mais frequente é o uso de carros oficiais para se deslocar até o aeroporto JK. A maioria dos juízes vem de fora de Brasília. Ao fim da semana, muitos querem voltar para suas cidades. As passagens não são pagas pelo Supremo, mas muitos juízes pedem ao motorista do tribunal que os leve ao aeroporto.

Irregular

O ofício encaminhado pelo diretor-geral do Supremo, Amarildo Vieira de Oliveira, alerta os servidores e juízes que o uso dos carros oficiais para levá-los ao aeroporto é irregular mesmo que estejam viajando a trabalho. De acordo com informações do tribunal, os servidores e juízes recebem diária, valor que já traz embutida uma verba para táxi. Assim, quando usam o carro oficial acabam por embolsar essa verba extra.

"De ordem do presidente desta Corte e com o fim de orientar todos sobre a correta utilização dos recursos públicos, informo a Vossa Senhoria que os serviços de transporte oficial do tribunal são restritos às atividades de cunho institucional", informa o diretor-geral no documento.

Os juízes auxiliares não dispõem, em suas atividades, de carro e motorista próprio. Quando precisam, eles solicitam o serviço de um motorista. No Conselho Nacional de Justiça, o uso de carro oficial por juízes auxiliares serviu de pretexto, durante a gestão do ex-presidente Cezar Peluso, para que conselheiros defendessem a compra de carros próprios e a contratação de motoristas exclusivos para atendê-los.

De acordo com a assessoria do STF, um segundo memorando permitiu que os juízes auxiliares usassem os veículos oficiais para se deslocarem até o aeroporto em caso de viagem a serviço. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

À sua imagem e semelhança, a presidente Dilma Rousseff vai começar, no período pós-mensalão, a mudar a feição do Supremo Tribunal Federal. A aposentadoria de dois ministros neste ano - Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto - e a possível antecipação da saída do ministro Celso de Mello permitirá que a presidente tenha nos próximos meses cinco integrantes da Corte escolhidos por ela.

Os candidatos às duas vagas deste ano são incertos, mas a presidente já instituiu sua banca para escolhê-los. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também cotado para uma vaga no tribunal nos próximos anos, e o secretário executivo da Casa Civil, Beto Vasconcelos, sabatinam os candidatos para as duas vagas certas - uma será aberta em setembro e outra em novembro, quando Ayres Britto irá completar 70 anos.

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O processo iniciado antes do julgamento do mensalão é tocado, como manda Dilma, com a maior discrição possível. Os três nomes que a presidente indicará podem mudar a característica da Corte, hoje moldada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Da atual composição do STF, seis ministros foram nomeados por Lula. Assim que assumiu o governo, Dilma indicou Luiz Fux para o Supremo. O nome foi apadrinhado pelo então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

O tom das indicações de Dilma, afirmam integrantes do governo, é dado pelo perfil de Rosa Weber, também escolhida pela presidente. Considerada discreta, Rosa não concedeu uma entrevista desde que foi nomeada - no final do ano passado. No tribunal, já participou de julgamentos importantes, como a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa e da política de cotas raciais, sem entrar em conflito com os demais ministros do Supremo e sem se deixar impressionar pela repercussão pública dos casos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O surgimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no radar do julgamento do mensalão alertou para um movimento subterrâneo detectado pelo Supremo Tribunal Federal (STF): manobras projetadas para embaraçar o processo e jogar a sentença final para depois das eleições.

Diante disso, o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, prepara em conjunto com os colegas alguns antídotos para anular estratégias que podem ser usadas pelos advogados dos réus do mensalão para retardar o julgamento do processo. Com 38 réus a serem julgados e número ainda maior de advogados envolvidos com o caso, os ministros sabem que todos os subterfúgios legais e chicanas poderão ser usados nas sessões de julgamento.

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Britto pediu à Defensoria Pública que preparasse de cinco a sete defensores para que fiquem de sobreaviso. Eles serão sacados para atuar no julgamento caso algum dos advogados peça adiamento da sessão por estar doente ou se algum dos réus convenientemente destituir seu advogado e pedir prazo para contratar um novo defensor.

Problemas como esses poderiam provocar o adiamento da sessão por semanas. Esses defensores públicos estudam o caso desde abril e estarão, de acordo com integrantes do tribunal, prontos para defender os réus de imediato, sem permitir atrasos no julgamento do processo, que deve se alongar por dois meses.

Os ministros antecipam também estratégias para garantir a execução das penas daqueles que forem condenados. Terminado o julgamento, o tribunal precisa publicar o acórdão - com a íntegra do relatório do caso, os votos de cada ministro e os debates travados na sessão, e a ementa do julgamento.

Nessa etapa do processo, o Supremo costuma perder meses. Cada um dos ministros revê seus votos, lê os apartes que fez aos colegas durante a sessão, retira partes que considerar impróprias - caso haja, por exemplo, alguma discussão mais áspera em plenário - e só então o documento é publicado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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