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No centro da maioria dos discursos realizados no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) no último ano, o diálogo foi novamente tema das discussões da Casa neste dia 1º de fevereiro, que marca o retorno das atividades parlamentares da assembleia. Atualmente, o Poder Legislativo enfrenta uma nova crise frente ao Executivo estadual, após a governadora Raquel Lyra (PSDB) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar trechos do texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), protocolado na Alepe. 

Segundo os deputados, o acionamento do Judiciário não foi dialogado ou antecipado à Casa Legislativa. O protocolo em si não é inédito; a Justiça pode oferecer soluções aos poderes quando há impasses políticos. Ainda assim, a decisão soma às indigestões entre Lyra e a Alepe, que perduram desde o início do mandato da governadora, começando com a decisão do secretariado, em 2023. 

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“Foi o espírito de coletividade, valorizando o diálogo e a busca de consensos, que nos permitiu construir a independência vista hoje na Alepe. Esta soberania nos tem fortalecido como Parlamento, como representantes do povo pernambucano”, disse. “Devemos permanecer zelosos e vigilantes para assegurar a preservação do que foi conquistado. Esta conquista, é preciso enfatizar, tem sido e continuará sendo fundamental para a grandeza desta Casa”, disse o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), durante a solenidade de abertura. 

Porto foi o primeiro a discursar. Apesar de ser tucano e – ainda – não ter se declarado como parte do bloco de oposição, o parlamentar não possui uma boa relação com sua governadora. A fala do presidente reforçou a “soberania” da Alepe e a independência da assembleia, apesar da necessidade de atuação conjunta entre os poderes.  

O deputado ressaltou ainda iniciativas adotadas ao longo do primeiro ano da atual Legislatura para fortalecer a relação com a sociedade. Entre elas, a ampliação do programa Alepe Acolhe, que oferece qualificação e estágio remunerado a jovens aptos a adoção, e o lançamento do Alepe Cuida, que leva serviços gratuitos a municípios do interior. Apesar do discurso mais ameno, na saída do evento, o legislador voltou a criticar o Governo Lyra pela postura diante do impasse da LDO, durante uma rápida coletiva com a imprensa.  

Pouco tempo após o encerramento do evento de reabertura, vazou, nas redes sociais, um áudio do presidente Álvaro Porto conversando com um outro parlamentar, na Mesa Diretora. Porto diz que não entendeu o discurso da governadora e que ela "conversou muita m..., mas não disse nada". A repercussão provocou uma nota da Executiva Nacional do PSDB, que considerou os comentários “agressivos” e prestou solidariedade à gestora. 

Governadora Raquel Lyra durante reabertura das atividades legislativas na Alepe. Foto: Vitória Silva/LeiaJá 

Apoio 

Em seu pronunciamento, a governadora Raquel Lyra afirmou que, em 2023, a Casa de Joaquim Nabuco contribuiu decisivamente com medidas do Poder Executivo como a reforma administrativa, as novas alíquotas do IPVA, a criação do programa Pernambuco sem Fome e a construção do Plano Plurianual 2024-2027. 

 De acordo com ela, “o povo tem pressa e não pode ficar à mercê de disputas eleitorais”. A governadora disse ainda contar com o apoio do parlamento para acelerar as transformações em Pernambuco. “Entendo esse Poder Legislativo como protagonista no processo de mudança decidido pela população”, expressou.  

Na avaliação da gestora, o Governo e o Legislativo precisam estar ainda mais alinhados este ano especialmente para concretizar os investimentos possibilitados pelos bons resultados fiscais obtidos pela administração – superávit orçamentário de R$ 1 bilhão e disponibilidade de caixa de R$ 700 milhões.  

Oposição 

Líder da oposição, a deputada Dani Portela (PSOL) fez um balanço dos debates que marcaram o ano de 2023. Entre outros temas, falou do projeto do Governo para o reajuste do piso salarial dos professores do Estado, ao qual a oposição se posicionou contrariamente por não contemplar toda a categoria. Criticou a exoneração em massa de funcionários no início da atual gestão de Raquel Lyra, que afetou as áreas de segurança pública, saúde, educação e atendimento à mulher.  

A parlamentar do PSOL salientou o papel da Alepe de fomentar o diálogo entre os poderes, e a necessidade de construir coletivamente soluções para o Estado. “Esperamos que este seja um ano de um diálogo realmente respeitoso, e que esta Casa não seja surpreendida pela imprensa das notícias vindas do Executivo. O diálogo tem que ser a ponte para estabelecer o melhor para o povo de Pernambuco”, enfatizou.  

Discurso de Joãozinho Tenório  

A importância da colaboração entre a Alepe e a gestão do Estado foi enfatizada pelo vice-líder do governo, deputado Joãozinho Tenório (Patriota). O parlamentar ressaltou projetos de iniciativa do Poder Executivo que receberam aval da Alepe no último ano e defendeu a união dos deputados estaduais para atender as necessidades da população.  

“Tenho certeza de que buscamos durante 2023, e continuaremos até o fim dos nossos mandatos, a cooperação entre o Executivo e o Legislativo a favor do nosso povo”, afirmou. “Discutimos e aprovamos projetos de lei com capacidade para mudar a vida de muita gente”, agregou, mencionando o programa Pernambuco Sem Fome, o reajuste dos benefícios do Chapéu de Palha e a autorização para o Estado contrair empréstimos de até R$ 3,4 bilhões. 

 

Após visita ao presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rêgo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou em entrevista coletiva que continuará com a agenda de conversas com os senadores sobre sua indicação para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele se disse disposto a encontrar parlamentares da oposição. E reiterou que na, condição de magistrado, não terá "lado político".

Já o senador Weverton (PDT-MA), relator da indicação, manifestou-se favoravelmente à nomeação de Dino para o STF. Ele prevê uma aprovação do ministro da Justiça para o STF com mais de 50 votos.

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O parecer será entregue à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na quarta-feira (6), para que a sabatina e votação ocorram no dia 13 dezembro.

*Da Agência Senado

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a suspensão de decretos do ex-presidente Jair Bolsonaro que alteraram o limite da compra de munição por pessoas autorizadas a portar arma de fogo.

As normas estão suspensas desde setembro do passado e foram julgadas definitivamente em sessão de julgamento virtual da Corte. A votação terminou na sexta-feira (30), e o resultado foi divulgado nesta segunda-feira (03).

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Com a confirmação da decisão, a limitação da quantidade de munição deve ser garantida apenas na quantidade necessária para a segurança dos cidadãos, o Poder Executivo não pode criar novas situações de necessidade que não estão previstas em lei e a compra de armas de uso restrito só pode ser autorizada para segurança pública ou defesa nacional, e não com base no interesse pessoal do cidadão.

A maioria dos ministros seguiu voto proferido pelo relator, ministro Edson Fachin. Também votaram sobre a questão os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.

Fachin reiterou voto pela suspensão dos decretos. “As melhores práticas científicas atestam que o aumento do número de pessoas possuidoras de armas de fogo tende a diminuir, e jamais aumentar, a segurança dos cidadãos brasileiros e dos cidadãos estrangeiros que se achem no território nacional”, afirmou.

Os ministros André Mendonça e Nunes Marques divergiram e validaram os decretos. Para Marques, os cidadãos têm direito à autodefesa. “Se, num universo de mais de 200 milhões de brasileiros, ocorreram episódios esporádicos de violência, não vejo como podem eles, no que isolados, justificar regra voltada a tolher algo que me parece um meio bastante eficaz de autodefesa”, afirmou.

Mendonça entendeu que não há ilegalidades nos decretos. “Se não há, diretamente no texto constitucional, resposta pré-definida à questão da posse ou do porte de armas de fogo, há que se privilegiar as legítimas opções realizadas pelos poderes democraticamente eleitos, seja o Legislativo, ao editar a lei, seja o Executivo, ao regulamentá-la por decreto”, concluiu.

A suspensão dos decretos foi motivada por ações protocoladas pelos partidos PT e PSB e tratam dos decretos 9.846/2019 e 9.845/2019, além da Portaria Interministerial 1.634 de 22 de abril de 2020, norma sobre o limite da compra de munição por pessoas autorizadas a portar arma de fogo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve enviar o nome do advogado Cristiano Zanin ao Senado Federal nesta quinta-feira (1º), para que o aliado concorra a uma vaga no Supremo Tribunal Federal. O indicado é o principal cotado a preencher a vaga de Ricardo Lewandowski, que se aposentou no último dia 11 de maio. A informação sobre a decisão foi vazada à imprensa nessa quarta-feira (31).  

Caso a indicação seja aprovada, Zanin deverá passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, por fim, ter seu nome aprovado por pelo menos 41 dos 81 senadores. A decisão deve ser comunicada formalmente ao presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), até às 17h.  

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Cristiano Zanin tem uma carreira de mais de 20 anos na advocacia. Ele ficou nacionalmente conhecido por defender Lula dos processos da Operação Lava Jato, conseguindo uma vitória que levou à anulação das sentenças contra o petista. O presidente chegou a ser condenado e preso, mas saiu vitorioso após o reconhecimento dos recursos por parte do STF. 

Em março deste ano, em entrevista, Lula afirmou que o indicado deverá ser uma pessoa "competente do ponto de vista jurídico" e que respeite a Constituição. Na ocasião, o presidente afirmou também não ter "compromisso oficial com ninguém". 

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu anular a condenação do ex-deputado federal Eduardo Cunha a 15 anos e 11 meses por corrupção e lavagem de dinheiro em um dos processos da Operação Lava Jato.

Por 3 votos a 2, a decisão foi tomada em sessão virtual da Segunda Turma da Corte, modalidade na qual os ministros inserem votos no sistema eletrônico e não há votação presencial.

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A maioria dos ministros aceitou os argumentos apresentados pela defesa de Cunha e entendeu que o processo deveria ter sido conduzido pela Justiça Eleitoral, e não pela Justiça Federal em Curitiba.

O caso envolve acusação de que Cunha teria recebido propina proveniente de contratos da Petrobras para a construção de navios-sonda.  Em 2021, em outra decisão sobre competência, a Segunda Turma também enviou para a Justiça Eleitoral uma condenação contra Cunha. Nesse caso, o ex-parlamentar foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão pelo então juiz Sérgio Moro pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Defesa

Em nota, a defesa do ex-deputado declarou que a decisão do STF confirma a "perseguição contra Cunha"  "A decisão do Supremo fez justiça e confirma aquilo que a defesa sustenta desde o início do processo e que agora está ficando claro para todo o país: Eduardo Cunha, assim como outros inúmeros réus, foi vítima de um processo de perseguição abusivo, parcial e ilegal e julgado por uma instância manifestamente incompetente", afirmou a defesa.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira (1º), durante cerimônia de abertura do ano judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF), que a Suprema Corte é guardiã da luta de desigualdades onde quer que elas se manifestem. "O Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição e dos direitos fundamentais, é também guardião da dignidade de cada brasileira e de cada brasileiro, e um ator fundamental na luta contra as desigualdades, onde quer que elas se manifestem", afirmou. "Uma democracia para poucos jamais será uma verdadeira democracia", continuou.

O presidente citou como exemplos a decisão pela constitucionalidade da Lei de Cotas no acesso às universidades, da titulação das terras de comunidades quilombolas, da união estável entre pessoas homoafetivas, da pesquisa com células-tronco e da homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. "Nenhuma daquelas decisões foi tomada sem debates profundos e muitas vezes acalorados na sociedade e no próprio colegiado; cobrando muitas vezes de ministras e ministros o preço da incompreensão, do preconceito e da contrariedade de interesses econômicos e políticos", disse.

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Lula prometeu também que o Poder Executivo estará à disposição do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para o diálogo e a construção de uma agenda institucional. "Renovando mais uma vez nosso compromisso com a democracia, tenho a mais absoluta certeza de que conseguiremos cumprir nossa missão", afirmou.

Defesa da Carta Magna

No discurso na cerimônia de abertura do ano judiciário no Supremo, o presidente Lula disse que, mais do que um plenário reconstruído após o ataque de 8 de janeiro, o que viu no local foi o destemor de ministros na defesa da Carta Magna brasileira. "Vejo a disposição inabalável de trabalhar dia e noite para assegurar que não haja um milímetro de recuo em nossa democracia", disse.

Ainda sobre os atos de 8 de janeiro, Lula recordou como encontrou a situação do prédio do STF. "Me senti indignado ao visitar esta Casa na noite seguinte aos ataques terroristas", disse, acrescentando que levará para o resto da vida a indignação e o desejo maior de continuar a defender a democracia.

O chefe do Executivo garantiu que, assim como nos dois mandatos, a relação entre o Executivo Federal, a Suprema Corte e o Poder Judiciário terá como alicerce o respeito institucional. O povo brasileiro, segundo Lula, não quer conflitos entre as instituições e tampouco agressões, intimidações nem o silêncio dos poderes constituídos.

"O povo brasileiro quer e precisa, isso sim, de muito trabalho, dedicação e esforços dos Três Poderes no sentido de reconstruir o Brasil. Nossos reais inimigos são outros: a fome, a desigualdade, a falta de oportunidades, o extremismo e a violência política, a destruição ambiental e a crise climática", disse. "Tenho a certeza de que juntos vamos enfrentá-los. E de que juntos poderemos superá-los", acrescentou.

Rosa Weber se emociona

A ministra Rosa Weber, presidente do STF, encerrou a cerimônia de abertura do ano Judiciário com um agradecimento emocionado à "sensibilidade dos amigos da democracia". A solenidade foi marcada por discursos de defesa das instituições e de repúdio aos atos golpistas que culminaram na invasão às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará se a Constituição admite a existência do orçamento secreto. O tema foi incluído na pauta da corte na última quinta-feira (1), pela ministra Rosa Weber, para julgamento de quatro ações que discutem a constitucionalidade do pagamento das emendas parlamentares repassados aos estados sem critérios claros ou transparência.

Graças ao voto de Weber, o plenário do Supremo suspendeu temporariamente esses pagamentos e determinou que o Congresso criasse um sistema para dar publicidade aos gastos. Agora, a ministra precisa marcar uma data para análise dos casos, embora tenha indicado que quer julgar em breve as ações. 

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Nos bastidores, os ministros avaliam que o julgamento deve acontecer antes do recesso da corte, em cerca de duas semanas. Também consideram como possibilidade o adiamento da discussão com um pedido de vista, isto é, mais tempo para a análise dos processos. 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) publicou um vídeo no Instagram na terça-feira (29), e incita os generais quatro estrelas a darem um golpe de estado e não permitirem que Lula (PT) tome posse no dia 1º de janeiro de 2023. “No dia 1º de janeiro vocês vão querer prestar continência a um bandido ou à bandeira brasileira”, afrontou.

Ao falar sobre os bolsonaristas que permanecem em frente aos quartéis generais em manifestação antidemocrática contrários ao resultado das urnas, a deputada federal pediu que os generais “salvem a alma do Brasil”. “O povo está na frente dos quartéis generais pedindo para que os senhores salvem as nossas almas. Eu queria pedir que os senhores olhem um pouquinho menos para dentro de si [olhem] e para o nome dos senhores perante a história. Olhem o que já está acontecendo hoje perante o mundo e os próximos anos”, pediu. 

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“Senhores generais quatro estrelas, vocês são os guardiões da nossa Constituição. Na falta de Supremos que alvejam e rasgam a nossa Constituição, os senhores são a garantia da lei da ordem, e nós contamos com os senhores. Há 29 dias as pessoas estão na porta dos quartéis clamando S.O.S. Isso não depende de partidarismo. Vocês são apartidários e estão aqui para defender a nossa Nação, a nossa Constituição e a garantia da lei da Ordem”, incitou Zambelli. 

O presidente do Supremo Tribunal e do Conselho Geral da Magistratura da Espanha, Carlos Lesmes, apresentou sua renúncia nesta segunda-feira (10), cansado da incapacidade dos dois principais partidos de chegarem a um acordo sobre a renovação de seus membros, prolongando uma crise que pode bloquear o funcionamento da Justiça.

"Carlos Lesmes comunicou hoje a Sua Majestade o Rei Felipe VI (...) sua vontade de cessar imediatamente as funções que lhe correspondem legalmente", informou o órgão em uma nota publicada hoje.

"O presidente do TS (Supremo Tribunal) e do CGPJ (Conselho Geral da Magistratura) já havia antecipado à Casa Real e ao governo, na tarde de ontem, sua decisão de formalizar a renúncia ao cargo nesta segunda-feira", acrescentou.

No domingo (9), em uma mensagem publicada no Twitter pela conta do Judiciário, Lesmes disse ter perdido "toda esperança de retificação" por parte dos partidos.

"Manter-me nesta responsabilidade, a partir de agora, pode servir apenas para me tornar cúmplice de uma situação que abomino e que é inaceitável", justificou.

"Adoto esta decisão por respeito à dignidade das instituições que presido e também por respeito aos juízes espanhóis que esperam, legitimamente, que quem os representa não permaneça impassível diante de uma situação que compromete gravemente o prestígio e funcionamento da Justiça como um todo", acrescentou.

Há várias semanas, Lesmes ameaçou renunciar para tentar resolver essa crise decorrente das tensões entre o governo (de esquerda) e o Partido Popular (PP), principal legenda da oposição (de direita). Ambos se acusam mutuamente pelo bloqueio.

Órgão encarregado de nomear os juízes, os membros do CGPJ deveriam ter sido renovados em 2018. Devido à falta de acordo entre o Executivo do socialista Pedro Sánchez e o PP, continuam sem substituto.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou sofrer uma “perseguição implacável” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em entrevista à Jovem Pan nesta segunda-feira (21), data que marca a celebração dos seus 67 anos de idade. Moraes também faz parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e tem cumprido um papel importante no combate à desinformação, que deverá ser intensificado neste ano, devido ao período eleitoral. Para o mandatário, as frequentes ações do ministro em desfavor do Governo deixam claras as intenções de prejudicá-lo.  

“Sabemos da posição do Alexandre de Moraes. É claro, não é novidade. É uma perseguição implacável para cima de mim. Tivemos momentos difíceis no ano passado, quando o TSE julgou a possibilidade de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por fake news”, alegou. 

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O chefe do Executivo chegou a alegar, também, que há interesse na eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por parte de alguns ministros, mas acredita que os opositores ao seu governo não são maioria. “Sabemos o que eles querem, o que alguns querem no Brasil, não são todos nem uma instituição. Querem eu [sic] fora de combate e obviamente o Lula eleito. Podem ter certeza: nós, dentro das quatro linhas, podemos fazer com que o processo caminhe dentro da normalidade no Brasil”, disse o presidente. 

Na entrevista, Bolsonaro disse esperar que o TSE acolha sugestões dadas pelo ministro Walter Braga Netto (Defesa), pois, segundo ele, “freiam completamente” uma possível fraude. Com a atuação das Forças Armadas, o presidente acredita em uma eleição dentro da normalidade. 

“O que eu tenho falado para meus ministros é que nós jogamos dentro das 4 linhas. Devemos fazer o possível e o impossível para que o outro lado venha para as 4 linhas. Se formos jogar futebol e o outro lado puder marcar gol de mão, você vai perder”, disse. 

“E mais: nem foi tocado no voto impresso. Dá para fazer eleições limpas desde que acolhidas essas sugestões por parte das Forças Armadas. Não podemos disputar eleições sob o manto da desconfiança”, completou. 

A Suprema Corte dos Estados Unidos vai ouvir nesta sexta-feira (7) as impugnações à tentativa do presidente Joe Biden de obrigar milhões de trabalhadores do país a se vacinarem contra a Covid-19.

Após meses de apelos públicos às pessoas indecisas ou relutantes a tomarem a vacina, Biden aumentou a pressão em setembro.

"Fomos pacientes, mas nossa paciência está se esgotando", disse.

O presidente democrata tornou as vacinas anticovid obrigatórias nas empresas que empregam 100 trabalhadores ou mais, assim como para os profissionais da saúde nas instalações que recebem fundos federais.

Os funcionários não vacinados teriam que apresentar testes negativos semanais e usar máscaras no trabalho.

A Administração de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA, na sigla em inglês) estabeleceu o prazo até 9 de fevereiro para as empresas cumprirem as regras. Em caso contrário, enfrentarão a possibilidade de multas.

A obrigação de se vacinar foi imediatamente questionada por alguns representantes (deputados) republicanos e por proprietários de empresas como uma violação dos direitos individuais e um abuso de poder por parte do Executivo.

Isso gerou uma onda de denúncias e, agora, o mais alta instância do Poder Judiciário americano, de maioria conservadora, realiza uma audiência especial para decidir se as ordens podem ser implementadas enquanto os processos jurídicos são tramitados.

Uma decisão é aguardada em poucas semanas.

As empresas com 100 funcionários ou mais representam cerca de 80 milhões de pessoas, o que corresponde a aproximadamente dois terços da força de trabalho do setor privado.

A obrigação de vacinação para profissionais da saúde afeta em torno de 10 milhões de pessoas.

Em uma carta apresentada ao tribunal em nome do governo, a procuradora-geral Elizabeth Prelogar afirmou que as medidas são necessárias "contra a pandemia mais mortal na história da nação".

"Os trabalhadores adoecem gravemente e morrem, porque estão expostos ao vírus", declarou Prelogar, defendendo que a obrigação de se vacinar salvará a vida de mais de 6.500 trabalhadores e evitará mais de 250.000 hospitalizações em seis meses.

- "Dano irreparável" -

Um grupo de 26 associações empresariais considerou, porém, que a imposição da vacinação "infligirá um dano irreparável a centenas de milhares de empresas".

As empresas serão obrigadas a repassar os custos das vacinas e dos testes aos consumidores, o que resultará em "preços ainda mais altos em um momento de inflação recorde", argumentaram.

Outra possibilidade é que sejam repassados aos funcionários não vacinados, "que deixarão de trabalhar em massa, em vez de sofrerem cobranças adicionais a cada semana".

"O choque que isso vai gerar nos empregos devastará as já frágeis cadeias de abastecimento e os mercados de trabalho", concluíram.

Liderados pelo Missouri, os estados governados por republicanos alegaram que obrigar os trabalhadores da saúde a se vacinarem "ameaça gerar uma crise nas instalações de atenção médica nas áreas rurais dos Estados Unidos".

"Estaria obrigando milhões de trabalhadores a escolherem entre perder seus empregos, ou cumprir uma ordem federal ilegal", afirmaram.

O governo respondeu que o número de pessoas que deixaram seus empregos, devido à obrigação de se vacinarem, foi realmente muito baixo.

Em um hospital de Houston, no estado do Texas, por exemplo, apenas 153 dos 26.000 funcionários se demitiram para evitar cumprir a ordem.

Várias grandes corporações americanas, incluindo a gigante da carne Tyson Foods e a companhia aérea United Airlines, ordenaram a vacinação aos seus funcionários em setembro, sem sofrer grandes alterações.

O Supremo é formado por seis magistrados conservadores e três liberais (progressistas). Todos eles foram vacinados e receberam doses de reforço, segundo o próprio órgão.

O tribunal confirmou, anteriormente, a obrigação da vacinação imposta a estudantes universitários e a profissionais da saúde pelas autoridades locais, mas também bloqueou decisões federais relacionadas com a pandemia. Anulou, por exemplo, uma moratória sobre a falta de moradia.

Se a corte bloquear a decisão do governo de impor a vacinação, será um grande golpe para Biden, que fez do controle da pandemia uma de suas prioridades e está lutando contra um aumento dos casos, devido à variante ômicron.

A vacinação se tornou um tema de polarização política nos Estados Unidos, onde 62% da população está vacinada.

O país registrou até agora mais de 58 milhões de casos de coronavírus e mais de 830.000 mortes.

Após o lobby de meses da bancada da Bíblia, a confirmação do "terrivelmente evangélico", o pastor André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi comemorada no Planalto com culto e louvores. Este foi o segundo nome que o presidente Jair Bolsonaro (PL) emplacou na Suprema Corte, que pode receber mais dois ministros conservadores, como promessa de reeleição. Ao LeiaJá, cientistas políticos analisaram a ida do ex-ministro da Justiça ao Judiciário e a participação de religiosos nos Três Poderes. 

A presença de religiosos no processo político brasileiro não é novidade. Nos últimos 20 anos, evangélicos conquistaram cargos eletivos nas Câmaras municipais, e hoje já são gestores executivos e assumem cadeiras no Congresso. Cerca de 30% dos brasileiros cultuam uma de suas vertentes e, apesar do público heterogêneo, a pauta de costumes é o principal ponto de convergência.

Representatividade

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"É compreensível que essa expansão seja acompanhada de um empoderamento desse seguimento. Então não é surpreendente", apontou o doutor em Ciência Política, Arthur Leandro.

Ele destacou que o processo de transição religiosa no Brasil contempla o crescimento evangélico ao mesmo tempo que a participação de cristãos se retrai. Tal movimento abre espaço para cultos de matrizes africanas e para o ateísmo. "O estado é laico, não é ateu. É um processo que está dentro das regras do jogo", comentou. 

Aceno habitual às bases eleitorais

Além de ser uma porção relevante da sociedade, do ponto de vista eleitoral, o voto evangélico é uma das bases de apoio mais concretas do presidente, que mantém a prática dos seus antecessores de contemplar seguimentos que possuam identificação para conferir representatividade política no STF. 

"A gente passou por processo semelhante quando houve a representação de outras minorias, como no caso do ingresso das mulheres na Suprema Corte e da preocupação da decisão política do ex-presidente Lula de indicar um ministro negro, que foi o caso de Joaquim Barbosa", descreveu.

Cedo para mensurar possíveis danos ao processo judicial

Em meio à polêmica sobre a inconstitucionalidade com uma eventual quebra do Estado laico, o mestre e apresentador do podcast Política é Massa, Caio Santos, pregou cautela para confirmar se Mendonça vai seguir à risca a agenda fundamentalista levantada por Bolsonaro e pelos 'pastores-celebridade' que pressionaram por sua indicação.

"Alexandre de Moraes, por exemplo, entrou com tendências conservadoras, mas em alguns momentos toma decisões que não são tão conservadoras assim", entendeu ao acrescentar que também existem políticos religiosos que respeitam as liberdades individuais e mantém o princípio da laicidade.

"No caso do envolvimento político, geralmente as lideranças são além de religiosos, empresários e poderosos. E aí toda essa relação se misturando com o Poder e o Estado, a coisa tende a ficar complicada", alertou.

Decisões passam pelo crivo dos colegas da Corte

Pastor André, como se apresenta nos templos, atendeu aos critérios de idade e notório saber jurídico no entendimento do Senado, que carrega como regra a aprovação das indicações dos presidentes. 

Caso as decisões do caçula do STF sejam distantes da Constituição Federal e do entendimento dos 11 ministros, elas poderão ser revisadas pelo próprio pleno antes dos seus efeitos.

Pauta enfraquecida para 2022 

Embora se mostre ainda bastante presente no debate político, para Santos, a discussão sobre costumes que foi protagonista em 2018 deve perder força para as próximas eleições.

"A tendência da eleição do ano que vem é de um debate pautado em econômica e questões sociais. Vai ser difícil o povo gastar tempo discutindo costumes quando o Brasil tem inflação, fome, desemprego cada vez maior", complementou.

Em decisão divulgada na manhã desta terça-feira (24), a cúpula da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) desqualificou o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, emitido por interesse do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Em parecer elaborado pelas comissões de Estudos Constitucionais e de Defesa da República e da Democracia da OAB Nacional, e que será encaminhado aos presidentes do Senado, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do STF, o Conselho Pleno apontou que inexistem provas que assegurem a tese do crime de responsabilidade.

No documento, a Ordem ressalta que, em nenhum momento, as referidas práticas consubstanciadoras de crimes de responsabilidade foram, de fato, explicitadas pelo presidente da República em seu pleito.

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“O que se observa de toda a denúncia é, ao contrário do alegado pelo denunciante, uma tentativa de constranger um Ministro da mais alta Corte do país no exercício regular de suas funções”, aponta o parecer. Conclui, assim, que o pedido “não possui fundamento jurídico para justificar a abertura de processo de impeachment contra o referido Ministro injusta e abusivamente denunciado, razão por que deve ser liminarmente rejeitada pelo eminente Presidente do Senado Federal”.

A OAB também defende a atuação independente do STF enquanto guardião da Constituição Federal e aponta que “o pleno funcionamento de todos os Poderes da República constitui pilar de sustentação do Estado Democrático de Direito, e seu esvaziamento ou comprometimento representa a derrocada do regime democrático no país e a abertura para as mais diversas violações de direitos”.

O parecer aprovado pelo Conselho Pleno da OAB Nacional também critica as campanhas de desinformação propagadas nos tempos atuais, que “possuem alto potencial lesivo para a democracia, especialmente quando compreendidos em um contexto no qual fatos e evidências passam a ser percebidos como secundários em relação ao apelo emocional causado por narrativas desonestas ou falsas, planejadas para manipular e capturar a opinião pública”.

O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu quatro de mandados de segurança questionando quebras de sigilo que foram determinadas na quinta-feira (10) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.

Até o momento, a decisão da CPI é questionada pelo ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, o secretário de Ciência e Tecnologia do ministério, Helio Angotti, e o ex-assessor especial da pasta, Zoser Hardman de Araújo.

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Na sessão de ontem, a comissão teve 23 novos requerimentos aprovados. Também terão os sigilos quebrados o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, o empresário Carlos Wizard e o virologista Paolo Zanotto.

Há ainda quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático das empresas PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos, Artplan e Calia Y2 Propaganda, todas responsáveis pela publicidade institucional do governo desde 2020.

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (28) aceitar denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) pela prática de agressões verbais e ameaça aos ministro da Corte. Com a decisão, o parlamentar passará à condição de réu e vai responder a um processo criminal.

Por unanimidade, os ministros aceitaram abrir uma ação penal contra o parlamentar, que, em fevereiro deste ano, foi acusado pela PGR de incitar o emprego de violência para tentar impedir o livre exercício das atividades do Legislativo e do Judiciário e a animosidade entre as Forças Armadas e a Corte, por meio de vídeos publicados em suas redes sociais.

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Pelos fatos, Silveira foi preso em fevereiro, por determinação do Supremo, mas ganhou o direito de cumprir prisão domiciliar.

Durante o julgamento, o advogado Jean Cleber Farias, representante do deputado, reconheceu excessos nas declarações de Silveira, mas não concordou com utilização da Lei de Segurança Nacional para basear parte das acusações.

“Temos o dever cívico, o dever moral de pedir para que seja efetivamente delimitadas as condutas à luz do que está vigente, do que é coeso e do é correto, não a partir de inferências, de ilações e de desagrados pessoais. Se houve  excessos por parte do deputado, que ele seja punido, mas dentro do que efetivamente ocorreu, não se lançando mão de uma lei odiosa”, afirmou.

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que vai aguardar ser notificado judicialmente para decidir sobre a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, destinada a investigar as ações do governo no combate à pandemia de coronavírus. O anúncio foi feito na sessão remota do Senado nesta quinta-feira (8), após Pacheco ter sido informado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) sobre decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que determinou a instalação da CPI.

A decisão liminar de Barroso foi dada em resposta a mandado de segurança apresentado por Kajuru e pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

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Mais cedo, após o início da sessão plenária remota, Alessandro Vieira e outros senadores já haviam cobrado a instalação da CPI. Pacheco reiterou que o momento atual não favoreceria a abertura da comissão parlamentar de inquérito, mas que aguardaria a posição do STF sobre o pedido apresentado à Corte pelos senadores.

Cobrança

Em pronunciamento durante a sessão plenária desta quinta, Alessandro Vieira cobrou da Presidência do Senado a instalação da CPI da Covid para investigar ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia. O requerimento para instalação da CPI foi protocolado no início de fevereiro deste ano pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e obteve assinatura de 31 parlamentares, acima do número mínimo, de 27 apoios.

Na indagação dirigida ao presidente do Senado, Alessandro Vieira destacou que todos os requisitos constitucionais foram preenchidos para que a CPI seja instalada e que o Brasil é hoje vítima de uma gestão que tem severos problemas.

"Vossa Excelência inovou, apresentando um novo requisito que seria o juízo de conveniência e oportunidade do presidente da Casa. Esse requisito, senhor presidente, não está na Constituição. A CPI é um instrumento da minoria, sabemos bem. Vossa Excelência é advogado, jurista qualificado. Eu entendo com perfeição a sua preocupação e essa linha sempre muito cautelosa na condução do seu mandato e agora da Casa. É um mérito. Mas cautela em excesso, assim como esperteza em excesso, acaba se virando contra o dono", declarou. 

Condições sanitárias

Em resposta, o presidente do Senado afirmou que faltam condições sanitárias neste momento para instalação e funcionamento da CPI. Rodrigo Pacheco lembrou que todas as comissões temáticas da Casa estão proibidas de funcionar devido aos protocolos de combate à pandemia. Ele também disse acreditar que o ambiente deve ser de "busca de pacificação, união e de soluções para o enfrentamento à pandemia".

Sobre o mandado de segurança, Pacheco disse que, mesmo sem acreditar na conveniência de instalação da CPI, respeitaria uma decisão do STF.

"Eu me mantenho firme e coerente com aquilo que penso: que é o fato de que existe, sim, neste momento de excepcionalidade da pandemia, um juízo de conveniência e de oportunidade em relação a essa CPI, que não deve ser instalada neste momento. Mas me renderei, caso seja uma decisão do Supremo Tribunal Federal, por iniciativa de Vossa Excelência, que provocou o Supremo Tribunal Federal, a qualquer decisão judicial, porque sou consciente do fato de que decisão judicial se cumpre e não se discute", reiterou Rodrigo Pacheco.

*Da Agência Senado

 

Quatro partidos — PT, PDT, PSol e PCdoB — entraram com duas ações no Supremo Tribunal Federal (STF) para paralisar a tramitação da MPV 1031/2021, que trata da privatização da Eletrobras. Os partidos oposicionistas alegam que a MP é inconstitucional por ferir artigos da Carta Magna que tratam da soberania nacional, da ordem econômica, de processos licitatórios, dos princípios da moralidade e eficiência, e por não cumprir o requisito de medida urgente.

Em entrevista à Agência Senado, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) explicou o porquê da movimentação destes partidos.

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"A Eletrobras é a holding das holdings do setor elétrico brasileiro. É a empresa que mais dispõe de controle sobre as linhas de transmissão, sobre as autoestradas da energia em um país continental. Uma empresa que através de hidrelétricas gigantes, já amortizadas, controla indiretamente o regime hídrico de todas as bacias hidrográficas. Não é possível vendermos um conglomerado desta magnitude em plena pandemia, com o país no caos aguardando vacinas e auxílio emergencial. Vender a Eletrobras pra fazer caixa numa hora dessas não faz sentido. Eletrobras, Petrobras e todas as outras estatais podem fazer parcerias com a iniciativa privada, abrir mão destes setores estratégicos não será bom para o país", defende Jean Paul.

Privatização da Eletrobras

Nas ações, os partidos de oposição lembram que o PL 9.463/2018, que também trata da privatização da Eletrobras, já está em tramitação avançada na Câmara dos Deputados, tendo inclusive relatório final apresentado pelo ex-deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) na comissão especial. Portanto, as legendas alegam que o Parlamento já vem discutindo o tema "no tempo devido e sem açodamentos, permitindo o amadurecimento de um texto que tem forte impacto sobre o patrimônio público e a soberania popular, pois trata do acesso a um serviço essencial à sociedade e dever do Estado: a energia elétrica".

"O objetivo da MP 1031 é usurpar a competência do Parlamento para apreciar a questão, pois nasce com força de lei. O governo "esquece" que a própria Constituição lhe dá uma ferramenta para dar celeridade ao processo legislativo: a urgência constitucional, prevista no artigo 64. Assim não fez porque não quis, preferindo usurpar a competência do Congresso", protesta a ação dos partidos PT, PC do B e PSOL.

Esta ação e a do PDT ainda alegam que a MP 1031 pode gerar efeitos "fortemente impactantes no preço da tarifa da energia elétrica para todos os consumidores. E mesmo a definição do modelo de privatização a ser adotado sequer será oportunizado adequadamente ao debate, pois o governo editou a MP 1.031 sem sequer trazer estudos do impacto desta medida".

Pandemia

Por fim, as ações dos partidos ainda reforçam que a pandemia fez com que o Parlamento adotasse ritos céleres na análise das MPs, o que no entender deles "reduz o espaço para debates e elimina oitivas com especialistas e interessados". As ações foram distribuídas ao ministro Kassio Nunes Marques.

*Da Agência Senado

 

O Projeto de Lei 558/21 determina que os processos relativos a crimes cometidos por autoridades com prerrogativa de foro terão dois relatores, que não poderão pertencer à mesma turma. Essas ações são de competência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O primeiro relator (do inquérito) fará a análise da denúncia ou queixa apresentadas, que depois será submetida ao pleno do respectivo tribunal.

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Uma vez aceita, haverá um outro ministro (relator da instrução) para cuidar do julgamento, incluindo exame de provas, tomada de interrogatórios e prazo para a defesa. Ou seja, o relator da ação penal não vai ser o do inquérito. Hoje, as duas cortes indicam apenas um relator para a análise das ações penais.

A proposta é da deputada Celina Leão (PP-DF) e tramita na Câmara dos Deputados. O texto altera a Lei 8.038/90, que regula o rito processual no STF e no STJ.

A parlamentar afirma que a separação dos relatores evita prejulgamentos, pois os ministros cuidarão de fases diferentes do processo. “Com isso, busca-se conferir a esses processos o caráter acusatório exigido por nossa Constituição, garantindo-se que a imparcialidade do julgador não seja mera ficção”, afirma Leão.

Tramitação

O projeto será analisado em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Há, no entanto, requerimento para votação em regime de urgência no Plenário da Câmara.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne nesta quarta-feira (24), a partir das 14hs. O primeiro item da pauta é a modulação dos efeitos da decisão de que o licenciamento ou a concessão de programas de computador (software) deve ser tributado pelo Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), e não pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A disputa tributária foi resolvida na semana passada, no julgamento conjunto das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 1945 e 5669.

Também está pautada a continuidade do julgamento do agravo interposto pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, contra decisão do ministro Celso de Mello (aposentado) que, na condição de relator, determinou seu depoimento presencial nos autos do Inquérito (Inq) 4831. O inquérito apura declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro sobre suposta tentativa do presidente de interferir politicamente na Polícia Federal. Em sua última sessão antes de se aposentar, o ministro Celso de Mello votou pela manutenção de seu entendimento de que o benefício aos chefes dos três Poderes se aplica apenas aos casos em que figurem como testemunhas ou vítimas, e não como investigados ou réus.

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A sessão, por meio de videoconferência, começa às 14h, com transmissão ao vivo pela TV Justiça, pela Rádio Justiça e pelo canal do STF no YouTube.

Confira, abaixo, todos os temas pautados para julgamento.

Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 1945 e 5669 - Modulação
Relatora: ministra Cármen Lúcia

Modulação da decisão proferida no julgamento conjunto das ações, no sentido de que o licenciamento ou a cessão de direito de uso de programas de computador (software) deve ser tributado pelo Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5469
Relator: ministro Dias Toffoli
Associação Brasileira de Comércio Eletrônico X Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz)

Ação contra cláusulas do Convênio ICMS 93/2015 do Confaz que dispõem sobre os procedimentos a serem observados nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final não contribuinte do ICMS localizado em outra unidade federada.

Recurso Extraordinário (RE) 1287019 - repercussão geral
Relator: ministro Marco Aurélio
Madeiramadeira Comércio Eletrônico S/A x Distrito Federal

O recurso discute se é necessária a edição de lei complementar para disciplinar a cobrança da diferença de alíquota em operação interestadual em que a mercadoria ou o serviço é destinado a consumidor final não contribuinte do ICMS. O relator votou pelo provimento do recurso, para assentar inválida a cobrança, diante da ausência de lei complementar. O julgamento será retomado com o voto-vista do ministro Nunes Marques.

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5962
Relator: ministro Marco Aurélio
Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix) x Governador do Rio de Janeiro

A entidade questiona a Lei estadual 4.896/2006, alterada pelas Leis 7.853/2018 e 7.885/2018 do Rio de Janeiro, que obriga as prestadoras de serviço de telecomunicações a criar cadastro especial de assinantes que se oponham ao recebimento de ofertas de comercialização de produtos ou serviços pelo telefone, sob pena de multa.

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3596
Relatora: ministra Cármen Lúcia
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) x presidente da República e Congresso Nacional

Ação ajuizada contra a Lei 9.478/1997, que dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo e institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), e contra trechos da lei alterados pela Lei 11.097/2005. O PSOL questiona o poder normativo delegado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para decidir sobre a venda de blocos petrolíferos.

Inquérito (Inq) 4831 - Agravo Regimental

Relator: ministro Celso de Mello (aposentado)
Presidente da República x Ministério Público Federal (MPF)


Agravo, com pedido de reconsideração e efeito suspensivo, contra decisão que negou ao presidente da República a faculdade de optar pelo depoimento por escrito nos autos do Inquérito 4831. A decisão agravada assentou como fundamento o fato de que o presidente da República, por ostentar a condição de investigado, não dispõe de qualquer das prerrogativas a que se refere o artigo 221 do Código de Processo Penal (CPP), próprias e exclusivas de quem apenas figure como testemunha ou vítima. O julgamento foi iniciado em outubro de 2020 e suspenso após o voto do relator pelo desprovimento do agravo.

*Do STF

O deputado federal, presidente nacional do Partido Social Liberal (PSL) e 1º secretário da Mesa da Câmara dos Deputados, Luciano Bivar (PE), defendeu a punição do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), preso pela publicação de um vídeo em que defendeu o AI-5 e atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Bivar, a prisão do companheiro de partido não representa um risco de crise institucional entre os três poderes da República; sua impunidade, sim. “O que mais nós preservamos é a República e, como tal, a gente tem que preservar as instituições. O que o deputado fez é incompatível com o decoro. Foi algo grave e o partido se sente desconfortável, não à toa alguns deputados querem o afastamento definitivo. Mas não vejo risco de crise nesse caso específico. O risco tem se deixarmos isso que ele fez impune. Aí vai fomentar outros parlamentares a ter comportamentos similares”, afirmou em entrevista ao portal Jota.

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Auxílio Emergencial

Bivar acrescentou que uma eventual expulsão do deputado do PSL depende do contraditório e está em análise. O parlamentar também comentou outros temas, como o auxílio emergencial.

Segundo Bivar, o governo e a Câmara devem se esforçar para “concluir alguns auxílios emergenciais e adequar essa pauta econômica do governo para que não incorra em crime de responsabilidade fiscal, porque é uma situação excepcionalíssima”. 

Reforma Tributária

Ocupando o cargo de 1º secretário da Mesa da Câmara, Luciano Bivar afirmou que tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), estão empenhados em fazer a pauta avançar. Apesar disso, segundo ele, o “momento de colocar todas as questões na mesa, de forma desapaixonada, e ver o que é melhor”. 

O deputado também defendeu um imposto de transações eletrônicas. “O que nós propomos é um imposto eletrônico à exemplo da cobrança sobre a movimentação financeira. Mas não é a criação de um novo imposto. É aglutinar outros impostos federais nisso. Vamos excluir apenas desse imposto federal o imposto de renda, porque há quem diga que as alíquotas não podem ser iguais. Acho isso indiferente, mas tomamos esse cuidado. Vou discutir a tramitação dessa alternativa com Arthur Lira o quanto antes”.

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