Milhares de equipes militares, civis ou simples cidadãos tentavam neste domingo resgatar as vítimas e ajudar os feridos do terremoto que deixou pelo menos 203 mortos e desaparecidos em Sichuan, sudoeste da China.
Mais de 24 horas depois do terremoto de 6,6 graus de magnitude que destruiu quase 10.000 casas nesta região montanhosa e muito populosa, os feridos são levados para os hospitais já lotados. Eles recebem atendimento nas barracas de campanhas montadas após a catástrofe.
A província de Sichuan, uma das quatro mais povoadas da China, com 80 milhões de habitantes, foi devastada por um terremoto em 2008, 7,9 graus, que deixou 87.000 mortos e desaparecidos na região de Wenchuan, 200 km ao nordeste do epicentro do tremor de sábado.
Segundo o balanço oficial mais recente, o terremoto deixou 179 mortos, 24 desaparecidos e 11.500 feridos. Bombeiros e voluntários, que trabalharam durante toda a noite, conseguiram retirar dos escombros de edifícios 91 sobreviventes, informou o ministério da Segurança Pública. Com a ajuda de cães farejadores, as equipes de resgate tentavam avançar para as zonas rurais mais afastadas, com acesso mais complicado após deslizamentos de terra.
Mais de 1.100 tremores secundários foram registrados desde o terremoto inicial, que durou quase 30 segundos. O epicentro foi localizado perto da cidade de Ya'an, no cantão de Lushan, 140 km ao oeste da capital provincial, Shengdu. As construções nas zonas rurais chinesas geralmente deixam a desejar na qualidade, sem respeitar as normas de segurança para prevenir os efeitos dos terremotos. O acesso das equipes de resgate também era prejudicado pelos grandes engarrafamentos nas estradas que levam à região, incluindo alguns de mais de 20 quilômetros.
Um veículo militar que transportava 17 soldados caiu em um barranco e um oficial morreu, informou a agência oficial Xinhua. Mais de 17.000 militares e policiais foram enviados para a região. Além disso, cinco drones são utilizados para fazer imagens aéreas.
O primeiro-ministro, Li Keqiang, que visitou no sábado a área afetada pelo terremoto, continua supervisionando as operações. A imprensa estatal exibiu imagens do chefe de Governo tomando café em uma das barracas montadas para os desabrigados. "O esforço nos trabalhos de resgate é nosso primeiro dever", disse, depois de destacar que as primeiras 24 horas eram cruciais para salvar vidas.
O presidente russo, Vladimir Putin, enviou um telegrama de pêsames ao colega chinês Xi Jinping e ofereceu a ajuda de Moscou. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, também expressou "sinceras condolências" ao governo e ao povo da China. O presidente francês, François Hollande, que fará uma visita de Estado a China na quinta-feira e sexta-feira, manifestou a solidariedade do país.