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Após a pandemia de Covid-19, cerca de 63% das empresas implantaram o trabalho híbrido, segundo a pesquisa "Trabalho híbrido na prática como as empresas têm se adaptado às transformações aceleradas pela pandemia", realizada pela consultoria imobiliária JLL, com a colaboração de mais 150 organizações.

De acordo com os dados, antes do período pandêmico 75% das companhias funcionavam de forma totalmente presencial, realidade que se transformou com o novo normal, de forma que atualmente apenas 33,6% dessas corporações seguem apenas nessa forma de trabalho. Além disso, 3,5%, passaram a funcionar apenas no modelo home office.

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Diante dessas informações é observado que o futuro do trabalho é híbrido, “Estamos caminhando para uma flexibilidade cada vez maior. As empresas entendem como podem se beneficiar do misto entre o presencial e o remoto.", diz Washington Botelho, CEO da JLL Work Dynamics para América Latina.

Além disso, o levantamento revelou que, atualmente, apenas 5,6% das empresas exigem que os trabalhadores compareçam ao local de trabalho na maior parte dos dias, enquanto 19,6% deixam a critério das equipes escolher com que frequência irão presencialmente. Entre os colaboradores, 78% dizem estar satisfeitos com a mudança.

Desafios para o trabalho híbrido

Enquanto as dificuldades para implementação desse modelo, foi descoberto que para os profissionais o maior desafio para a flexibilização do trabalho, foi as incertezas causadas pela pandemia, 43,3%, seguido das barreiras culturais dos gestores, 18,9%, além das barreiras dos próprios funcionários 13,4%. 

“Isso nos mostra que a liderança precisa atuar de forma ativa na gestão de times que estão trabalhando presencial e virtualmente. Novos acordos precisam ser feitos, não basta reproduzir os antigos padrões”, explica o executivo.

Escritórios: eficiência, integração e socialização

Em busca de eficiência operacional, 45% das empresas se movimentaram durante a pandemia, de maneira que 29,8% reduziram as áreas ocupadas e 12,5% aumentaram o uso dos espaços corporativos. “Esse momento difícil colocou uma lupa sobre os custos, as companhias passaram a revisar valores e a buscar melhores soluções para atender suas necessidades”, detalha Rafael Calvo, diretor de Locações da JLL.

Para se adequar ao modelo híbrido as empresas precisaram repensar o seu ambiente de trabalho, de tal forma que 52,3% alteraram o design ou a disposição de seus espaços, com o investimento em menos estações de trabalho e mais pontos de bem-estar - lounges, salas de convivência e ampliação das áreas para alimentação.

Uma pesquisa da Microsoft sobre tendências no trabalho aponta que 58% dos profissionais brasileiros consideram mudar para o trabalho híbrido ou totalmente remoto ao longo de 2022.  

Com os dados estudados de 31 mil profissionais em 31 países diferentes, a pesquisa mostra que a visão das pessoas sobre os moldes de trabalho tradicionais mudou muito ao longo da pandemia.

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Por todo o mundo, 57% dos funcionários que atuam na área industrial têm a intenção de mudar para o trabalho híbrido, enquanto 51% daquelas que já atuam de forma hibrida desejam mudar para o totalmente remoto.  

De todos os profissionais entrevistados, 53% passaram a priorizar o bem-estar e a saúde do que o trabalho. No Brasil, os fatores dessa prioridade são de 71%, maiores que em relação ao período anterior à pandemia.  

“Um dos principais desafios tanto para empresas quanto para funcionários será encontrar o ponto de equilíbrio entre as vantagens e desvantagens trazidas pelos novos modelos de trabalho”, comenta Thomas Carlsen, COO e co-fundador da mywork, startup de controle de ponto online para PMEs. 

“Como manter o bem-estar dos funcionários que puderam economizar com transporte e alimentação no trabalho remoto? Como assegurar o engajamento de funcionários que deixaram de ir aos escritórios? O trabalho híbrido parece uma boa saída para todos, mas tudo depende de como as empresas abordarão as novas realidades de trabalho”, afirma o executivo. 

A pesquisa concluiu que 38% dos profissionais que aderiram ao trabalho híbrido o maio desafio é saber quando e por que comparecer presencialmente ao trabalho. Empresas que decidirem por manter o trabalho remoto ou híbrido terão que criar novos guias e práticas adequadas para os novos modelos de trabalho.

Com informações de assessoria

   O trabalho não pode ser mais visto com uma questão entre remoto e presencial, é o que concluiu a pesquisa realizada pela empresa Nespresso Professional, que em parceria com os institutos de pesquisas da Nestlé, C.Lab, Ginger Strategic Research e Innova.La, investigaram como será o cenário do ambiente de trabalho no pós pandemia.

De acordo com o levantamento, o desafio dos líderes será gerenciar as complexidades do trabalho híbrido. Isso porque, entre os funcionários entrevistados, 83% preferem o trabalho híbrido, modelo que intercala a realização das atividades de forma presencial e home office. Esse dado demonstra que o trabalho totalmente à distância, que ganhou potência na pandemia, não se tornou a preferência das pessoas, mesmo que muitas delas citem vantagens no mesmo, como não enfrentar trânsito, 66%, poder passar mais tempo com a família, 58%, e ter horários mais flexíveis, 38%.

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 Segundo a Nespresso Professional, isso ocorre porque o trabalho integralmente home office também traz desvantagens aos trabalhadores. Entre elas, a pesquisa descobriu que 72% relatam como um ponto negativo, a diminuição da convivência em equipe, 31% a falta de comunicação, 29% a dificuldade em conciliar as agendas e 13% a falta de estrutura em casa.

As informações, demonstram que por mais que o home office tenha se mostrado um  caminho viável de trabalho e tenha superado as preocupações sobre a diminuição da produtividade, o modelo não deve ser levado com o ideal. Isso porque o mesmo também traz suas complexidades, como o possível acúmulo entre funções domésticas e laborais, e a falta de engajamento que o presencial proporciona, por exemplo. Dessa maneira, a conclusão da pesquisa realizada é que diante da preferência dos colaboradores por um trabalho mais flexível, a saída para as empresas é transformar a cultura organizacional, investindo na digitalização tanto da corporação quanto dos funcionários. 

 

A tendência da adoção definitiva do modelo híbrido de trabalho, aquele que alterna entre as atividades presenciais com o home office pode gerar dificuldades para o sono regular das pessoas e até aumentar ou provocar insônia. Segundo pesquisadores do Instituto do Sono, esse modelo de trabalho traz um desafio adicional, que consiste na mudança de horário entre os dias de atividades presenciais com home office. Enquanto nos dias de trabalho presencial, a pessoa precisa de mais tempo entre acordar e chegar ao posto de trabalho, ao ficar em casa é possível estender as horas de sono.

Além de quebrar a rotina do horário de dormir e acordar, o trabalho híbrido pode estragar a qualidade do sono pelo fato de que trabalhando em sistema remoto, as pessoas dividem seu tempo em casa entre trabalho, estudos dos filhos e rotina doméstica, dividindo a jornada de oito horas ao longo do dia para conseguir realizar todas as tarefas, hábito já observado no período da pandemia, quando o trabalho estava sendo desenvolvido só remotamente. “E as empresas flexibilizaram o trabalho que não tiveram mais receio de mandar um e-mail à meia-noite, esperando resposta”, disse o biomédico e pesquisador do Instituto do Sono, Gabriel Natan Pires.

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De acordo com ele, para manter uma boa qualidade do sono, o indivíduo precisa seguir uma rotina com horários determinados para lazer, trabalho, alimentação e descanso e não seguir esses hábitos pode resultar até mesmo em reflexos negativos para o sistema imunológico. “É como se o nosso cérebro precisasse de pistas para entender quando chega hora de dormir e a hora de acordar”, comenta.

Segundo Pires, nos dias de home office, o trabalhador pode até dormir um pouco mais porque não precisará enfrentar o trânsito para chegar ao trabalho, mas é importante que inicie e encerre o expediente nos mesmos horários. “Esse esquema dará certo se a corporação zelar pela saúde mental do colaborador e o profissional não abrir mão do seu sono para aumentar a produtividade. Mesmo porque é uma utopia trabalhar até as 23 horas e achar que às 23h05 estará dormindo”.

Ele destaca que outro desafio para o trabalho híbrido é ter em casa um ambiente de trabalho adequado para não prejudicar a saúde e manter a rotina. Aqueles que já têm tendência à insônia precisam manter a regularidade do trabalho e dos hábitos saudáveis, porque qualquer alteração mínima pode piorar o quadro. "É preciso ter um regramento para ver se essa pessoa que está se dispondo ao trabalho híbrido consegue realmente se adequar isso. A ideia é a de que pessoas que não conseguem, prefiram o trabalho no escritório porque se a rotina incerta prejudica o sono, estar no escritório pode ser menos prejudicial”.

Pires ressaltou ser necessário que trabalhador e empresa negociem a forma mais confortável para que a produtividade se mantenha, mas a disponibilidade para isso varia de acordo com a ideologia da direção. "Há empresas que têm uma visão mais tradicional e não aceitam que o funcionário escolha seu horário de trabalho. A flexibilização é importante porque há pessoas com tendência fisiológica de acordar e dormir mais tarde, como há aquelas que acordam e dormem mais cedo. São as pessoas matutinas e as vespertinas. Isso é uma variação normal".

Trabalho remoto e insônia

Segundo Pires, a pandemia de Covid-19 gerou outra pandemia, a de insônia, com pelo menos 60% das pessoas tendo seu sono prejudicado seja por conta da ansiedade devido à crise sanitária ou pelas alterações de rotina. A princípio a percepção era a de que o trabalho em casa poderia auxiliar as pessoas a dormirem melhor, porque teoricamente elas poderiam escolher seus horários de trabalho e não gastariam tempo de deslocamento, o que não ocorreu.

"Uma coisa é trabalhar em casa porque escolheu isso, outra é ter quer trabalhar porque foi imposto, sabendo que não tenho ambiente adequado e que tenho que ficar trancado, assim como meus filhos que não podem ir para a escola. Não foi um trabalho remoto adequado. Isso alterou a rotina e o sono perdeu espaço porque o trabalho em casa sem regra picotou e estendeu a jornada de trabalho, que ficou sem hora para terminar".

Um dos principais problemas para o sono é quando se leva o trabalho para o quarto, principalmente para quem tem insônia, porque para o sono natural e de qualidade acontecer é preciso que o cérebro desacelere aos poucos. Trabalhando até antes de dormir, leva-se tudo isso para a cama e no momento em que o cérebro deveria desacelerar a pessoa está levando o stress que o reacelera, gerando uma reação parecida com a de stress pós traumático, disse.

"Se eu comecei a levar o celular para a cama e comecei a estressar, com o tempo meu cérebro vai associar a minha cama com um ambiente de stress. No passado eu deitava na minha cama e o sono já vinha porque aquilo era um ambiente de relaxamento, agora não", explicou.

Pires disse que nenhum tipo de sono induzido é recomendado e que, apesar de sono ser um processo cerebral complexo, é preciso que aconteça naturalmente. Por isso é necessário entender que o sono deve ser uma prioridade na agenda e que a pessoa não seja privada de sono. "Se eu entender que quero dormir por volta das 22h, devo entender que a partir das 20h eu já tenho que começar a desacelerar. O sono tem que ser permitido e natural".

Piora do sono

Uma pesquisa do Instituto do Sono revelou que 55,1% apresentaram piora do padrão de sono durante a pandemia de Covid-19, período no qual predominou o trabalho remoto. Além do aumento das preocupações, a mudança de rotina foi um dos motivos mencionados pelos mais de 1.600 participantes do levantamento, que citaram ainda o medo de adoecer, a insegurança financeira e a distância da família e amigos.

Segundo dados do o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), na fase mais aguda da pandemia, 11% dos brasileiros aderiram ao trabalho remoto, totalizando de 8,4 milhões de pessoas em 2020. Deste percentual, 63,9% eram da iniciativa privada, dos quais 51% eram ligados à educação, 38,8% ao setor financeiro e 34,7% a atividades de comunicação.

Dicas para assegurar uma boa noite de sono

- Mantenha uma rotina: estabeleça horários para o sono, alimentação, exercícios físicos, lazer, trabalho e atividades com a família.

- Arranje um lugar específico para trabalhar: procure um local da casa para desempenhar suas funções profissionais. Se possível, evite escolher o quarto. É importante que o cérebro associe o quarto como um ambiente ao descanso e tranquilidade, não a uma atividade estressante.

- Não leve o notebook ou celular para cama: o excesso de interatividade e a luz das telas desses aparelhos atrapalham o sono.

- Desacelere antes de dormir: pelo menos uma hora antes de se deitar faça uma atividade relaxante: tome banho, leia, ouça música, faça meditação ou qualquer outra atividade que ajude a desacelerar.

- Evite alimentos pesados e bebidas com cafeína: faça refeições leves até duas horas antes de deitar. Não tome café, energéticos e chá preto e outras infusões que contêm cafeína à noite.

- Exponha seu corpo à luz pela manhã: abra as janelas, caminhe pelo jardim ou pelo quintal. Assim você mostra ao seu cérebro que é dia e, portanto, hora de trabalhar.

- Conheça seu cronotipo: o ciclo circadiano, que compreende vigília e sono, dura cerca de 24 horas. Cada pessoa tem seus horários de preferência para dormir e acordar. O cronotipo é o nosso perfil de preferência circadiana.

Devido à pandemia do novo coronavírus, as empresas tiveram que se reinventar e proporcionar aos colaboradores modelos de trabalho pouco antes explorados como home office ou o estilo híbrido (presencial e a distância). Agora, em 2021, a continuidade desses modelos tem sido pauta na maioria das organizações brasileiras.

Segundo o levantamento realizado pela empresa especializada em vale-alimentação e vale-refeição, VR Benefícios, 79% das organizações entrevistadas declararam ter adotado novas medidas de gestão de pessoas por conta da pandemia. Entre essas iniciativas implementadas, o trabalho remoto aparece em 48% das companhias.

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O diretor executivo de Marketing e Serviços ao Trabalhador da VR Benefícios, Paulo Grigorovski, explica que os profissionais estão mais satisfeitos com o home office devido à segurança e à praticidade. "Notamos que o trabalho remoto aumentou a satisfação das pessoas inicialmente por permitir mais segurança para elas e suas famílias. Posteriormente, o engajamento e a satisfação aumentaram ainda mais com a percepção do tempo ganho na eliminação do deslocamento entre casa e trabalho", explica.

Aricleyton Freitas, coordenador de marketing da imobiliária Eduardo Feitosa, revelou que com a chegada da pandemia, ele teve que se adaptar ao trabalho em casa. Após alguns meses, voltou a trabalhar presencialmente na empresa e sentiu que precisava se readaptar novamente. Hoje, ele afirma que comparando o trabalho remoto e o presencial, o híbrido seria o mais adequado.

"Em um contexto geral, eu gostei do home office. Trabalhar em um estilo híbrido talvez. Agora trabalhar 100% home office não, não queria trabalhar nessa modalidade. Eu gosto do contato das pessoas e gosto de encontrar pessoas novas", diz o profissional.

A estagiária de marketing em uma imobiliária, Danielle Rodovalho, confirma que se sentiu mais segura trabalhando em casa, mas devido à falta de um local silencioso, foi um desafio se concentrar no serviço. Ela diz: "Para ter um desempenho mais eficiente, sem dúvidas é melhor trabalhar no escritório, principalmente no meu caso que moro com tantas pessoas em um local pequeno. Porém, agora que os casos de Covid-19 voltaram a aumentar de forma considerável, se tivesse a opção, gostaria de estar mais em home office, e quando surgisse uma pauta mais urgente, trabalhar do escritório".

Como serão as relações e os modelos de trabalho em 2021?

Para Cleyciane Paz, analista de RH do Grupo Ser Educacional, 2021 será um ano de adaptação às novas tendências e estilos de trabalho que surgiram por causa da pandemia. “Percebe-se que a transformação digital se fez presente e que tem expectativa alta de permanecer em evidência. Por isso, a partir de agora, é importantíssimo que os profissionais desenvolvam flexibilidade e busquem alinhar as suas demandas à tecnologia”, aconselha.

Ela acredita que o “novo normal” para os modelos de trabalho se caracterizará fortemente pelo estilo híbrido. “Dependendo do negócio da empresa, algumas demandas devem ser realizadas no ambiente corporativo, daí surge a tendência do formato híbrido, em que as pessoas terão as suas atividades realizadas da sua própria casa e de forma esporádica comparecerão ao ambiente corporativo para realizar atividades mais específicas", projeta.

O psicólogo organizacional e headhunter, Cleyson Monteiro, aponta que a relação dos profissionais com o trabalho home office ainda é um desafio. “As pessoas, na verdade, ainda não estão preparadas para trabalhar em home office, haja vista a dificuldade de um profissional trabalhar em casa, já que ele não tem uma internet qualificada ou uma estrutura a seu favor, e isso tem gerado um sofrimento psíquico e, principalmente, uma angústia e ansiedade que temos observado até nas clínicas psicológicas”, explica. No entanto, o headhunter afirma que nas organizações, o modelo de trabalho home office tende a se fortalecer ainda mais com o tempo.

“Mesmo sabendo que o pós-pandemia implicará em um restabelecimento das atividades presenciais, muitas atividades serão impactadas com esse novo conceito de trabalho. Eu diria que o modelo mais adequado seria o trabalho híbrido, onde as pessoas vão conciliar o trabalho em home office, mas também o trabalho presencial”, reforça.

Na visão de Edja Vasconcelos, psicóloga e gerente de Recursos Humanos (RH) da empresa GRI Brasil, o ano de 2020 fez muitos profissionais e donos de empresas refletirem sobre as formas e relações de trabalho. Para ela, “éramos muito resistentes em relação ao home office, mas a pandemia nos ensinou a tirar o melhor desse modelo de trabalho”.

A especialista afirma que em 2021 os modelos de trabalho irão variar, a depender da empresa. “As empresas mais tradicionais sempre vão optar pelo presencial porque vão preferir ver o funcionário produzindo independente do cargo; já as empresas mais modernas vão optar pelo home office, embora acredito que a maioria das organizações terão o estilo híbrido como melhor opção. Com isso, acredito sim que o home office vai ser fortalecido em 2021, que essa forma mais flexível e mais híbrida vai ser a mais utilizada no próximo ano e daqui para frente”, finaliza.

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