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O diretor mexicano Alfonso Cuarón, premiado neste sábado com o Leão de Ouro no festival de Veneza, disse que seu filme, que dedicou à sua babá indígena, fala das pessoas "invisíveis", aquelas que a sociedade não percebe.

O filme, intitulado "Roma", em referência ao bairro onde cresceu na Cidade do México, foi dedicado justamente a Libo, a 'nana' de Cuarón, que no filme se chama Cleo, a doméstica de origem indígena com quem cresceu.

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"Libo, este filme é fruto do meu imenso amor por você, por minha família e por meu país, México", clamou o cineasta, emocionado, ao receber o prêmio máximo no Palácio do Cinema do festival veneziano.

Qualificado por vários críticos italianos como "obra-prima", "épico" e "deslumbrante", o filme é um retrato intenso em preto e branco muito pessoal do México dos anos 1970, com suas diferenças sociais e raciais.

A infância daquele menino que cresceu em uma casa da rua Tepeji é a matéria-prima de uma obra que mostra a complexidade da sociedade da América Latina, com seus contrastes, injustiças, classes e política.

"Os cineastas não dão a voz a ninguém, são os outros que emprestam sua voz. Em meu caso é mais perverso porque as diferenças entre classes sociais e raças me parecia algo óbvio", explicou à imprensa.

"Isso porque não considerava Libo uma mulher, nem uma indígena. Era invisível. Meu filme fala dessa invisibilidade que há no mundo", acrescentou em inglês o cineasta mexicano.

Para contar esse mundo íntimo e confortável que está para se transformar, que mudará para sempre a vida de Libo e sua mãe em meio a um país afetado por terremotos, protestos estudantis e repressão, Cuarón não contou com um roteiro estabelecido.

"Seria presunçoso dizer que o filme tem outra função que não a de ser um filme. Mas se se torna um veículo para outras causas, pois isso é bem-vindo", afirmou à margem da conferência de imprensa.

Depois de estrear em Veneza em 2001 com o filme "E Sua Mãe Também" e de dirigir o sucesso de bilheteria Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004), Cuarón passou a fazer parte da limitada lista de grandes autores latino-americanos flexíveis, capaz de dirigir grandes produções americanas (e ganhar um Oscar com "Gravidade") e de filmar uma história muito latino-americana e ao mesmo tempo universal.

"Para entender o presente é preciso entender o passado", disse o presidente do júri, o mexicano Guillermo del Toro, ganhador no ano passado do Leão de Ouro em Veneza com "A Forma da Água".

Del Toro, amigo de Cuarón, explicou que se tratou de uma decisão coletiva do júri, formado por nove pessoas, entre elas a atriz Naomi Watts.

"Foi fácil e unânime. Nove contra zero", afirmou.

O filme esteve entre os favoritos da crítica e do público desde o início do festival, segundo a classificação da Ciak, a revista oficial do evento.

Os dois cineastas não deram importância ao fato de que se trata do primeiro filme produzido e distribuído pela gigante audiovisual Netflix a ganhar um prêmio tão prestigioso.

"Netflix não é o fim do cinema!", apontou del Toro.

O mexicano Alfonso Cuarón é o grande favorito para ganhar o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza neste sábado (8), com "Roma", um intenso retrato em preto e branco e muito pessoal do México dos anos 1970.

Sem celebridades, o filme mais intimista do cineasta mexicano se inspira em sua própria família, nos amores e desamores de criados e patrões, um documento emocionante e comovente sobre as diferenças sociais e raciais de seu país.

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Depois do hollywoodiano "Gravidade", vencedor em 2013 de sete prêmios Oscar, o cineasta mexicano volta a filmar em espanhol para narrar a América Latina que conhece, onde contrastes sociais convivem em um universo repleto de sentimentos, reflexões e diferenças culturais que se cruzam e se alimentam.

Na lista de favoritos desde o início, "Roma", nome do bairro onde cresceu, recebeu a nota máxima (5) de cinco dos dez críticos internacionais - os outros cinco lhe deram 4,5 - consultados pela Ciak, a revista oficial da Mostra.

Contra ele poderia pesar o fato de que o presidente do júri é outro mexicano, o cineasta Guillermo del Toro, amigo de Cuarón.

"Aqui julgamos a qualidade das obras, independentemente do país de origem, ou do nome do diretor", alertou Del Toro, que ganhou o Leão de Ouro no ano passado com "A forma da água".

A eventual vitória de Cuarón relança também o debate sobre o Netflix, gigante audiovisual que produziu e distribuiu o filme, e abre caminho para outro Oscar do diretor mexicano.

Realizado com técnicos mexicanos, o longa poderia concorrer como Melhor Filme Estrangeiro em Hollywood, um troféu que o mexicano ainda não tem.

Cuarón já recebeu, neste sábado, o prêmio SIGNIS da Associação Mundial Católica da Comunicação por "Roma", indicaram os organizadores.

Classificado por vários críticos italianos como uma "obra-prima", "épico" e "deslumbrante", o filme é dedicado a Libo, a babá de Cuarón. Sua personagem, a doméstica de origem indígena Cleo, é interpretada magistralmente por Yalitza Aparicio.

"Ela foi minha babá na infância e depois se tornou parte da família, e nós viramos parte de sua família", afirmou o diretor.

Outros filmes estão na lista de possíveis vencedores, entre eles "The Favourite", do grego Yorgos Lanthimos, um filme sobre o poder e as mulheres, baseado em fatos reais, do século XVIII na corte da Inglaterra, com três grandes atrizes: Emma Stone, Olivia Colman e Rachel Weisz.

Também disputa o primeiro faroeste do francês Jacques Audiard, uma reflexão sobre a fraternidade com Joaquin Phoenix, John C. Reilly e Jake Gyllenhaal.

E uma surpresa não pode ser descartada com o francês Olivier Assayas e seu drama cômico "Vidas Duplas", sobre um editor (Guillaume Canet) que enfrenta a novidade dos "e-books".

- Latino-americanos premiados -

O filme guatemalteco "José", do diretor e roteirista sino-americano Li Cheng, uma chocante história de amor homossexual em uma Guatemala pobre, foi premiado com o "Leão Queer" pela Associação para a Visibilidade do Mundo Homossexual.

O prêmio acontece em um momento importante no país, devido ao debate interno provocado por um projeto de lei que demanda o reconhecimento da identidade de gênero da população transexual.

Já o documentário do cineasta sérvio Emir Kusturica, sobre a vida do ex-guerrilheiro uruguaio José Mujica, com o título "Pepe, uma vida suprema", uma coprodução argentino-uruguaia, foi premiado pelo Conselho Internacional de Cinema e Televisão da Unesco.

Mujica se tornou, involuntariamente, a estrela do festival de cinema de Veneza, provocando aplausos por sua simplicidade e seu desejo de ser uma referência ética para o mundo depois de sua passagem na segunda-feira pelo tapete veneziano.

"Não sou uma estrela": assim o ex-presidente uruguaio José 'Pepe' Mujica recusou-se a participar da sessão de fotos pós-coletiva de imprensa e a ficar em pé diante do público para receber os aplausos. Depois da exibição desta segunda-feira (3) de "El Pepe, Uma Vida Suprema", do sérvio Emir Kusturica, foi embora, quebrando os protocolos.

A atitude mais próxima de Pepe ao estrelato foi distribuir autógrafos no tapete vermelho. Além disso, Kusturica disse que conversar com o ex-mandatário é algo "fora do normal". "Estou muito feliz por tê-lo conhecido e por fazer que a sua história seja conhecida através desse filme", comentou.

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Aproveitando a atenção e os holofotes, Mujica apresentou os seus posicionamentos políticos. Segundo ele, a Europa carrega uma culpa pelo que acontece na África, em uma "longa história de erros que partem do colonialismo". Assim, ele aponta uma única solução possível para a crise migratória: uma espécie de plano Marshall que faça reviver o continente. "Do contrário, o mar Mediterrâneo não será suficientemente grande para se tornar um cemitério", afirmou.

Já sobre a Venezuela, que passa por uma trágica crise econômica e humanitária, Mujica disse que está "confiante de que o povo sozinho conseguirá reagir".

O ex-presidente, que governo o Uruguai de 2010 a 2015, demitiu-se do cargo de senador no último 14 de agosto e devolveu 70% do seu salário vitalício aos mais pobres através da Fundação de assistência que carrega o seu nome.

O documentário "El Pepe, Uma Vida Suprema", fora do circuito de competição de Veneza, conta a história a partir do seu último dia na Presidência do Uruguai.

Da Ansa

A nova versão do filme "Suspiria", dirigida pelo italiano Luca Guadagnino, com muito sangue, tripas, bruxas modernas e números de dança, levou o terror neste sábado ao Festival de Cinema de Veneza.

O primeiro filme italiano na disputa pelo Leão de Ouro recebeu vaias e aplausos em sua exibição para a imprensa, com polêmicas e elogios às atuações de suas estrelas: Dakota Johnson e Tilda Swinton, uma no papel de bailarina e a outra como a coreógrafa de uma misteriosa e prestigiosa companhia de dança contemporânea.

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"Era fundamental que a dança não fosse um engano como diria a senhora Blanc, mas que também fosse um personagem, com sua linguagem, uma linguagem que é transcendental e mágica", explicou Guadagnino, diretor de "Me Chame Pelo Seu Nome", vencedor do Oscar de roteiro adaptado este ano.

Com alguns minutos intensos de dança contemporânea, nos quais os corpos das bailarinas interpretam a guerra interna que vivem, o filme mistura muitas histórias em um ambiente sombrio dos anos 1970 da Alemanha, com uma bela direção de arte.

A dança, as mulheres vistas como bruxas modernas e o sangue que jorra de tripas abertas integram a iconografia da nova versão do filme. O original, de 1977, foi dirigido pelo mentre do terror Dario Argento.

"Vi o filme de Argento quando tinha 14 anos e me marcou profundamente", admitiu Guadagnino.

As cenas de ossos quebrados e muito sangue também marcaram a protagonista Dakota Johnson.

"Eu sou uma pessoa que absorve os sentimentos daqueles ao meu redor e quando trabalho em questões sombrias, eu coloco tudo isso na pele", disse.

O filme é ambientado em uma fria e triste Berlim no final de 1977, entre atentados do grupo RAF, as obscuras recordações do nazismo, o auge da psicanálise e as lutas de poder dentro da companhia de dança feminina.

Considerado um exercício de cinema pelas cenas sádicas, em alguns momentos de modo gratuito, não é possível descartar que a fábula com cenas desagradáveis possa convencer o presidente do júri, o mexicano Guillermo del Toro, que venceu o Leão de Ouro e o Oscar com "A Forma da Água", outra fábula repleta de símbolos.

"É um filme corajoso e isso é importante", afirmou Tilda Swinton, perfeita em seu papel, uma espécie de homenagem a grandes coreógrafas como Pina Bausch e Marta Graham.

Guadagnino, que estabelece um paralelo no filme entre a companhia de dança e a liberação das mulheres, reconheceu que com o movimento #MeToo as mulheres superaram uma barreira da qual não há retorno.

"Suspiria foi rodado antes dos protestos, mas gostaria de acreditar que no meu trabalho, tanto agora como no futuro, não domino o desejo de abusar do outro com o próprio poder", disse.

Bruna Marquezine está em Veneza conferindo o Festival de Cinema da cidade italiana, e, na noite de sexta-feira, dia 31, ela aproveitou para passear pelo local usando... pijamas? Sim!

Bruna posou com um conjunto de pijama e brincou: Eu não sei quem começou ou criou a moda de sair de pijama, mas eu AMO essa pessoa.

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Acontece que, se tratando de uma atriz super bem paga, óbvio que não é um pijama qualquer. O modelito, da marca Agent Provocateur, está à venda online por 675 dólares, algo como dois mil 730 reais!

Com dois filmes mexicanos e um argentino na competição oficial, o cinema da América Latina se confirma como um dos protagonistas do Festival de Veneza, que começa na quarta-feira e prestará uma homenagem inédita ao ex-presidente uruguaio José Mujica.

O cinema latino-americano, que a cada ano conquista mais espaço no mundo, estará presente em todas as seções do prestigioso festival europeu, onde foram convidados filmes da Argentina, México, Brasil e Guatemala.

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México, um dos países que colheu mais êxitos nos últimos anos, concorre com "Roma", a história da família do cineasta Alfonso Cuarón, que volta ao cinema cinco anos depois do Oscar por "Gravity".

O novo filme, em branco e preto e ambientado nos anos 70, ia competir no Festival de Cannes, mas após o veto aos filmes para a televisão produzidos pela Netflix, terminou em Veneza.

"Não vejo motivos para excluir um filme de Cuarón só porque foi produzido pela Netflix", afirmou o diretor do Festival de Veneza, Alberto Barbera, que convidou seis produções do gigante audiovisual, incluindo o último trabalho dos irmãos Coen.

Outro diretor mexicano várias vezes premiado em Cannes, Carlos Reygadas, estreia em Veneza com "Nuestro tiempo", um filme em que é protagonista junto com sua esposa Natalia López, e que conta a história de um casal que vive isolado no campo.

O argentino Gonzalo Tobal também estreia em Veneza, e aspira ao cobiçado Leão de Ouro com "Acusada", um filme baseado em fatos reais sobre um assassino brutal e protagonizado, entre outros, por Lali Espósito e Gael García Bernal.

- Brasil nas paralelas -

A Argentina é também a convidada especial do festival, com seis filmes nas diferentes seções, entre eles os longas muitos esperados de dois autores consagrados: Gastón Duprat com "Mi obra maestra" e Pablo Trapero com "La quietud", que estreará em 30 de agosto na Argentina após seu lançamento em Veneza.

Trapero, premiado como melhor diretor em 2015 pelo inquietante "O Clã", regressa com um filme sobre uma família cheia de segredos e dominada por mulheres.

"Uma história muito intrigante", adiantou o diretor, que representa um cinema rico, com propostas distintas, de qualidade e apoiado por um público amplo.

"O cinema argentino é o mais inovador e interessante de toda a América Latina e o que mais soube se renovar", apontou Barbera ao ilustrar o programa do festival, que termina em 8 de setembro.

Brasil e Guatemala estarão presentes na seção paralela Jornada dos Autores - Venice Days -, que seleciona filmes inovadores, com "Domingo", de Clara Linhart e Felipe Barbosa, um drama familiar ambientado no dia da primeira posse do ex-presidente Lula; e "José", do chinês Li Cheng, uma história de amor homossexual que transcorre no país centro-americano.

Outros dois filmes brasileiros marcarão presença no festival: "Deslembro", de Flavia Castro, na seção Horizontes; e o documentário "Humberto Mauro", sobre o pioneiro do cinema nacional, dirigido por André Di Mauro, na seção Venice Classics.

O júri internacional será presidido pelo mexicano Guillermo del Toro, vencedor do Leão de Ouro no ano passado com 'A forma da água', premiada também com quatro estatuetas em Hollywood.

- Um ex-guerrilheiro no Lido -

A irrupção em Veneza do ex-presidente uruguaio José Mujica, um político que desperta devoção em meio mundo e críticas em seu país, será um dos pratos principais da 75ª edição do festival.

Mujica, de 83 anos, que deixou recentemente seu assento no Senado para se dedicar à "batalha das ideias", confirmou sua presença em Veneza. Serão exibidos dois filmes sobre o ex-guerrilheiro que foi presidente do Uruguai entre 2010 e 2015, um símbolo da esquerda latino-americana, admirado por seu estilo austero e sua "revolução tranquila".

Em homenagem ao ex-presidente, que quebrava protocolos e fez reformas como a legalização da maconha, serão apresentados o documentário "El Pepe, una vida suprema", do reconhecido cineasta sérvio Emir Kusturica e o filme "La noche de 12 años" do uruguaio Álvaro Brechner.

Neste filme Mujica conta sua longa prisão em condições sub-humanas, sua luta para sobreviver e o valor da introspecção.

Fiel ao seu estilo, o ex-presidente e ex-guerrilheiro provavelmente renunciará a desfilar pelo lendário tapete vermelho do Lido veneziano, por onde passaram verdadeiras lendas da sétima arte.

A célebre atriz britânica Vanessa Redgrave, conhecida também por suas convicções políticas de esquerda, será premiada em Veneza com o Leão de Ouro por sua trajetória na 75ª edição do Festival de Cinema, informaram nesta terça-feira (24) os organizadores do evento.

Considerada uma das atrizes mais talentosas de sua geração, Redgrave, de 81 anos, trabalhou em teatro, cinema e televisão e recebeu muitos e prestigiosos prêmios, entre eles o Oscar por seu papel coadjuvante em "Júlia", de 1977.

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"Unanimemente considerada uma das melhores intérpretes femininas do cinema moderno, Redgrave é uma atriz sensível e capaz de infinitos matizes, e é consequentemente a intérprete ideal de personagens complexos e com frequência controversos", escreveu em uma nota o diretor do festival, o crítico italiano Alberto Barbera.

"Dotada de uma elegância natural e uma força inata de sedução, assim como de um talento extraordinário, pôde passar com desenvoltura do cinema de autor europeu às fastuosas produções de Hollywood, dos palcos teatrais às produções televisivas, com resultados absolutamente excelentes em todos os campos", acrescentou.

O diretor do Festival de Veneza, que será realizado de 29 de agosto a 8 de setembro, premiará também com o Leão de Ouro por sua trajetória o diretor de cinema canadense David Cronenberg.

"Estou surpresa e extraordinariamente feliz de saber que me premiarão com o Leão de Ouro. No verão passado estava gravando em Veneza "The Aspern Papers" e há muitos anos também "La vacanza" (1972) nos pântanos da região do Vêneto, onde minha personagem falava apenas dialeto veneziano", comentou Redgrave, após ser informada do prêmio.

A Prefeitura de Veneza aprovou nesta quinta-feira (12) um regulamento que prevê o banimento de turistas e trabalhadores irregulares que violarem o "decoro" da cidade, que vem buscando formas de conter o crescente descontentamento dos moradores locais com o turismo de massa.

O projeto, que será submetido a votação do Conselho Municipal, prevê multas de 100 a 300 euros (de R$ 455 a R$ 1.365, segundo a cotação atual) para quem cometer ações que "limitem a livre acessibilidade e usabilidade das infraestruturas ferroviárias, aeroportuárias, marítimas e de transporte público local, urbano e interurbano".

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Além disso, os infratores podem ser banidos de Veneza por 48 horas e, em caso de reincidência, por até seis meses. A medida mira sobretudo comportamentos recorrentes entre turistas, como urinar em lugares públicos, fazer piqueniques no meio das ruas, sentar ou deitar nos degraus das pontes ou sob pórticos e pular nas águas dos canais venezianos.

Não será tolerada nem mesmo as práticas de se sentar na beira dos canais e colocar os pés na água e de usar pranchas de surfe em áreas alagadas em dias de "acqua alta". O regulamento também proíbe o consumo de bebidas alcóolicas nas ruas das 19h às 8h do dia seguinte.

Ainda há medidas para evitar ações abusivas contra os turistas, como a prática de pegar as bagagens de viajantes na escada para forçá-los a dar dinheiro. O objetivo do regulamento é evitar qualquer ato que possa representar uso irregular do solo público ou que atrapalhe a circulação nas estreitas vias do centro histórico de Veneza.

Nos últimos anos, a cidade vem adotando medidas para reduzir o fluxo de turistas e impondo multas para coibir comportamentos inadequados. Ainda em 2018, a Prefeitura deve começar a testar um sistema de "semáforos" para viajantes na praça San Marco.

Da Ansa

A 16ª edição da Bienal de Arquitetura de Veneza abre suas portas ao público no sábado (26) para mostrar com projetos simples e concretos a face mais humana de uma disciplina dividida entre ética e estética, individual e coletivo.

Um projeto espetacular para apresentar 10 capelas projetadas por 10 importantes arquitetos, incluindo o britânico Norman Foster e o português Eduardo Souto de Moura, os dois ganhadores de prêmios Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura, bem como vários latino-americanos: o paraguaio Javier Corvalan, a brasileira Carla Juaçaba e o chileno Smiljam Radic Clarke.

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O evento mais relevante da arquitetura mundial, que este ano tem como lema "Freespace", sob a curadoria das arquitetas irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara, se propõe a valorizar os espaços coletivos, "a generosidade de espírito" e o "sentido de humanidade" que a arquitetura deve colocar no centro de sua agenda.

"É que a criatividade do arquiteto deve estar a serviço da comunidade", resume em entrevista à AFP McNamara, que começou sua trajetória como professora com Farrell, com especial atenção para a função social da arquitetura.

Ao percorrer os imponentes 3.000 metros quadrados do Arsenal e a área sugestiva dos Jardins, onde 65 países apresentam suas propostas junto com outros 100 estúdios de arquitetura convidados, a ideia de espaço livre é, acima de tudo, uma soma de "desejos e propostas".

O enorme corredor central nos antigos galpões dos estaleiros venezianos indica a distância e introduz o visitante em espaços muito diferentes, públicos e privados, entre eles o ovalado e sereno projetado jardim de infância projetado pelo arquiteto Takaharu Tezuka, ou a bela estrutura, uma espécie de altar moderno de madeira laminada, da arquiteta canadense Alison Brooks.

Dividida em seções especiais, a exposição convida a conhecer projetos notáveis, a refletir sobre edifícios históricos famosos e a compreender a importância da docência, de experimentar, de dialogar entre disciplinas.

Sete países participam pela primeira vez da Bienal, incluindo Antígua e Barbuda, Arábia Saudita, Guatemala, Líbano, Mongólia, Paquistão e o Vaticano, com um pavilhão especial na ilha veneziana de San Jorge.

A Bienal, que se encerra em 26 de novembro, premiará com o Leão de Ouro a carreira do arquiteto e historiador Kenneth Frampton Inglês, de 88 anos, que influenciou e inspirou gerações de estudantes e arquitetos.

A cidade de Veneza está com alguns de seus canais praticamente secos devido a uma série de fatores que interferem no nível da água, como a falta de chuvas.

De acordo com o site de meteorologia italiano "3B Meteo", o fenômeno é raro, mas acontece quando a maré está em seus níveis mínimos. A página informou que a posição do Sol e da Lua também interferem.

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Em 31 de janeiro, o mundo presenciou a chamada "Superlua", que alterou os níveis dos mares em todo o planeta. Além disso, a alta pressão atmosférica e a falta de ventos ou chuvas contribuem para a seca dos canais.

Com relação à mobilidade, Veneza vem enfrentando algumas dificuldades em seu sistema de transporte público. O Canal Grande ainda está navegável, porém algumas linhas de vaporetto tiveram suas rotas alteradas.

Para o jornal italiano "La Nuova di Venezia", o que incomoda os moradores é o "cheiro de lama" que emana dos canais, além da preocupação com a segurança, já que essas vias são o único meio para serviços de emergência.

Curiosamente, no começo de janeiro, Veneza estava com alto nível de água: 105 centímetros. Porém a cidade encerrou o mês com um índice de -60 centímetros em relação ao "ponto zero", na Punta della Dogana.

A capital do Vêneto passou por uma situação similar quando, pouco mais de um ano atrás, em dezembro de 2016, o nível aquático atingiu -66 cm. Mas o menor índice já registrado em Veneza ocorreu em 2008: -121 cm.

Da Ansa

O "Cruzeiro de Volta ao Mundo de 2018" teve início neste fim de semana em Veneza, na Itália. Serão 106 dias de navegação, passando por três oceanos e com direito a visitas a 41 locais.

Embarcaram no "Costa Luminosa", da companhia de cruzeiros Costa Crociere, aproximadamente duas mil pessoas de diversas nacionalidades, a maioria francesa (500 pessoas), italianos e alemães (300 de cada). Elas poderão visitar locais como Roma, a capital italiana, e a ilha de Tenerife, na Espanha.

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Os destinos ainda incluem praias paradisíacas dos países caribenhos de Santa Lúcia e Granada. E, para quem gosta de grandes cidades, o cruzeiro passará por Los Angeles e São Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos. Além disso, está na rota o estado norte-americano do Havaí e países como a Austrália, Singapura e Índia.

Os roteiros da viagem vão de 32 a 106 noites, e o preço varia de R$ 18 mil a R$ 46 mil por pessoa, incluindo refeições, bebidas e até 15 excursões. A viagem termina em 22 de abril.

Para 2019, a Crociere também oferecerá uma viagem de volta ao mundo, para a qual já é possível fazer reservas no site da companhia. 

Da Ansa

Vinte segundos. Este foi o tempo que ladrões levaram para roubar joias da mostra "Tesori dei Mogul e dei Maharaja", que estava sendo realizada no Palazzo Ducale em Veneza, na Itália, na última quarta-feira (3).

A descoberta foi feita nesta sexta-feira (5) após a polícia assistir um vídeo da câmera de segurança do local. Na gravação é possível ver dois homens, um com uma boina e outro com uma touca na cabeça, vestidos com blusas de frio. Eles andam na pequena sala junto com mais quatro visitantes, mas quando as pessoas se afastam, os dois iniciam o roubo.

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Enquanto um dos homens continua circulando pelo local para "despistar", o outro se aproxima da redoma, a abre e retira as peças. A ação durou 20 segundos. No vídeo, também é possível escutar o som do alarme, que foi disparado às 10h (hora local). As autoridades continuam investigando o caso.

De acordo com os investigadores, estima-se que as peças "valham alguns milhões de euros". A Delegacia local afirma que o preço declarado na entrada dos itens na Itália é de 30 mil euros.

Na exposição continham gemas de ouro, pedras preciosas e joias indianas produzidas entre os séculos 16 e 20 que pertenciam à Coleção Al Thani.

Da Ansa

George Clooney voltou ao festival de Veneza, neste sábado, assinando a direção do filme "Suburbicon", um retrato ácido dos Estado Unidos na década de 1950, que compete pelo Leão de Ouro.

O novo filme do americano, coescrito pelos irmãos Joel e Etan Coen, teve sua estreia mundial antes da aguardada aparição no tapete vermelho do ator e de sua mulher, a advogada Amal, que acabam de ser pais de um casal de gêmeos.

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"Suburbicon", o sexto filme de Clooney como diretor, é o nome de um idílico bairro residencial, com quintais, cercas de madeira e crianças jogando beisebol. Na entrada de cada casa, está estacionado um Chevrolet ou um Oldsmobile.

O familiar universo americano, em plena prosperidade, oculta uma história de segregação racial e usura mafiosa que serve de plano de fundo para uma trama sangrenta.

Luxúria, avareza e burrice

O protagonista, Gardener Lodge, interpretado por um Matt Damon mais corpulento que de costume, vive com sua mulher, Rose, sua cunhada, Margaret, e o filho, Nicky. Lodge enfrente problemas financeiros, Rose o culpa pelo acidente que lhe deixou na cadeira de rodas e Margaret inveja a vida da irmã.

Mas não são as tensões familiares o foco do filme, que mostra o caos instaurado após um assalto, em que dois homens matam Rose.

Esse evento desencadeia uma série de situações inusitadas, como de costume nos textos dos irmãos Coen, marcados por uma mistura de luxúria, avareza e burrice, vistas pelos olhos do pequeno Nicky.

Outro eixo do filme são os Meyer, uma família de vizinhos negros. Enquanto Nicky comemora a amizade com o filho deles, Andy, o resto do bairro não é tão acolhedor. A família chega a ser impedida de sair de casa, alvo de manifestações que querem expulsá-los do bairro.

História real

Clooney garantiu que queria desconstruir a visão idealizada de uma época da história americana que costuma ser apresentada, sobretudo por Hollywood, como uma era de ouro, repleta de prosperidade e esperança.

"Você podia conseguir um bom emprego, morar num bairro agradável e começar uma família, desde que fosse branco", disse o diretor de 56 anos. "O que é divertido é desmontar essa fachada de vida doméstica perfeita e ver como as coisas podem ficar feias".

Clooney se inspirou na história real dos Meyer, a primeira família negra a se instalar em Levittown, no estado da Pensilvânia, em 1957. Como mostra o filme, na sua primeira noite no bairro, 500 pessoas foram ao jardim deles com bandeiras confederadas e cruzes em chamas. "Quando você vê um filme tratar de raça e intolerância nos anos 50 ou 60, é quase sempre no sul", refletiu Clooney.

"Estamos acostumados com pessoas com sotaque do sul usando aquela linguagem, mas, para alguém que é do Kentucky, como eu, é importante discutir se essas pessoas não são os bodes expiatórios dos moradores da Pensilvânia ou de Nova York", questionou o diretor.

A 74ª edição do Festival de Veneza começa nesta quarta-feira (30) com um desfile de estrelas do cinema e diretores consagrados no Lido.

O tapete vermelho do festival de cinema mais antigo do mundo receberá este ano lendas de Hollywood como Jane Fonda e Robert Redford, que receberão o Leão de Ouro por suas carreiras, além de Matt Damon, Ethan Hawke, George Clooney, Javier Bardem, Penélope Cruz, Michelle Pfeiffer, Helen Mirren, Julianne Moore e Frances McDormand.

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O filme de ficção científica "Downsizing", do americano Alexandre Payne, com Matt Damon, Christoph Waltz e Kristen Wiig, abrirá a competição oficial, confirmando mais uma vez a excelente relação entre o cinema dos Estados Unidos e o festival.

Há alguns anos, Veneza se tornou a plataforma para o início da trajetória de alguns filmes que seriam premiados com várias estatuetas do Oscar, casos de "Gravidade", "Birdman", "Spotlight" e "La la Land".

Vinte e um filmes, todos estreias mundiais, disputarão o Leão de Ouro: cinco produções americanas, quatro italianas, duas britânicas, três francesas, uma mexicana, uma australiana, uma israelense, um libanesa, uma japonesa e duas chinesas.

O mexicano Guillermo del Toro, com "The Shape of Water", está na disputa, assim como os novos filmes de George Clooney, Darren Aronofsky, Paul Schrader e Payne, entre outros.

A expectativa é muito grande a respeito de "Suburbicon", o novo trabalho de Clooney como diretor, com roteiro dos irmãos Coen.

Ambientado no início dos anos 1960, o drama familiar vai competir com o potencial sucesso de bilheteria "Mãe!", do também americano Darren Aronofsky ("Cisne Negro"), uma história de terror com Jennifer Lawrence e Javier Bardem.

O grupo americano é completado por Paul Schrader e seu "First Reformed", protagonizado por Ethan Hawke, e pelo documentarista Frederick Wiseman com uma imersão de três horas na biblioteca de Nova York ("Ex-Libris").

- Nova onda do cinema italiano -

Quatro diretores da chamada "nova onda" do cinema italiano, como definiu o diretor do festival, o crítico de cinema Alberto Barbera, estão na mostra oficial.

Entre eles, está Paolo Virzi, com sua primeira produção em inglês "The Leisure Seeker", protagonizada por Helen Mirren e Donald Sutherland.

O desafio de Barbera foi incluir cineastas italianos relativamente desconhecidos, como os irmãos Antonio e Marco Manetti, que levam ao festival "Ammore e Malavita", um musical sobre o crime organizado ambientado em Nápoles; Andrea Pallaoro, com "Hannah", um drama psicológico; e Sebastiano Riso, com "Una famiglia".

Figuras conhecidas retornam ao Lido, como o franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, premiado em Veneza em 2007 por "O Segredo do Grão" e que exibirá "Mektoub, My Love". O israelense Samuel Maoz, vencedor em 2009 do Leão de Ouro com seu original filme de guerra "Lebanon", espera repetir a façanha com "Foxtrot".

Veneza também vai assistir ao documentário "Human Flow", do artista e ativista chinês Ai Weiwei, um trabalho sobre a crise dos refugiados na Europa e no mundo.

Fora de competição, o festival receberá o consagrado cineasta britânico Stephen Frears, que exibirá "Victoria & Abdul".

O Brasil será representado apenas pelo curta-metragem "Meninas formicida", de João Paulo Miranda, que disputará a mostra competitiva da categoria com outras 11 produções.

O Festival de Veneza, que começa em 30 de agosto e vai até 9 de setembro, traz 21 filmes em competição, com a presença de várias lendas hollywoodianas, como Jane Fonda, Robert Redford, George Clooney e Guillermo del Toro.

Esta 74ª edição do mais antigo festival de cinema do mundo contará ainda com a presença de Matt Damon, Julianne Moore, Jennifer Lawrence, Michelle Pfeiffer e Ethan Hawke, estrelas que vão caminhar pelo tapete vermelho do famoso Lido.

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Redford e Fonda receberão, no dia 1º de setembro, o Leão de Ouro pelo conjunto de suas carreiras, um dos principais momentos do festival.

"Estamos 97% satisfeitos porque, com exceção de dois ou três filmes, conseguimos trazer todas as obras que desejávamos", comentou Alberto Barbera, diretor artístico do festival.

Barbera ressaltou que todos os filmes serão projetados em estreia mundial.

Considerado há vários anos como o prelúdio para o Oscar, uma vez que vários filmes apresentados em Veneza conquistaram esse prêmio, o Festival escolheu cinco cineastas americanos, que serão os mais numerosos de um país em competição pelo Leão de Ouro.

Entre eles, Alexander Payne terá a honra de abrir o Festival em 30 de agosto com "Downsizing", obra de ficção científica na qual um casal (Matt Damon e Kristen Wiig) recebe a possibilidade de diminuir para acessar um mundo de riquezas inimaginável.

Frequentador assíduo da Mostra, o americano George Clooney apresentará o seu novo trabalho "Suburbicon", com Matt Damon e Julianne Moore.

Darren Aronofsky ("Cisne Negro", "Noé") vai competir com o seu sétimo longa-metragem, "Mother!", estrelado por Jennifer Lawrence, Javier Bardem e Michelle Pfeiffer.

Completam a equipe americana Paul Schrader e seu "First Reformed", estrelado por Ethan Hawke, e o documentarista Frederick Wiseman, que proporá uma imersão de três horas na biblioteca de Nova York com "Ex-Libris".

Participam ainda da seleção oficial, o mexicano Guillermo Del Toro, que vai representar a América Latina com "The Shape of Water".

Os franceses Robert Guédiguian com "La Villa" e Xavier Legrand com "Jusqu'à la garde", um filme sobre a violência doméstica. O franco-tunisiano Abdellatif Kechiche apresentará "Mektoub, My Love", a primeira parte de uma trilogia.

A Itália terá quatro representantes: Paolo Virzi ("Ella and John"), os irmãos Manetti ("Ammore e Malavita"), Sebastiano Riso ("Una Famiglia") e Andrea Pallaoro ("Hannah", estrelado por outra lenda, Charlotte Rampling).

Grã-Bretanha vai estar presente com Andrew Haigh ("Lean on Pete") e Martin McDonagh ("Three Billboards outside ebbing, Missouri").

América Latina será representada por "Zama", da argentina Lucrécia Martel, uma coprodução Brasil e Argentina, e "Invisibile", do também argentino Pablo Giorgelli (coprodução Brasil/Argentina/Uruguai/Alemanha).

Pela China participarão o famoso dissidente e artista Ai Weiwei com "Human Flow", filme consagrado aos fenômenos migratórios no mundo, e sua compatriota Vivian Qu, com "Angels Wear white".

Já o Leão de Ouro em 2009 com "Lebanon", o israelense Samuel Maoz, tentará o prêmio com "Foxtrot", seu segundo longa-metragem de ficção.

Também estarão na seleção oficial "Sandome No Satsujin" ("The Third Murder"), do japonês Koreeda Hirokazu, "L'insulte", do libanês Ziad Doueri, e "Sweet Country", do australiano Warwick Thornto.

A novidade deste ano será uma mostra competitiva dedicada à realidade virtual.

A renomada artista contemporânea alemã Anne Imhof foi premiada neste sábado (13) com o Leão de Ouro da Bienal de Arte de Veneza por sua impactante instalação "Faust" sobre o capitalismo, a sexualidade e a repressão.

O júri do célebre evento de arte contemporânea, que abre neste sábado suas portas ao público, presidido pelo espanhol Manuel Borja-Villel, elogiou a obra de um dos maiores talentos do Velho Continente por sua "poderosa e inquietante instalação, que traz à tona muitos questionamentos sobre o nosso tempo".

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A instalação, com artistas vestidos de preto sob jaulas simbólicas de vidro nos quais se retorcem, e que obriga os visitantes a caminhar sobre eles em plataformas transparentes de acrílico, deixa os visitantes impressionados.

Inspirada na obra Fausto, de Goethe, os artistas se arrastam sob o vidro enquanto realizam performances chocantes contra o poder, a sexualidade e a obsessão pela tecnologia diante de simbólicos cães da raça doberman, que ficam de guarda.

Artistas de diferentes gerações, muitas mulheres e numerosos jovens, alguns desconhecidos, outros que peregrinaram por vários continentes e culturas, são os convidados de honra da nova edição da Bienal de Arte, que ficará aberta até o dia 26 de novembro.

A Bienal conta também com o trabalho do artista brasileiro Ernesto Neto. Em sua obra, o visitante da Bienal é convidado a recuperar a espiritualidade por meio de um espaço de meditação, uma zona de encontro, que se inspira no lugar onde o povo Huni Kuin se reúne para conversar e pensar, utilizando uma enorme malha tecida por crochê.

Artistas de diferentes gerações, muitas mulheres e muitos jovens, alguns desconhecidos, outros que se aventuraram em vários continentes e culturas, são os convidados de honra da 57ª edição da Bienal de Arte de Veneza, que será inaugurada em 13 de maio.

O artista plástico brasileiro Ernesto Neto está entre os latino-americanos em destaque.

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Sob o lema "Viva Arte Viva", a diretora artística da bienal, a francesa Christine Macel (chefe de conservação do Centre Pompidou de París), convidou 120 artistas de mais de 50 países - dos quais 103 participam pela primeira vez - a narrar "seus universos" e mostrar a vitalidade do mundo em que vivemos.

Os organizadores da prestigiada manifestação de arte contemporânea, fundada em 1895, e que este ano ficará aberta até 26 de novembro, propõem nesta edição explorar e celebrar essa energia particular, positiva, emergente e inovadora que emanam os mundos dos artistas.

"Viva Arte Viva é uma exclamação, um grito cheio de paixão pela arte e pela posição do artista. Viva Arte Viva é uma bienal desenhada com os artistas, pelos artistas e para os artistas", explicou Macel à imprensa.

"O ato artístico é contemporaneamente um ato de resistência, de libertação e de generosidade", resumiu.

Entre os artistas mais conhecidos convidados pela curadora estão Sheila Hicks, Kiki Smith e o dinamarquês Olafur Eliasson, conhecido por suas imensas esculturas e instalações, que transporta todo o seu ateliê para a cidade de Marco Polo.

A geração de 69, ano de nascimento de Christine Macel, é particularmente bem representado, com artistas como Kader Attia e Philippe Parreno, que representam hoje mais do que nunca a busca do diálogo com o presente, com a realidade, o meio ambiente e a autoridade.

O evento veneziano que este ano se celebra simultaneamente com a 14ª edição do Documenta, na Grécia e na Alemanha, é uma viagem na arte contemporânea, subdividido em nove capítulos e como em um livro, narra os medos e delícias, as dores e utopias, a tradição e o novo através de várias visões de artistas, muitos provenientes de América Latina, Orientes Médio e Extremo, Leste Europeu e Rússia.

Além de Neto, outros latino-americanos em destaque são a argentina Lilian Porter, o mexicano Gabriel Orozco, o chileno Juan Downey (já falecido), a cubana Zilia Sánchez e o colombiano Marcos Avila-Forero.

O artista, xamã na era da internet

Nos sugestivos e enormes espaços do Arsenale e no pavilhão central, no setor Jardins, os artistas da era da internet são indefiníveis, embora contem com a mesma capacidade e maturidade técnica.

Além da exposição de arte contemporânea com direção de Macel, 85 pavilhões dos países participantes, com seu curador próprio, completam a visão internacional e pluralista do renomado evento.

A Austrália apresentará a primeira exposição de um artista aborígine, Tracy Moffatt, a França participará com um original pavilhão "acústico" com aplicativo próprio na internet que pode ser acompanhado ao vivo e a Itália convidou artistas a se apropriarem do "mundo mágico" para construir, como um xamã, um mundo paralelo que permita compreender o próprio.

Espanha (Jordi Colomer, 1962), Portugal (José Pedro Croft, 1957), Chile (Bernardo Oyarzún, 1963), México (Carlos Amorales, 1970) e Argentina (Claudia Fontes, 1964) selecionaram artistas que representam o hino à vida, à alegria da arte, com o qual esta bienal quer entrar para a história.

"Conscientes de que atualmente estamos vivendo na era da ansiedade, a bienal escolheu Christine Macel como comissária comprometida para insistir no papel importante que os artistas desempenham na invenção de seus próprios universos e na generosa injeção de vitalidade que dão no mundo em que vivemos", resumiu Paolo Baratta, presidente da Bienal.

Como ocorre a cada dois anos, a sugestiva cidade de Marco Polo será invadida por uma série de eventos paralelos, todos organizados por instituições reconhecidas e oficiais, que se inspiram ao seu modo também no lema da bienal, uma homenagem às emoções e às reflexões que o artista suscita tanto no visitante como no criador.

A Bienal premiará com o Leão de Ouro a carreira de um ícone do feminismo dos anos 1970 e da body-art, a artista visual americana Carolee Schneemann, famosa por usar seu próprio corpo como material para suas performances e provocações sobre a sexualidade.

A nova edição busca integrar, também, um número maior de mulheres artistas e oferece visibilidade às propostas de países que participam pela primeira vez: Antigua e Barbuda, Kiribati, Nigéria e Cazaquistão.

A polícia italia desmantelou na madrugada desta quinta-feira (30) uma célula terrorista na zona central de Veneza que planejava atentados na cidade, uma das mais turísticas do país. A operação foi conduzida pela Direção Distrital Antimáfia e Antiterrorismo do município. Ao menos três pessoas foram detidas, além de um menor de idade. Todos são originárias de Kosovo e residentes na Itália com visto de permanência regular.

Um deles tinha acabado de voltar da Síria, onde recebeu treinamento de extremistas islâmicos. A polícia também executou 12 mandados de busca, dos quais 10 ocorreram em Veneza, um em Mestre e outro em Treviso. Os detidos foram identificados como Fisnik Bekaj, de 24 anos, Dale Haziraj, de 25 anos e já conhecido pelas forças de segurança por um episídio de ameaça a seu chefe, e Arjan Babaj, 27 anos.

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A célula terrorista foi descoberta pela polícia italiana e teve suas atividades monitoradas até que toda sua dinâmica operacional fosse identificada. As autoridades conseguiram seguir os rastros deixados pelos jihadistas, assim como os locais que eles frequentavam e as pessoas que tentavam radicalizar. Em uma das conversas interceptadas, um dos extremistas orientava seus parceiros a explodir uma bomba em Rialto, onde fica a ponte mais famosa da cidade. "Em Veneza, você ganhará o paraíso rapidamente devido ao grande número de descrentes que tem aqui. Coloque uma bomba em Rialto", disse.

As autoridades italianas e o governador da região do Vêneto, Luca Zaia, celebraram as prisões. "Estas notícias são as que nos fazem sentir mais segurança", comentou. Mas a identificação de uma célula terrorista na Itália fez com que partidos de extrema-direita pedissem medidas mais restritivas de acesso de imigrantes ao país. "Acredito que seja necessário blindar as fronteiras da Itália, marcar e controlar quem entra e quem sai do país, porque amanhã pode ser tarde demais", disse o líder do partido Liga Norte, Matteo Salvini.

Cineastas consagrados, como Terrence Malick, Win Wenders, Emir Kusturica e François Ozon, exibirão seus filmes mais recentes a partir de quarta-feira (31) no Festival de Veneza, na mostra oficial pelo Leão de Ouro. A 73ª edição do prestigioso festival, que terminará em 10 de setembro, é considerada uma das mais interessantes dos últimos anos.

A mostra oficial terá 20 cineastas, com quatro longas-metragens de diretores latino-americanos, mas nenhum deles do Brasil. No ano passado, o vencedor do Leão de Ouro foi "Desde Allá", do venezuelano Lorenzo Vigas.

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O grande destaque latino é o chileno Pablo Larraín, que exibirá em Veneza o filme "Jackie", que mostra os quatro dias dramáticos vividos por Jacqueline Kennedy (interpretada por Natalie Portman) após o assassinato de seu marido John Fitzgerald Kennedy, então presidente dos Estados Unidos.

Nomes consagrados

Outro filme muito aguardado por Veneza é "On The Milky Road", do sérvio Emir Kusturica, que tem como protagonista a italiana Monica Bellucci. Vencedor do Leão de Ouro em 1981 por "Você se Lembra de Dolly Bell?" e dono de duas Palmas de Ouro do Festival de Cannes, o diretor rodou o novo filme em uma localidade reconstruída perto da fronteira entre Sérvia e Croácia.

A Mostra também conta com outros filmes que representam o grande cinema realizado atualmente em todo o mundo. Veneza recebe produções de autores refinados, como o segundo filme do estilista Tom Ford sobre uma galerista de arte (Nocturnal animals), até o ambicioso documentário sobre a origem do universo de Terrence Malick, "Voyage of Time", que resume sua reflexão poética e sobretudo visual sobre a vida iniciada com "A Árvore da Vida" (2011).

O alemão Wim Wenders retorna ao Festival de Veneza após vários anos com o documentário "The Beautiful Days of Aranjuez", realizado em 3D, baseado em uma peça de Peter Handke. A influência de Hollywood estará amplamente representada com "Brimstone", do holandês Martin Koolhoven, apresentado como um "western europeu".

Na lista também aparecem os filmes franceses "Frantz", de François Ozon, e "Une Vie", de Stéphane Brizé, inspirado na obra de Guy de Maupassant. Três produções italianas também estão na disputa.

Presidido pelo diretor britânico Sam Mendes, o júri inclui a atriz italo-francesa Chiara Mastroianni, o italiano Giancarlo de Cataldo, juiz e escritor, e o venezuelano Lorenzo Vigas, vencedor do Leão de Ouro em 2015. O Festival entregará o Leão de Ouro pela carreira ao veterano ator francês Jean Paul Belmondo e ao cineasta polonês Jerzy Skolimowski.

"La La Land", novo filme do americano Damien Chazelle ("Whiplash"), com Ryan Gosling e Emma Stone, abrirá a 73ª edição do Festival de Veneza (10 de agosto a 31 de setembro), anunciaram nesta sexta-feira os organizadores.

O filme fará parte da seleção oficial do Festival de Veneza, cuja totalidade ainda não foi anunciado. Ele será exibido em premier mundial, disseram os organizadores do festival, que se realiza todos os anos no Lido.

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"La La Land é uma incrível tributo à idade de ouro dos musicais americanos, de 'Um americano em Paris' de Vicente Minnelli a 'New York New York' de Martin Scorsese", explica o diretor artístico do Festival, Alberto Barbera.

Damien Chazelle, de 31 anos, ganhou três Oscars com "Whiplash" (2014), incluindo o de Melhor Ator Coadjuvante por J. K. Simmons, que é encontrado nos créditos de "La La Land".

O filme, uma versão moderna de uma história de amor como só Hollywood sabe como contar, inclui muitas cenas de dança e música, realizadas pelos dois principais atores, que já haviam contracenado juntos em "Crazy, Stupid, Love" (2011).

Aspirante a atriz Mia (Emma Stone) serve cappuccinos aos astros de cinema entre duas apresentações. Sebastian (Ryan Gosling), um músico apaixonado pelo jazz, toca piano em bares decadentes.

O filme, que conta a história de amor do casal, complicado pelo sucesso que afeta os dois, será lançado em 16 de dezembro nos Estados Unidos.

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