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A diretora americana Sofia Coppola revisita o mito Elvis Presley com "Priscilla", nesta segunda-feira (4), no Festival de Veneza, enquanto seu compatriota Woody Allen apresenta, fora da competição, seu 50º filme, "Golpe de Sorte", rodado em francês.

Apenas um ano após o sucesso de "Elvis", o filme de Baz Luhrmann, Coppola volta a explorar a relação do rei do rock com sua esposa, a jovem Priscilla, que conheceu na Alemanha enquanto cumpria o serviço militar. Ela tinha apenas 14 anos, ele 24.

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"Priscilla" é interpretada pela cantora e atriz Cailee Spaeny e Elvis pelo australiano Jacob Elordi.

O filme é baseado nas memórias da ex-esposa de Elvis, de quem se separou no início dos anos 1970, quando o cantor estava imerso em uma espiral autodestrutiva pelo uso de drogas.

Vencedor do Oscar pelo roteiro de "Encontros e Desencontros" (2003), da Palma de Ouro em 2006 por "Maria Antonieta", Sofia Coppola é uma diretora que fez fama como independente graças a festivais como o de Veneza, onde ganhou o Leão de Ouro por "Um Lugar Qualquer", em 2010.

Tanto ela, como os atores de "Priscilla" se beneficiaram de uma exceção especial do poderoso sindicato americano SAG-AFTRA, que lidera a greve que paralisou Hollywood, para promover este filme no estrangeiro.

A greve de atores, à qual os roteiristas aderiram, provocou a ausência de grande parte das estrelas e cineastas americanos no Lido.

"Priscilla" concorre ao Leão de Ouro com outros 22 filmes.

- Afastado de Hollywood -

Aos 87 anos, Woody Allen tem uma fama ainda mais independente de Hollywood, mas tem seus próprios problemas.

Abalada pela onda do #MeToo, a indústria cinematográfica americana rejeita se associar a um diretor de cinema acusado de abusos sexuais por sua filha adotiva, Dylan, ocorridos supostamente em 1992, quando ele ainda vivia com Mia Farrow.

Duas investigações absolveram Allen, mas o escândalo ainda assombra o diretor, que tem dois filhos adotivos com sua atual esposa, Soon-Yi Previn.

O diretor nova-iorquino foi convidado a apresentar em Veneza "Golpe de Sorte", rodada na França com Lou de Laâge, Niels Schneider e Melvil Poupaud nos papeis principais.

O filme é um drama amoroso a partir do casual reencontro de dois ex-colegas de sala no ensino médio.

Ignorado até mesmo pela cidade à qual dedicou tantas produções, Nova York, Allen aos poucos direciona seus projetos à Europa.

No ano passado, estreou "O Festival do Amor", ambientado no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, depois ter escolhido Londres para gravar "Match Point" e Barcelona para "Vicky Cristina Barcelona". Há doze anos, a capital francesa foi cenário de outro filme de Allen, "Meia-noite em Paris".

O autor de "Manhattan" e "Hannah e Suas Irmãs" reconheceu recentemente que está para encerrar sua longa carreira cinematográfica.

A 80ª edição do Festival de Cinema de Veneza começa nesta quarta-feira (30) sem estrelas ou brilho, com a exibição de um filme italiano e com a greve dos atores e roteiristas de Hollywood como pano de fundo.

O presidente do júri, Damien Chazelle, cujos filmes "La La Land - Cantando Estações" (2016) e "O Primeiro Homem" (2018) abriram este festival duas vezes e em grande estilo, sem dúvida viveu noites mais festivas.

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"Cada obra de arte tem um valor em si mesma e não é apenas conteúdo", afirmou, na entrevista coletiva inaugural, o cineasta franco-americano, que usava uma camisa de apoio à greve.

"A arte vem antes do conteúdo", enfatizou.

A greve dos atores nos Estados Unidos começou em julho e se somou à que os roteiristas já protagonizavam desde maio. Os dois movimentos fazem reivindicações trabalhistas ante o possível uso da Inteligência Artificial no mundo do cinema.

O poderoso sindicato SAG-AFTRA proíbe seus membros de rodar novas produções ou de participar na promoção de seus filmes.

- 'Impacto limitado' -

O mais antigo festival de cinema, que Hollywood costuma usar como plataforma de lançamento antes da temporada de premiações, é o primeiro grande evento da sétima arte a pagar o preço.

O filme que deveria abrir o festival, "Challengers", com a jovem estrela americana Zendaya, teve de ser substituído por "Comandante", filme italiano de Edoardo de Angelis, devido ao protesto que está abalando Hollywood.

"O impacto da greve será muito limitado, porque perdemos apenas um filme ('Challengers')", afirmou o diretor da mostra, Alberto Barbera, em entrevista à AFP.

"Faltarão algumas estrelas muito aguardadas, mas, no fim das contas, isso não é tão grave", acrescentou na entrevista coletiva.

A exibição de "Ferrari", de Michael Mann, será um dos destaques da mostra, já que, excepcionalmente, poderão participar seus atores Adam Driver e Penélope Cruz.

David Fincher ("The Killer") e Sofia Coppola ("Priscilla") estão entre os concorrentes ao Leão de Ouro.

"Comandante", com Pierfrancesco Favino, dará início ao festival no Palácio do Cinema, no famoso Lido. O filme se baseia em um episódio pouco conhecido da Segunda Guerra Mundial, quando o comandante de um submarino italiano decidiu salvar a tripulação do navio belga que acabara de afundar.

A edição deste ano contará ainda com a exibição fora de competição do último filme de William Friedkin, 'The Caine Mutiny Court-Martial', um mês após a morte do realizador de "Exorcista".

- "O homem e o artista" -

A Mostra não estará isenta de polêmica, devido à presença de três diretores que enfrentaram escândalos sexuais.

Entre eles, Roman Polanski, de 90 anos, que segue sob ameaça judicial nos Estados Unidos pelo estupro de uma menor de idade em 1977. A denunciante perdoou-o publicamente, mas outras mulheres apresentaram acusações contra o diretor de "O Pianista".

"Persona non grata" em Hollywood, o diretor também não tem o tapete estendido na França, onde uma parte do setor cinematográfico considera Polanski o símbolo de certa impunidade.

E o Festival traz o diretor de volta aos holofotes com a exibição fora de competição de "The Palace", estrelado por Fanny Ardant e Mickey Rourke. Segundo fontes da organização, Polanski não deve comparecer ao evento.

Já Woody Allen, 88 anos, apresentará "Coup de Chance", seu 50º filme. Allen é assombrado por acusações de abusos de sua filha adotiva Dylan, também décadas atrás, algo que ele sempre negou. As acusações foram rejeitadas pelos tribunais.

E o francês Luc Besson, que acaba de ser absolvido de uma denúncia de estupro, também retornará às telonas com "Dogman".

A decisão de convidar os três diretores provocou a ira de ativistas feministas. Mas, para Alberto Barbera, "é preciso fazer uma distinção entre o homem e o artista".

Entre os 23 filmes selecionados, apenas cinco mulheres disputam o Leão de Ouro, que será entregue no dia 9 de setembro.

"Os filmes de mulheres são poucos (...) obviamente é preciso lutar para que as coisas mudem", reconheceu Barbera.

Lista dos vencedores dos principais prêmios atribuídos neste sábado (10) durante a cerimônia de encerramento da 79ª edição do Festival de Cinema de Veneza:

Leão de Ouro: "All the Beauty and the Bloodshed", de Laura Poitras (Estados Unidos)

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Leão de Prata - Grande Prêmio do Júri e Leão do Futuro - Melhor Estreia: "Saint-Omer", de Alice Diop (França)

Leão de Prata de Melhor Diretor: Luca Guadagnino, "Bones and all" (Itália)

Prêmio de Melhor Atriz: Cate Blanchett por "Tàr", de Todd Field

Prêmio de Melhor Ator: Colin Farrell por "The Banshees of Inisherin", de Martin McDonagh

Prêmio Marcello Mastroianni de Melhor Ator ou Atriz Revelação: Taylor Russell, "Bones and all"

Prêmio Especial do Júri: "No Bears", de Jafar Panahi (Irã)

Prêmio de Melhor Roteiro: "The Banshees and the Inisherin", do irlandês Martin McDonagh

A atriz espanhola Penélope Cruz recebeu neste sábado (11) o prêmio de melhor atriz no 78º Festival de Cinema de Veneza por seu papel no filme "Madres Paralelas", de seu compatriota Pedro Almodóvar.

“Obrigada Pedro. Você criou magia, eu te adoro”, disse a atriz ao receber o prêmio e dedicá-lo à família.

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Conhecida como 'garota de Almodóvar', a atriz de 47 anos, considerada uma das mais proeminentes de sua geração na Espanha e no mundo, convenceu o júri presidido pelo cineasta coreano Bong Joon-ho com sua interpretação de Janis, uma mulher que engravida de um arqueólogo casado, que promete ajudá-la a encontrar o local onde está sepultado seu bisavô, desaparecido no início da Guerra Civil Espanhola.

Nascida em 1974 em uma família modesta nos arredores de Madri, ela garante que aprendeu o ofício observando os comportamentos cativantes das clientes do salão de beleza de sua mãe.

Penélope Cruz e seu marido, Javier Bardem, formam o principal casal do cinema ibérico e ambos gostam de lembrar que devem tudo ao falecido diretor espanhol Bigas Luna, que em 1991 os reuniu pela primeira vez para o filme "Jamón, Jamón".

Eles são os primeiros atores espanhóis a ganharem um Oscar: Bardem em 2008 por seu papel como um assassino em "Onde os Fracos Não Têm Vez", dos irmãos Coen, e ela em 2009, por "Vicky Cristina Barcelona", de Woody Allen.

A cineasta francesa Audrey Diwan ganhou o Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza neste sábado (11) com o filme "L'Evénement" ("O Evento"), uma história chocante e crua sobre um aborto clandestino na década de 1960.

“Foi difícil fazer esse filme. Infelizmente sabemos que o que contamos ainda acontece no mundo”, declarou emocionada a diretora ao receber o maior prêmio do festival.

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Baseado no romance homônimo da francesa Annie Ernaux, o filme conta uma história muito feminina e universal, a de Anne, uma estudante que engravida e busca uma forma de fazer um aborto, um crime na França dos anos 1960.

Como ainda acontece com milhares de mulheres em países onde o aborto não foi legalizado, inclusive muitas da América Latina, médicos, amigos, o próprio namorado e professores acabam por não ajudá-la.

Com uma longa e contundente sequência durante a qual Anne faz um aborto, o filme é muito realista ao descrever esse calvário com imagens que mesclam intimidade e cotidiano, desespero e sofrimento, tudo ao ritmo das semanas de gestação.

Diwan, 41, de origem libanesa, que trabalhou como jornalista e roteirista, é membro do Collectif 50/50, ONG francesa que promove a igualdade entre homens e mulheres na indústria cinematográfica.

“L'Evénement” é protagonizado pela atriz franco-romena Anamaria Vartolomei, a quem Diwan agradeceu publicamente por aceitar o peso de um filme tão forte.

Diwan se tornou a quarta mulher a ganhar o cobiçado prêmio veneziano nos últimos 21 anos, se juntando a nomes como Mira Nair, Sofia Coppola e a vencedora do ano passado Chloé Zhao, que também ganhou o Oscar por "Nomadland".

Bárbara Paz está com a alegria estampada no rosto. Nesta segunda-feira (26), ela comemorou nas redes sociais a nomeação do seu curta-metragem, Ato, para disputar o prêmio Orizzonti Short Films no Festival de Veneza. A atriz e diretora não escondeu sua felicidade. "Que honra voltar com meu pequeno Ato. [...] Estou muito feliz", declarou ela, compartilhando o cartaz do filme.

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Com assinatura da Rubim Produções e BP Filmes, o projeto conta no elenco com as atuações de Alessandra Maestrini e Eduardo Moreira. A obra de ficção narra os conflitos que muita gente tem enfrentado em meio à pandemia da Covid-19. Bárbara está de volta ao evento depois de ter sido premiada, em 2019, com o Leão de Melhor Documentário por Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou.

Assim que deu a notícia sobre a escolha de Ato para o Festival de Veneza, Bárbara Paz recebeu os parabéns de uma turma renomada do universo do entretenimento. Nomes como Vera Fischer, Debora Bloch, Pablo Sanábio, Johnny Massaro, Monica Iozzi e Andréia Horta ficaram eufóricos com a novidade. A atriz Betty Faria comentou: "Bárbara, querida, parabéns por estar nesse festival maravilhoso".

A seguir, a lista dos filmes que competem pelo Leão de Ouro e na Mostra Horizontes da 78ª edição do Festival de Veneza, a ser realizado de 1 a 11 de setembro.

Competição Oficial:

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- "Madres paralelas", do espanhol Pedro Almodóvar.

- "Mona Lisa and the Blood Moon", da americana Ana Lily Amirpour.

- "Un autre monde", do francês Stéphane Brizé.

- "The Power of the Dog", da neozelandesa Jane Campion.

- "America Latina", dos italianos Fabio e Damiano D’Innocenzo.

- "L'événement", da francesa Audrey Diwan.

- "Competencia oficial", dos argentinos Gastón Duprat e Mariano Cohn.

- "Il buco", do italiano Michelangelo Frammartino.

- "Sundown", do mexicano Michel Franco.

- "Illusions Perdues", do francês Xavier Giannoli.

- "The Lost Daughter", da americana Maggie Gyllenhaal.

- "Spencer", do chileno Pablo Larraín.

- "Freaks out", do italiano Gabriele Mainetti.

- "Qui rido io", do italiano Mario Martone.

- "On the Job: The Missing 8", do filipino Erik Matti.

- "Leave no Traces", do polonês Jan P. Matuszyński.

- "Captain Volkonogov Escaped", dos russos Natasha Merkulova e Aleksey Chupov

- "The Card Counter", do americano Paul Schrader.

- "É stata la mano di Dio", do italiano Paolo Sorrentino.

- "Reflection", do ucraniano Valentyn Vasyanovych.

- "La caja", do venezuelano Lorenzo Vigas.

Mostra Horizontes

- "Atlantide", do italiano Yuri Ancarani.

- "Miracol", do romeno Bogdan George Apetri.

- "Piligrimai", do lituano Laurynas Bareisa.

- "Il paradiso del pavone", da italiana Laura Bispuri.

- "The Falls", do taiwanês Mong-hong Chung.

- "El hoyo en la cerca", do mexicano Joaquín Alejandro del Paso.

- "Amira", do egípcio Mohamed Diab.

- "À plein temps", do franco-canadense Eric Gravel.

- "107 Mothers", do eslovaco Peter Kerekes.

- "Vera Dreams of the Sea", da kosovar Kaltrina Krasniqi.

- "Les promeses", do francês Thomas Kruithof.

- "White Building", do cambojano Javich Neang.

- "Anatomy of Time", do tailandês Jakrawal Nilthamrong.

- "El otro Tom", do uruguaio Rodrigo Plá.

- "El gran movimiento", do boliviano Kiro Russo.

- "Once upon a Time in Calcutta", do indiano Aditya Vikram Sengupta.

- "Rhino", do ucraniano Oleh Sentsov.

- "True Things", da britânica Harry Wootliff.

- "Inu-oh", do japonês Masaaki Yuasa.

"Madres paralelas", filme de Pedro Almodóvar com Penélope Cruz, abrirá a 78ª edição do Festival de Cinema de Veneza, que acontecerá de 1º a 11 de setembro, anunciaram nesta segunda-feira os organizadores.

O filme, que também tem Milena Smit, Israel Elejalde, Aitana Sánchez Gijón, Julieta Serrano e Rossy De Palma no elenco, disputará o Leão de Ouro.

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"Nasci como diretor em Veneza em 1983 (...) na seção 'Mezzogiorno Mezzanotte". Trinta e oito anos depois me chamam para abrir a Mostra. Eu agradeço verdadeiramente ao festival por esta honra e espero estar à altura", afirmou o cineasta.

O diretor do festival, Alberto Barbera, declarou que está feliz por receber "este retrato intenso e sensível de duas mulheres que enfrentam os temas de uma maternidade com mudanças imprevisíveis, a solidariedade feminina e uma sexualidade vivida em plena liberdade e sem hipocrisia".

Pedro Almodóvar, de 71 anos, recebeu em 2019 um Leão de Ouro honorário pelo conjunto de sua obra.

O famoso cineasta italiano Roberto Benigni receberá em Veneza o Leão de Ouro pela Trajetória na 78ª edição da Mostra de Cinema, que será realizada de 1º a 11 de setembro, informaram os organizadores nesta quinta-feira (15).

"Desde o começo, que aconteceu em nome de uma onda inovadora e desrespeitosa de normas e tradições, Roberto Benigni se consolidou no panorama do entretenimento italiano como uma figura de referência, sem precedentes e incomparável", escreveu Alberto Barbera, diretor do Festival de Cinema de Veneza.

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O diretor, ator e roteirista italiano, de 68 anos, alcançou a fama mundial com seu ultra premiado filme "A vida é Bela" (1997), sobre um judeu italiano dono de uma livraria, que deve usar sua imaginação fértil para proteger seu pequeno filho dos horrores de um campo de concentração nazista.

O filme, vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 1998, recebeu em 1999 sete indicações e ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e de melhor ator.

"Meu coração está cheio de alegria e gratidão. É uma honra imensa receber um reconhecimento tão alto pelo meu trabalho no Festival Internacional de Cinema de Veneza" comentou Benigni ao receber a notícia.

"Com admirável ecletismo, sem nunca desistir de ser ele mesmo, deixou de assumir o papel do ator cômico mais extraordinário da rica galeria de intérpretes italianos para ser um diretor memorável capaz de fazer filmes de enorme impacto popular, para depois se tornar definitivamente o intérprete e divulgador mais apreciado da 'Divina Comédia' de Dante", resumiu Barbera.

Autor de vários filmes, entre eles "Johnny Stecchino" (1991), "O tigre e A Neve" (2005), recentemente foi premiado como melhor ator coadjuvante no papel de Geppetto, por Pinóquio (2019) do diretor italiano Matteo Garrone.

Em 2008 recebeu o César de Honra em Paris e em 2020 recebeu o "Prix Lumière" da trajetória, entre os inúmeros reconhecimentos internacionais que obteve.

Conhecido pelo cinema americano depois de protagonizar filmes de autores como Jim Jarmusch e Woody Allen, ele é um dos poucos artistas italianos que "soube fundir sua explosiva comédia, muitas vezes acompanhada de uma sátira irreverente, com admiráveis dotes de atuação, ao serviço de grandes diretores como Federico Fellini, Matteo Garrone e Jim Jarmusch, além de ser um intérprete literário contundente e refinado", reconhece Barbera.

Nascido em Misericordia (Castiglion Fiorentino, Arezzo) em Toscana em 27 de outubro de 1952, Benigni começou sua carreira artística no início da década de 1970 e logo se tornou um dos atores, diretores e roteiristas italianos mais populares.

Benigni conseguiu seus primeiros sucessos no teatro de vanguarda e depois em programas de televisão, alcançando mais tarde o cinema.

Desde 1987, trabalha junto com a atriz Nicoletta Braschi, sua esposa.

O Festival de Cinema de Berlim , que estava programado para começar em 11 de fevereiro, foi adiado por causa do coronavírus. A informação foi divulgada pelos  organizadores em um comunicado à imprensa no início do ano. Isso significa que Berlim é o primeiro - mas provavelmente não o último - grande evento cultural de 2021 a ser afetado pela pandemia.

Com os casos de coronavírus crescendo na Alemanha, a Berlinale, como o festival é conhecido, agora ocorrerá em formato digital para profissionais da indústria do cinema em março, afirmaram os organizadores do festival. Sites de cultura e entretenimento, como o https://folhago.com.br/blogs-colunas/entretenimento, acompanham as principais novidades do cinema no mundo.

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A competição do festival acontecerá como parte do evento de março, e um júri em Berlim selecionará os vencedores dos prêmios, acrescentou o comunicado. Os fãs de cinema de Berlim verão os participantes em um evento separado em junho, envolvendo exibições ao ar livre e também apresentações em cinemas.

“Há um grande desejo de nos encontrarmos cara a cara”, disse Mariette Rissenbeek, a diretora executiva do festival, em um comunicado, mas “a situação atual não permite um festival físico em fevereiro”.

O atraso do primeiro grande evento cinematográfico internacional de 2021 provavelmente causará preocupação de que outros festivais possam precisar ser adiados. Países da Europa já estão vacinando seus habitantes, mas o processo está apenas no início.

O Festival de Cinema de Cannes está programado para começar em 11 de maio. Os organizadores de Cannes pretendem que o evento ocorra conforme programado, disse Aida Belloulid, a porta-voz do festival em entrevista ao jornal The New York Times, mas estão “esperando até o início do próximo ano para avaliar a evolução da pandemia. ”

“Então, se considerarmos que maio não será possível, trabalharemos em novas datas, do final de junho ao final de julho”, acrescentou. Seja qual for a data em que o festival ocorrer, será "um 'clássico' Cannes", com um programa completo e estrelas na Croisette, disse Belloulid.

Em 2020, Cannes foi adiada no último minuto por causa da pandemia. Os organizadores acabaram organizando uma edição “especial” em outubro, com poucos filmes e sem o glamour de sempre. Esse evento quase não recebeu atenção da mídia.

Ao contrário de Cannes, o Festival de Veneza ainda não fez planos de contingência e seus organizadores pretendem prosseguir normalmente, em setembro de 2021. “É claro que não sabemos qual será a situação”, disse Alberto Barbera, o diretor artístico do festival, em uma entrevista por telefone, “mas tivemos a sorte de prosseguir com o festival este ano sem problemas, então no próximo ano deve ser ainda melhor. ”

O cineasta sul-coreano Bong Joon-ho, autor do premiado "Parasita", presidirá o júri do 78º Festival de Cinema de Veneza, que acontece de 1º a 11 de setembro, anunciaram os organizadores nesta sexta-feira.

"O diretor Bong Joon-ho presidirá o júri internacional da competição no 78º Festival Internacional de Cinema de Veneza, que premiará com o Leão de Ouro o melhor filme e outros prêmios oficiais", anunciou a Mostra em comunicado.

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"O festival de Veneza tem uma longa história e é uma honra para mim estar associado a esta maravilhosa tradição cinematográfica", reagiu o realizador, citado na nota.

"Como presidente do júri, e acima de tudo como incorrigível cinéfilo, estou pronto para admirar e aplaudir todos os grandes filmes selecionados pelo festival. Isso me enche de alegria e de sinceras esperanças", acrescentou.

Para Alberto Barrera, diretor artístico da Mostra, o renomado diretor coreano é "hoje uma das vozes mais autênticas e originais do cinema autoral".

"Estou muito grato a ele por concordar em colocar sua paixão de cinéfilo atento, curioso e sem preconceitos a serviço do nosso festival", comentou.

A última edição do festival de Veneza foi realizada no início de setembro, como é tradicional, apesar da pandemia do coronavírus.

Não registrou nenhum contágio e teve poucos astros de Hollywood e muito cinema independente.

Bong Joon-ho, de 51 anos, vencedor com "Parasita" da Palma de Ouro no festival de cinema francês de Cannes e de quatro prêmios Oscar (melhor roteiro original, melhor filme estrangeiro, melhor diretor e melhor filme), é também o autor de "Cão Que Ladra Não Morde" (2000), "Memórias de um assassino" (2003), "Expresso do Amanhã" (2013) e "Okja" (2017).

"Minha maior ilusão é continuar vivo e fazendo cinema. E a minha terceira é estar aqui em Veneza", confessou nesta quinta-feira (3) o cineasta espanhol Pedro Almodóvar, entre as celebridades que aceitaram viajar à Mostra apesar da pandemia, para apresentar o curta "A voz humana".

Filmado em inglês logo após o confinamento, o curta de 30 minutos é protagonizado pela atriz britânica Tilda Swinton, que ganhou o Leão de Ouro no dia anterior.

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Repleto de cores e referências à sua cinematografia, com um texto brilhante que se inspira em um escrito de Jean Cocteau de 1929, o curta é um exemplo perfeito da arte de Almodóvar.

"Esse tempo mostrou até que ponto dependemos da ficção e quão necessária é a cultura. E isso é bom", disse à imprensa o diretor, que recebeu no ano pssado o Leão de Ouro por sua carreira.

- Uma mulher sozinha e abandonada -

O autor de "Mulheres à beira de um ataque de nervos", de 70 anos, volta a abordar um de seus temas favoritos com seu estilo corrosivo e teatral usual, o de uma mulher abandonada por seu amor, com um cachorro e algumas malas.

"A situação daquela mulher abandonada, sozinha e à beira da loucura, junto com um cachorro com quem ela sofre e muitas malas feitas, é uma situação dramática que sempre me estimulou", explicou.

"Também vivi essa situação. Também esperei em vão", confessou o diretor à imprensa. Com uma estética surpreendente, o curta é antes de tudo uma peça teatral, mas que deve ser vista nas grandes telas.

Para contar o fim de um amor, sua dor, a raiva e a loucura que produz, Almodóvar usa um fone de ouvido sem fio para o monólogo e situa a mulher no século XXI.

"No original há muita submissão. Queria transformar em um ato de vingança”, confessou.

E não há vingança melhor do que sair às ruas, se sentir livre e começar de novo.

O cineasta, que defende a retomada do cinema após a crise gerada pela pandemia, defendeu com unhas e dentes a sétima arte.

"Ir ao cinema é uma aventura que funciona como uma catarse coletiva em que você pode rir, chorar ou ficar apavorado acompanhado. E também no escuro", explica.

Como todo mundo, a experiência do confinamento o deixou tocado.

"De repente, descobrimos a casa como um local de reclusão. Nela podemos fazer de tudo: trabalhar, amar, comprar”, lamentou.

"Não gostaria que essa reclusão continuasse no tempo, proporia o cinema como solução. O cinema é o oposto disso. Ir ao cinema é começar uma aventura", argumentou.

Acompanhado por Tilda Swinton, entre as poucas estrelas presentes num Festival marcado pelo uso de máscaras e um pequeno público, Almódovar prometeu continuar a fazer filmes.

"Como o cinema não vai bem, temos que ir ao cinema. Vou começar a preparar um filme no mês que vem", revelou.

O cineasta disse ainda que está preparando dois curtas: um faroeste e uma distopia sobre nada menos que um mundo sem cinemas.

O Brasil teve lugar de destaque na premiação do Emmy Awards de Artes Criativas 2020, nos Estados Unidos. O curta-metragem "A Linha" (2019), do diretor Ricardo Laganato, ganhou o maior prêmio da TV estadunidense na categoria Inovação em Programação Interativa. A obra tem narração do ator Rodrigo Santoro.

A produção brasileira de 15 minutos, desenvolvida para realidade virtual e interativa, retrata a cidade de São Paulo nos anos 1940. Na história, o entregador de jornais Pedro cumpre com seu horário de trabalho, mas sempre escapa para colher uma flor e presentear sua amada, a florista Rosa. A obra também permite aos espectadores uma experiência imersiva por meio do recurso de rastreamento de mãos (hand tracking).

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Além do Emmy, o curta de Laganato venceu o Festival de Veneza (ITA), em 2019, na categoria Melhor Experiência em VR. A cerimônia de entrega do prêmio da TV estadunidense será realizada no próximo dia 17 de setembro e acontece de maneira virtual.

A pandemia do coronavírus impactou diversos segmentos profissionais e a indústria do cinema não ficou de fora. Sendo assim, realizadores precisaram se adaptar e ‘correr’ para dar continuidade à suas produções. Dentro deste contexto, Pedro Almodóvar rodou seu novo filme em tempo recorde e será o primeiro diretor a lançar uma obra cinematográfica em meio à crise mundial de saúde. O curta The Human Voice estreia em setembro, no Festival de Veneza. 

The Human Voice é uma adaptação da peça homônima escrita por Jean Cocteau. Estrelado por Tilda Swinton, o curta foi rodado em tempo recorde após o fim das medidas mais restritivas de isolamento da quarentena, na Espanha. O filme, primeira obra de Almodóvar falado na língua inglesa, conta a história de uma mulher que espera pela ligação de um amante que acabou de deixá-la.

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Em entrevista ao Deadline, o diretor falou sobre a participação do filme no festival europeu. “Eu estou animado para voltar à Veneza em um ano tão especial, com a Covid-19 servindo como uma convidada involuntária. Tudo será diferente, e vou descobrir tudo em pessoa”. O Festival de Veneza acontece entre os dias 2 e 12 de setembro, na Itália. 

O documentário 'Narciso em Férias' que trata sobre a prisão do músico Caetano Veloso, em 1968, foi selecionado para participar do 77° Festival de Veneza. O evento está previsto para ser realizado entre os dias 2 e 12 de setembro, na Itália.  

A obra retrata a prisão de Caetano, durante a Ditadura Militar no Brasil, duas semanas após o decreto do AI-5, quando ele e Gilberto Gil foram retirados de suas casas por agentes à paisana. 

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Escrito e dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, o documentário tem a produção assinada por Paula Lavigne, e coprodução da VideoFilmes, de Walter Salles e João Moreira Salles.  

O documentário irá participar da sessão 'Out of Competition'. O título do longa, é uma referência, ao fato de Caetano ter passado dois meses sem se olhar no espelho, e foi retirado da obra "Este lado do Paraíso", romance escrito pelo norte-americano F. Scott Fitzgerald, e também dá nome ao capítulo do livro de Caetano, 'Verdade Tropical’.

O Festival de Cinema de Veneza, na Itália, confirmou que seguirá em frente com os preparativos para sua 77ª edição, que deve acontecer de 2 a 12 de setembro. Em entrevista a uma agência de notícias italiana, o presidente do evento, Roberto Cicutto, descartou adiamento ou cancelamento do festival por causa do coronavírus. 

Cicutto admitiu que a participação internacional em Veneza neste ano cairá acentuadamente em relação aos anos anteriores, dadas as preocupações com a saúde e as restrições de viagem que ainda estão em vigor. Ele disse que o festival está "afinando" sua tecnologia digital para permitir que jornalistas e estrangeiros que não podem viajar até Veneza participem do festival, mas não deu maiores detalhes de como isso será feito.

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Atualmente, a Itália está em um bloqueio quase completo, com todos os cinemas e empresas não essenciais fechados. O país está entre os mais atingidos pela pandemia de coronavírus, com 179 mil infecções confirmadas por Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, e mais de 23 mil mortes atribuídas à doença.

O Festival de Cinema de Veneza confirmou nesta segunda-feira que celebrará sua 77ª edição de 2 a 12 de setembro, apesar da pandemia de coronavírus que forçou o cancelamento de importantes eventos culturais em todo o mundo.

"O calendário será de 2 a 12 de setembro para o 77º Festival de Cinema, dirigido por Alberto Barbera", anunciou a Bienal de Veneza, instituição que organiza o festival mais antigo de cinema do mundo, em comunicado à imprensa.

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Os organizadores também confirmaram que a 17ª edição da Bienal de Arquitetura, presidida por Hashim Sarkis, ocorrerá de 29 de agosto a 29 de novembro, conforme decidido no início de março, quando foi adiada por três meses devido à pandemia do coronavírus.

O Festival de Cinema de Veneza, que geralmente credencia mais de 2.000 jornalistas, será reduzido devido à pandemia de coronavírus, de modo que as exibições serão agendadas para um público limitado de críticos e com poucos convidados estrangeiros, explicaram os organizadores.

A Itália está se preparando para suspender o confinamento vigente até 3 de maio e estuda como evitar uma nova onda epidêmica, limitando grupos de pessoas.

"O festival pode se tornar um grande laboratório para todo o setor", disse Cicutto.

O produtor de Hollywood Eric Pleskow, que descobriu Oliver Stone, Milos Forman e Sylvester Stallone e trabalhou com Billy Wilder e Woody Allen, morreu nesta terça-feira, aos 95 anos, anunciou o festival de cinema de Viena, sua cidade natal.

"Sua morte é uma grande perda para todos nós", indicaram em um comunicado os organizadores da Viennale, principal manifestação cinematográfica da capital austríaca, da qual Eric Pleskow foi presidente desde 1998. Em 2007, Viena o tornou cidadão honorário.

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"O cinema era meu destino", costumava dizer Pleskow, que era assíduo no Oscar.

Nascido em uma família judaica em Viena em 2 de abril de 1924, Erich Pleskoff foi para Paris fugindo do nazismo, e depois se instalou nos Estados Unidos.

"Um pouco por acaso" acabou trabalhando no mundo do cinema, subindo pouco a pouco. Em 1951, passou a fazer parte do estúdio United Artists, e em 1978 fundou a produtora Orion Pictures.

Seus sucessos de bilheterias receberam múltiplos prêmios Oscar, entre eles "Amadeus", "Platoon", "Dança com lobos", "O silêncio dos inocentes" e "Rocky: um lutador".

Pleskow viu o início da carreira de Sylvester Stallone e trabalhou com Billy Wilder, Francis Ford Coppola, Federico Fellini e Martin Scorsese. Também financiou 20 longa-metragens de Woody Allen.

"Comecei levando o café e acabei dando o 'final cut'", explicava o produtor, admitindo que teve "muita sorte".

“A Linha”, experiência narrativa e interativa em realidade virtual da ARVORE Experiências Imersivas venceu na categoria Melhor Experiência Interativa  no 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza. Com a voz do ator Rodrigo Santoro “A Linha” estreou mundialmente no Festival. Foi a primeira vez que um título nacional entrou nesta competição, que ganha cada vez mais espaço no evento italiano.

“A Linha” convida o público para uma imersão na São Paulo da década de 40, onde compartilha a história de Rosa e Pedro, dois bonecos de maquete que devem lidar com a rotina e o medo da mudança. Através da movimentação do corpo, a história conduz o usuário aos altos e baixos da história de amor dos dois personagens.  “A Linha” permite assim que os usuários participem efetivamente da história de Rosa e Pedro, em uma peça singular de 13 minutos.

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O diretor e sócio da ARVORE Ricardo Laganaro combina uma narrativa clássica com a fisicalidade e envolvimento emocional que a realidade virtual proporciona. Traz uma história universal sobre amor e medo de mudança para uma audiência global, propondo também uma nova cultura de engajamento com a realidade virtual para o grande público.

“É uma verdadeira honra receber o prêmio como Melhor Experiência Interativa. Nós nos esforçamos para fazer algo inovador em VR e entregar algo ao público de Veneza que tocaria seus corações”, disse Laganaro em seu agradecimento."Sou grato à minha equipe da ARVORE pelo trabalho duro e dedicação ao projeto. ‘A Linha’ é uma narrativa sobre o amor, as memórias e o medo da mudança. Novas tecnologias podem nos deixar com medo de mudar, mas tenho certeza de que o VR pode nos deixar melhores. Quando usamos todo o nosso corpo para contar histórias e também ouvi-las, lembramos que somos humanos. E para mim, esse é o efeito colateral mais bonito da realidade virtual.”

“A missão da ARVORE é transportar pessoas para dentro de narrativas mágicas e impossíveis através dos novos meios imersivos. ‘A Linha’ é uma concretização disso. É a exploração de uma nova forma de contar histórias e a possibilidade de levar a criatividade brasileira para um meio onde a linguagem ainda não foi estabelecida”, complementa Ricardo Justus, CEO e co-fundador da ARVORE.

Depois do sucesso no ano passado, a Venice Virtual Reality (VVR), mostra dedicada aos filmes de realidade virtual, levou 40 produções em 2019 ao evento e se solidifica como uma forte mostra dentro do Festival de Veneza.

Da assessoria

Apesar da polêmica em torno de sua seleção na competição, Roman Polanski estreia nesta sexta-feira no Festival de Veneza seu filme sobre o caso Dreyfus, "J'Accuse", no qual vê um paralelo com sua situação, pois se considera "um assediado".

O filme do diretor franco-polonês de 86 anos compete com 21 filmes pelo Leão de Ouro.

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O diretor de "O Pianista" estará ausente, informou à AFP a assessoria do filme.

O filme conta o caso Dreyfus do ponto de vista do tenente-coronel Georges Picquart, interpretado por Jean Dujardin (ganhador do Oscar por "O Artista"), chefe do serviço de inteligência e figura-chave no desfecho do caso.

Ele divulgou as evidências que permitiram inocentar o capitão Dreyfus, francês de origem alsaciana e de confissão judaica acusado de traição, pondo fim a esse grande escândalo da Terceira República na França, que durou doze anos (1894-1906).

Roman Polanski, ainda processado pela justiça americana pelo estupro em 1977 de uma adolescente, disse em várias ocasiões que via nesse caso ecos de sua própria história.

Palavras que ele reitera no kit de imprensa do filme, divulgado online pelo Festival de Veneza.

"Fazer um filme como esse me ajudou muito. Na história, encontro coisas em que me reconheço, vejo a mesma determinação de negar os fatos e de me condenar por coisas que não fiz", disse em entrevista ao escritor Pascal Bruckner.

"A maioria das pessoas que me assedia não me conhece e não sabe nada sobre o caso", acrescenta.

- "Histórias absurdas" -

Questionado sobre a "perseguição" que ele sofreu desde o assassinato de sua esposa Sharon Tate, em 1969, o cineasta enfatiza que "é como uma bola de neve".

"Cada estação adiciona uma nova camada", acrescenta, com "histórias absurdas contadas por mulheres que nunca vi na minha vida, que me acusam de coisas que supostamente aconteceram há mais de meio século".

Três novas mulheres apresentaram acusações contra ele nos últimos anos. Em 2010, a atriz britânica Charlotte Lewis o acusou de "abusar sexualmente" dela aos 16 anos em 1983.

Uma segunda mulher a acusou de agressão sexual em 2017, quando ela tinha 16 anos em 1973, e uma terceira apresentou uma queixa em 2017 por estupro, por fatos que datam de 1972, quando ela tinha 15 anos.

Acusações "infundadas", segundo seu advogado.

A presença de "J'Accuse" na disputa pelo Leão de Ouro provocou fortes críticas nas últimas semanas por parte de feministas, incluindo a fundadora do grupo Women and Hollywood, Melissa Silverstein, para quem o Festival "é completamente surdo aos problemas relacionados ao #MeToo".

A própria presidente do júri, Lucrecia Martel, afirmou na quarta-feira estar "muito envergonhada" com a seleção do filme, e indicou que "não compareceria" à exibição oficial.

Ela então amenizou suas palavras, indicando que "não se opunha" à presença dele na competição e não tinha "preconceitos" sobre o trabalho.

O diretor atrai há vários anos a ira das feministas, que não aceitam que seus filmes continuem sendo exibidos em festivais e que ele continue sendo homenageado.

Na França, feministas protestaram em 2017 contra uma retrospectiva de seus filmes na Cinémathèque, e ele desistiu de presidir a cerimônia de César no mesmo ano.

Nos Estados Unidos, o diretor processou a Academia do Oscar, que decidiu excluí-lo.

Roman Polanski se declarou culpado em 1977 por sexo ilegal com Samantha Geimer, então com 13 anos de idade.

Ele fugiu dos Estados Unidos após a mudança na posição do juiz, que provavelmente resultaria em uma sentença mais pesada do que o previsto. Os promotores dos EUA ainda estão tentando trazê-lo ao país para fazê-lo cumprir sua sentença.

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