Tópicos | Adelio Bispo de Oliveira

O juiz Bruno Savino, da 3.ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), autorizou a ida de Adélio Bispo de Oliveira para o Hospital Psiquiátrico de Custódia Jorge Vaz, em Barbacena (MG). A decisão atende pedido do juiz Dalton Igor Conrado, da 5.ª Vara Federal de Campo Grande (MS), que permitiu a saída do esfaqueador de Bolsonaro de presídio de segurança máxima na capital de Mato Grosso do Sul para uma unidade a ser definida pela Justiça mineira.

Com cerca de 140 mil habitantes, Barbacena fica na Serra da Mantiqueira, a 170 quilômetros da capital Belo Horizonte. Savino foi o magistrado responsável por absolver Adélio após laudo psiquiátrico apontá-lo como inimputável, ou seja, incapaz de responder pelos atos que praticou.

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Em sua decisão, o magistrado pontuou que ainda tem "convicção" em relação "ao perigo a que estará exposto" Adélio na nova unidade e destacou que há "possível persistência do intento em se consumar o ato delitivo, atentado contra a vida do Presidente da República".

"Apesar das considerações preliminares deste juízo, não há como se opor ao requerimento da defesa para que o cumprimento da medida de segurança ocorra em hospital psiquiátrico de custódia", apontou o juiz.

A transferência foi solicitada pela Defensoria Pública e teve aprovação do Ministério Público Federal.

As duas instituições alegam que o presídio federal de Campo Grande não dispõe de "instalações adequadas" para garantir o tratamento psiquiátrico adequado para Adélio, afirmando que sua permanência na prisão poderia agravar seu quadro de saúde.

A autorização foi dada inicialmente pelo juiz Dalton Igor Conrado, da 5.ª Vara Federal de Campo Grande, que permitiu a ida de Adélio para uma unidade a ser escolhida pela Justiça mineira em até 30 dias.

Segundo Savino, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais foi notificada da transferência e informou que o Estado dispõe de vagas no hospital psiquiátrico de Barbacena.

"A possibilidade de transferência da Prisão Federal de Campo Grande diretamente para o Hospital Psiquiátrico de Custódia Jorge Vaz foi comunicada pela Defensoria Pública da União ao executado, que declarou, por escrito, estar de acordo", anotou Savino.

Em um dos depoimentos concedidos após ser preso por ter esfaqueado o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo de Oliveira diz que foi motivado a realizar o atentado por se sentir ameaçado pelos discursos proferidos pelo postulante durante a campanha. No vídeo, ele diz que pretendia dar “uma resposta, um susto” e “aconteceu” o incidente. 

“Eu, como milhões de pessoas, me sinto ameaçado literalmente pelos discursos que aquele cidadão proferia, sabendo que cedo ou tarde ia cumprir o que estava prometendo”, declara Adélio. Ele foi preso no último dia 6, minutos depois de esfaquear Bolsonaro durante um ato de campanha do presidenciável em Juiz de Fora, Minas Gerais. 

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No vídeo, Adélio detalha como foi o momento da prisão dele e deu detalhes sobre o local onde ele está detido. O agressor disse estar em uma cela com sete detentos e pontuou que não se sente ameaçado naquele espaço, mas dentro do presídio em si, Adélio relatou que tem sofrido “muita humilhação verbal” e até ameaças de que iam colocar ele em um “cela para ser estuprado por um negão”. Além de ter ouvido, de funcionários e detentos, que ele tentou “acabar com a esperança” deles. 

Adélio que deu uma facada em Jair Bolsonaro, está no presídio federal de Campo Grande (MS) para onde foi levado no último sábado (8). Em depoimento anterior, segundo boletim de ocorrência, Adélio afirmou que deu a facada "a mando de Deus" e que agiu sozinho. A Polícia Federal investiga o caso. 

Veja o vídeo na íntegra:

Advogados de defesa de Adelio Bispo de Oliveira dizem que ele agiu sozinho e de rompante quando decidiu esfaquear o deputado federal e candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). A ideia surgiu três dias antes, quando o criminoso arquitetou a tentativa de assassinato, movido contra o discurso de Bolsonaro referente a negros quilombolas.

A defesa refuta a ideia de uma teoria conspiratória, segundo a qual haveria outras pessoas envolvidas, possivelmente um mentor intelectual.

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Na noite de sexta-feira (7), o agressor foi ouvido novamente pela Polícia Federal (PF), que deseja esclarecer exatamente este ponto, para se certificar se o crime foi apenas fruto de uma mente atormentada e possivelmente desequilibrada, como sustenta a defesa, ou se foi parte de um esquema maior, de tentativa de eliminação de Bolsonaro.

Para resguardar a integridade física do agressor, ele foi transferido, na manhã deste sábado (8), para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).

“A polícia queria saber em especial sobre a participação de terceiras pessoas, se o plano foi engendrado, se havia outros envolvidos, interessados, se foi financiado ou não. Eu acredito que ele esclareceu que veio sozinho. Ele veio para praticar o ato, queria praticar o ato, mas sozinho”, sustentou o advogado Fernando Magalhães, que acompanhou o depoimento de Adélio, durante uma hora e meia, à PF.

Sobre o fato de o criminoso ter morado em vários endereços nos últimos meses, Magalhães disse que era um hábito. “É um cigano. Me parece que ele vai procurando oportunidades. Aqui ele aportou por acaso, como ele externou. Disse que o ódio nasceu três dias atrás, quando ouviu uma mensagem do presidenciável Jair Bolsonaro sobre a questão dos negros, dos quilombolas, indígenas, e aquilo foi crescendo, no íntimo dele, e ele não conseguiu segurar. Aquilo startou nele um sentimento de 'extremismo se trata com extremismo'. Saiu de casa para ceifar a vida de Jair Bolsonaro”, relatou Magalhães.

O advogado disse que Adélio estava há dias em Juiz de Fora, em busca de oportunidade de trabalho. “Ele reportou que seria uma busca de oportunidades [de trabalho] e que há alguns dias ele soube que Bolsonaro estaria aqui. Mas ele é errante. Cada dia está em um lugar, cada dia procurando um emprego, cada hora exercendo uma profissão, de garçom ou qualquer coisa assim”, disse Magalhães.

Medicamentos 

Outro advogado de Adélio, Zanone Oliveira Júnior, disse que o criminoso já fez, no passado, uso de medicação controlada. “Parece que além de psiquiatra ele já consultou com neurologista. Vamos verificar a possibilidade de instaurar um incidente de sanidade mental. A juíza vai designar um corpo psiquiátrico para que faça um minucioso exame acerca da higidez mental do nosso cliente”, disse Zanone.

De acordo com o defensor, Adélio é politizado e consegue se manifestar bem, mas um perfil psicológico pode revelar questões de insanidade, sociopatia e até psicopatia. Ele destacou, entretanto, que um laudo definitivo cabe aos psiquiatras. “Levando em consideração tudo o que ele nos contou, principalmente esses tratamentos específicos, nós temos elementos robustos que dão ensejo à deflagração desse incidente processual penal de insanidade mental”, disse Zanone.

Problema Mental

O advogado disse que, se ele for classificado como preso com problema mental, o objetivo é que não cumpra pena em manicômio judicial, mas no próprio sistema prisional.

“A insanidade mental levaria à decretação de uma medida de segurança. E todo mundo sabe que o estado dos hospitais de custódia, que são os antigos manicômios judiciários, a prisão é muito melhor que uma incursão dentro de um sanatório. Mas não podemos passar ao largo dessa informação”.

Para os defensores, não houve participação de outras pessoas no crime, segundo relatado por Adélio. “Para nós, advogados, o passado pelo cliente foi: 'Agi sozinho. Por detrás não tem ninguém'. Se ele está mentindo ou dizendo a verdade, nós não temos bola de cristal. A chama que o guiou, a causa que o fez ostentar uma faca contra a vítima, foram os discursos de ódio [de Bolsonaro]”, destacou Zanone.

Caso seja decretada insanidade mental de Adélio, o advogado disse que o processo seria suspenso e um curador nomeado. Ele poderia ser considerado inimputável ou semi-imputável. Os advogados não revelaram a pessoa que os contratou. Disseram apenas que é um fiel da igreja Testemunha de Jeová de Montes Claros, relacionada à família de Adélio.
 

O agressor confesso do candidato Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo de Oliveira, foi transferido, no início da manhã deste sábado (8), para o presídio federal de Campo Grande (MS). Pouco antes das 7h30, ele chegou ao aeroporto de Juiz de Fora, escoltado por policiais federais.

Adélio entrou em um avião da Polícia Federal (PF), após passar a noite em um centro de detenção provisória na cidade. Antes ele havia sido novamente interrogado na sede da corporação, com objetivo de saber se ele realmente agiu sozinho, como alegou, ou se teve ajuda de outras pessoas e se o crime teve a participação de um mentor intelectual.

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A transferência para um presídio federal foi tomada em comum acordo entre a juíza federal Patrícia Alencar, que ouviu Adélio ontem (7), em audiência de instrução, o Ministério Público Federal e a própria defesa do acusado. O objetivo é garantir sua integridade física, já que poderia ser morto dentro do sistema prisional comum.

O Departamento Penitenciário Federal (Depen) informou, em nota, que pretende transferir Adélio Bispo de Oliveira para a penitenciária federal de Campo Grande. O processo, no entanto, ainda depende da Polícia Federal e da Justiça Federal. Segundo o departamento, vinculado ao Ministério da Segurança Pública, a questão está em fase de “tratativas”.

A proposta de transferir o agressor do candidato à presidência Jair Bolsonaro para Campo Grande foi submetida ao juiz federal corregedor da penitenciária.

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Na audiência de custódia, ocorrida na sexta-feira (7) em Juiz de Fora, a juíza responsável pelo caso manteve o indiciamento de Adélio pelo Artigo 20 da Lei de Segurança Nacional, que dispõe sobre “praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político”, que prevê pena de prisão de 3 a 10 anos, podendo ser dobrada, se o fato resultar em lesão corporal grave, ou triplicada, se resultar em morte.

Ataque

Na tarde da quinta-feira (6), o candidato recebeu uma facada no abdômen durante um ato que reuniu apoiadores em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro teve o intestino delgado costurado e parte do intestino grosso retirada. Ele também foi submetido a uma colostomia e, em até dois meses, terá de ser operado novamente.

O agressor confesso do deputado federal e candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo de Oliveira, chegou à sede da Justiça Federal, em Juiz de Fora, por volta das 15h30 desta sexta-feira (7). Ele foi levado sob um forte esquema de segurança em um comboio de cinco viaturas da Polícia Militar e do sistema prisional mineiro e entrou pela garagem do prédio.

O agressor será ouvido pela juíza de plantão Patrícia Alencar, que decidirá o seu destino. Adélio se encontra preso desde ontem (6) no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), onde ficam os presos provisórios.

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A Polícia Federal (PF) o indiciou na Lei de Segurança Nacional (LSN), por considerar que seu crime teve motivação política, ainda que Adélio tenha dito que agiu sozinho, por motivos religiosos.

O deputado Delegado Francischini (PSL-PR), que é líder do partido na Câmara, está acompanhando as audiências e disse que a sigla já pediu à Justiça que o agressor vá para um presídio federal, pois teme que ele possa ser morto, em uma queima de arquivo, por outros presos.

Francischini, que é delegado federal, não descarta a possibilidade do criminoso ter agido com ajuda de outras pessoas e que possa haver um mentor intelectual por trás do atentado.

Suspeito de atacar o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, já tinha sido acusado pelo crime de lesão corporal, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais (MG). O boletim de ocorrência em que Oliveira é acusado de atentar contra a integridade física de outras pessoas é de 2013.

O homem foi detido logo após o ataque e encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em Juiz de Fora (MG), onde presta depoimento. “Policiais militares que se encontravam nas imediações conseguiram apreender o infrator imediatamente após a ocorrência”, contou o major da PM-MG, Flávio Santiago, à Agência Brasil, confirmando que pessoas que acompanhavam o ato político chegaram a agredir o suspeito.

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“A ação rápida dos policiais garantiu a incolumidade física do infrator, impedindo que ele fosse linchado”, acrescentou o major.

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