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O coordenador da organização não governamental Afroreggae, José Júnior, prestará depoimento nesta segunda-feira na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Rio, sobre o ataque cibernético sofrido pelo site da entidade na internet na noite de sábado, 09. O ataque foi identificado na própria noite de sábado e, desde então, o site está fora do ar.

Por causa do ataque, 60 mil e-mails foram disparados indevidamente dos servidores do Afroreggae. Além de tirar o site do ar, a entidade resolveu, por precaução, trocar todas as senhas de seus e-mails.

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Segundo José Júnior, foi identificado que o ataque partiu de um servidor da Rússia. "O site foi bombardeado e o ataque corroeu alguns conteúdos", disse Júnior, destacando que os funcionários responsáveis pela tecnologia do Afroreggae haviam identificado tentativas de ataques nos últimos dias 24 e 31 de julho.

O coordenador do Afroreggae preferiu não levantar suspeitas diretas sobre responsáveis pelo ataque. Júnior comentou que já foi informado pela área responsável pela comunicação digital da campanha à Presidência da República do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que ele era o integrante mais atacado nas redes sociais. Júnior é um dos coordenadores da campanha de Aécio no Rio.

Além disso, Júnior comentou que na semana passada prestou depoimento à Justiça no caso envolvendo o pastor Marcos Pereira, líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Em 2012, Júnior acusou o pastor de tramar sua morte e de incitar ataques de traficantes no Rio.

Ao fim de uma visita de pouco mais de uma hora ao Centro Cultural AfroReggae, na favela de Vigário Geral, na zona norte do Rio, o pré-candidato do PSB à Presidência da República Eduardo Campos disse nesta terça-feira que o governo federal foge da discussão sobre violência e é omisso no combate a ela.

O ex-governador de Pernambuco defendeu a criação de um Sistema Nacional de Segurança Pública que integre União, Estados e municípios, nos moldes do que já existe nas áreas de assistência social e saúde. "O governo federal corre desse tema, se omite. Não pode ter sistema (de segurança) só quando tem Copa do Mundo", afirmou o ex-governador depois de conhecer várias iniciativas do grupo cultural criado logo após a chacina de Vigário Geral, em 1993, quando 21 pessoas foram assassinadas na comunidade.

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"Essa é uma bela experiência de como uma cultura pode salvar vidas", afirmou o pré-candidato. Entre outras atividades, o Afroreggae desenvolve um programa de inserção social de ex-presidiários e de resgate de jovens que trabalham para o crime organizado.

Eduardo Campos lembrou que a droga é uma das grandes responsáveis pelo crescimento da violência e criticou o governo pelo que considerou "policiamento deficiente" das fronteiras.

O pré-candidato socialista estava acompanhado da candidata a vice em sua chapa, Marina Silva. Ele viu apresentações de grupos de música, dança e teatro e tentou aprender a manejar uma mesa de som com o DJ Nino Leal, professor do Afroreggae. Campos terá um encontro hoje com artistas em um restaurante da zona sul do Rio.

O ex-governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora e pré-candidata a vice-presidente, Marina Silva, estão visitando o Projeto Cultural AfroReggae, no núcleo de Vigário Geral, Rio de Janeiro. Os pré-candidatos chegaram  no local, há pouco, onde estavam sendo aguardados pela bateria mirim do grupo. 

"Iremos receber no Centro Cultural Waly Salomão, Eduardo Campos e Marina Silva. Serão super bem vindos", escreveu o coordenador e fundador do AfroReggae, José Junior, pouco antes da chegada dos socialistas a comunidade. Eles devem conhecer o projeto e ouvir as demandas da organização do AfroReggae, com relação as políticas públicas para reduzir o índice de envolvimento com a criminalidade.

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O Projeto Cultural AfroReggae foi criado em 1993, inicialmente como um jornal alternativo o Afro Reggae Notícias. Hoje, o grupo realiza um trabalho social atendendo crianças e adolescentes das comunidades do Morro do Cantagalo, Vigário Geral, Parada de Lucas, Complexo do Alemão, Via Cruzeiro e Nova Iguaçu.

Além de Vigário Geral, os pré-candidatos também vão se encontrar com artistas no bairro da Gávea, nesta terça-feira (3).

A Polícia Civil do Rio suspeita que três homens presos sob acusação de atacar a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na última quarta-feira, 21, também participaram dos ataques à sede da ONG AfroReggae, na mesma região, no início de agosto.

José Carlos Gomes de Oliveira, de 27 anos, o Camelô da Brasília, Alan da Silva Morais, 21, o Alanzinho, e Deived Felipe Ramos, de 23, o Falcão, foram presos entre sexta-feira, 23, e domingo,25, em suas casas. Eles não resistiram à prisão, e foram reconhecidos pelos PMs que estavam na UPP atacada. Os três já tinham passagens pela polícia por porte ou tráfico de drogas.

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Nesta segunda-feira, 26, o delegado Reginaldo da Silva pediu que integrantes do AfroReggae que testemunharam os ataques aos prédios da ONG compareçam à delegacia para tentar reconhecer o trio. A ONG sofreu vários atentados, entre eles um incêndio que atingiu a redação do jornal Voz da Comunidade e a pousada do AfroReggae, na Favela da Grota. A sede do grupo na Vila Cruzeiro, na Penha, também foi alvejada por tiros.

O grupo cultural AfroReggae, que desenvolve trabalhos sociais em diversas favelas do Rio, anunciou hoje  (20) o encerramento de suas atividades no Complexo do Alemão, após sofrer ameaças ao longo da semana. José Júnior, coordenador do AfroReggae, creditou as ameaças a retaliações sofridas desde que denunciou o pastor Marcos Pereira da Silva, líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (Adud), em fevereiro do ano passado.

Segundo Júnior, a decisão foi tomada na sexta-feira (19), após o grupo ter recebido ameaças, na quinta-feira, de que as instalações do AfroReggae na Favela da Grota, no Complexo do Alemão, poderiam ser alvo de explosão, com a morte de inocentes. No fim da tarde de sexta-feira, Júnior já havia adiantado, pelo Twitter, que teria "péssima notícia" para dar no sábado.

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Na madrugada de segunda para terça-feira, um incêndio destruiu o imóvel de três andares onde funcionaria uma pousada do AfroReggae. No mesmo prédio, estava instalada a redação do jornal "Voz da Comunidade", que ganhou notoriedade ao transmitir em tempo real, por meio de redes sociais, a ocupação do Complexo do Alemão em novembro de 2010.

Na ocasião, Júnior já havia acusado o pastor Marcos de estar por trás do incêndio, que teria sido criminoso. Um acusado pelo incêndio foi preso em flagrante. Júnior informou que, depois de quinta-feira, manteve contatos com o governador do Rio, Sergio Cabral, e com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A Polícia Civil segue investigando o incêndio e irá apurar as ameaças de quinta-feira.

Segundo Júnior, as ameaças foram repassadas por um líder comunitário do Complexo do Alemão, que conversou diretamente com ele. "Se o negócio fosse em cima de mim, não ia mandar fechar não, mas como tem crianças e profissionais inocentes envolvidos, resolvemos não colocar essas pessoas em risco", disse. O coordenador do AfroReggae garantiu que as atividades da entidade espalhadas por diversas favelas do Rio se mantêm.

O pastor Marcos está preso desde 7 de maio, acusado de estuprar duas fiéis da igreja. Ele ainda é investigado pela Polícia Civil por homicídios e ligação com traficantes do Comando Vermelho, facção que dominava o Complexo do Alemão até a ocupação pelas forças de segurança.

O coordenador do Grupo Cultural AfroReggae, José Júnior, acusou nesta terça-feira o pastor evangélico Marcos Pereira da Silva de estar por trás do incêndio que destruiu parcialmente um imóvel no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, no início da madrugada. No local, seria inaugurado, no dia 5, um alojamento da organização não governamental (ONG) para receber universitários de outras regiões da capital fluminense ou do País que participarão de um programa de intercâmbio social do AfroReggae. A redação do jornal comunitário Voz das Comunidades também funcionava no imóvel e foi atingida pelas chamas.

Pastor Marcos, líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (Adud), está preso desde 7 de maio, acusado de estuprar duas fiéis da igreja. Ele ainda é investigado pela Polícia Civil por homicídios e ligação com traficantes do Comando Vermelho (CV), facção que dominava o conjunto de favelas até a pacificação. Antigos aliados, José Júnior e pastor Marcos romperam em fevereiro de 2012, após o ativista acusar o evangélico, publicamente, de envolvimento com o tráfico e de orquestrar a onda de ataques que levou pânico aos cariocas em 2006. A defesa do pastor Marcos nega todas as acusações.

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"Eu e o AfroReggae passamos a ter problemas desde que fiz aquelas acusações contra o pastor. As constantes ameaças contra alguns membros nossos; o ataque à UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Vila Cruzeiro antes da corrida Desafio da Paz, em maio; e agora esse incêndio... nada disso é coincidência. Tudo faz parte de uma estratégia do pastor de nos atingir. Não tenho a menor dúvida de que, se aparecer droga em alguma unidade do AfroReggae ou se algum integrante for morto, é coisa do crime organizado, do qual o pastor faz parte", afirmou coordenador do Grupo Cultural AfroReggae, antes de prestar depoimento na 22.ª Delegacia de Polícia (Penha), que investiga o incêndio.

Advogado do religioso, Marcelo Patrício disse que as afirmações de José Júnior não têm fundamento. "Somente na semana passada que o pastor passou a receber a visita da filha e da irmã. Como a gente não acreditava que ele ficaria muito tempo preso, elas demoraram a pedir a autorização para visitá-lo na cadeia. Até então, ele só recebia os advogados. O pastor não tem o dom da telepatia, e é impossível que ele tenha orquestrado esse incêndio. Daqui a pouco, Júnior vai acusá-lo de ser o responsável pela derrubada do World Trade Center", ironizou, referindo-se aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2011 nos Estados Unidos.

Suspeito identificado

Um homem identificado como Wagner Moraes da Silva, de 20 anos, teve 30% do corpo queimado no incêndio. Moraes da Silva foi resgatado no local por bombeiros e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte, onde continua na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em observação. O estado de saúde dele é estável.

Informalmente, Moraes da Silva afirmou a investigadores da 22.ª DP que entrou no imóvel por um basculante para apagar o incêndio, e se queimou. "Esse incêndio está esquisito. O imóvel tem três andares, e só teve fogo no primeiro e no terceiro. Funcionários do AfroReggae dizem que ele não é funcionário da ONG e não o conhecem. Moradores da região dizem que ele não é de lá. Além disso, encontramos do lado de fora do imóvel televisão, cafeteira, e outros objetos que foram furtados da redação do jornal, que ficava no terceiro andar. Também achamos uma lata de combustível no local. Por isso, achamos que o incêndio foi criminoso, e o rapaz ferido é o principal suspeito", afirmou o delegado Reginaldo Guilherme.

Guilherme disse ainda que investigará as denúncias de José Júnior sobre o suposto envolvimento do pastor Marcos no episódio. "O ferido não tem antecedentes criminais. Precisamos descobrir se ele tem alguma ligação com o tráfico ou com o pastor, e também a motivação do incêndio. Se o objetivo era apenas furtar os objetos, por que ele não pegou as coisas e foi embora?".

O delegado aguardará Moraes da Silva ter alta hospitalar para ouvi-lo formalmente no inquérito. O estudante Renê Silva Santos, de 19 anos, que fundou o Voz das Comunidades em 2005, estava em casa quando recebeu uma ligação de um amigo que mora perto da redação do jornal dizendo que saía muita fumaça do local.

"Saí correndo e quando cheguei os bombeiros já tinham acabado de apagar as chamas. Perdemos todo o material gráfico, como jornais, revistas e edições antigas, além de equipamentos, como ar condicionado, micro-ondas, ventiladores... Por sorte, os computadores e as câmeras do estúdio ficam guardados em nossas casas. Mas é muito triste", disse o jovem, que ganhou a redação em 2012, ao participar de um quadro do programa Caldeirão do Huck, da TV Globo.

O rapaz ganhou notoriedade ao transmitir em tempo real, por meio de redes sociais, a ocupação do Complexo do Alemão pelas forças de segurança, em novembro de 2010. Ele disse que já recebeu mensagens de diversas pessoas pelo Twitter querendo ajudar a reequipar a redação do jornal comunitário.

Um incêndio destruiu o imóvel de três andares onde funcionaria uma pousada do Grupo Cultural AfroReggae, na Rua Joaquim de Queiroz, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira, 16. A pousada seria inaugurada no dia 5 de agosto. No mesmo prédio também funcionava a redação do jornal comunitário "Voz da Comunidade", que ganhou notoriedade ao transmitir em tempo real, através de redes sociais, a ocupação do Complexo do Alemão pelas forças de segurança, em novembro de 2010.

"Eu estava em casa quando um amigo meu que trabalha perto da redação me ligou dizendo que estava saindo muita fumaça de lá de dentro. Saí correndo e quando cheguei os bombeiros já tinham acabado de apagar as chamas. Perdemos todo o material gráfico, como jornais, revistas e edições antigas, além de equipamentos, como ar condicionado, micro-ondas, ventiladores... Por sorte, os computadores ficam guardados em nossas casas. Mas é muito triste", contou o estudante Renê Silva Santos, de 19 anos, que fundou o jornal em 2005, quando tinha apenas 11. Segundo ele, não havia ninguém no imóvel no momento do fogo.

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Em seu perfil no Twitter, o coordenador do Afro Reggae, José Júnior, disse que o incêndio foi criminoso. "Fomos acordados com o incêndio criminoso da pousada do AfroReggae no Alemão aonde (fica) também o @vozdacomunidade". A ONG é conhecida pelo trabalho de ressocialização de ex-detentos e de mediação de conflitos em favelas dominadas pelo tráfico.

As chamas foram controladas por três caminhões do Corpo de Bombeiros do Quartel de Ramos. Segundo a corporação, uma pessoa ficou ferida e foi encaminhada ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. O imóvel passará por perícia para determinar as causas do incêndio. O caso será investigado pela Polícia Civil.

Um tiroteio promovido por traficantes às 7h30 deste domingo na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio, assustou moradores e atrasou o início do Desafio da Paz, uma corrida promovida anualmente pela ONG AfroReggae. Não há registro de feridos. Marcada para as 8h, a disputa só começou às 9h.

O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, participou da corrida, que reuniu 2.000 participantes e tem percurso de 5 km. O trajeto corresponde àquele percorrido por criminosos flagrados em fuga durante operação policial promovida em 2010.

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Logo após o tiroteio, policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope)vasculharam a área, uma região da Vila Cruzeiro conhecida como Campo da Ordem. Ninguém foi preso. O início da corrida foi autorizado depois dessa vistoria da polícia.

"O que aconteceu foi uma ação que infelizmente é irresponsável e criminosa, resquício de admiradores de uma facção que se pautou pela banalização da violência. Esta facção reinou por aqui absoluta por 30 anos, mas agora a Polícia Civil, a PM e o Estado estão aqui e não sairão. Isto é óbvio que foi uma facção, que, mesmo enfraquecida, acha que com atos assim pode afastar a polícia e o Estado, mas nós não sairemos", declarou Beltrame sobre o tiroteio.

A Polícia Civil do Rio investiga a morte de um integrante do grupo cultural AfroReggae. Segundo a Divisão de Homicídios (DH) da capital, Rafael Gonçalves Victorio, de 29 anos, foi assassinado na noite de sexta-feira (14) quando chegava em casa, em Realengo, na zona oeste do Rio.

De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil, foi realizada uma perícia no local do crime e o corpo de Victorio seria necropsiado no Instituto Médico Legal, no centro do Rio. "Por enquanto não há mais detalhes a serem divulgados, para não atrapalharem as investigações", informou a polícia.

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O grupo AfroReggae ainda não havia se manifestado até as 15h30 deste sábado. Victorio trabalhava no setor de empregabilidade da ONG. Na última quarta-feira, ele participou em Brasília de uma palestra do projeto "Comandos", que reúne ex-integrantes de grupos armados do Rio. No site do AfroReggae, Victorio é descrito como ex-integrante da facção criminosa ADA.

Em depoimento reproduzido na página da ONG, ele afirmou que "viveu" 11 anos no tráfico de drogas na Vila Vintém, comunidade da zona oeste do Rio. "Eu tinha armas para defender minha comunidade", disse Victorio, segundo o site, em palestra do projeto "Comandos" no morro do Cantagalo, em julho.

A Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) do Rio abriu inquérito hoje para apurar as denúncias do coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior, contra o pastor Marcos Pereira, líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Os dois atuam como mediadores, tentando convencer criminosos a se entregar à polícia e mudar de vida. Tanto o AfroReggae como a igreja promovem atividades de assistência social. O ativista acusa o pastor de tramar sua morte, de ameaçar um ex-pastor que hoje integra o AfroReggae, de tentar desmoralizar o AfroReggae, de ter incitado os ataques de traficantes no Rio no final de 2006 e em 2010, quando as forças de segurança ocuparam o Complexo do Alemão, e até de abuso sexual.

As acusações foram feitas durante conversa de José Júnior com jornalistas na Assembleia Legislativa do Rio, onde se reuniu com o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania. José Júnior afirmou que dispõe de até dez testemunhas capazes de comprovar as articulações criminosas do pastor. Segundo o líder do AfroReggae, ao estimular ataques e rebeliões nas quais acaba atuando como mediador, o pastor Marcos ganha destaque e amplia sua influência política.

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Conforme José Júnior, um ex-pastor e atual mediador do Afrorreggae, Rogério Menezes, é ameaçado de morte desde 2009, quando deixou a igreja de Marcos Pereira. O próprio Júnior já teria sido ameaçado de morte, segundo contou, por traficantes influenciados pelo pastor. Júnior afirmou ainda que, caso sejam encontradas drogas ou armas na sede do AfroReggae, será uma armadilha preparada pelo pastor para desmoralizar a entidade. Ele afirma que não recebe proteção policial nem usa carro blindado, porque sua atuação como mediador não seria condizente com esses recursos.

O pastor Marcos Pereira, de 56 anos, tornou-se conhecido por seus cultos em cadeias, pontuados por exorcismo, e negociações durante rebeliões. A mediação mais conhecida foi na Casa de Custódia em Benfica (zona norte), em maio de 2004, quando negociou o fim de uma rebelião que durava três dias. Em nota, o pastor afirmou que recebeu "com surpresa e indignação" as denúncias.

"As acusações que contra mim são feitas, graves e que agridem a minha honra pessoal, a imagem da Igreja que presido e sobretudo a obra que realizamos ao longo destes últimos 20 anos, precisam ser investigadas para que a verdade aflore e esta farsa forjada pelo meu acusador, cujo objetivo, me parece, é tão somente o de autopromoção, seja desmontada", afirma a nota. "Trabalhar com criminosos visando a sua recuperação é diferente de se envolver com criminosos, e esta fronteira eu nunca ultrapassei. Recorrerei à Justiça dos homens, para a reparação devida. Quanto à Justiça de Deus, não tenho dúvida de que será feita", acrescentou.

Mediadora de conflitos do grupo cultural carioca AfroReggae, Tânia Cristina Moreira, de 44 anos, foi sequestrada ontem à noite em sua casa, no bairro de Vigário Geral (zona norte do Rio), e encontrada morta com um tiro na cabeça, na tarde de hoje, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense).

Como nenhum objeto foi roubado, a polícia acredita que não se trata de latrocínio (roubo seguido de morte), mas de vingança, que pode ser relacionada com algum dos casos mediados pela funcionária. Veículos de policiais civis foram vistos nas imediações da casa da mulher na noite do crime. O caso está sendo investigado pela 38.ª DP (Brás de Pina) e pela Divisão Antissequestro (DAS), mas por enquanto nenhum suspeito foi identificado.

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O AfroReggae é uma organização não governamental criada na Favela de Vigário Geral, em 1993, que oferece projetos sociais. A entidade mantém um grupo com cerca de 20 pessoas responsáveis por intermediar conflitos e conversar com criminosos para tentar evitar confrontos entre facções e convencê-los a abandonar a rotina ilegal. Tânia desempenhava essa função havia sete anos.

Ela era casada e seu marido também trabalha no AfroReggae. O casal tem uma filha de 1 ano. Por conta de um relacionamento anterior, Tânia também é mãe de uma jovem de 23 anos e de um rapaz de 22, que está preso em Bangu (zona oeste do Rio) por envolvimento com tráfico de drogas.

Segundo integrantes do AfroReggae, Tânia estava em casa, a poucos metros da sede da ONG, acompanhada pela mãe e por uma amiga, quando dois ou três homens chegaram em um Gol branco, invadiram o imóvel, dominaram o trio e fugiram levando a funcionária do AfroReggae. O marido dela estava trabalhando na sede da ONG. O sequestro ocorreu por volta das 21 horas.

O corpo foi encontrado hoje à tarde, abandonado em um matagal no bairro Campos Elísios, em Caxias, com uma perfuração na cabeça. Tânia foi levada para o Instituto Médico-Legal de Duque de Caxias (Baixada Fluminense), onde foi reconhecido pelo coordenador do AfroReggae, José Júnior. Responsáveis pelo AfroReggae não acreditam que a morte tenha algo a ver com o trabalho dela. Na noite de hoje, não havia previsão sobre a data do enterro da mediadora.

O coordenador da ONG Evandro José da Silva foi morto em um latrocínio no centro do Rio, no dia 17 de outubro de 2009. O caso ainda causou comoção porque câmeras de segurança mostraram policiais abordando os criminosos, levando o que havia sido roubado e deixando a vítima no chão.

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