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Pedro Scooby deixou o BBB22 na última quinta-feira, dia 21, mas uma coisa é fato: seu carisma com certeza conquistou praticamente todos os fãs do reality. Em sua Entrevista com o Eliminado, o surfista comentou sua trajetória e destacou que não faria nada diferente.

- Eu não tinha como ser uma pessoa diferente do que eu fui. Fui aquilo ali e era para ser aquilo. O meu maior prêmio foi quando eu comecei a encontrar as pessoas fora do BBB e, até hoje de manhã, todo mundo falou: Você é meu campeão! Essa foi a minha vitória e é isso que eu vou levar para a vida.

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Sobre suas maiores conquistas no reality, ele disse que foram suas amizades com Douglas Silva e Paulo André, e também declarou torcida aos amigos:

- O DG é aquele brother que eu sei que vou ligar para a gente se encontrar, dar uma volta, estar sempre em contato, falando da vida, viajar com as famílias junto. Com o PA parece uma relação de irmão mais novo. Aquela relação de ter o carinho, de ficar discutindo toda hora, de viver as coisas e querer fazer tudo junto. Qualquer um dos dois que ganhar vai ser incrível. Não quero colocar um ou outro na frente porque os dois são muito merecedores. Quem não chegar em primeiro ocupa o segundo lugar e, em terceiro, o Arthur.

Scooby também comentou sobre seus apagões ao longo do reality, que divertiram o público e deram o que falar.

- É muito louco porque, aqui fora, eu não era assim. Eu tinha alguns poucos momentos assim na minha vida. Mas, como meus pensamentos sempre foram bem alinhados, eu não tinha que ficar fritando a mente como no BBB, pensando no que estava acontecendo fora do confinamento, na minha família, acho que nunca tinha acontecido desse jeito. Nunca foi uma coisa tão perceptível. No BBB eu pensava muito em outras coisas. Então, quando o assunto não estava me interessando tanto, meu pensamento fluía para o que eu estava pensando no momento e, quando eu voltava, eu ainda estava no assunto de antes. E a galera deu risada! Mas eu acho muito engraçado porque é o meu jeito mesmo. Isso nunca me atrapalhou com nada, nem no surfe, nem com meus filhos, então está tudo certo.

E quer saber quais são os próximos passos de Scooby? Ele contou!

- Quero muito voltar a treinar. Tem alguns compromissos que ainda tenho que cumprir antes, mas eu quero mesmo é voltar para a minha vidinha em Portugal, do mesmo jeito que eu deixei, e que é muito maravilhosa, cheia de amor, de alegria e de paz. Quero voltar para ela e poder treinar.

Os apagões de Pedro Scooby já viraram um dos maiores memes do BBB22. Caso você esteja por fora, o público adora quando o surfista simplesmente fica fora do ar durante uma conversa ou algum momento no reality. Os casos ficaram tão famosos, que até o João Vianna, irmão do atleta, foi questionado sobre o assunto.

Em conversa com Sonia Abrão, no A Tarde é Sua, o rapaz contou que esse jeitinho é de família, e que ele e a mãe, Gracinda Mota, também ficam meio desligados do nada.

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- Esse jeito dele, que para de vez em quando... Isso é de família, eu sou assim e minha mãe também é assim. É uma herança que a gente teve de família, não tem o que fazer.

João ainda falou que toda a família está torcendo para Scooby no reality.

- A gente está torcendo que ele saia vencedor lá na casa, o Brasil está amando ele esse cara gente boa, parceiro de todo mundo. Ele é um cara maravilhoso, a gente está na torcida para ele sair vencedor.

Apagões continuaram a ocorrer na Venezuela neste domingo, 31. Embora alguns registros deem conta de que parte da energia estava retornando, os venezuelanos ainda não comemoram por esperarem novas interrupções no fornecimento.

O Netblocks, um grupo que monitora o uso da internet no país, afirmou que os dados de rede mostram que apenas 15% dos venezuelanos estão on-line depois que os últimos cortes de energia ocorreram.

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A Venezuela sofreu seus piores apagões no início de março, agravando sua crise humanitária e intensificando o impasse entre o presidente Nicolás Maduro e o líder da oposição, Juan Guaidó. Fonte: Associated Press.

Setores da cidade venezuelana de Maracaibo estão há quatro dias sem energia elétrica, enquanto, na maioria das regiões, os cortes de luz são diários e duram horas.

"É um terror, pessoas estão desde quinta-feira sem luz. Minha cunhada está há quatro dias sem luz. A minha é cortada todos os dias, ontem por 12 horas", conta a dona de casa Lucía González.

Os cortes de energia são frequentes na Venezuela, principalmente nas províncias. Em vários estados do oeste, como o petroleiro Zulia, cuja capital é Maracaibo, aplica-se um racionamento de até 12 horas diárias.

"Sempre ficamos sem luz por, no mínimo, quatro horas. Meu filho, que mora nos arredores da cidade, tem luz por apenas três horas diárias, já passou 24 horas sem energia, e tem que vir para a minha casa, porque tem um bebê", conta Lucía.

O ministro da Energia Elétrica, Luis Motta Domínguez, denunciou na última sexta-feira que os apagões em Zulia se devem a uma sabotagem orquestrada por desconhecidos que, supostamente, incendiaram uma linha de transmissão na Ponte Rafael Urdaneta, que conecta Maracaibo ao restante do país.

Em um mercado de rua da cidade, os comerciantes perderam a comida que vendem, porque não têm como refrigerá-la, acrescenta Lucía.

"Isso é grave, há setores que se aproximam de 60 horas sem luz, incluindo onde moro. Ontem, tivemos que comer um montão de carne, porque senão iria estragar", diz Deivis González.

O governador de Zulia, o governista Omar Prieto, informou hoje que os trabalhos de recuperação da linha "afetada por atos terroristas" continuam na ponte.

O governo atribui os apagões a sabotagens de adversários para gerar descontentamento, mas especialistas os vinculam à deterioração da infraestrutura por falta de investimentos, imperícia e corrupção.

Na capital do país, os cortes não são frequentes, mas, entre dezembro passado e fevereiro, foram registrados vários, que duraram entre três e cinco horas.

Uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau (IPMN), nos últimos dias 7 e 8, revela que 10,6% dos recifenses sofrem com falta de luz costumeiramente em sua residência; um reflexo dos constantes apagões, segundo um dos coordenadores do projeto, Djalma Guimarães. O estudo também traçou alguns hábitos do consumo de energia dos moradores da capital pernambucana. 

Das pessoas que responderam adotar medidas de economia, os hábitos mais positivos são o de desligar a luz quando não está sendo usada (22,3%) e desligar aparelhos eletrônicos da tomada (19,1%). Mas apenas 12,2% diz deixar os aparelhos ligados só quando necessário. Para o economista e coordenador do IPMN, Djalma Guimarães, a pesquisa mostra que as pessoas, de uma maneira geral, estão dispostas a reduzir os custos, mas as ações que são tomadas ainda são insuficientes. 

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Segundo Guimarães, algumas medidas eficazes seria comprar equipamentos de baixo consumo, que possuam o selo Procel; trocar a lâmpada incandescente pela fluorescente, e nunca esquecer de desligar os eletrodomésticos da tomada. “É importante lembrar que o stand by consome energia”. 

Dos hábitos menos econômicos entre os entrevistados, está o de passar o dia e a noite com ar condicionado e/ou ventilador ligados. Além disso, 53,1% das pessoas dizem não usar medidas de economia de energia diariamente.

Outra constatação negativa que o estudo relevou, é que 5,9% dos entrevistados dizem possuir “macaco” em sua residência para furtar energia, e 30,5% dizem conhecer alguém que pratica a ilegalidade. 

A pesquisa foi feita com uma amostra de 624 pessoas, definida com base nas fontes oficiais de dados: Censo IBGE e TER. O nível de confiança é de 95%, com margem de erro de 4,0 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Descontentes com o apagão que atingiu pelo menos 11 estados e o Distrito Federal, no último dia 19, os tucanos laçaram nota à imprensa na tarde deste domingo (25), criticando o governo federal. O texto cita que desde 2013 o país passou por 142 apagões. Os tucanos também asseguram que "obras prioritárias para garantir segurança no suprimento de energia não são realizadas"

Confira na íntegra a nota oficial:

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O episódio foi apresentado na versão oficial como um "corte preventivo" para evitar um apagão de proporções gigantescas. Ou seja, o sistema apresenta problemas evidentes para fazer frente ao consumo em alta, ao mesmo tempo em que a geração a partir de fontes hidráulicas está estrangulada pela falta de chuvas, por restrições ambientais, pela má gestão e pelo mau planejamento do prazo de entrada em operação das usinas em construção. A produção com base na queima de combustíveis fósseis está no limite e as obras de expansão do parque nacional acumulam frustrações, com seguidos atrasos de cronograma.

Mesmo com a série crise hídrica que o país enfrenta desde o ano passado, o governo petista sempre negou os riscos de apagões e, principalmente, de racionamento - que só acontecem como fruto de "barbeiragens", segundo ensinava Dilma ainda como ministra-chefe da Casa Civil. Mas a perspectiva é de que, com reservatórios em níveis baixíssimos e um consumo ainda indomado, a população passe a conviver com constantes contratempos de falta de energia. Segundo os modelos oficiais, a chance é de 4,9%, no limite do aceitável, mas cálculos privados estimam risco bem maior, em torno de 40%.

Um modelo fracassado

Em setembro de 2012, na véspera do Dia da Independência, Dilma convocou rede nacional de rádio e televisão e transformou a ocasião em palanque eleitoral. Dedicou seu longo pronunciamento a anunciar "a mais forte redução de tarifa elétrica já vista neste país". Em média, as contas para o consumidor seriam reduzidas em 18%. Ocorre que, já naquela época, os reservatórios estavam baixando rapidamente, projetos de geração de hidrelétricas e térmicas já estavam atrasados e o país começava a flertar com a escassez de energia - o que, definitivamente, não combina com preço em queda.

A redução das tarifas foi obtida à custa da renovação forçada de contratos de concessão, em condições muito desvantajosas para as empresas, que ficariam sem recursos para investir. As estatais federais foram obrigadas a aceitar e apenas as geradoras controladas pelos governos de Minas Gerais, São Paulo e Paraná disseram "não", para evitar que seus negócios fossem tragados pelas cláusulas draconianas impostas pela intervenção intempestiva do governo. Vale registrar que, juntas, essas empresas haviam sido responsáveis por cerca de 70% de toda a capacidade de geração e transmissão no país desde 1999.

A estrutura de subsídios e tributos incluídos nas contas de luz também foi revista. Desde então, o setor elétrico entrou numa espiral de problemas. Empresas geradoras, transmissoras e distribuidoras viram suas receitas minguarem, seus balanços se desequilibrarem e foram forçadas a pisar no freio dos investimentos. O setor entrou em marcha lenta, enquanto a Eletrobrás mergulhou numa crise sem precedentes. A estatal de energia abriu plano para desligar 25% de sua mão de obra e vender parte de seus ativos, mas nem isso impediu que acumulasse prejuízo de R$ 13 bilhões nos últimos dois anos. As mudanças comprometeram a capacidade da empresa de investir no sistema por muitos e muitos anos, já com reflexo nos leilões de 2013 e 2014, cuja capacidade leiloada caiu 60%.

Energia negociada em leilões (em mil GWh)

Além de minar a capacidade de investimento das principais empresas do setor, a intervenção saiu custosa. O governo foi obrigado a fazer seguidos aportes de recursos para cobrir rombos que as empresas acumulavam ao comprar energia mais cara no mercado para honrar contratos de fornecimento firmados com consumidores. Os subsídios concedidos por meio da Conta de Desenvolvimento Energético somaram R$ 31,4 bilhões - deste valor, R$ 19,5 bilhões referem-se a desembolsos feitos pelo Tesouro. Os custos totais da barbeiragem superam R$ 114 bilhões.

Pior é que nem as tarifas baratinhas resistiram. No ano passado, segundo o IBGE, os preços de energia tiveram alta média de 17% (chegando, em alguns casos, a 36%), eliminando quaisquer resquícios da redução forçada de 2013. Neste 2015, a pancada será ainda mais forte. O governo decidiu que não irá mais cobrir os rombos dos desequilíbrios gerados pelo modelo criado por Dilma e passará a repassá-los integralmente para as contas de luz. Com o novo sistema de formação de preços, estima-se que os reajustes neste ano fiquem, em média, em 40%. A intervenção petista está doendo no bolso dos brasileiros.

Sinais contraditórios

Enquanto durou, a energia mais barata gerou um incentivo perverso num país cujo insumo era cada vez menos disponível. Prevista para o início do ano passado, a adoção de bandeiras tarifárias - que indicariam escassez e o consequente aumento nos custos de geração - foi adiada por 12 meses. O consumidor não obtinha do governo nenhuma sinalização de que o país já estava andando no fio da navalha em termos de produção de energia. Pelo contrário, o discurso foi sempre tão otimista quanto irresponsável. Resultado: nos últimos dois anos, mesmo com a economia parada, o consumo aumentou 7,5%, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O planejamento também tem falhado: em 2014, o parque gerador cresceu 30% menos que o estimado no início de 2013.

Com menos chuvas, a geração hidrelétrica foi comprometida e o país se viu obrigado a acionar continuamente todas as usinas térmicas disponíveis para que não faltasse energia. A matriz energética brasileira - país que tem a maior disponibilidade de recursos hídricos para produção de energia do planeta - foi ficando cada vez mais suja: desde 2008, a participação das termelétricas subiu de 22,3% para os atuais 28,2%, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Aneel. Ou seja, algo que deveria ser temporário, emergencial, tornou-se permanente para suprir a explosão de consumo incentivada pelo governo petista. Andamos, assim, na contramão dos esforços globais pela redução das emissões de gases de efeito estufa.

Os desequilíbrios criados a partir da edição da medida provisória n° 579, convertida em lei em janeiro de 2013, também acabaram por desestimular a expansão da oferta de energia no país. Há, hoje, uma extensa lista de obras à espera de conclusão ou, pior ainda, que sequer saíram do papel. Mais grave, o setor também convive com o descasamento entre os cronogramas de construção de usinas (em geral, mais adiantadas) e o da instalação de linhas (59% dos projetos de transmissão estão atrasados).

Obras prioritárias para garantir segurança no suprimento de energia não são realizadas. O ONS lista 310 projetos de transmissão e geração classificados como essenciais para assegurar o abastecimento no país até 2017, mas 104 deles já foram cobrados anteriormente dos planejadores oficiais e não andaram, nem têm previsão de licitação – como é o caso de 10,2 mil km de linhas de transmissão. Há atrasos de até quatro anos em obras fundamentais, como a construção da usina nuclear de Angra 3. Dezenas de parques eólicos no Nordeste estão sem gerar energia porque não dispõem de linhas de transmissão para interligá-los ao sistema nacional. Na prática, o planejamento do setor transformou-se numa grande colcha de retalhos, com péssima governança expressa nos erros da EPE e na inapetência do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico.

*Fonte: Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

No fio da navalha

Hoje o país anda no fio da navalha em termos de oferta e consumo. O recomendado para um sistema equilibrado é que a reserva de energia equivalha a 5% da demanda, o que, no caso brasileiro, significaria 4,3 mil MW. Mas, quando aconteceu o apagão de 19 de janeiro, a sobra era de apenas 600 MW, ou seja, menos de 1%. Para evitar problemas, a operação do sistema está apelando a grandes consumidores para que alterem horários de produção ou simplesmente parem de produzir. Desempregar será, certamente, o passo seguinte. Até recorrer ao socorro da energia gerada na Argentina tem sido necessário.

O que o Brasil está vivendo hoje é decorrência da opção equivocada da gestão petista em favor do populismo tarifário, em detrimento da segurança energética. A presidente quis transformar energia em tema de campanha e tornou o país uma economia que não dispõe de condições para voltar a crescer. A repetição dos apagões no período de calor e os possíveis racionamentos previstos para a época da seca tendem a nos empurrar definitivamente para uma recessão neste ano.

Capacidade instalada de geração elétrica no Brasil (em MW)

O mais grave é que o Brasil está agora na contramão do resto do mundo. Quando lá fora a energia estava cara, aqui tínhamos artificialmente energia barata para garantir a eleição de Dilma. Agora que o mundo terá energia barata em função da queda do barril de petróleo (até agora os preços caíram pela metade), o país terá a energia mais cara do planeta, retirando ainda mais competitividade de nossas empresas.

Um exemplo emblemático: os brasileiros pagam hoje 69% mais pela gasolina do que no resto do mundo. Isso ocorre pelo fato de o governo estar diante de uma armadilha: se reduzir o preço dos combustíveis, mantém a Petrobras na situação crítica que a levou a tornar-se, nos últimos quatro anos, a companhia mais endividada do mundo ao mesmo tempo em que mantinha um desconto médio de 20% no combustível que vendia aos brasileiros em relação ao preço que pagava no exterior. A estatal precisa agora quitar essa conta.

Sem luz no fim do túnel

O primeiro passo para o país sair da crise e fazer surgir alguma luz no fim do túnel é o governo reconhecer os erros cometidos nos últimos anos. É crucial apresentar um plano de uso eficiente de energia, descentralizar a política energética, diversificar a matriz e incentivar a microgeração, a geração distribuída e o maior uso de gás natural. Para recuperar o avariado setor elétrico nacional, também será necessário abandonar o populismo tarifário e a política de intervenções no mercado, e, com isso, restaurar a estabilidade regulatória e a segurança jurídica, sem as quais os principais investidores em energia se afastaram do país.

A crise energética no qual a presidente da República nos meteu precisa ser enfrentada com honestidade e realismo. Hoje o que temos são mistificações, tarifaço, apagões e um racionamento no horizonte. Medidas de racionalização do consumo são cada vez mais necessárias -  é certo que, com maior transparência por parte do governo, a população brasileira certamente estaria colaborando para diminuir a demanda, como, aliás, já fez no passado.

É simplesmente inaceitável que um país com a diversidade energética do Brasil esteja neste momento vivendo seguidos apagões e discutindo a possibilidade de racionamento. O grande desafio é transformar a riqueza energética que a natureza nos deu em vantagem competitiva -  o que não nos libera para negar as dificuldades, o momento de escassez e simplesmente apelar para a intervenção divina, como fez o ministro de Minas e Energia. O PT criou o problema e gerou uma conta que agora os brasileiros estão sendo chamados a pagar. É mais um estelionato eleitoral da lavra de Dilma Rousseff e mais uma das muitas barbeiragens decorrentes das equivocadas políticas petistas.

*Fonte: Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Em artigo publicado nesta sexta-feira (23), o Partido dos Trabalhadores relatou em seu site oficial que o motivo falta de água no Estado de São Paulo é a falta de planejamento. O texto compara o período de seca na maior metrópole brasileira com o apagão elétrico em 2001, no período do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O artigo ainda disserta que o regime de racionamento deveria ser utilizado no Estado de São Paulo, mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, “teme estragos eleitorais” e evita tomar tal medida. 

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“Há 20 anos, os tucanos seguem à frente do governo de São Paulo, tempo mais do que suficiente para que medidas de estruturação tivessem sido colocadas em prática, como o aumento de volume de reserva e a busca de outros mananciais”, diz o texto. 

O PT utiliza os argumentos do vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Vladimir Caramori, para relatar que faltou “planejamento a longo prazo no Estado de São Paulo”. 

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) relatou, durante audiência pública, nesta quinta-feira (27), no Senado, uma série de problemas que ocorrem com as interrupções de energia elétrica. A queda de produtividade da lavoura, a falta de material para movimentação de grãos, e os prejuízos com a falta de refrigeração para produtos estocados foram alguns dos pontos levantados pelos parlamentares. 

“A situação está se agravando por falta de investimentos nas linhas de transmissão, pois não basta produzir energia, se não se leva essa energia ao consumidor. E por problemas de manutenção das linhas existentes”, frisou a senadora Ana Amélia (PP-RS), que sugeriu a realização do debate.

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Para o representante da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Cristiano Palavro, a expansão de atividades, como irrigação e beneficiamento de produtos, já estaria comprometida por falta de energia elétrica.

“Apesar de existir crédito do governo federal para incentivo a pivôs centrais e armazéns, os projetos ficam parados nas instituições financeiras, aguardando a liberação de carga elétrica por parte das concessionárias, o que gera imensa estagnação dessas atividades e prejuízos à economia do país como um todo”, disse.

Além da perda de produção, os agricultores enfrentam problemas pela queima dos equipamentos, decorrente de oscilações na rede quando do retorno do fornecimento de energia elétrica após os apagões. “Quem é que indeniza?”, questionou Ana Amélia, ao observar que ao prejuízo com o equipamento danificado se soma à perda de produção.

Há algum tempo o Brasil tem sofrido com uma série de apagões em várias regiões do País. Ano de eleições e Copa do Mundo, uma possível crise energética tem sido pauta de várias discussões por parte de especialistas e até políticos, tanto da situação quando da oposição.

Faltando quatro meses para o início da Copa do Mundo 2014, no Brasil, o país enfrenta as consequências do 10º apagão energético ocorrido no governo Dilma, que desta vez atingiu 11 Estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, além do Tocantins, na Região Norte e ao menos seis milhões de pessoas.

A título de informação, segundo um levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), desde janeiro de 2011 até o dia 4 de fevereiro deste ano, foram registrados 181 apagões no país – todos considerados falhas de energia, independentemente do tamanho da área afetada, do período ou da carga interrompida. Apenas em 2013, foram registrados 45 blecautes.

Não é novidade que a falta de chuvas colocou o Brasil na faixa de risco dos apagões devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas e ao crescente consumo de energia elétrica, provocado pelas temperaturas escaldantes deste verão. No entanto, dos 10 maiores blecautes ocorridos no mundo a partir de 1999, dois foram no País – o que deixa claro as fragilidades no abastecimento de eletricidade.

Uma das maiores crises na energia elétrica brasileira aconteceu em 2009, quando um apagão em 18 Estados deixou o país às escuras. E o problema não se tratou de questões de chuva ou queda nos reservatórios, e sim da falta de investimentos, que impediram atender a demanda. No Amazonas, na região Norte e o maior Estado do País, a interrupção no fornecimento de energia é uma constante.

Sabemos que o tamanho territorial do Brasil dificulta a distribuição de energia, tornando o sistema complexo, já que este conta com mais de 100 mil quilômetros de linhas de transmissão e suscetível a falhas. Entretanto, o país já viu esse filme e essas mesmas justificativas no final do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando, de fato, conhecemos o estrago que um apagão pode causar ao país e na imagem de um político.

O Brasil, hoje, dependente de hidro e termoelétricas para o fornecimento de energia, o que, para especialistas, é um modelo arriscado e caro. De fato, a carência de investimentos dos governos no setor elétrico carrega grande culpa por uma possível crise energética. Como o volume de recursos aplicados na manutenção e operação da rede é baixo, apesar de pagar caro pelo consumo, o consumidor acaba sofrendo com a falta de energia.

Infelizmente, o planejamento do Brasil só visa aumentar a oferta de hidroelétricas. Acaba-se não atentando para alternativas e criando um entrave à eficiência do planejamento enérgico. De acordo com os últimos leilões promovidos pelo governo, o preço da energia eólica tem sido equivalente à hidroelétrica, já a térmica e a solar são três vezes mais caras. Entretanto, a atual capacidade instalada de energia eólica não é suficiente para atender às necessidades do sistema brasileiro.

Não vemos outra solução, em curto prazo, para evitar uma crise energética se não explorar fontes renováveis e potenciais das regiões. Mas, é preciso entender que nenhuma matriz pode ser única e que qualquer sistema é mais seguro quando há várias fontes. 

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) não acredita que a falta de investimentos no setor elétrico esteja por trás dos últimos apagões no País. Segundo o diretor de Estudos Econômicos e Energéticos da EPE, Amilcar Guerreiro, não há um padrão nas falhas ocorridas.

"Eu não acho que seja falta de investimento não. Cada uma dessas ocorrências teve motivação diferente. Você não pode nem dizer que teve um padrão, que aí poderia dizer que foi falta de investimento", declarou Guerreiro, antes de participar de um evento sobre energia na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

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O diretor da EPE afirmou que não há risco de desabastecimento e que as chances de um novo apagão são muito pequenas. "Não vai acontecer de novo", afirmou. "As falhas são até esse momento episódios independentes. Já estão sendo tomadas as providências para aumentar a segurança. No caso de Brasília, vão trabalhar ainda mais apertados. Não há desabastecimento de forma nenhuma", acrescentou ele.

Guerreiro explicou que o sistema de abastecimento é preparado para funcionar mesmo com a perda de um elemento, como um transformador ou uma linha de transmissão. No caso de Brasília, o sistema suportaria a perda de até dois elementos, o que aumenta a segurança do sistema.

De acordo com o executivo da EPE, a situação da rede de hoje não se assemelha à de 2001, quando houve falta de geração. "Agora, em alguns pontos do sistema, tem havido acidentes e por isso tem havido apagão."

Mas a energia tem sido restabelecida em um prazo até relativamente curto, o que, segundo ele, mostra a capacidade de recuperação do sistema.

A EPE tem ouvido propostas de realização de leilões regionais ou por fonte, mas afirma que a mudança de modelo é uma questão que ainda precisa ser melhor discutida.

"Várias pessoas têm proposto isso, o leilão regional e leilão por fonte. Essa é uma questão que tem que ser examinada, porque tem vantagens, assim como tem desvantagens. O leilão do jeito que está sendo feito também tem vantagens e desvantagens", contou Guerreiro. "A intervenção que se faz, a presença do Estado, pode ser maior em um caso que no outro. Então, isso precisa ser amplamente discutido", alertou.

A presidente Dilma Rousseff decidiu acelerar mudanças na estrutura e na administração de Furnas. Preocupada com "incidentes" que interromperam, por duas vezes num intervalo de 11 dias, o abastecimento de energia em várias regiões do País, ela quer antecipar mudanças preventivas que seriam feitas nos próximos meses.

Para Dilma, a subsidiária da Eletrobrás não fez investimentos necessários no setor de transmissão. Atualmente, 40% da energia do País passa pelo sistema Eletrobrás/Furnas, que opera em 11 Estados. Foi um incêndio provocado por curto-circuito na subestação de Furnas em Foz de Iguaçu que provocou o "apaguinho" da última quarta-feira e atingiu áreas das Regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste, além de Acre e Rondônia.

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A estatal, porém, não tem responsabilidade sobre os demais episódios recentes. A falha de fornecimento do dia 22, que deixou sem luz o Nordeste, além de Tocantins e Pará teve origem numa subestação da Eletronorte, em Imperatriz (MA). O blecaute do centro de Brasília na quinta-feira teve como causa uma queimada, que atingiu uma linha de transmissão da distribuidora local, a Companhia Energética de Brasília (CEB).

Em encontros e conversas recentes, Dilma demonstrou ter pressa no desenvolvimento de um plano de reestruturação de Furnas, com enxugamento de pessoal e mudanças de atribuições. Desde o começo do governo, a presidente reduz os poderes de grupos políticos no setor elétrico, área onde fez carreira. Em fevereiro de 2011, ela nomeou o engenheiro Flavio Decat para presidir Furnas. A escolha foi uma resposta ao grupo do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que controlava a estatal.

Respaldado por lideranças do PMDB como o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o senador José Sarney (AP), Decat tem a confiança de Dilma, que já conhecia o seu trabalho. Em agosto, o PR perdeu a diretoria de Engenharia e o PMDB, as diretorias Financeira e de Construção. À época, foram extintas as diretorias de Engenharia e Construção e criada a de Expansão. O PT ainda conta com as diretorias de Gestão Corporativa e Operação do Sistema e Comercialização.

A presidente avalia que as mudanças não foram suficientes. Setores do governo avaliam que Decat está amarrado por problemas na estrutura da empresa. O governo identificou as áreas que emperram o gerenciamento de Furnas. Possíveis substituições na administração da empresa deverão obedecer a critérios técnicos, afirmam pessoas próximas da presidente.

A estatal também tem sido frequentemente criticada pela falta de rigor na operação do sistema. Por isso, há expectativa de que sejam criadas novas normas técnicas para a empresa seguir. Os últimos autos de infração emitidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que Furnas não tem obedecido a uma série de normas técnicas previstas para a operação das linhas de transmissão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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