Tópicos | EPE

O consumo de eletricidade no Brasil foi recorde em julho, atingindo 39.950 gigawatts/hora (GWh), alta de 5,7% contra igual mês do ano passado, segundo a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O desempenho foi puxado principalmente pela indústria, que registrou o maior consumo de energia para o mês de julho desde 2014, uma alta de 9,8% na comparação anual.

O aquecimento da atividade econômica acontece pelo avanço da vacinação no País, mas coincide com a pior estiagem dos últimos 91 anos, que tem reduzido a geração de energia das usinas hidrelétricas para os piores níveis da história e obrigado o governo a fazer campanhas para redução do consumo.

##RECOMENDA##

O consumo de eletricidade acumulado nos últimos 12 meses totalizou 495.829 GWh, elevação de 5,2% comparada ao período anterior. Todas as regiões do País apresentaram expansão no consumo de energia elétrica em julho: Sul (7,7%), Nordeste (6,9%), Norte (5,4%), Sudeste (5,1%) e Centro-Oeste (2,5%).

A Região Sul apresentou o maior consumo industrial de energia no mês, com alta de 11,1%, seguido pelo Norte (10,6%) e Sudeste (10,5%), e depois pelo Nordeste (8,4%) e Centro-Oeste (2,6%). Entre os Estados, o destaque foi Alagoas, com alta de 51,8%, puxada pelo efeito base baixa de comparação do setor químico em relação ao mesmo mês de 2020. Mas São Paulo, que reúne o maior parque produtivo do País, adicionou um consumo de 509 GWh em julho, registrando alta de 13,7% contra julho do ano passado.

Segmentos

Segundo a EPE, todos os dez segmentos mais eletrointensivos da indústria aumentaram o consumo em julho. Metalurgia liderou, com alta de 11,7%, impulsionada por siderurgia e alumínio primário principalmente no Sudeste e no Norte - o segmento demandou mais 388 GWh de carga no mês passado.

Em seguida vieram os produtos químicos, com mais 168 GWh, ou alta de 11,8% em um ano, com destaque para resinas termoplásticas no Sudeste e cloro-soda e fertilizantes no Nordeste. Os produtos de minerais não metálicos aumentaram o consumo de energia em 14,8%, ou mais 167 GWh no Sudeste e no Sul, puxado por reformas, autoconstrução e obras do setor imobiliário.

Os segmento têxtil (22,5%) e automotivo (21,5%),continuam apresentando as maiores taxas de expansão, com o bom desempenho ainda alavancado pelo efeito base baixa, embora este efeito tenha sido atenuado pelo início da recuperação destes setores em julho de 2020, informou a EPE.

A classe comercial apresentou elevação de 9,8% no consumo de energia elétrica em julho, mas a taxa de crescimento foi menor do que as registradas no segundo trimestre deste ano, já que julho de 2020 marcou o início da recuperação do setor a partir da intensificação da flexibilização das medidas de distanciamento social.

"O avanço do setor de serviços foi o que mais contribuiu para a expansão do consumo comercial no mês", afirmou a EPE.

Residencial

A classe residencial teve queda de consumo de 0,5%, puxada pela Região Sudeste e justificada pelas temperaturas mais amenas do que em julho de 2020.

O consumo de energia elétrica no Sudeste caiu 2,3%, com destaque para o Rio de Janeiro (-3,7%) e São Paulo (-3,5%). O Norte teve queda de 0,9% e o Centro-Oeste, de 0,4%. A Região Sul (1,8%) registrou aumento do consumo de energia elétrica em julho, com os Estados afetados por temperaturas muito baixas, demandando o aumento do uso de equipamentos elétricos para aquecimento das residências. No Nordeste, a alta do consumo residencial foi de 2,2%.

"Embora atenuado, o efeito base baixa ainda alavanca a taxa de expansão do mercado livre, que apresentou alta de 14,8% no consumo no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica cresceu 0,4%. A contribuição do efeito base baixa foi anulada na taxa de mercado cativo, por este abranger a totalidade do consumo residencial, a classe de melhor desempenho em julho do ano passado", explicou a EPE.

O consumo de eletricidade no País caiu 1,1% em março em relação a igual período do ano passado, informou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nesta sexta-feira, 27. Ao todo foram consumidos 39.968 gigawatts-hora (GW) no período. No ano até março, o consumo registra alta de 0,4%.

O consumo de energia elétrica pela indústria subiu 0,8% em março contra março 2017, enquanto o consumo residencial caiu 2,6% e o comercial 2%, na mesma comparação. "Ressalta-se que, em março de 2017, a classe residencial registrou crescimento de 7%, a mais alta taxa no ano, em função do aumento expressivo do consumo nas regiões Sul e Sudeste impulsionado pelas altas temperaturas observadas naquele período", informou a EPE, creditando a queda também ao ciclo de faturamento das distribuidoras.

##RECOMENDA##

Segundo a EPE, dos 10 setores da indústria que mais demandam energia elétrica, seis deles exibiram desempenho positivo em março: automobilístico (+4,4%), borracha e plástico (+4,4%), extração de minerais metálicos (+3,6%), alimentício (+3,5%), metalúrgico (+3,3%) e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+0,6%).

A Região Sudeste foi a que mais demandou energia elétrica, em alta de 3,3% em março, seguido do Norte, com alta de 2,6%, e Centro-Oeste, com incremento de 0,8%.

"No mercado cativo das distribuidoras, o consumo teve redução de 3,9% em março e de 3,2% no trimestre. No mercado livre, por outro lado, houve aumento de 5,4% e de 9%, respectivamente", informou a EPE.

O consumo de energia elétrica totalizou 463.948 gigawatts-hora (GWh) em 2017, o que corresponde a um crescimento de 0,8%, no primeiro resultado positivo dos últimos três anos, segundo levantamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Somente em dezembro, o consumo foi de 39.288 GWh, alta de 1,7% em relação ao verificado no mesmo período do ano anterior.

O consumo no mercado cativo (atendido pelas distribuidoras) teve queda de 5,6% em 2017 e de 3% em dezembro, influenciada pela migração de consumidores para o mercado livre, que cresceu 18,4% e 13,7%, respectivamente.

##RECOMENDA##

Dentre as classes de consumo, destaque para o segmento industrial, que cresceu 1,3% no ano passado, alcançando 165.883 GWh, após duas quedas consecutivas nos anos anteriores, reflexo da melhora "lenta e gradual" da conjuntura econômica. A EPE destacou o desempenho dos ramos extrativo mineral (+4,9%), alimentício (+3,6%) e de papel e celulose (+2,9%), mas também chamou a atenção a alta de 5,5% no consumo de energia pelo setor automotivo.

A classe residencial, por sua vez, registrou um aumento mais tímido no consumo de energia, de 0,8%, influenciado principalmente pela expansão da base de consumidores. "Mesmo crescendo aquém do histórico, afetada pela fraca atividade do mercado imobiliário, a base avançou 2,4%, alcançando 70,9 milhões de unidades consumidoras, e compensou, assim, a retração a 157 kWh/mês (-1,5%) do consumo médio por residência".

A EPE salientou que o consumo residencial apresentou desempenho mais positivo no segundo semestre (+1,4%) em relação à primeira metade do ano (+0,6%) e lembrou que ao longo do ano as condições do mercado de trabalho foram melhorando, ao passo que o barateamento do crédito e os recursos extraordinários do FGTS incentivaram a compra de eletrodomésticos, em parte visando a substituição de equipamentos.

"A entrada desses equipamentos mais eficientes que os anteriores implica uma redução do consumo", explicou a EPE, prevendo que a situação deve se reverter num segundo momento, à medida que o mercado de trabalho se torne mais consistente e o orçamento doméstico esteja menos pressionado, permitindo a aquisição de novos equipamentos que possam resultar em aumento do consumo de energia.

Por fim, a classe comercial apresentou pequena variação no consumo em 2017, de 0,3% frente ao ano anterior, influenciada pelo crescimento registrado em 15 das 27 unidades da federação, o que, na visão da EPE, evidencia a "disparidade na retomada da atividade econômica dentre os Estados".

Dezembro

Considerando somente o comportamento de dezembro de 2017, o consumo industrial cresceu 4,4%, apesar de o mês ter tido dois dias úteis a menos que igual período de 2016. Destaque para o setor metalúrgico, que demandou 11% mais eletricidade, seguido pelos setores de borracha e material plástico (+6,8%) e automotivo (+6,6%). Já a classe comercial apresentou uma evolução no consumo de eletricidade de 1,4% no período, desempenho também atribuído à retomada da economia.

O consumo de energia elétrica por residências cresceu apenas 0,3% no último mês de 2017, em relação ao ano anterior. Segundo a EPE, fatores como temperatura mais amenas e ciclo de faturamento (com menos dias) teriam influenciado no desempenho. "Expurgado, por exemplo, o efeito do ciclo menor de faturamento, o crescimento verificado seria de aproximadamente 1%", afirmou.

Estudo recente da FGV Energia mostra que a frota mundial de elétricos e híbridos no ano passado era de 2 milhões de veículos para passageiros (exclui ônibus e motocicletas). A previsão é que até 2020 chegue a 13 milhões e, em 2030, a 140 milhões, ou 10% da frota total de carros.

No Brasil, desde 2011 foram vendidos 5,9 mil carros elétricos e híbridos, dos quais 2.079 neste ano, quase o dobro de 2016. O número representa 0,3% das vendas totais. Sozinho, o híbrido Toyota Prius, que custa R$ 120 mil, respondeu por quase 80% das vendas deste ano, com 1.635 unidades.

##RECOMENDA##

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) calcula que, em dez anos, 2,5% das vendas de carros no País serão de híbridos (o que equivalerá a 0,4% da frota total). Boa parte deles deve utilizar etanol como combustível para gerar a energia da bateria, tecnologia que está em desenvolvimento por empresas como Toyota e Nissan. A fatia dos elétricos não foi calculada.

A pesquisadora da FGV Energia, Tatiana Bruce, responsável pelo estudo que utiliza dados globais da International Energy Agency (IEA), diz que a principal dificuldade para a disseminação de veículos elétricos no Brasil é o alto custo, principalmente da bateria, que corresponde a 50% do valor do carro. Nos últimos anos o preço vem caindo, mas ainda é elevado.

Por enquanto, diz Tatiana, "os grandes responsáveis pela adoção mais acelerada do carro elétrico em outros países são os subsídios para aquisição". Na China, mercado que mais cresce atualmente, o governo banca entre um terço e metade dos preços dos carros elétricos. A preocupação de ambientalistas é que a maior parte da energia local vem de térmicas a carvão.

No País, por enquanto, os incentivos são a isenção do Imposto de Importação para elétricos e redução da alíquota de 35% para até 7% para os híbridos. Alguns municípios, como São Paulo, oferecem isenção de IPVA e dispensa do rodízio.

Segundo Tatiana, o Brasil tem necessidades diferentes de outros países que precisam cumprir o Acordo de Paris, sobre o aquecimento global. "Temos uma indústria de biocombustível bem desenvolvida, uma vantagem que a maioria dos outros não tem".

Além das decisões do Rota 2030, é aguardada e regulamentação da venda de energia para essa finalidade pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Hoje, os postos não podem cobrar pela recarga. Segundo a agência, a proposta de regulamentação será apreciada no primeiro semestre de 2018. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisaram para baixo as projeções de carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) para este ano e os próximos e passaram a prever um crescimento médio anual de 3% entre os anos de 2016 e 2020, abaixo dos 3,7% estimados anteriormente. Agora, a previsão é de que este ano apresente estabilidade da carga e não mais crescimento de 1%, como esperado anteriormente. Para o planejamento anual da operação energética 2017 (2017-2021), a taxa média de expansão ficou em 3,3%. Os dados foram apresentados durante Workshop sobre Previsão e Acompanhamento da Carga do SIN, realizado nesta quarta-feira, 7, no Rio de Janeiro.

A revisão para baixo leva em conta que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cairá 3,5% em 2016, e não mais 3%, como considerado na revisão das projeções publicada em agosto. As estimativas de crescimento do PIB para 2017 até 2020 também foram reduzidas, levando a taxa média de expansão entre 2016 e 2020 a ficar em 1,8%. Além disso, para 2021, incorporou-se uma previsão de alta de 2,8%, levando a taxa média 2016-2021 a 2%.

##RECOMENDA##

A EPE lembrou que a expectativa de retomada da atividade econômica ao longo do segundo semestre deste ano foi frustrada e que o carregamento estatístico afetará o PIB de 2017. "A instabilidade política continua impactando as expectativas e a retomada de investimentos", destacou a instituição em apresentação disponibilizada no site do ONS. A EPE também considerou a expectativa de continuidade de deterioração do mercado de trabalho. "Piores condições do mercado de trabalho no curto prazo prejudicam a retomada l de confiança dos consumidores, impedindo uma recuperação mais rápida do comércio e dos setores da indústria voltados ao mercado interno."

Em termos nominais, a nova previsão considera uma carga de energia (que contabiliza o consumo efetivamente de energia elétrica e as perdas e outras diferenças) de 64.636 MW médios em 2016, cerca de 2 mil MW médios abaixo do previsto anteriormente. Para 2020, a carga estimada é 4,236 mil MW médios menor, ou 72,766 MW médios.

Todos os submercados tiveram suas projeções de carga revistas para baixo no horizonte 2016-2020. A maior redução foi na região Norte, que teve a taxa reduzida de 5,5% ao ano para 3,3%, Já o Nordeste teve queda de 0,3 ponto porcentual (p.p.), para 3,6%; a previsão para o Sul baixou 0,4 p.p., para 3%, e o Sudeste/Centro-Oeste recuou 0,6 p.p., para 3,8%.

O submercado Sudeste/CO, que concentra a maior parte da carga do País, teve revisão mais significativa este ano. Agora a estimativa contempla uma queda de 0,8%, ante leve alta de 0,2% estimada anteriormente. O Sul também mostrou forte redução da previsão da carga para este ano, para 0,2%, ante os 3,2% estimados anteriormente. Para o Nordeste, por sua vez, houve uma melhora da projeção, que dobrou para 1,6%.

Compatibilização de dados

Além de apresentar as novas projeções, o workshop teve como objetivo mostrar uma análise detalhada das medições de geração das usinas instaladas no País pelos órgãos que contabilizam esses valores - ONS e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) -, de maneira a identificar o motivo de cada instituição divulgar um número diferente, e consolidar uma nota técnica sobre o assunto. A diferença entre os valores apurados pelo ONS e pela CCEE ficou da ordem de 3% (2,05 mil MW médios) no ano de 2015, mesmo patamar observado no acumulado de janeiro a setembro deste ano (3% ou 1,724 MW médios).

A nota técnica, disponível no site da CCEE, recomenda a revisão do histórico de carga verificada pelo ONS. O ajuste significará uma redução de 1.349 MW médios em 2015 e de 1.319 MW médios em 2016 (até setembro). Conforme explica o documento, a revisão deve-se às "inconsistências encontradas nas informações prestadas pelos agentes ao ONS, à utilização de valores programados, à duplicidade devido a representação de conjuntos de usinas e de usinas individualizadas, a inconsistências pontuais e à maior precisão nos valores da medição da CCEE". Ainda assim, a nota alerta que os valores de carga do ONS e de geração da CCEE são diferentes devido às funções de cada instituição.

Para minimizar a ocorrência de erros a nota propõe o estabelecimento de uma sistemática em que serão consideradas de forma articulada as medições de supervisão do ONS, as medições da CCEE e os dados encaminhados pelos agentes de distribuição. Além disso, será proposta a criação de uma "Coordenação Executiva de Acompanhamento de Dados Verificados de Geração para Composição da Carga Global, que obtenha os dados verificados de geração e troque informações de usinas que acessam a rede básica e sistemas de distribuição.

No mais, a nota técnica também defende a participação da CCEE e sua contribuição no processo de previsão de carga para o planejamento energético para o período de 5 anos, tendo em vista que essa previsão afeta o cálculo do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), comandado pela câmara de comercialização. "A elaboração conjunta das previsões de carga para o Planejamento Anual da Operação Energética pelas três Instituições - ONS, CCEE e EPE - contribuirá para o enriquecimento dos estudos e análises das projeções de carga e preço", diz o texto.

O Ministério de Minas e Energia exonerou Gelson Baptista Serva do cargo de diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e nomeou para o mesmo cargo José Mauro Ferreira Coelho, que terá mandato de quatro anos.

A mudança na EPE está publicada no Diário Oficial da União (DOU), que também divulga a exoneração de Walmir Severo Magalhães do cargo de diretor executivo da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).

##RECOMENDA##

A agência é vinculada à Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário da Casa Civil.

O governo interino de Michel Temer formalizou no Diário Oficial da União (DOU) a nomeação de Luiz Augusto Nóbrega Barroso para presidir a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com mandato de quatro anos. Barroso assume o posto em substituição a Mauricio Tolmasquim, que estava no cargo desde 2004, quando a EPE foi criada. A empresa pública é vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME) e cuida do planejamento do setor energético brasileiro, por meio da realização de estudos e pesquisas e a execução dos leilões de energia.

Também no MME, foram nomeados Márcio Felix Carvalho Bezerra, como secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, e Vicente Humberto Lôbo Cruz, como secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral. Cruz substitui Carlos Nogueira da Costa Júnior, cuja exoneração também veio publicada nesta sexta.

##RECOMENDA##

Casa da Moeda e outros

O Diário Oficial desta sexta-feira (22) ainda traz mudanças nas pastas da Fazenda, Justiça e Cidades. Na Fazenda, Alexandre Borges Cabral foi nomeado presidente da Casa da Moeda do Brasil. Na Justiça, Marco Antônio Severo Silva será o novo diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional e, na pasta das Cidades, Alceu Segamarchi Júnior assume o cargo de secretário nacional de Saneamento Ambiental.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) esclareceu que, diferentemente do que informou à imprensa anteriormente, houve o cadastro de 428 projetos para o 1º Leilão de Energia de Reserva, e não o credenciamento. O leilão está marcado para 29 de julho. Ao todo, segundo a EPE, esses projetos representam oferta de 10.195 megawatts (MW) de potência instalada.

Empreendimentos de energia solar fotovoltaica se destacaram no cadastramento, totalizando 9.210 MW da energia ofertada, em 295 projetos. Também se cadastraram 73 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), com 889 MW, e 60 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), com 96 MW.

##RECOMENDA##

Do total cadastrado referente à energia solar, 61 empreendimentos são na Bahia, somando 1.593 MW. O Estado do Piauí é o segundo maior em volume de energia solar ofertada, com 42 projetos e 1.430 MW; seguido por São Paulo, com 44 projetos e 1.328 MW.

O consumo de energia elétrica continua caindo, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Em fevereiro, quando a demanda foi de 38.495 gigawatts-hora (GWh), a queda de 5,1%, em comparação a igual mês do ano anterior, foi puxada pela retração da indústria, de 7,2%.

No setor, sobressaiu a redução do consumo na região Nordeste do País, de 11,5%, seguida do Sudeste (-8,5%) e do Sul (-7,4%).

##RECOMENDA##

Em comunicado, a EPE informou ainda que no segmento residencial foi registrada queda de 3,2% no mês passado, "puxado não só pela crise econômica como por temperaturas mais amenas, que reduziram o uso do ar condicionado".

Já no comércio, a retração foi a maior registrada desde 2004, de 4,8%. Pela primeira vez, a região Nordeste apresentou resultado negativo, de 1,7%.

Depois de fechar 2015 com aumento médio superior a 50%, as tarifas de energia elétrica deverão subir este ano também, mas abaixo da inflação. A avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

Para Tolmasquim, a melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas (em relação aos últimos dois anos), o que poderá contribuir para o desligamento das usinas térmicas (que produzem energia mais cara) até o final de abril, contribuirá para o menor reajuste das tarifas.

##RECOMENDA##

“Posso garantir que a energia este ano vai subir bem menos. E a energia elétrica, que foi um problema no ano passado, vai contribuir para segurar a taxa de inflação. Isso não quer dizer que [as tarifas] não vão subir, mas subirão, sem dúvida, abaixo da inflação”, disse Tolmasquim em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

Tolmasquim destacou que a situação energética nas regiões Nordeste e do Norte – que enfrentam grave estiagem - ainda é preocupante por causa do fenômeno El niño, porém as chuvas no Sudeste estão ajudando a levar o nível dos reservatórios da região à normalidade.

“Somente nos primeiros 15 dias de janeiro, o Subsistema Sudeste/Centro-Oeste subiu 3,8%, passando a 33,6% da capacidade máxima dos reservatórios, com tendência de continuar subindo até maio. A gente está aguardando para saber se os reservatórios vão continuar subindo com a mesma intensidade para saber o momento adequado de desligar as térmicas e aliviar o bolso do consumidor”, disse, ressaltando o início do período de chuvas em Minas Gerais e em Brasília.

Para este ano, a oferta de energia deverá ser ampliada, passando de 6.428 megawatts (MW), registrados no ano passado, para pouco mais de 7 mil MW. A energia gerada pelas hidrelétricas continuará sendo a principal fonte fornecedora, com aumento de 60% a 70%. Em seguida, aparece a eólica, com alta de 25% de capacidade.

Entre as usinas que devem entrar em operação em 2016 para aumentar a oferta, está a de Teles Pires, além de Jirau e Santo Antônio. Já Belo Monte iniciará o processo para encher os reservatórios.

Prova de fogo

Na avaliação de Tolmasquim, o país enfrentou o pior cenário hidrológico de sua história nos últimos anos, mais grave do que o de 2001 quando houve racionamento de energia. Os últimos anos foram marcados por estiagens prolongadas, principalmente no entorno dos grandes reservatórios, levando-os a operar no limite.

“O setor elétrico brasileiro passou por sua maior prova de fogo, ultrapassando um período realmente complicado do ponto de vista hidroelétrico e sem a necessidade do racionamento”, disse. “Sempre afirmávamos, veementemente, que não haveria racionamento, ao contrário da previsão dos especialistas, porque, em 2001, a situação era muito diferente – até porque não tinha oferta de energia suficiente para atender a demanda”. No ano passado, foram introduzidos ao Sistema Interligado Nacional (SIN),  6.428 megawatts (MW) de capacidade nova de energia.

De acordo com Tolmasquim, diferentemente de 2001, o sistema elétrica dispõe de mais linhas de transmissão, possibilitando maior uso de usinas termoelétricas. “Você não tinha as termoelétricas, as eólicas, tinha água sobrando no Sul, mas não tinha linhas de transmissão para mandar energia para o Sudeste”, relembrando o cenário de 2001.

“O grande erro dos que afirmavam que haveriam racionamento era que olhavam para a pouca chuva, para o nível dos reservatórios, mas esqueciam que tínhamos outros recursos disponíveis, como era o caso das térmicas e das eólicas. E havia também água em outros subsistemas e linhas de transmissão para fazer girar a energia que sobrava em alguns deles”.

O presidente da EPE reconhece que a diminuição da atividade econômica e alta nas tarifas, por causa do acionamento das térmicas, levaram ao consumo menor de energia no país, em 2015 e a superação do período crítico.

“Até porque a energia mais cara faz com que as pessoas passem a economizar no seu dia a dia. E isto reduz o consumo. Mas nunca é de mais lembrar que em 2001 nem essa possibilidade tínhamos [de ligar as térmicas]”.

“Agora, é o momento de dar prosseguimento ao esforço de expansão da oferta de energia, diversificando a nossa matriz e aumentando a disponibilização das linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional e, dessa forma, tentar evitar ou minimizar o impacto tarifário para o consumidor final”, acrescentou.

Especialista não crê em energia mais barata em 2016

Apesar de reconhecer que o setor elétrico encontra-se em melhor situação e as perspectivas são de aumento do nível dos reservatórios, o diretor de Relações Institucionais do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, discorda que os preços das tarifas terão redução este ano.

“Não creio em preços mais baixos para este ano. Há um problema nos preços das tarifas de energia, porque com a decisão do governo de fazer as licitações das 29 usinas antigas - que renderam alguns bilhões para o governo -, mas que agora terão que ser pagos pelo consumidor. Essas empresas que compraram as usinas nos leilões querem ser remuneradas pelo que capital que desembolsaram”, argumentou, em entrevista à Agência Brasil.

Em novembro do ano passado, o governo arrecadou R$ 17 bilhões com leilão de 29 usinas hidrelétricas. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que o valor irá reforçar o caixa do Tesouro Nacional somente no início deste ano. O maior lote do leilão, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), foi arrematado pelos chineses China Three Gorges (CTG), que ficou com as hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá, mediante aporte de R$ 13,8 bilhões. Os demais lotes foram arrematados pela Companhia Paranaense de Energia (Copel), pela empresa italiana Enel, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) e Companhia Energética de Goiás (Celg).

“Na minha opinião, elas [usinas] não precisavam ser licitadas, não havia necessidade de se fazer licitação nenhuma. Elas renderam um bom dinheiro ao governo, mas agora alguém tem que pagar e é claro que quem paga em geral é o consumidor. Acredito que a energia elétrica ainda vai contribuir para a alta da inflação este ano”.

Para Pinguelli, as térmicas só estão gerando energia ainda para aumentar o nível de água dos reservatórios, porque “tecnicamente até já poderiam ser desligadas, o que deverá acontecer, no entanto, até o fim do período chuvoso”. 

Em 31 de janeiro de 2015, os reservatórios do Subsistema Sudeste/ Centro-Oeste, o maior do país,  encontravam-se com apenas 16,84% da capacidade total. Na mesma data deste ano, a capacidade dos reservatórios do mesmo subsistema fechou em 44,4% da capacidade total. Mas a situação continua evoluindo favoravelmente: ontem, por exemplo, este percentual já havia subido para 44,76% de sua capacidade total.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico avalia hoje (3) a possibilidade de desligamento das usinas térmicas. O custo mais caro de produção dessas usinas impactou na alta das tarifas. 

“Não concordo que tenha sido esse [os últimos dois anos] o pior período [hidrológico]. Foi uma situação ruim sim, mas já houve no passado situações piores”, disse. “Com relação a 2001, o problema foi outro: houve um desequilíbrio entre a oferta e a demanda. O governo parou de investir em energia elétrica contando com investimentos privados, uma vez que essa era a política do governo Fernando Henrique Cardoso – a de privatização do setor”, acrescentou. "As empresas estatais do setor elétrico pararam de investir por entenderem que esse passou a ser o papel do setor privado – que também por sua vez não investiu”.

O consumo de energia elétrica no País recuou 2,1% em 2015, em relação ao registrado em 2014, segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (1°) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No ano, foram consumidos 464,7 mil gigawatts-hora (GWh). A crise na indústria foi uma das principais responsáveis pela queda, mas o consumo residencial também diminuiu, com as famílias reduzindo gastos diante do aumento das tarifas.

O consumo residencial teve decréscimo de 0,7% em 2015, a maior redução registrada desde 2004. Mas a queda no total do País foi puxada, sobretudo, pelas indústrias, que consumiram 5,3% menos energia do que no ano anterior, "em função do cenário econômico desfavorável ao longo do ano, em quase todos os segmentos", apontou a EPE.

##RECOMENDA##

O segmento comercial foi o único a apresentar avanço no consumo de energia no ano passado, com alta de 0,6% em relação a 2014. O resultado, entretanto, ficou muito aquém do desempenho registrado nos últimos cinco anos, ressaltou a entidade, em nota.

Entre os subsistemas, a maior queda no consumo de energia elétrica em 2015 ocorreu no Sul do País, -3,3% em relação a 2014. No Sudeste/Centro-Oeste, a redução foi de 2,7%. No Norte, houve recuo de 2,4%. No Nordeste, no entanto, houve aumento de 1,3% no consumo.

No mês de dezembro, houve queda no consumo residencial pela primeira vez desde o racionamento de 2001. A redução foi de 0,3% em relação ao mesmo mês de 2014. A indústria também registrou recuo no consumo, um tombo de 8,4% no último mês de 2015 em relação ao mesmo período do ano anterior. O comércio também teve queda, de 0,2% em dezembro ante dezembro de 2014.

O consumo de energia elétrica recuou 2,1% em agosto deste ano em relação a igual período do ano passado, informou nesta quarta-feira (30) a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Com isso, o consumo de energia já acumula retração de 1,5% no ano e queda de 0,4% nos últimos 12 meses.

Apenas no mês de agosto, a redução no consumo foi puxada pelo setor industrial, em que a demanda por energia encolheu 5,7% em relação a igual mês de 2014. Trata-se da 18ª queda consecutiva neste tipo de confronto. "Dentre os 10 segmentos industriais maiores consumidores de eletricidade, apenas o de extração de minerais metálicos novamente apresentou desempenho positivo no mês (8,2%)", destacou a EPE.

##RECOMENDA##

Já nas residências, o consumo de energia cedeu 1,5% em agosto ante igual mês do ano passado. Com isso, a classe residencial já acumula queda de 0,6% na demanda por energia neste ano.

"Os resultados observados na baixa tensão refletem o atual momento adverso da economia, com as famílias evitando a aquisição de novos eletrodomésticos e o adiamento de projetos de expansão no setor comercial, fatos que, somados aos reajustes das tarifas de eletricidade, levam à desaceleração no mercado das classes residencial e comercial", afirma a EPE. No comércio, o consumo por energia avançou 0,6% em agosto ante igual mês do ano passado. No ano, o setor acumula alta de 1,4% na demanda e, em 12 meses, avanço de 3,0%.

O consumo de energia no Brasil atingiu 40.163 GWh em outubro, uma expansão de 2% em relação a igual período do ano passado. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 7,6% na demanda comercial, a maior variação dos últimos sete meses, e pela alta de 5,2% no consumo residencial. O consumo industrial, por outro lado, encolheu 4,9% em igual base comparativa.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a temperatura mais elevada pode ter contribuído com o consumo mais elevado das classes comercial e residencial, responsáveis por 46,5% do consumo de energia do País. "De fato, em vários dias de outubro, foram registradas temperaturas máximas entre 5º e 10º acima da máxima normal climatológica na faixa do território que se estende entre o Paraná e o Mato Grosso", destacou a EPE em documento mensal divulgado nesta segunda-feira, 01.

##RECOMENDA##

O consumo da classe residencial atingiu 11.092 GWh, enquanto o segmento comercial demandou 7.606 GWh.

Já o consumo industrial "continuou refletindo a baixa atividade do setor, embora com resultados um pouco melhores em vários segmentos", informou a EPE. O consumo das indústrias ficou em 15.019 GWh. Entre os segmentos com mais retração do consumo, destaque para metalurgia (-18,4%), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,8%) e químico (-9%). O consumo da indústria responsável pela extração de minerais metálicos, por outro lado, cresceu 15%.

No acumulado de janeiro a outubro, o consumo de energia elétrica na rede alcançou aproximadamente 393.000 GWh, uma expansão de 2,4% em relação a igual intervalo de 2013. O consumo comercial desde janeiro cresceu 7,6% sobre o ano passado, acompanhado de uma expansão de 5,8% pela classe residencial e 5,2% no consumo cativo. O consumo industrial, por outro lado, encolheu 3,2% no acumulado de dez meses, acompanhado por queda de 4,8% no consumo do mercado livre.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, reiterou nesta sexta-feira (31) que o governo não considera a possibilidade de haver racionamento de energia em 2015. Na visão de Tolmasquim, a estação chuvosa, entre novembro e abril, está chegando no "período certo" e por isso não está previsto qualquer tipo de problema de abastecimento no próximo ano.

"Não temos nenhum risco de racionamento. As perspectivas são de que a estação chuvosa está chegando no período certo e de que não tenhamos problemas em 2015", afirmou Tolmasquim após a realização do Leilão de Energia de Reserva (LER).

##RECOMENDA##

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou nesta quinta-feira (30) o boletim mensal de consumo de eletricidade, registrando alta de 0,2% no consumo do terceiro trimestre ante o mesmo período de 2013. A pequena variação no total consumido no País, considerada estável pela empresa, reflete a forte retração do setor industrial, que diminuiu o consumo em 5,4% nos últimos três meses. A EPE avalia que a queda tem diminuído de ritmo, especialmente em setembro, mas o tombo acumulado no ano já chega a 3%.

"O menor dinamismo de setores eletrointensivos tem causado impacto significativo no mercado de energia elétrica industrial, principalmente nos Estados do Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que apresentaram as maiores taxas negativas ao longo de todo o trimestre", indica a resenha, divulgada pela EPE. Na análise por regiões, o consumo de energia pela indústria caiu 8,8% no Sudeste, onde a perda de ritmo da atividade industrial é mais grave. No Nordeste, a queda ficou em 6,7%.

##RECOMENDA##

Por outro lado, a alta no consumo nas residências, influenciada pelo período de Copa do Mundo, em julho, influenciou no equilíbrio da taxa geral de consumo de energia elétrica no País. O segmento residencial teve alta de 3,5% no trimestre, na comparação com 2013. Somente no mês de julho, a alta foi de 5,3% no setor.

Já na área comercial, a alta foi de 5,9% no terceiro trimestre, indicando uma redução no ritmo de alta do consumo ao longo do ano. Nos dois primeiros semestres, o consumo de energia neste segmento havia crescido 10,7% e 6,2%, respectivamente. "Além disso, é realçado quando se observa que ele se dá sobre dois crescimentos sucessivos significativos: 6,8%, em 2012 e 5,2%, em 2013, acumulando 19% em três anos", ressalta a resenha.

Setembro

A empresa também divulgou os resultados do consumo de energia em setembro, que registrou uma variação de 0,7% na comparação com o mesmo mês de 2013. A indústria manteve o viés de baixa, embora em ritmo menor que o verificado nos meses anteriores. "Já o consumo industrial caiu 4,7%, ainda impactado pelo setor eletrointensivo e os correlacionados e refletindo a desaceleração da economia", diz a nota.

Apesar da expressiva queda, é a menor variação negativa do setor nos últimos quatro meses. Na comparação dessazonalizada, ante agosto, a queda no consumo de energia pela indústria foi de apenas 0,1%. O cenário de desaceleração da economia também afetou o consumo de energia no mercado livre, que caiu 8,1% em setembro na comparação com agosto. A queda é mais sentida no setor eletrointensivo, como metalúrgico, químico e automobilístico. Mas, segundo a EPE, a desaceleração já se reflete também em outros setores da indústria.

"O consumo da indústria metalúrgica caiu em setembro 12,3% em Minas Gerais (ferroligas, siderurgia e metais não ferrosos), 8,8% em São Paulo (principalmente metais não ferrosos), 9,6% no Rio de Janeiro (siderurgia). No setor automobilístico caiu cerca de 10% em São Paulo, 14% em Minas Gerais, 12% no Rio Grande do Sul e 14% no Paraná. Essa dinâmica afetou outros setores da cadeia, como o de borracha e plástico", indica o comunicado.

Já no segmento comercial, a alta do consumo de energia em setembro chegou a 6,2% na comparação com 2013. Com isso, acumula-se no ano crescimento de 7,6%, citando a expansão de shoppings em regiões do interior do Nordeste, além de maior movimento dos aeroportos. "Esses resultados confirmam a dinâmica do consumo no segmento de comércio e serviços observado nos últimos anos: crescimento sempre acima da média dos demais setores, atingindo de 7,1% em 2013 e 9,2% em 2012", diz o comunicado.

Já no segmento residencial, a alta foi de 2,9%. "No maior mercado, a região Sudeste, que concentra metade do consumo residencial nacional, houve pequena queda, de 0,3%. Nas demais regiões, houve crescimento, mais intenso nas regiões Norte e Centro-Oeste", diz a nota.

O ritmo mais fraco da atividade industrial levou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a reduzir em 0,8% a estimativa de consumo de eletricidade na rede em 2014. A previsão para o ano foi ajustada de 482.081 GWh para 478.300 GWh, em função principalmente da redução de 2,2% nas estimativas de consumo pela classe Industrial. A EPE também revisou para baixo a projeção de consumo da classe Residencial (-0,5%), porém elevou a previsão de consumo das categorias Comercial (+1%) e Outros (+0,1%).

A redução do consumo estimada em aproximadamente 3.800 GWh representa, de acordo com a EPE, a geração anual de uma hidrelétrica com 800 MW, o que equivale a duas vezes a usina de Três Marias, no Rio São Francisco. Ainda segundo a EPE, a revisão das projeções foi elaborada antes da divulgação dos números do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, ocorrida na manhã desta sexta-feira, 29.

##RECOMENDA##

"A apuração do consumo de eletricidade na rede no 1º semestre e um novo cenário para a economia do País para os últimos seis meses do ano ensejaram a revisão da previsão da demanda de energia elétrica em 2014", justificou a EPE em material divulgado hoje.

A EPE já havia ajustado a projeção de consumo elétrico para 2014, mas inicialmente para cima. Em maio passado, a estimativa de consumo foi elevada de 481.385 GWh para 482.081 GWh, uma elevação de 0,1%. A nova revisão de hoje sinaliza, dessa forma, uma reversão na percepção mais favorável da EPE em um primeiro momento.

Caso confirmada a projeção anunciada nesta sexta-feira, o consumo de energia elétrica crescerá 3,2% em 2014 na comparação com o ano anterior. A previsão divulgada em maio sugeria uma variação positiva de 4% em igual base comparativa.

O material divulgado pela EPE aponta que o consumo crescerá 2,7% no segundo semestre, abaixo da marca de 3,7% registrada na primeira metade do ano. Haverá desaceleração no consumo da classe Residencial, de 7,1% no primeiro semestre para 4,3% no segundo semestre; da classe Comercial, de 8,5% para 5,5%; e da categoria Outros, de 6% para 4,8%.

No segmento industrial, por outro lado, a queda de 1,7% do primeiro semestre deve se transformar em uma retração de apenas 0,3% entre julho e dezembro. "Para a indústria, espera-se gradual recuperação da atividade, com retomada da utilização da capacidade instalada, inclusive de algumas plantas eletrointensivas", destaca a EPE.

O consumo de energia elétrica entre os segmentos Comercial e Residencial foi impulsionado no início do ano pelas altas temperaturas verificadas no Centro-Sul do País durante o verão. No acumulado do ano, o consumo Residencial deve crescer 5,7% em relação ao ano passado. No segmento Comercial, a alta esperada é de 7%. Na categoria Outros, o consumo deve crescer 5,4%. Já na Indústria, haverá retração de 1% no acumulado anual.

A previsão da EPE é de que o consumo de energia elétrica no Brasil cresça 3,9% ao ano entre 2014 e 2018. O resultado será impulsionado principalmente pela variação estimada em 4,4% ao ano na classe Comercial e em 4,2% nas residências. A indústria deve crescer em um ritmo menos vigoroso, de 3,5% ao ano, levemente abaixo da variação estimada em 3,6% para a categoria Outros. ( - andre.magnabosco@estadao.com)

Julho

O consumo de energia elétrica cresceu 0,2% em julho, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A indústria, responsável por 38,2% do consumo de 37.794 GWh do País em julho, teve retração de 6,9%, compensando parcialmente a expansão verificada em outras classes. Os destaques positivos ficaram por conta do consumo Comercial (+5,9%) e Residencial (+5,8%). O consumo da categoria Outros cresceu 3,1% na comparação entre os meses de julho.

De acordo com a EPE, os números de consumo das classes Residencial e Comercial foram influenciados "pelo ciclo de faturamento de importantes concessionárias", ou seja, pelo maior número de dias faturados por essas empresas. Já o consumo industrial encolheu em função da baixa atividade do setor. "O arrefecimento do consumo industrial de energia, que se concentrava nos setores eletrointensivos, se espalhou por outros segmentos", informou a EPE.

Vale destacar que a comparação entre os meses de julho também sofre a influência da realização da Copa do Mundo no Brasil entre julho e julho deste ano. "Com relação ao consumo de energia, as informações das distribuidoras e as estatísticas agregadas sugerem que a Copa do Mundo contribuiu para moderar o crescimento", aponta.

Na divisão regional, destaque para o menor consumo no Sudeste (-1,6%) e no Nordeste (-0,3%). Em ambos os casos, o vilão foi o consumo industrial, que encolheu 10,2% e 9,9%, respectivamente. Nas demais regiões, o consumo do Sul do País cresceu 2% na comparação com julho de 2013. O consumo no Centro-Oeste teve variação positiva de 4% e, na região Norte, de 6,7%.

"O consumo residencial na região Norte segue crescendo a taxas com dois dígitos, refletindo o processo de recuperação de perdas em importantes mercados e a forte incorporação de novos consumidores", enfatizou a EPE. O consumo nessa categoria cresceu 16,1% em julho.

Janeiro a julho

No acumulado de janeiro a julho, o consumo elétrico nacional apresenta alta de 3,2% sobre o mesmo período do ano passado. A Indústria, com retração de 2,4%, compensa parcialmente a expansão de 8,2% na classe Comercial e de 6,9% nas residências. No grupo Outros, há expansão de 5,6%.

Por regiões, destaque para a expansão de 8,3% no Norte e de 7,2% no Sul. A região Centro-Oeste cresceu 5,9%, seguida pela alta de 1,9% no Sudeste e 0,4% no Nordeste.

O consumo de energia elétrica deverá triplicar no País até 2050, segundo o estudo divulgado nesta terça-feira (19) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com a estimativa, o País alcançará um consumo de 1.624 TWh (Terawatt-hora), contra os atuais 513 TWh. O estudo também indica que a demanda total de energia, que envolve gasolina, eletricidade, etanol e outras fontes, vai dobrar no mesmo período.

Para fazer frente ao avanço do consumo, a estatal estima que o País poderá suprir até 13% desse consumo com a energia solar, que poderá chegar a 15 milhões de residências do País. O governo planeja para este semestre o primeiro leilão de oferta de energia eólica do País.

##RECOMENDA##

O consumo total de energia vai passar de 267 milhões de Tonelada Equivalente de Petróleo (TEP) para 605 milhões, no horizonte 2050. Nesse período, a estimativa é que o crescimento médio do consumo de energia será de 2,2% ao ano. Já o consumo específico de energia elétrica deverá crescer à taxa média de 3,2% anualmente. A diferença é explicada pelo levantamento a partir do avanço de participação na economia de setores com menor intensidade energética, como de comércio e serviços. O estudo também destaca ganhos de eficiência energética.

A projeção indica que o consumo nas residências irá dobrar até 2050, elevando a participação da eletricidade no total de energia consumida no País dos atuais 17% para 23%. A EPE estima que esse crescimento será pautado pelo avanço no consumo de equipamentos eletrônicos de climatização e lazer, além de uma ampliação de frotas de carros elétricos no País. O patamar projetado pela empresa equivale ao atual padrão de consumo de eletricidade da União Europeia, em torno de 7 mil KWh por habitante anualmente.

As estimativas consideram também uma maior penetração da energia solar nos domicílios brasileiros, que poderá aliviar em até 8 TWh o consumo de eletricidade no País somente com o uso para aquecimento. No total, a modalidade deverá ser responsável por uma potência adicional de 33 GW nas residências, o que equivale a 13% da demanda elétrica total.

Indústria

De acordo com a EPE, a estimativa é que o consumo de energia da indústria cresça 2,2% ao ano até 2050, sustentada por uma expansão "vigorosa" da infraestrutura do País, que movimentarão setores de alta intensidade energética. Apesar do crescimento, o estudo indica que a indústria passará por uma mudança estrutural, com desaceleração da demanda para setores como cimento e aço ao longo dos anos e aceleração em setores de papel e celulose e indústria química.

A percepção é que haverá uma expansão na construção civil, que motivará o aumento do consumo de energia para produção de cimento, cerâmica, vidro e aço, por exemplo. "Esta evolução relaciona-se à progressiva e necessária expansão da infraestrutura no Brasil, em termos de rodovias, portos e edificações em geral, o que permitirá ao País dotar-se das condições necessárias de competitividade", diz o estudo.

Para o setor de cimento, a estimativa é que haja um alto crescimento concentrado na próxima década, seguida de perda de ritmo e estabilização em 2040. Assim, a média de crescimento para o segmento é de 2% ao ano em relação as Tonelada Equivalente de Petróleo (TEP), chegando ao pico próximo a 12 milhões de TEP.

Também o setor de aço deve se estabilizar na década de 2040, segundo a EPE, sobretudo em função de "ganho de eficiência energética" em seus processos. A estimativa é de uma média de crescimento de 1,6% ao ano. Para a indústria de papel e celulose, a projeção é de crescimento de 2,6% ao ano na demanda por energia.

Quem deve elevar participação no período é o setor de química e petroquímica, segundo o estudo. Para o segmento de petroquímica, a previsão é saltar de 7 milhões de TEP, em 2013, para 22 milhões.

A empresa avalia que há "cenário favorável" para a produção física de minério de ferro, de bauxita e de pelotas, com crescimento de participação em termos de valor adicionado à economia. "Desta forma, sua participação no consumo final energético industrial alcança 5% em 2050", completa.

Por outro lado, o estudo da EPE também considera que o consumo de cana-de-açúcar para uso energético deverá reduzir sua participação no total da demanda energética do País. A queda estimada na participação é de 5% no horizonte 2050, e deve-se, "basicamente, à moderada taxa de expansão do setor sucroalcooleiro neste período".

Estudo divulgado nesta semana pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que traça projeções para o ano de 2050, sugere que o petróleo do tipo Brent enfrentará o chamado "ciclo de baixa" até o fim desta década. A cotação do barril poderá se aproximar de US$ 80 no período, pressionado principalmente pela maturação de projetos de Exploração e Produção (E&P) de recursos não convencionais e pelo pico de produção do shale e do tight oil norte-americano.

A análise feita pela EPE e pelo Ministério de Minas e Energia (MME) dividiu o intervalo até 2050 em três períodos. O primeiro será o chamado "ciclo de baixa de preços", o qual coincidirá com uma redução da participação do papel do petróleo como ativo financeiro especulativo, em decorrência de "melhores expectativas com relação a outras opções financeiras", segundo o estudo.

##RECOMENDA##

O segundo, entre 2020 e 2040, será determinado por uma combinação de diferentes fatores, alguns com pressão de alta na cotação internacional da commodity, outros com pressão contrária. Haverá, no período, maior elevação da eficiência energética e substituição do petróleo por outras fontes. Os investimentos em E&P, em compensação, devem diminuir em virtude da depleção dos recursos no shale e tight oil dos Estados Unidos.

Como consequência, aponta o estudo, haverá um aumento relativo da capacidade de controle da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre a produção mundial de petróleo, "à medida que a produção adicional dos países não-Opep é insuficiente para atender ao aumento da demanda mundial."

Por fim, entre 2040 e 2050, a expectativa é de que haja "moderada elevação" nos preços do petróleo. "Embora permaneça a perspectiva de maior eficiência energética e de substituição por outras fontes, do lado da oferta maiores dificuldades de acesso levam a custos crescentes em E&P", aponta o estudo divulgado hoje.

O material, que leva em consideração valores constantes de maio de 2013, sugere que o preço médio do petróleo do tipo Brent estará em US$ 97,30 por barril em 2050, abaixo, portanto, dos atuais patamares da commodity. A tendência de queda está em curso neste momento, segundo o estudo, e permanecerá assim até o final desta década. Entre 2020 e 2040 o preço médio da commodity ficará praticamente estável, entre US$ 80 e US$ 90 por barril, e retomará trajetória de alta a partir de 2040.

As projeções consideram a possibilidade de o Iraque desbancar a Rússia da vice-liderança mundial entre os exportadores de petróleo, assim como os Estados Unidos se tornarem os maiores produtores mundiais a partir de meados da década de 2020, fruto da exploração de fontes não convencionais. "Também é importante sinalizar o aumento da oferta via realização da produção de petróleo em águas profundas, contexto no qual está inserido o pré-sal brasileiro que fará o país se tornar exportador líquido", aponta o estudo.

Ao mesmo tempo, questões como aquecimento global e a emissão de carbono podem estimular a substituição de fontes fósseis por recursos renováveis. "Também contribuem para o arrefecimento da demanda a expectativa de inserção dos veículos híbridos e elétricos na frota mundial", destaca o material, citando também os reflexos da maior eficiência energética na diminuição do consumo do petróleo.

O estudo com foco em 2050 também traça um paralelo para o cenário de preços de gás natural no Brasil e no mundo. A grande diferença existente entre os valores no Brasil em relação à cotação nos Estados Unidos deve diminuir a partir de 2022, consequência da crescente exploração do pré-sal brasileiro e do início da oferta de gás não convencional.

Entre 2031 e 2050, a aposta da EPE e do MME é de que haverá convergência gradual de preços, fortalecida pela penetração de hidrato de metano no mercado. "Estima-se que o choque de oferta possibilitado pelo hidrato conduzirá a equidade ao fim do período entre o valor da commodity no mercado nacional e o Henry Hub", destaca o estudo. Em 2012, ainda segundo o estudo, o preço da commodity no mercado nacional era 2,1 vezes o valor de

referência Henry Hub.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, descartou nesta quinta-feira, 07, a necessidade de novo empréstimo de socorro às distribuidoras de energia em 2014. Até julho, o Governo e bancos já emprestaram mais de R$ 17 bilhões para cobrir os déficits dessas empresas. De acordo com ele, caso as distribuidoras precisem de alguma quantia serão valores pequenos, "totalmente possível" de cada uma delas arcar com o próprio caixa.

"O grosso que é necessário até o final do ano é suficiente. Pode eventualmente precisar de um resíduo, mas isso é totalmente possível de cada distribuidora arcar", afirmou durante evento em São Paulo promovido pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) para lançar a campanha "A Energia da Democracia é Livre". Ele participou do evento como representante do governo Dilma.

##RECOMENDA##

O presidente da EPE também descartou a possibilidade de empréstimo às geradoras de energia. Isso porque, segundo ele, a situação é diferente. "No momento, não tem nada pensado para geradoras, porque a situação é um pouco diferente. Elas sabem que têm risco hidrológico, faz parte do negócio delas", explicou.

Tolmasquim afirmou ainda que o reajuste líquido de energia que as distribuidoras terão de aplicar ao consumidor para cobrir os empréstimos feitos neste ano ao Governo e aos bancos será de 2,6% em 2015; de 5,6% em 2016 e de 1,4% em 2017. De acordo com ele, em 2018, a receita das empresas deverá ser suficiente para que não seja preciso aumento do preço e pode ser que haja redução dos valores da energia.

Em 2015, ele explicou que o reajuste de 2,6% representa a diferença de aumento de 5,9% que as distribuidoras teriam de dar para cobrir o empréstimo, menos a redução de 3,3% referente às cotas de energia. Já em 2016, os 5,6% são resultado de 10,6% para cobrir empréstimos, menos 4,9% referentes às cotas. Ele não explicou o cálculo referente a 2017.

Tolmasquim classificou ainda como zero o risco de racionamento de energia em 2014 e afirmou ser "muito baixa" a possibilidade de isso acontecer no próximo ano. "A gente analisou as 81 séries hidrológicas que existem desde 1931 e apenas cinco delas apresentaram risco de chagar em 2015 com os reservatórios abaixo de 10%. Ou seja, um número muito baixo", explicou.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou nesta terça-feira, 29, que foram cadastrados 1.034 projetos para o Leilão de Energia de Reserva 2014, previsto para 31 de outubro. São 626 projetos eólicos, 400 de energia solar fotovoltaica e 8 termelétricas a biogás e resíduos sólidos urbanos, que garantirão oferta total de 26.297 megawatts (MW) de capacidade instalada. O leilão de reserva prevê a entrega de energia a partir de 2017.

A oferta dos projetos eólicos totaliza 15.356 MW e está concentrada principalmente nos Estados da Bahia (236 empreendimentos), do Rio Grande do Sul (113), Rio Grande do Norte (104) e Ceará (95). A Bahia é também o principal destaque individual do leilão, com o cadastramento de quase 400 projetos no total e uma capacidade instalada superior a 10 mil MW.

##RECOMENDA##

Dentre os projetos fotovoltaicos os destaques são a Bahia, com 161 projetos, seguida por Piauí (45), Pernambuco (43) e Rio Grande do Norte (42). "O número de projetos fotovoltaicos totaliza mais de 10 mil megawatts de capacidade instalada, ou seja, praticamente uma (usina hidrelétrica) Belo Monte", destacou em nota o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando