O flagrante de 10 quilos de maconha que pertenciam a um passageiro levou o motorista de aplicativo Jorge Anderson de Brito Barnabé a permanecer preso por 60 dias. Encaminhado a um Distrito Policial (DP) da região leste da capital paulista como testemunha, o trabalhador acabou sendo indiciado pelos crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas. O homem só foi libertado na última segunda-feira (28).
Embora tenha juntado provas suficientes para mostrar inocência, Barnabé seguiu preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Jardim Independência, região sudeste de São Paulo. Nove dias após a prisão, a advogada de defesa do motorista, Emilyenne Martins, juntou documentos da empresa de tecnologia e transporte 99 Taxi para comprovar que a chamada atendida pelo condutor foi espontânea, sem combinação prévia.
##RECOMENDA##
O responsável pelo entorpecente, Charles de Oliveira Menezes, chegou a redigir uma carta de próprio punho em juízo, alegando que o motorista não tinha nenhum envolvimento com o ato considerado criminoso. No entanto, o Ministério Público paulista denunciou o trabalhador e o manteve encarcerado.
Barnabé foi abordado pela polícia após finalizar a décima segunda corrida do dia. Na viagem anterior, Barnabé havia levado Menezes, que solicitou um carro de aplicativo em Ferraz de Vasconcelos, cidade da região metropolitana, para se deslocar até o bairro de Arthur Alvim, na Zona Leste de São Paulo.
De testemunha a suspeito
Após o flagrante, os agentes checaram o celular de Menezes e foram em busca do carro que transportou o produto. Na delegacia, onde Jorge Anderson foi apresentado como testemunha, ele explicou que não conhecia o passageiro e que não sabia que ele estava transportando drogas. A advogada do motorista considera que a polícia, o Ministério Público e a Justiça desprezaram as provas da inocência do seu cliente.
O motorista agora responde ao processo em liberdade e aguarda absolvição dos crimes. O carro, alugado por Barnabé para poder trabalhar, continua à disposição das autoridades.