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Até 30 de julho, a exposição gratuita “Além das ruas: histórias do graffiti” ficará em cartaz no Itaú Cultural, em São Paulo. A mostra traz um grupo de artistas que representam a história da arte de rua, desde sua origem, vertentes e técnicas diversas.

A exibição apresenta recortes históricos, organizados em uma linha do tempo - sobre a riqueza da arte que surgiu como forma de protesto e com o objetivo de ser democrática e acessível. A curadoria é de Binho Ribeiro, que também está com seu trabalho exposto.

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Os artistas que participam, são: Acme, Alex Vallauri, Alexandre Órion, André Gonzaga Dalata, Brunosmoky, Celso Gitahy, Chivitz, Clara Leff, Coletivo SHN, Crânio, Cripta Djan, Daniel Melim, Dino, Dninja Bichocoisa, Eduardo Kobra, ENERI, Fábio Does1, Farid Rueda, Fefe Talavera, Gnos, John Howard, Katia Suzue, Kelly Reis, Kuêio, Lady Brown, Lari, Luiz Teor, Mauro Neri, Mazola Marcnou, Minhau, Nenesurreal, Nina Pandolfo, Odé Frasão, Odrus, Os Tupys, OSGEMEOS, Ozi, Paula Yama, Rafael Highraff, Saturno, Shalak Attack, Simone Siss, Soberana Ziza, Speto, Tinho, Tio Trampo, T-Kid, Toz, Vitché e Waleska Nomura.

Assista ao teaser: https://youtu.be/bK7AnYMDoFg

Serviço - Além das ruas: histórias do graffiti

Data: Até 30 de julho de 2023

Horário: Terça a sábado, das 11h às 20h. Domingo e feriados, das 11h às 19h

Local: Itaú Cultural

Endereço: Avenida Paulista, número 149 - Bela Vista, São Paulo/SP

Classificação Etária: Livre

Entrada gratuita 

 

 

Um dos cartões postais mais visitados do Recife, a orla de Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana, está ganhando novo colorido. A segunda edição do projeto Salva-Arte: Cores Inclusivas convocou seis artistas locais para repaginar os  postos salva-vidas dispostos ao longo da praia. As intervenções vão homenagear ritmos musicais do Estado e, além de apreciar as pinturas, o público poderá, também, ouvir playlists criadas especialmente para cada uma das obras. 

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Os postos salva-vidas da orla de Boa Viagem datam de 1940. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

O Salva-Arte foi criado em 2015, pelo publicitário Wellington Ferraz, com o objetivo de dar nova cara aos postos salva-vidas de Boa Viagem, equipamentos arquitetônicos projetados em 1940. Em parceria com a Nuvem Produções, as seis unidades ganharam novas cores ainda naquele ano. “Era um resgate da história recifense, já esquecida por uma grande parte da população, principalmente as novas gerações”, explica, em entrevista exclusiva ao LeiaJá,  a produtora Claudia Aires, diretora da Nuvem.  

Agora, o projeto volta com patrocínio da Copergás e apoio da Prefeitura da Cidade do Recife e a participação de seis artistas locais. Para a empreitada, que nesta segunda edição tem como tema ritmos tradicionais da cultura pernambucana - frevo, ciranda, maracatu, coco de roda, brega e manguebeat -, foram escalados nomes que, segundo Cláudia, pudessem  “com os seus trabalhos, retratar o espírito dessas manifestações culturais”. As intervenções começaram na última quinta (16) e a previsão é que os seis postos sejam entregues na próxima segunda (27). 

Jade Mota pintou o coco de roda. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Além disso, a iniciativa buscou por uma convocatória mais inclusiva, abrindo espaço para minorias representativas da cidade e novos talentos da cena recifense. Sendo assim, assinam as obras Ianah Maia, Max Motta, Jota Zer0ff, Jade Matos, Jeff Alan e Abròs. “Tecnicamente, pintar um posto salva-vidas desses, que tem em média 8m de altura, e em 3 dias, não é uma tarefa simples. A curadoria, dessa etapa, foi feita baseada na experiência e capacidade de cada artista em executar o trabalho em um prazo tão exíguo”, diz Cláudia.

A música também tem destaque especial dentro do projeto. Além de dar mote para as intervenções artísticas, cada posto vai receber uma placa explicativa e um QR code que, quando acessado, levará o visitante a uma playlist com músicas do gênero. A curadoria musical ficou à cargo da própria Cláudia, que também atua como DJ sob o alter ego de Claudinha Summer, e do  DJ e agitador cultural recifense Evandro Q? (Iraq Club). “A curadoria foi baseada tanto em obras tradicionais dos ritmos propostos quanto em releituras mais contemporâneas dos mesmos. É uma verdadeira viagem musical e geracional”. 

Max Motta ficou como maracatu. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens


 

 

Com o objetivo de deixar a cidade mais bonita e ainda ajudar artistas do grafite, a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) mantém o projeto Colorindo o Recife, por meio da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer. A proposta é credenciar grafiteiros da cena local dando-lhes suporte e ‘telas’ para trabalhar. Em contrapartida, eles desenvolvem sua arte usando o grafite como instrumento de apropriação dos espaços públicos e, ainda, criando novos pontos turísticos na capital pernambucana.

Atualmente, mais de 60 artistas fazem parte do projeto, selecionados através de editais. O projeto tem pouco mais de três anos de lançado e já ganhou, inclusive, repercussão nacional. Alguns dos artistas envolvidos acabam sendo ‘emprestados’ para outra ação da PCR, como o Mais Vida nos Morros, que atua na revitalização de comunidades recifenses. No último domingo (14), uma intervenção artística realizada na comunidade Rosa Selvagem, na UR-7/Várzea, Zona Oeste do Recife, acabou gerando muito barulho na internet com denúncias de grafiteiros em relação aos projetos, como falta de segurança e assistência da gestão 

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A intervenção realizada em Rosa Selvagem foi o assunto das redes sociais tanto da PCR quanto do próprio prefeito João Campos (PSB) que, inclusive, fez uma visita à comunidade. Ele cumprimentou grafiteiros e apareceu em algumas fotos ao lado deles, no entanto, as imagens acabaram mostrando alguns problemas na ação. O Coletivo Pão e Tinta, grupo de artistas e articuladores sociais do Recife, identificou as irregularidades e fez uma denúncia em seu perfil no Instagram.

De acordo com a postagem do Pão e Tinta, os profissionais trabalhavam pintando em altura sem os devidos equipamentos de segurança individual (EPI). Eles também apontaram outros problemas como falta de alimentação e até água “Como vc pode ver mas fotos SEGURANÇA E EPI nenhum para executar as obras”.

Os comentários corroboravam com a denúncia. “Cadê a responsabilidade e o respeito que se espera pra com os cidadãos da cidade. Artistas explorados, e outros esquecidos”; “Fui o Cobaia disso aí, se for botar na conta do lápis devo ter recebido R$0,50 m² , foram 2 barreiras no Alto Sta. Isabel que estavam em péssimas condições, não recebi ajuda pra alimentação/transporte, segurança zero, EPI zero , o colete do talabarte era no menor tamanho, não fui atendido quando pedi material “;” Isso eh pq n viram o perigo que colocaram artistas do coletivo pra pintar o compaz do coque, segurança, instrução, apoio zero e risco de vida eminente pois não tinha nenhum EPI pros artistas”.

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Em entrevista ao LeiaJá, o grafiteiro, alpinista industrial e um dos diretores do Pão e Tinta, Shell Osmo, afirmou que os problemas vistos na ação do último domingo (14) acontecem desde o início do 'Colorindo o Recife'. Ele disse, inclusive, que já houveram acidentes entre os artistas. “Teve acidente, tem fotos, tem relatos, e não teve nenhum tipo de assistência à pessoa que sofreu o acidente. Foi um absurdo a falta de segurança, a falta de cuidado, de atenção pra o pessoal que tá pintando as barreiras”.

Segundo Shell, a prefeitura não oferece o devido suporte para que os artistas desempenhem o seu trabalho, o que acaba refletindo no próprio pagamento do serviço. “A galera só dá o dinheiro e diz qual a área pra pintar. Eles prometem cinco mil e só chega R$ 3.800, porque é R$ 1.200 de desconto. O problema maior é que esse dinheiro demora pra chegar, tem gente que terminou em junho e não recebeu. Eu pintei a ponte do Pina, foram 45 dias, eu tive que apagar barqueiro, equipe, alimentação. No final de tudo R$ 3.800 não deu pra quase nada”. 

Osmo reclama ainda da falta de diálogo com a gestão. Ele diz ter tido muita dificuldade em ser atendido pelos responsáveis pelo projeto e que só depois das denúncias feitas no Instagram foi procurado pelo Secretario de Inovação Urbana, Tulio Ponzzi, a assessoria da Secretária de Turismo e Lazer, Cacau de Paula e alguns gerentes de turismo.

Segundo o grafiteiro, uma reunião entre os artistas e a gestão deverá ser marcada ainda esta semana para que os problemas apontados por eles possam ser discutidos e os editais do Colorindo o Recife revistos. “Nos últimos três anos teve muitas irregularidades em relação a acidente, falta de pagamento, e alta de assistência. A gente quer reler o edital e fazer uma carta com as reivindicações, pontuar o que a gente acredita que seja melhor”. 

O que diz a gestão

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife se pronunciou através de nota enviada por sua assessoria de imprensa. Segundo o texto, o Colorindo o Recife é uma ratificação do “compromisso” da gestão com "a consolidação de uma política pública voltada para a valorização da arte urbana” e que o projeto beneficia 70 artistas e coletivos cadastrados mediante o edital público de chamamento. 

Em relação à ação realizada na comunidade de Rosa Selvagem, no último domingo (14), a nota afirma que “assim que foi identificada uma falha pontual pelo não-uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), o serviço foi imediatamente suspenso e será retomado após a adoção de todos os protocolos de segurança”. 

Confira na íntegra.

A Prefeitura do Recife ratifica o seu compromisso com a consolidação de uma política pública voltada para a valorização da arte urbana, através de iniciativas como o Colorindo o Recife que, mesmo em um ano atípico como 2020, ampliou o acervo de murais e painéis em espaços abertos da capital pernambucana, com benefício direto a 70 artistas e coletivos cadastrados mediante o edital público de chamamento 002/2017. A Secretaria de Turismo e Lazer reforça que mantém diálogo aberto com todos os artistas e reafirma o seu compromisso em valorizar a arte urbana na cidade. Com relação aos pagamentos, todos são efetuados em até 30 dias após a emissão da nota fiscal do projeto executado, conforme previsto em edital, instrumento jurídico que também prevê que cabe aos artistas providenciar locomoção e alimentação enquanto executam os serviços.

Em relação à intervenção feita na Encosta de Rosa Selvagem, operacionalizada pela Secretaria Executiva de Inovação Urbana através do Programa Mais Vida nos Morros, assim que foi identificada uma falha pontual pelo não-uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), o serviço foi imediatamente suspenso e será retomado após a adoção de todos os protocolos de segurança.

Deitado sobre uma ponte que cruza o rio Tâmisa, Ben Wilson dá os últimos retoques em sua mais recente obra: uma pintura em miniatura feita sobre um chiclete grudado na estrutura de aço.

Há 15 anos esse inglês de 57 anos percorre Londres esculpindo e pintando pedaços de goma de mascar jogados no chão pelos pedestres.

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Mais que um passatempo incomum, se trata de "arte" urbana, explica em entrevista à AFP em uma manhã de inverno, enquanto retoca a obra grudada em um dos grandes degraus da escadaria entre a Catedral de Saint Paul até a Millenium Bridge, ponte de pedestres da capital britânica.

"É triste ver o impacto que os seres humanos podem ter no meio ambiente e a quantidade de dejetos que produzimos. Acho que é bom poder criar algo" a partir disso, diz com um pincel nas mãos.

Suas obras, pouco maiores que uma moeda, estão por toda a Millenium Bridge e em torno da famosa catedral. E se não olharmos muito de perto podem passar despercebidas.

Muitas são representações em miniatura da catedral de Saint Paul. Outras, desenhos de cores brilhantes, quase pscicodélicos, muitas vezes datados e com dedicatória.

Wilson nasceu no norte de Londres e começou sua carreira esculpindo em madeira, antes de se concentrar em chiclete seco. Com o passar dos anos esse passatempo incomum lhe rendeu o apelido de "chewing-gum man" (homem-chiclete).

Seu ritual é sempre o mesmo. Localiza um chiclete antigo grudado em uma calçada e abre seu material: um cobertor coberto de manchas coloridas sobre o qual deita, seus frascos de tinta acrílica, um pincel, um isqueiro que utiliza para amolecer o chiclete e uma lata de verniz que aplica sobre a obra quando terminada.

Os pedestres, acostumado a ver esse artista excêntrico manchado de tinta deitado na Millenium Bridge em qualquer estação do ano, se aproximam para falar com ele ou fazer uma foto.

"É a pessoa que joga o chiclete a culpada da degradação", diz Wilson. "Eu transformo o dejeto em arte, é uma forma de reciclagem", diz, reconhecendo que um de seus principais desafios é não pintar a própria ponte, porque poderia ser detido por degradação.

Wilson afirma ter pintado "milhares e milhares" de chicletes e se vangloria de ter disseminado essa "arte oculta" pelas calçadas e pontes de toda a capital.

Ele diz que vive de suas colaborações com artistas e galerias, mas que recusa qualquer remuneração de quem pede que ele dedique uma de suas obras.

A partir do dia 19 de novembro, a exposição “O Brasil Através da Arte Urbana” chega ao Memorial da América Latina, na zona oeste de São Paulo. A mostra é gratuita e reúne uma programação que inclui diálogos, oficinas, painéis para fotos e apresentações inéditas.

A exposição com painéis instagramáveis tem participação de vários artistas do país, entre eles, os paulistas Feik, Sapiens e Niu, além de Naldo (Maranhão), Deneri (Goiás), Mari Castello e Trampo (Rio Grande do Sul) e Rizo (Santa Catarina). A curadoria da mostra é do street artist Binho Ribeiro.

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Para interagir ainda mais com os visitantes, um mapa online estará disponível com a localização de murais externos nas cidades dos convidados, com fotos e descrição de cada artista. O público é convidado a viajar pelo Brasil através da tela do celular, para isso, basta apontar a câmera do aparelho para os códigos QR que ficarão ao lado de cada obra de arte.

Serviço

“O Brasil Através da Arte Urbana"

Quando: de 19 de novembro até 20 de janeiro de 2020

Horários: Terça a domingo, das 9h às 18h

Onde: Memorial da América Latina - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra Funda - SP

Um grafite com mais de 10 mil metros quadrados - e potencial para entrar para o Guinness Book, o livro dos recordes, como o maior mural do mundo - deve ser inaugurado no próximo carnaval na região da República, no centro da capital paulista.

Batizada de Aquário Urbano, a intervenção começou a ser grafitada há três meses e vai ocupar as empenas cegas, as paredes laterais de edifícios que não têm janelas, de 15 prédios entre as ruas Major Sertório e a Bento Freitas.

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"O objetivo é chamar atenção para o tema do clima e do consumo exagerado que gera uma quantidade de embalagens desnecessária. Essa obra está tratando um pouco dessa relação com a natureza e fala também da relação do homem com a cidade", explica o ativista e produtor cultural Kleber Pagú.

O projeto é uma parceria de Pagú com o artista Felipe Yung, o Flip, que trabalha com temas marinhos e já teve seus grafites em galerias e ruas de Madri, Barcelona, Los Angeles, Londres, Paris e Tóquio.

Segundo o produtor cultural, a obra vai contar ainda com a possibilidade de visualização em 360 graus com o uso de óculos de realidade virtual.

"As pessoas vão poder baixar o aplicativo e ter acesso a vídeos, livreto explicativo e ver a obra de onde elas estiverem. É um aquário sem nenhum peixe em cativeiro", explica.

Segundo Pagú, há um movimento artístico de tomar as empenas dos prédios, como as que serão ocupadas pela intervenção na República. O produtor cultural, que já atuou com murais do gênero com o grafiteiro Eduardo Kobra, diz que o investimento para essa intervenção gira em torno de R$ 4 milhões e que o carnaval do próximo ano foi o período escolhido para a inauguração.

"O projeto é independente e começou há dois anos e oito meses. Começamos a pintura há três meses. A previsão é de ficar pronto no carnaval de 2020, quando a cidade está na rua, com milhões de pessoas circulando por São Paulo."

Itapevi

Em 2017, Kobra estabeleceu o recorde mundial com um mural que tinha 5.742 metros quadrados na parede de uma fábrica de chocolates em Itapevi, na região metropolitana de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), teve um domingo de cantor e grafiteiro ao participar da inauguração de um painel feito por artistas de rua na avenida Auro Soares de Moura Andrade, na zona oeste da cidade. O tucano chegou pontualmente ao local às 11 horas e, após saudar os presentes, pintou um grande coração, com a sigla SP no centro, num muro embaixo do viaduto Antártica, onde também será produzido um mural. Mais tarde, como parte da celebração, soltou a voz com o rapper Eazy Jay, coordenador do núcleo de hip hop da Prefeitura, nas canções de Tim Maia "Gostava tanto de você" e "Não quero dinheiro, só quero amar".

Antes da sessão musical, Doria percorreu a avenida para conhecer as obras. O painel foi pintado nas paredes da calçada que dá acesso à estação de metrô e trem da Barra Funda. Esse é o oitavo painel de um total de 16 que a Prefeitura pretende entregar até o fim do ano.

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Doria disse que o trabalho na Barra Funda foi o que mais lhe "impactou" e, ao apontar uma diferença em relação aos projetos de arte urbana da gestão anterior - do petista Fernando Haddad - informou que as obras estarão iluminadas até o fim do mês. "É um fato inédito. Nunca houve grafite iluminado em São Paulo".

Ao falar com jornalistas, Doria informou que continuará suas viagens pelo Brasil "na condição de vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos". Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo, são os próximos destinos do prefeito da capital paulista, cotado para disputar à Presidência no ano que vem.

Doria disse ainda que não definiu o substituto do secretário municipal do Verde Gilberto Natalini (PV), que, demitido, deve reassumir o mandato de vereador na terça-feira. "Vamos fazer a escolha com calma", declarou Doria, que considerou serem normais as trocas feitas em sua gestão. "Queremos eficiência, eficiência e eficiência", disse.

Gamão Souza Dias, de 32 anos, convive com alagamentos na porta de casa desde que se "entende por gente". Em 2013, chegou a ter cerca de 90% da casa levada pelas águas do Córrego Pirajuçara durante uma enchente "catastrófica" que arrasou o Jardim Maria Sampaio, comunidade na divisa do distrito do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, com o município de Taboão da Serra, na região metropolitana. "O cheiro de lama durou dias", relembra.

Quase dois anos depois, em 2015, as consequências das fortes chuvas ainda eram evidentes na comunidade. Ciente disso, Gamão resolveu se mobilizar para "retomar a autoestima" do Jardim Maria Sampaio. Grafiteiro desde os 14 anos, ele entrou em contato com outros amigos e, à frente da RaxaKuka Produções, organizou a primeira edição do Graffitti Contra Enchente, evento anual que chegou à terceira edição com atividades de sexta-feira até ontem. "Foi a Virada do Grafite", brinca o organizador em referência à Virada Cultural, que ocorreu no mesmo fim de semana. "A comunidade abraçou o evento. Entendeu que ele não é para mim, nem para os grafiteiros, mas para todos."

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Segundo o organizador, as atividades conquistaram mais muros, portões e portas de galpões no decorrer dos anos, alcançando quase uma centena de pontos. "A gente faz um mapeamento dos lugares que vão participar, mas sempre acontece de alguém ver e pedir para ter seu muro pintado também", diz. O apego dos moradores aos grafites é tão grande que alguns chegam a hesitar que outro artista faça um novo desenho por cima do antigo - renovação comum, inclusive, no Beco do Batman.

Por meio de uma convocatória, o evento atraiu mais de 120 artistas, até mesmo de outros Estados e de fora do País. "O Graffitti é livre, cada um tem um estilo, então tem quem faça paisagem, letra, fotos. Isso acaba criando uma diversidade de ideias", comenta Gamão. A programação reuniu, ainda, uma exposição de carros antigos e apresentações musicais de estilos variados, do hip hop ao samba. "Os moradores reconhecem o Graffitti como patrimônio, semanas antes já falavam que não viam a hora de o evento chegar."

Entre os participantes, muitos são amigos de Gamão ou amigos de amigos. "O grafiteiro é meio andarilho, cria vínculos por tudo que é lugar e se une em rede. O evento traz pessoas para cá, e isso é muito importante", diz ele, que ajudou a acolher artistas de fora de São Paulo nas vésperas das atividades.

Energia

Um dos artistas que viajou especialmente para o Graffitti Contra Enchente é o carioca Pablo Carvalho, o Blopa, de 26 anos, que participou pelo segundo ano. Para ele, o que chamou mais atenção foi a receptividade e a valorização dos moradores. "Somos muito bem recebidos. Muitos olham a gente grafitando, fazem perguntas, tiram fotos. A energia é muito boa, e isso influencia."

A grafiteira Rebeca Lawinsky, de 35 anos, participou do evento em São Paulo pela primeira vez, mas já grafitou comunidades de Salvador, como o Mutirão Mete Mão, que, na última edição, ocorreu em cinco localidades distintas. "É um projeto muito bonito. Além de revitalizar a área, trazer cor, também é um trabalho estético. Mexe mais com a comunidade do que com a gente. Afinal, não é o grafiteiro que convive com o desenho: é o morador que vai acordar todo dia e vê-lo quando sair de casa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dos ícones da primeira geração da arte urbana brasileira, o paulista Ozéas Duarte, o Ozi, está celebrando 30 anos do ofício. para comemorar, ele traz ao Recife a exposição Ozi - 30 anos de Arte Urbana no Brasil, com abertura na próxima quinta (15), às 18h30, na Caixa Cultural. Abrindo a mostra, Ozi participa de um bate-papo com o curador Marco Antônio Teobaldo e o público. 

A mostra reúne 100 peças de tamanhos variados que representam um inventário desta parte da Street Art brasileira. Dividida em quatro segmentos - Rua, Arte Fina, Matrizes e Bio - a exposição traz um material raro sobre a história do grafitti no Brasil com documentos, registros fotográficos, depoimentos e obras de Ozi. 

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Além de intervenções do artista nas paredes da galeria, com grafites, o público poderá conferir obras em suportes variados, como telas emolduradas e objetos de uso doméstico, uma série de estêncil sobre bolsas falsificadas, máscaras em estêncil e vídeos com depoimentos do próprio Ozi e de parceiros de profissão além de imagens históricas dos primeiros grupos de grafiteiros e suas intervenções na cidade de São Paulo. 

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá. 

Serviço

Ozi - 30 anos de Arte Urbana no Brasil

Abertura

Quinta (15) | 18h30

Visitação

Sexta (16) a 20 de novembro

Terça a sábado | 10h às 20h

Domingo | 10h às 17h

Caixa Cultural (AV. Alfredo Lisboa, 505 - Bairro do Recife)

Gratuito

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Dez intervenções artísticas em dez dias. Eis o resumo de São Paulo: Uma Realidade Aumentada, novo projeto do artista plástico Eduardo Kobra. Nesta terça-feira, 14, na calçada da Rua Helvétia, altura do número 64, no bairro de Campos Elísios, região conhecida como Cracolândia, no centro, ele inicia a série com a qual pretende "mostrar questões da cidade como se usasse uma lupa".

Autor de mais de 40 murais em São Paulo - e dezenas de outros espalhados por cidades mundo afora -, Kobra pretende inovar com esse projeto. Primeiro, porque vai escancarar a realidade de São Paulo - começando já pela Cracolândia. "A ideia é ampliar o foco para essas questões, mostrar que os problemas podem ser revertidos", afirma o artista.

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Além disso, a série traz um elemento muito caro aos dias de hoje: a interatividade. O endereço da obra seguinte, por exemplo, só será divulgado na véspera (pelas redes sociais do artista, o Instagram @kobrastreetart e o Facebook /Eduardo-Kobra). Transeuntes serão incentivados a colaborar nas criações, seja palpitando, seja colocando a mão na massa - ou melhor, no spray.

"Estou amadurecendo essa ideia há quase dois anos. Envolve uma logística complicada, porque a minha ideia era fazer dez obras em dez dias e em pontos diferentes de São Paulo", relata Kobra. Sem patrocínio, a logística envolve o trabalho de uma equipe de dez pessoas, além do próprio artista. Se chover em algum dia, a ação prevista terá de ser adiada para a data seguinte.

Para esta terça-feira, na Cracolândia, Kobra vai expor nove de suas telas mais conhecidas - as mesmas que recentemente integraram exibição em Roma. São releituras de personalidades que "contribuíram para um mundo melhor", como John Lennon, Malala, Albert Einstein e Nelson Mandela.

Além delas, haverá também duas telas em branco - em uma, o artista fará uma pintura às vistas do público; em outra, dependentes químicos da região e eventuais pedestres poderão criar, sob supervisão e orientação de Kobra. Em seguida, de forma coletiva, eles vão produzir uma obra em um muro já pré-selecionado no local.

Beneficência

Uma das telas será leiloada em benefício ao programa De Braços Abertos, implementado há mais de um ano pela Prefeitura para tentar recuperar os usuários de crack que vivem na região. O pregão será realizado online, pela Galeria Victor Hugo, no dia 27.

A participação de dependentes químicos foi uma premissa do projeto, segundo Kobra. "Em minha equipe tenho um ex-usuário de crack", conta ele. "Acredito que a arte pode apresentar um novo caminho para essas pessoas."

Tal roteiro não será o mesmo nos dias seguintes. "Estou planejando vários tipos de intervenções, algumas com formatos variados", despista Kobra. Em comum, apenas essa possibilidade de interação com o público. E, claro, o viés provocativo. "Em geral, minha obra sempre exalta a beleza", comenta o artista plástico. "Desta vez, faço uma série com um convite à reflexão."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vender arte pela internet tem se tornando cada vez mais comum - principalmente se tratando de arte contemporânea. Há quatro anos, a publicitária Claúdia Aires e o arquiteto Gustavo Marques resolveram abrir uma produtora cultural que, além de promover ações culturais, agenciaria artistas e teria uma loja virtual para poder escoar a produção de seus parceiros.

Três anos depois, a Nuvem Produções entrou em uma nova fase. Há pouco mais de um mês os sócios lançaram o Portal Nuvem - uma plataforma de arte online que pretende abrir um maior espaço para os artistas contemporâneos do país. No portal, artistas podem fazer seus cadastros e, se aprovados pela curadoria da Nuvem, são convidados a participar da loja online. Segundo Cláudia, eles já contam com mais de 40 artistas parceiros, sendo 31 deles de Pernambuco.

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A ideia do portal, assim como era a do site e da Nuvem Produções, é dar maior visibilidade a artistas que têm bons trabalhos, mas são pouco conhecidos. No início da produtora, o agenciamento de artistas era o carro chefe. “Os amigos produtores sempre pediam dicas de artistas, bandas, de produção cultural em geral. Já era natural, então eu disse a Guga: ‘vamos cuidar da carreira desse pessoal’”, explica Cláudia. Eles divulgaram trabalhos de artistas nordestinos como Galo (PE), Thiago Verdee (PB), Derlon (PE) e o grupo Acidum (CE). Com a expansão, o Portal Nuvem toma a frente do negócio.

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Arte Urbana

Apesar de não focarem em um estilo artístico específico, grande parte dos artistas agenciados e que estão na loja online da Nuvem são especializados em arte urbana, que vem ganhando maior destaque nos últimos anos - saíram dos muros e paredes da cidade para adentrar e decorar espaços privados, como restaurantes, escritórios e até mesmo casas. Cláudia acha que essa popularização se deu porque os artistas de rua têm ficado cada vez mais dedicados, tornando as produções mais bem feitas e elaboradas. “Natural que as pessoas olhem na rua e digam ‘poxa, queria ter uma pintura desse artista na minha casa’”, avalia a publicitária.

“A democratização veio também da internet. A exibição de trabalhos (por parte dos artistas) foi ampliado. As pessoas – tanto artistas quanto compradores – não estão mais presas às galerias nem ao gosto do decorador, que opinava sobre a decoração de suas casas. Eu acho que o artista de rua se beneficia, tem mais espaço para exibição da sua arte”, complementa Cláudia.

Os artistas que trabalham com a Nuvem também veem a internet como um facilitador. “A internet de certa forma democratizou o mercado de arte, e tem um papel fundamental na divulgação e comercialização de trabalhos de jovens artistas com valores mais acessíveis”, conta a artista Giovanna Simões Glasner.  Para o grafiteiro Jota Zeroff, a web é a melhor forma para ele vender seu trabalho. “É mais viável e fácil, pela questão de envio. Não preciso ir à casa casa do cliente”, explica. 

Vendas e dinheiro

A loja virtual da Nuvem vende não só obras originais dos artistas, como também reproduções dos trabalhos. “A reprodução, com as lojas virtuais, vendem muito bem. É a forma de o artista se aproximar mais do público, tornar o seu trabalho mais acessível”, revela Cláudia.

A publicitária e Guga viram na produtora uma forma de ganhar dinheiro e trabalhar com o que mais amam - arte e cultura. Eles cobram um percentual sobre as vendas pela internet e por cada trabalho fechado - como pinturas indoor e ilustrações para publicidade e eventos. O negócio de venda de arte urbana sustentável ganha cada vez mais corpo e atrai cada vez mais artistas - e clientes.

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