Tópicos | caminhoneiros

Caminhoneiros começaram a segunda-feira (9) com bloqueios em várias estradas do País, em pelo menos oito Estados. Mais cedo, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) havia registrado vias paralisadas pelos trabalhadores no Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. O Comando Nacional do Transporte, grupo que coordena a manifestação, informou em sua página no Facebook que bloqueou a Marginal Tietê, em São Paulo. Um trecho da Fernão Dias, em Minas Gerais, também estava parado.

Os transportadores pedem redução no valor do óleo diesel, uma tabela de preços mínimos para o frete e a saída da presidente Dilma Rousseff.

##RECOMENDA##

Segundo uma mensagem que os caminheiros têm distribuído entre os participantes do movimento, a programação é bloquear quatro vias no Rio de Janeiro. O objetivo deles é travar parcialmente a via Dutra, na altura de Nova Iguaçu entre 15 horas e 17 horas. A estrada que vai do Rio para Juiz de Fora (MG) seria totalmente parada. Os manifestantes também pretendem parar a estrada Rio/Santos, na altura da entrada da CSA e fazer um bloqueio total na BR-116, na altura de Macaé.

A manifestação já chegou ao município de Barra Mansa, região sul fluminense. No km 273 da Rodovia Presidente Dutra, os motoristas interditaram uma faixa da pista sentido Rio e o acostamento, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

Um dos líderes da categoria e organizador da paralisação, Ivar Schmidt afirma que a luta é pela renúncia da presidente Dilma Rousseff. Ele está à frente do "Comando Nacional do Transporte" e garante que os caminhoneiros, agora, somente vão negociar "com o próximo governante".

A greve ganhou o apoio de grupos como Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua. Os líderes do movimento garantem já ter grande apoio também de caminhoneiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A expectativa é atingir pelo menos 70% do País inicialmente.

Bloqueios

Cerca de 80 caminhoneiros usaram os veículos para bloquear a rodovia Raposo Tavares (SP-270), no km 384, em Ourinhos, sudoeste paulista. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, a interdição é parcial, atingindo apenas a faixa da direita das duas pistas da estrada. A passagem é liberada para carros, ônibus, ambulâncias e veículos com alimentos perecíveis, mas outros caminhões são impedidos de passar. A polícia negocia a liberação da estrada.

Em Minas Gerais, caminhoneiros interditam cinco pontos de três estradas federais. Uma das rodovias com bloqueio é a BR-381, em pontos próximos a João Monlevade, na Grande BH, a leste da capital, e Igarapé, na mesma região, só que a sudoeste da capital. Há bloqueios ainda na BR-262, em Igaratinga, no Centro-Oeste de Minas, e em dois pontos da BR-040 próximos a Conselheiro Lafaiete, na região central do Estado.

Manifestantes também bloqueiam pelo menos sete estradas no Rio Grande do Sul: BR-287 (Santa Cruz do Sul), na ERS-122 (Caxias do Sul), na BR-386 (Soledade), na BR-285 (Carazinho e Ijuí) e na BR-392 (Pelotas). Há concentração de caminhoneiros em várias outras rodovias do Estado.

No Nordeste do País, caminhoneiros bloqueiam a BR-304, que liga a cidade de Natal a Fortaleza e é conhecida pelo grande tráfego de veículos pesados. O bloqueio das vias foi feito com pneus queimados. Segundo as primeiras informações da Polícia Rodoviária Federal, cerca de 100 caminhoneiros participam do protesto. Os veículos de passeio estão passando pela via através de um atalho improvisado.

Entidades contrárias

Várias entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é organizada "por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o momento de dificuldade que o País passa".

Já a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) diz que "os problemas que afetam a categoria são muitos e que, para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria". Entidades de Goiás e Tocantins também assinaram, juntos, um documento contra a greve.

Principal alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN) e nega qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano e, em 2015, criou o "Comando Nacional do Transporte".

Um grupo de caminhoneiros que participou da greve realizada no início do ano promete retomar as paralisações a partir do próximo mês. Em nota distribuída pela internet nesse domingo (25), o Comando Nacional do Transporte, que se declara independente de sindicatos, diz que fará protesto no dia 9 de novembro. Os trabalhadores informam no comunicado que a manifestação tem apoio do Movimento Brasil Livre e do Vem Pra Rua.

"Essa decisão do nosso movimento se ampara principalmente no fato de que o governo não atendeu reivindicações fáceis de serem atendidas, como, por exemplo, a anulação das multas referentes à manifestação passada", disse na nota Ivar Luiz Schmidt, líder do comando. O grupo mantém a mesma pauta de reivindicação de março, quando a maioria das estradas do País teve o fluxo interrompido por bloqueios de caminhoneiros.

##RECOMENDA##

Entre as demandas do segmento estão a redução do preço do óleo diesel, criação do frete mínimo e anulação das multas por causa das manifestações anteriores. Eles também pedem liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos, aposentadoria com 25 anos de contribuição e salário unificado em todo território nacional. "Somos a única categoria nesse país que trabalha, hoje, pelo mesmo valor há 10 anos", afirmou Schmidt. A página do grupo no Facebook tem 23,2 mil seguidores.

Quase a metade dos caminhoneiros que trafegam por rodovias do Estado de São Paulo tem jornada excessiva ao volante e admite abuso no consumo de álcool. A conclusão é de pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27) pela Secretaria Estadual de Saúde. As entrevistas foram realizadas em março e abril deste ano nas Rodovias Fernão Dias, na região de Bragança Paulista, e Transbrasiliana, na região de Marília, ambas no interior de São Paulo.

A amostragem, que abrangeu 309 motoristas, indicou ainda que 71,5% dos caminhoneiros estão acima do peso e 34% apresentam hipertensão arterial. Mais da metade deles - 56,3% - apresenta redução de força manual. O excesso de jornada foi apontado por 48,5% dos entrevistados, enquanto 45% afirmaram que abusavam do álcool.

##RECOMENDA##

O levantamento fez parte do programa "Comando de Saúde nas Rodovias", que envolve ainda o Serviço Social do Transporte (Sest), o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A Polícia Rodoviária Federal informou neste domingo (26) que há pelo menos seis pontos de interdição parcial em rodovias federais provocadas por manifestações de caminhoneiros. Todas estão localizadas em Mato Grosso.

De acordo com boletim divulgado pela corporação na manhã de domingo, existem dois trechos parcialmente bloqueados na BR-163, um na altura do quilômetro 688 na cidade de Lucas do Rio Verde, e outro trecho no quilômetro 748 no município de Sorriso.

##RECOMENDA##

Há ainda dois pontos de interrupção na BR-364,dois no município de Rondonópolis e um em Diamantino. O sexto ponto de manifestação fica no município de Nova Mutum, também na BR-163, na altura do quilômetro 598.

A Polícia Rodoviária Federal divulgou um balanço no início da tarde deste sábado (25), que aponta sete interdições parciais nas rodovias federais em todo o Brasil, provocadas por manifestações de caminhoneiros.

De acordo com nota divulgada pelo Ministério da Justiça, ao qual a PF é subordinada, as manifestações estão concentradas nos Estados de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, e não há interdição total em nenhuma das rodovias. No total, são seis interdições parciais no Estado do Centro-Oeste e uma no Estado do Sul.

##RECOMENDA##

De acordo com informações divulgadas mais cedo pelo Ministério, houve uma queda no número de interdições de nove para sete rodovias parcialmente afetadas pelas manifestações.

A Pasta informou ainda que a Polícia Rodoviária, a Força Nacional de Segurança Pública e as polícias estaduais continuam de prontidão "para garantir o adequado fluxo de veículos nas rodovias", diz a nota.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (DOU) resolução em que resolve regulamentar o procedimento para divulgação de parâmetros de referência para cálculo dos custos de frete do serviço de transporte rodoviário remunerado de cargas por conta de terceiros.

O documento, cuja publicação foi anunciada na quinta-feira, 23, pelo governo após negociações no decorrer da semana com caminhoneiros, indica que os estudos para apuração desses parâmetros deverão ser submetidos a audiência pública, mas não traz prazos nem critérios da consulta. Informa ainda que, depois do encerramento da audiência, a ANTT ouvirá os ministérios dos Transportes, da Fazenda e do Planejamento quanto a seus resultados, antes da publicação definitiva dos parâmetros para cálculo dos fretes.

##RECOMENDA##

A resolução também cita que os valores de referência finais terão vigência de 12 meses, devendo ser revistos anualmente, e que a ANTT poderá revisá-los a qualquer tempo, sempre mediante audiência pública.

Ainda de acordo com a resolução, a decisão de regulamentar o tema considerou o "resultado dos estudos realizados pelo grupo de trabalho coordenado pelos ministérios da Secretaria-Geral da Presidência da República e dos Transportes, sobre o estabelecimento de parâmetros de referência para cálculo dos custos de frete" e a "Portaria nº 120, de 03 de maio de 2000, do Ministério dos Transportes", que traz planilha de custos de frete rodoviário, de caráter apenas indicativo.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou nesta quinta-feira, 23, que há pelo menos 17 rodovias federais com interdições pelo País por conta de protestos de caminhoneiros. Em boletim divulgado às 18 horas, o órgão informa que das 17 interdições, apenas uma - na BR 116, na altura no quilômetro 204, no município de Tabuleiro do Norte (Ceará) - está totalmente bloqueada. As demais são parciais. Os caminhoneiros reivindicam que o governo federal crie uma tabela de preços mínimos para os fretes, mas, por enquanto, não há acordo.

No Mato Grosso, há pelo menos seis interdições, sendo três pontos ao longo da BR-364 (nos quilômetros 200 e 206, no município de Rondonópolis; e no quilômetro 615; no município de Diamantino) e outros três na BR-163 (na altura dos quilômetros 598, 686 e 748, respectivamente nos municípios de Diamantino, Lucas do Rio Verde e Sorriso).

##RECOMENDA##

No Paraná, até o momento são registradas cinco paralisações parciais: nas rodovias 163, 186, 277 (dois trechos) e 369. No Rio Grande do Sul também acontece cinco paralisações parciais, nas BRs 153, 158, 285 (dois trechos) e 472.

A nova rodada de paralisações dos caminhoneiros começou na madrugada desta quinta-feira. Em boletim divulgado pela PRF, às 11 horas, 14 trechos de rodovias federais apresentavam interrupção parcial no tráfego. Ao longo do dia, em alguns trechos a PRF conseguiu desmobilizar os protestos, mas outros pontos de paralisações começaram a surgir.

AGU

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou, em nota enviada à reportagem, que o movimento grevista pode ser responsabilizado se houver bloqueios em rodovias federais cobertas por liminares expedidas durante a paralisação ocorrida em fevereiro. "Novas ações podem ser ajuizadas para liberação de rodovias federais que venham sofrer bloqueios", escreveu.

Caminhoneiros bloquearam mais um trecho da rodovia BR-163 na tarde desta quinta-feira (23) informou  o Centro de Controle Operacional da Rota do Oeste. Os manifestantes interditaram a via no quilômetro 599, em Nova Mutum, às 15h27. Segundo a concessionária, há seis pontos de bloqueio em rodovias do Estado.

Os demais trechos de interdição na rodovia BR-163 estão nos quilômetros 593, em Nova Mutum, 686, em Lucas do Rio Verde, e 747, no município de Sorriso. Há também trechos bloqueados na BR-364, nos quilômetros 201 e 206, em Rondonópolis.

##RECOMENDA##

Os veículos de carga estão estacionados nas margens da rodovia ou em pátios. Veículos de passeio, utilitários, carros oficiais e ambulância têm tráfego livre.

O protesto de caminhoneiros no quilômetro 513 da BR-381, na altura do município de Igarapé, região metropolitana de Belo Horizonte, acabou e a rodovia foi liberada. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que os manifestantes interditaram uma faixa da rodovia entre os quilômetros 513 e 512, entre as 14h20 e as15 horas. Não há outras interdições no Estado até o momento, segundo a corporação.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) conseguiu liberar alguns trechos de rodovias que estavam bloqueadas no Rio Grande do Sul, diminuindo assim, ao longo da manhã desta quinta-feira, 23, os pontos de interrupção do tráfego no Estado. O protesto de caminhoneiros na BR-101, na região de Três Cachoeiras, no litoral norte, foi desmobilizado no fim da manhã, após a PRF posicionar viaturas no local e negociar com os manifestantes.

Na sequência, também foram liberados trechos da BR-386 nas cidades de Soledade e Frederico Westphalen, no norte do Estado. Durante a madrugada, houve registro de apedrejamento de veículos em diferentes estradas gaúchas, devido à tentativa de alguns motoristas de furar os bloqueios que estavam vigentes.

##RECOMENDA##

No início desta tarde, ainda havia sete pontos de rodovias do Rio Grande do Sul com manifestações. Nas quatro rodovias federais - em Veranópolis, no km 181 da BR 470, em Santa Rosa, no km 155 da BR 472, e em Ijuí, e no km 462 da BR-285, os caminhões são barrados. Já nas três rodovias estaduais onde ocorrem protestos, os motoristas apenas são convidados a participar da mobilização, mas as vias estão liberadas para trânsito de veículos leves e pesados, de acordo com boletim divulgado pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM).

Os caminhoneiros reivindicam que o governo federal crie uma tabela de preços mínimos para os fretes, mas por enquanto não há acordo.

Paraná

No Paraná, o último boletim da PRF registra seis manifestações de caminhoneiros no Estado. Em apenas um desses locais, em Marialva, na BR 376, há interdição de uma faixa em cada sentido. Nos demais pontos, os manifestantes se permanecem fora das pistas, mas desviam os caminhões que tentam passar pelo local para postos de combustíveis nas proximidades.

Além dos protestos que começaram à 0h desta quinta em Marialva e Medianeira (BR 277), caminhoneiros se reuniram no período da manhã em outros dois trechos da BR 277, em Laranjeiras do Sul e Cascavel, e também na BR 163, em Capitão Leônidas Marques, e na BR 467, em Toledo.

Em sua página no Facebook, a PRF do Paraná alerta que "continuam válidas as decisões da Justiça Federal, expedidas no último mês de fevereiro, que estabelecem multas de até R$ 50 mil por hora a cada manifestante que se recusar a liberar pistas, segundo informações da Advocacia-Geral da União (AGU) obtidas pela PRF". A reportagem solicitou à AGU uma posição oficial sobre os protestos de caminhoneiros, mas o órgão ainda não se manifestou.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, não há pontos de interdição, segundo a última atualização da Polícia Rodoviária Federal.

Mato Grosso

Em Mato Grosso, uma manifestação teve início ainda durante a madrugada na BR 163 em Lucas do Rio Verde. No início da manhã, quatro trechos da BR 364 foram parcialmente interditados, nas cidades de Rondonópolis e Diamantino.

Caminhoneiros voltaram a bloquear trechos de rodovias de Mato Grosso nesta quinta-feira, 23, informou a concessionária Rota do Oeste ao Broadcast Agro, serviço em tempo real da Agência Estado. Os manifestantes bloqueiam a passagem de veículos de cargas, mas veículos de passeio podem passar pelos trechos, pelo acostamento da via.

Há três pontos de interdição na rodovia BR-163, nos quilômetros 593, em Nova Mutum, 686, em Lucas do Rio Verde, e 747, no município de Sorriso. Segundo a concessionária, há também trechos bloqueados na BR-364, nos quilômetros 201 e 206, em Rondonópolis.

##RECOMENDA##

Quanto ao escoamento da safra agrícola na região, o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Carlos Simon, disse que os bloqueios devem atrapalhar o envio dos grãos aos portos, mas ponderou que, com a colheita da soja encerrada no Estado, as manifestações tendem a ter impacto menor nos trabalhos do campo. "Na primeira paralisação estávamos em plena colheita e os bloqueios atrapalhavam a chegada de óleo diesel para as máquinas, por exemplo", explicou Simon. Segundo ele, se os bloqueios continuarem, entretanto, podem começar a afetar a colheita de milho safrinha, que se inicia em maio. O sindicato diz apoiar a categoria "na questão da pesagem de caminhões, do pedido de redução do preço de óleo diesel e de refinanciamento". Não se posicionou, no entanto, sobre o tabelamento do preço mínimo de fretes.

Na tarde dessa quarta, 22, representantes dos caminhoneiros se reuniram com o governo federal na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em Brasília, para discutir questões relacionadas ao preço do frete. Entretanto, a reunião terminou sem acordos, uma vez que o governo não aceitou a definição de uma tabela de preços mínimos para o frete.

Depois de mais uma rodada de negociações na tarde desta quarta-feira, 22, os caminhoneiros deixaram a reunião realizada na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciando uma nova greve da categoria para a partir da zero hora desta quinta-feira, 23. Os caminhoneiros querem uma tabela de custo que possa garantir um preço mínimo para o transporte de mercadorias, mas não houve acordo sobre o tema. Uma nova paralisação da categoria preocupa, e muito, o Palácio do Planalto, que está às voltas com difíceis votações no Congresso como o ajuste fiscal e enfrenta dificuldades na economia, com aumento da inflação.

O deputado Celso Maldaner (PMDB-SC), coordenador da comissão externa da Câmara que acompanha o movimento de caminhoneiros, que participou da reunião com o governo, disse que não há consenso sobre o principal ponto para a categoria, que é garantia de preço mínimo para o frete. "Infelizmente não há mais o que fazer. Agora, acho que ninguém mais segura a greve que vai começar à meia-noite porque se chegou ao limite da negociação. Estou muito preocupado com isso, porque a greve pode parar o País e isso é a pior coisa do mundo, pois os prejuízos são incalculáveis", declarou o deputado ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O deputado lembrou que as grandes empresas não aceitam o cumprimento de uma tabela para pagamento de fretes porque defendem que deve valer a lei da oferta e da procura.

##RECOMENDA##

O deputado afirmou ainda que, na reunião, o representante do Planalto, o ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, alegou que é "inconstitucional" qualquer tipo de interferência do governo federal nesta questão. "Rossetto disse que não tem como colocar em prática uma tabela impositiva para o frete. Sem acordo neste, que é o principal ponto de discussão, a greve será deflagrada, infelizmente", prosseguiu Maldaner.

Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência reagiu, informando ter atendido todas as reivindicações dos caminhoneiros. Na reunião, de acordo com a Secretaria-Geral, o ministro Rossetto, apresentou "um balanço das conquistas e garantiu a continuidade do diálogo permanente com o setor" e citou que as medidas foram construídas "em ambiente de diálogo e respeito". "São conquistas importantes que marcam uma nova relação entre o governo federal e o setor de transporte de cargas, em especial, os caminhoneiros. Queremos continuar esta construção de agenda positiva a partir de um diálogo permanente", declarou Rossetto, de acordo com a nota.

Em seguida, o governo lista o atendimento de 15 reivindicações da categoria. Entre elas, há destaque para sanção integral, sem vetos, da Lei dos Caminhoneiros; isenção de pagamento de pedágio para o eixo suspenso de caminhões vazios; aumento do valor da estadia de R$ 1,00 para R$ 1,38 por tonelada/hora, calculada sobre a capacidade total de carga do veículo; perdão das multas por excesso de peso expedidas nos últimos dois anos e responsabilização do embarcador pelos prejuízos decorrentes do excesso de peso e transbordo da carga em excesso. Só que o principal ponto para os caminhoneiros, que é o valor do frete, não está contemplado no acordo.

Terminou sem acordo a terceira reunião entre representantes dos caminhoneiros e o governo federal para discutir questões relacionadas ao preço do frete. De acordo com o representante dos caminhoneiros autônomos, Jamir Botelho, o governo não aceitou a definição de uma tabela de preços mínimos para o frete. "A resposta que tivemos é de que pode haver apenas uma tabela de referência. Reconhecemos que o governo tem se esforçado, mas nos sentimos derrotados", afirmou Botelho após reunião na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Na saída da reunião, diversos caminhoneiros deram as mãos e gritaram: "O Brasil vai parar". A categoria ameaça voltar a bloquear as rodovias a partir desta quinta-feira (23), como aconteceu no começo do ano.

##RECOMENDA##

O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Centro-Oeste, Gilson Baitaca, confirmou que a categoria está preparada para começar as paralisações nas rodovias a partir da zero hora desta quinta. "As tendas já estão armadas e a categoria já está preparada", afirmou.

O sindicalista defendeu ser possível o estabelecimento de um preço mínimo de frete, embora o governo julgue a proposta dos caminhoneiros inconstitucional. "Existem produtos tabelados como o cigarro e o que queremos é uma tabela de custos do transporte. Seria um preço mínimo e, a partir desse patamar, haveria livre concorrência", completou.

Os caminhoneiros saíram insatisfeitos da reunião que tiveram nesta quinta-feira, 26, com representantes do governo e empresários. Um projeto para uma tabela de preço mínimo de frete foi entregue aos ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), que pediram um prazo até 22 de abril para avaliar a constitucionalidade da tabela. Parte do grupo de trabalhadores se sentiu "enrolado" e, após a reunião, realizaram uma rápida assembleia na qual decidiram voltar com os bloqueios em 23 de abril caso o governo não bata o martelo em relação ao frete mínimo.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, acompanhou a assembleia dos caminhoneiros. Representantes de várias regiões do País falaram durante alguns minutos e a maioria estava com os ânimos exaltados. Chegou a ser proposto que as paralisações voltassem a ocorrer imediatamente. No entanto, venceu a posição que pedia a espera até 22 de abril.

##RECOMENDA##

Depois de algum tempo de debate, os caminhoneiros levaram a decisão de ter o dia 22 como prazo final para o governo (período que eles classificaram como estado de trégua) e estopim para a retomada dos bloqueios, caso a demanda não fosse atendida. A maioria votou a favor. O grupo quer, agora, que a tabela não seja apenas uma referência, quer que seja impositiva.

O ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, falou rapidamente após a reunião e disse que o encontro foi para receber as propostas elaboradas pelos grupos de trabalho que haviam sido criados há pouco mais de 20 dias. "Pegamos todos os estudos dos grupos e no dia 22 vamos dar uma resposta", disse o ministro. "O ponto principal do estudo é o frete. A proposta principal é uma tabela de frete que vamos ver se para em pé juridicamente", explicou.

Carlos Alberto Litti Dammer, representante do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Ijuí, afirmou que a tabela se tornou um impasse. "Se isso não for impositivo, 23 de abril é data para o Brasil parar novamente", afirmou. Janir Bottega, do Sindicato dos Caminhoneiros de Francisco Beltrão (PR) explicou que a tabela quer um valor maior sobre quilômetro rodado.

Caminhoneiros que estavam em greve até a semana passada podem voltar com os bloqueios nas estradas nesta sexta-feira (13), a partir da meia noite. Os trabalhadores estariam conversando por WhatsApp e tentando mobilizar grupos na região Sul do País, sobretudo no interior de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A categoria parece ter se dividido: uma parte acredita que o obtido até o momento é satisfatório; a outra quer insistir no pedido de redução do preço do óleo diesel e quer ainda crédito subsidiado para custeio.

Segundo o deputado Osmar Terra (PMDB-RS), ele e outros parlamentares estiveram em reuniões com integrantes do governo e nesta quarta-feira, 11, ainda um grupo tentará se encontrar com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para apresentar a demanda de redução de PIS/Cofins no óleo diesel.

##RECOMENDA##

"Tudo está sendo feito pelo WhatsApp e os grupos envolvidos seguem a rota da soja. Se não tiver uma sinalização até amanhã, pelo menos com anúncio de crédito subsidiado para custeio, eles podem parar", afirmou o deputado. "O grosso dos manifestantes são líderes locais, não existe um líder único. Eles inclusive não querem juntar as bandeiras deles às dos que pedem o impeachment da presidente", explicou.

A sexta-feira que teria sido escolhido pelos caminhoneiros, no entanto, é o mesmo dia em que o PT e os movimentos sociais marcaram uma grande manifestação em apoio à presidente Dilma Rousseff. "Nós criamos uma frente parlamentar de apoio aos caminhoneiros e tem a frente de transporte e logística. Estamos juntando uns 200 deputados para exigir uma resposta do governo antes do dia 26", disse Terra. O dia 26 é a data marcada para o próximo encontro do governo com os caminhoneiros e foi o prazo acertado para que os grupos de trabalho criados apresentem propostas. No entanto, o movimento está querendo uma resposta antes desse prazo.

Cerca de 60 caminhões chegaram à Esplanada dos Ministérios para um "buzinaço" para celebrar o fim do movimento grevista. Depois de uma reunião nesta quarta-feira, 4, com o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), os trabalhadores aceitaram terminar com o movimento e sentar à mesa de negociações, tornada permanente e que tem o próximo encontro marcado para 10 de março.

O caminhoneiro Sildo Enck estava com o seu caminhão em frente ao Congresso. Segundo ele, essa é uma "meia comemoração". "Estamos meio celebrando e meio que não porque vamos ter de voltar depois (em 10 de março)", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Segundo ele, a Polícia Militar autorizou o comboio passar pela Esplanada dos Ministérios em direção ao Congresso Nacional. O grupo prometeu não bloquear nenhuma via.

##RECOMENDA##

No encontro com Rossetto hoje, o grupo de caminhoneiros, a maioria da Região Sul, aceitou acabar com o acampamento em frente ao Estádio Nacional Mané Garrincha, onde estava há três dias. "Vamos fazer o buzinaço e depois ir embora", afirmou Enck.

O Broadcast teve acesso à pauta formulada pela categoria na manhã de hoje em uma reunião que ocorreu na Câmara dos Deputados e que foi levada para a Secretaria-Geral. Eles apresentaram sete pontos para o ministro: a redução do porcentual do último aumento do PIS/Cofins sobre o óleo diesel; definição da tabela mínima de frete na reunião de 10 de março; linha de crédito no limite de R$ 50 mil com carência de três meses; reserva de mercado de 40% em produtos transportados no País; carência de 12 meses em financiamentos de veículos e equipamentos; criação de um fórum permanente de debates; perdão das multas e notificações aplicados durante a paralisação.

Participaram do encontro 11 lideranças de caminhoneiros e o grupo teria concordado em trabalhar uma pauta mais enxuta. Parte dessas reivindicações já estava no acordo fechado na quarta-feira da semana passada.

Encontro com Rossetto

O encontro com Rossetto aconteceu no início da tarde, quando ele recebeu representantes de caminhoneiros do Sul do País. Segundo nota divulgada pela assessoria do ministro, o encontro ocorreu após a liberação de todas as rodovias federais e tratou da preparação da mesa de diálogo marcada para o dia 10 de março.

O comunicado da secretaria informa ainda que os caminhoneiros entregaram ao ministro sugestões de temas a serem tratados na mesa, coordenada pelo Ministério dos Transportes, que terá como prioridade o debate sobre a criação da tabela referencial de frete.

Caminhoneiros em greve, que começaram a chegar na madrugada desta terça-feira, 3, a Brasília para promover um "buzinaço" e tentar negociar com o governo, decidiram adiar o protesto.

Cerca de 50 caminhões foram estacionados próximo ao Estádio Nacional Mané Garrincha, mas a manifestação foi colocada em espera por conta da possibilidade de uma audiência, amanhã, com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto.

##RECOMENDA##

Deputados da Frente Parlamentar do Agronegócio prometeram que tentariam marcar o encontro. Os caminhoneiros afirmam que contam com o apoio da população no seu protesto.

Pela primeira vez desde o último fim de semana, nesta terça-feira (3) as rodovias do Rio Grande do Sul ficaram livres de bloqueios e, portanto, liberadas para o tráfego de veículos leves e pesados. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que, às 17h30 de hoje, as manifestações dos caminhoneiros no Estado haviam sido encerradas. As estradas estaduais já tinham sido desbloqueadas anteriormente.

Meia hora mais tarde, a PRF informou um novo protesto em um trecho da BR-386, na altura da cidade de Soledade, na região centro-norte do Estado. De acordo com o órgão, a manifestação, pacífica, envolve dezenas de pessoas e cerca de 50 caminhões.

##RECOMENDA##

Apesar da diminuição dos atos organizados por caminhoneiros, a PRF não recomenda o trânsito de veículos pesados durante a madrugada devido a "possível vandalismo". Na noite de ontem, manifestantes e policiais entraram em confronto em um trecho da BR-116, na região de Camaquã, cidade do centro-sul do RS. Pedras, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram atiradas, deixando um saldo de seis feridos. Segundo a PRF, 20 pessoas foram detidas em todo o Estado ontem pela participação em protestos dos caminhoneiros.

A mobilização da categoria - que reivindica a redução do preço do combustível, a flexibilização das regras para financiamento de veículos e melhores condições de trabalho - vem prejudicando a economia do Rio Grande do Sul há mais de dez dias. As decisões judiciais determinando a liberação das estradas conseguiram diminuir o número de manifestantes em alguns momentos, principalmente no último fim de semana, mas os bloqueios eram sempre retomados na sequência. Setores que dependem de produtos perecíveis, como a indústria láctea e de carnes, são os mais afetados.

Em algumas cidades do RS, postos de combustíveis ficaram sem gasolina e supermercados registraram escassez de alimentos. Os protestos nas estradas gaúchas começaram a perder força no fim do dia de ontem.

O complexo industrial da GM localizado em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, ficou paralisado na sexta-feira, 27, e no sábado, 28, por problemas de desabastecimento, voltando a funcionar normalmente na segunda-feira à tarde. Na planta são produzidos os modelos Onix, Prisma e Celta.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) esclareceu, em nota divulgada nesta terça-feira (3) que a Lei dos Caminhoneiros, sancionada ontem pela presidente Dilma Rousseff e publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União, começará a valer a partir da zero hora do dia 17 de abril. Conforme informou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, mais cedo, o início da vigência da lei gerou alguma insegurança para as concessionárias de rodovias, por exemplo, já que não estava claro a partir de quando os caminhões vazios passariam a estar isentos de cobrança dos eixos suspensos.

Conforme explicou a ANTT, a aplicabilidade da lei, no prazo de 45 dias após sua publicação, está em acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

##RECOMENDA##

A data valerá para todos os artigos da lei, incluindo a isenção do pagamento de pedágio sobre o eixo suspenso de caminhões que circulam vazios, o aumento das tolerâncias máximas nas pesagens de veículos de transporte de cargas e passageiros e a conversão das penas de multa por excesso de peso em penas de advertência, explicou a agência reguladora.

Conforme especialistas do setor, alguns desses artigos exigem regulamentação e a ANTT informou que juntamente com o Ministério dos Transportes já iniciou a regulamentação da lei. A agência destacou que estuda alternativas para "a verificação rápida e dinâmica dos veículos de carga que trafegam vazios e a contagem do número de eixos suspensos, nas praças de pedágio".

A ANTT informou também que está estudando possíveis locais para a implantação dos chamados "pontos de parada" para veículos de transporte de cargas. Conforme previsto na lei, o governo tem cinco anos para ampliar esses espaços e, no caso das rodovias administradas pela iniciativa privada, a construção dessas áreas terá de ser objeto de aditivo contratual. Conforme o texto sancionado, o poder público deverá revisar as concessões existentes, para adequá-las "respeitado o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos".

Concessionárias

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou hoje que, diante da sanção presidencial da Lei dos Caminhoneiros, a entidade estudará "as medidas cabíveis, visando a segurança das rodovias e a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da concessão".

As empresas do setor criticam, principalmente, os artigos que versam sobre a isenção de cobrança de pedágio sobre o eixo suspenso nos caminhões vazios e sobre o aumento da tolerância para a sobrecarga dos veículos. Para a entidade, a lei resultará em "rodovias menos seguras, viagens mais demoradas, pedágios mais caros e aumento de custos para os caminhoneiros".

A ABCR argumenta que, ao aumentar para 10% os limites de sobrecarga dos caminhões, a nova legislação permitirá que transitem pelas rodovias caminhões mais pesados, "que terão estabilidade e capacidade de frenagem reduzidas, o que aumenta consideravelmente o risco de acidentes". Também defende que a liberação do pagamento do eixo suspenso para caminhões vazios acarreta em maior tempo de viagem e gerará aumento do pedágio para todos os usuários, como forma de manter viabilidade das concessões de rodovias.

"Além de ignorar argumentos sólidos do setor, foram desconsideradas as orientações do Senado que, ciente dos riscos para a segurança, havia recomendado o veto dos artigos que aumentam o limite de sobrepeso e isentam o pagamento de eixo suspenso", criticou, em nota, a entidade, que diz ter alertado "reiteradamente" governo e sociedade sobre a possibilidade de aumento do número de acidentes nas estradas e do custo logístico para o País.

Parlamentares federais que receberam nesta terça-feira (3) representantes de caminhoneiros em greve têm ameaçado o governo com o trancamento da pauta caso as demandas dessa categoria de trabalhadores não sejam atendidas. A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) organizou uma audiência pública, hoje, na Comissão de Agricultura da Câmara e disse que divulgará nota de repúdio criticando o Palácio do Planalto por não permitir a presença de deputados no encontro de caminhoneiros com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto.

Osmar Terra (PMDB-RS) era um dos deputados mais exaltados nesta terça-feira. "Não vamos votar nada que o governo queira. Não vamos votar o ajuste fiscal do governo até que ele resolva essa questão", ameaçou. Dois representantes dos caminhoneiros que estão estacionados ao redor do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, estão no Palácio do Planalto para uma conversa com Rossetto.

##RECOMENDA##

Ivar Schmidt, um dos líderes do Comando Nacional do Transporte, questionado se haveria "buzinaço" em Brasília, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que ainda não há nada definido sobre o protesto. "Talvez haja um buzinaço em comemoração, mas vai depender do que ocorrer nessa conversa com o ministro", disse.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando