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O papa Francisco elogiou neste domingo o acordo adotado pelos 195 países para lutar contra o aquecimento global, pedindo bastante atenção para com os países mais afetados por este fenômeno.

"A aplicação do acordo que muitos classificam como histórico exigirá um compromisso unânime e um um generoso envolvimento por parte de cada um", afirmou o Papa durante a tradicional oração do Angelus na Praça de São Pedro.

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O papa insistiu que se dê atenção às populações mais vulneráveis.

"Peço à comunidade internacional em sua totalidade que acompanhe cuidadosamente o caminho empreeendido, dentro de uma solidariedade cada vez mais ativa", concluiu.

Um acordo inédito para lutar contra o aquecimento global, cuja velocidade ameaça o planeta com catástrofes climáticas, foi adotado neste sábado em Paris, sob uma salva de palmas por 195 países, após vários anos de negociações extremamente árduas.

O Acordo de Paris vai substituir a partir de 2020 irá o atual Protocolo de Kyoto, e estabelece as bases para a redução das emissões de gases de efeito estufa e, mais importante, para começar a sonhar com um mundo sem combustíveis fósseis.

A Casa Branca está comemorando o que chamou de "o mais ambicioso acordo sobre mudança climática da História" depois que os Estados Unidos e outros 194 países apoiaram o "Acordo de Paris", primeiro marco jurídico universal de luta contra o aquecimento global. O documento da 21ª Conferência do Clima (COP21) das Nações Unidas terá caráter "legalmente vinculante", obrigará todas as nações signatárias a organizar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura da Terra a 1,5ºC até 2100 e preverá US$ 100 bilhões por ano para projetos de adaptação dos efeitos do aquecimento a partir de 2020.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, planeja se manifestar sobre o acordo em discurso ainda neste sábado (12). A Casa Branca disse que o acordo estabelece "um quadro global de longo prazo e durável" para cortar as emissões de gás de efeito estufa. Os EUA são o segundo maior poluidor do mundo, e Obama prometeu que o país cortará suas emissões totais em 26% a 28% até 2030.

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As conversas sobre o clima já haviam enfrentado oposição dos Republicanos, que controlam o Congresso. Eles dizem que o compromisso de Obama de reduzir emissões das centrais de energia dos EUA pode cortar milhares de empregos norte-americanos e aumentar os custos da eletricidade. Fonte: Associated Press.

A cidade de Paris estava parcialmente paralisada nesta segunda-feira (30), em função da conferência sobre o clima da ONU em Le Bourget (periferia norte), apesar de os franceses terem respeitado, aparentemente, as recomendações de não utilizar carros e, na medida do possível, permanecer em casa.

Várias grandes avenidas estavam fechadas ao trânsito, em particular os acessos do norte que ligam a capital a Le Bourget. Um trecho das rodovias permaneceu fechado ao trânsito, reservada aos veículos oficiais, assim como a autoestrada A1, que liga a capital a Le Bourget e ao aeroporto internacional de Roissy-Charles de Gaulle.

Mais de 150 chefes de Estado e de Governo participam na cerimônia de abertura da COP21. As autoridades solicitaram aos moradores da região de Paris que não utilizassem os automóveis e, na medida do possível, evitassem os deslocamentos, inclusive nos transportes públicos, gratuitos durante todo o dia.

Também pediram às empresas que liberassem os funcionários por um dia. Algumas permitiram o trabalho de casa.

A 21.ª Conferência do Clima (COP-21), que reúne nesta segunda-feira, 30, cerca de 153 chefes de Estado e de governo em Paris, vai resultar em um acordo "legalmente vinculante" para substituir o Tratado de Kyoto como marco jurídico internacional de combate ao aquecimento da Terra. A afirmação foi feita ao Estado pela secretária executiva da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Christiana Figueres.

Essa disposição contradiz a resistência do governo dos Estados Unidos, que tem posição refratária a um acordo com força de lei para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Christiana é a principal autoridade da ONU sobre mudanças climáticas e exerce papel de mediadora das negociações diplomáticas . Questionada pela reportagem sobre se o acordo em discussão terá caráter obrigatório, a executiva foi taxativa. "Claro. Será um acordo legalmente vinculante."

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Kerry

Em 12 de novembro, o secretário de Estado americano, John Kerry, concedeu entrevista ao jornal Financial Times na qual afastou a hipótese de que a conferência resulte em um acordo internacional com força legal, como o Protocolo de Kyoto. "Definitivamente não será um tratado", disse Kerry, reforçando a seguir que "não será um acordo legalmente vinculante de metas de redução de emissões como Kyoto".

O Protocolo foi firmado na 3.ª Conferência do Clima (COP-3), realizada no Japão em 1997, e ainda hoje é a principal diretriz da luta contra o aquecimento global. Indagada pelo Estado se Washington concordará com o caráter obrigatório do acordo de Paris, Figueres afirmou. "Sim, os EUA vão concordar." Para a secretária executiva, porém, "é muito simplista dizer que o acordo será igual ao Protocolo de Kyoto". "Será um instrumento legalmente vinculante muito mais complexo", argumentou. "Será legalmente vinculante, será assinado sob o guarda-chuva da Convenção da ONU, assim como o Protocolo de Kyoto foi, mas teremos instrumentos que terão diferentes níveis, diferentes naturezas de obrigações legais."

Na última reunião de cúpula do G-20, realizada na Turquia, a declaração final do evento, assinada por todos os líderes presentes, incluindo o presidente dos EUA, Barack Obama, exortava a comunidade internacional a adotar "um instrumento com força legal" na COP 21. Mas as dúvidas persistem sobre a disposição de Washington de se engajar (mais informações nesta página). Em resposta às declarações de Kerry, o presidente da França, François Hollande, que, como anfitrião, costura o acordo global, afirmou que, "se o acordo não for legalmente vinculante, não haverá acordo".

Financiamento

Para a secretária executiva, outra questão sensível da COP-21, o financiamento da mudança de matriz energética e das medidas de adaptação, está encaminhado. "Esse ponto está muito claro. Os US$ 100 bilhões precisam vir de países desenvolvidos ou da iniciativa privada", explicou, descartando um aporte obrigatório de países emergentes, como o Brasil.

Nesse sentido, o acordo respeitaria o princípio das "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", um dos parâmetros das negociações climáticas. "Eu não espero que (os recursos) venham do setor público de países em desenvolvimento. Isso não quer dizer que, além dos US$ 100 bilhões, países em desenvolvimento não possam contribuir, como já vimos com a China, que está colocando US$ 3 bilhões na mesa em uma colaboração sul-sul."

Por outro lado, disse a secretária, as discussões para criação de um mecanismo de verificação para controlar o cumprimento de metas de redução de emissões de gases de efeito estufa ainda está em aberto. A proposta é que uma avaliação seja feita a cada cinco anos, quando as metas seriam mantidas ou aprimoradas - mas nunca pioradas. "Isso ainda é realmente parte da discussão em curso."

Risco zero

Seis anos depois do fracasso retumbante da COP-15, em Copenhague, na Dinamarca, Christiana Figueres diz que há risco de fracasso "zero". A situação seria diferente porque, dois anos depois do desastre de Copenhague, na 17ª Conferência do Clima, realizada em Durban, na África do Sul, os chefes de Estado e de governo assumiram o compromisso formal de chegar a um acordo em 2015, em Paris. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estrelas de Hollywood e do mundo da moda foram às ruas neste domingo, em Londres, junto com milhares de pessoas, para exigir compromissos contra o aquecimento global, na véspera da Conferência da ONU sobre o Clima, a COP21, em Paris. ~

A COP 21 começa, oficialmente, nesta segunda-feira (30). "Este clamor popular tem de ser ouvido. Essa cúpula histórica tem uma importância vital", disse à AFP a atriz Emma Thompson.

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"No ano passado, fui junto com a minha filha ao Ártico. Lá, eu vi com meus próprios olhos a degradação do meio ambiente. O clima muda tão rápido atualmente porque os protocolos de Kioto foram ignorados", acrescentou.

"A ameaça é séria. É preciso agir. Se formos numerosos o bastante, os políticos terão de nos ouvir. Eles querem ser reeleitos e, por isso, vão responder", afirmou o cantor Peter Gabriel. A célebre estilista Vivienne Westwood, o líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn e a cantora Charlotte Church também participaram da passeata.

"Queremos enviar uma mensagem clara para dizer que queremos um acordo, que meras palavras não são suficientes. De Uagadugu a Londres, passando pelo Nepal, o mundo inteiro marcha como se fosse uma única pessoa, reclamando ações", destacou o diretor de campanha da organização Avaaz, Sam Barratt.

"Isso me afeta diretamente. Se nada mudar, minha terra vai ficar submersa", disse Mikaele Maiava, de 37, de Tokelau, que faz parte da Nova Zelândia.

"É o problema da nossa geração, não é um problema apenas para os ambientalistas. A educação é essencial. Nunca se é jovem demais para se sensibilizar com problemas tão fundamentais", defendeu a francesa Katia Herault, que vive em Londres, e levou os filhos vestidos como o peixinho Nemo, personagem da animação "Procurando Nemo".

Desde sexta-feira, dezenas de manifestações têm acontecido ao redor do mundo para aumentar a pressão sobre os representantes dos 195 países, reunidos a partir de amanhã, em Paris, para as negociações sobre o clima.

As forças de segurança francesas usaram gás lacrimogêneo neste domingo (29) em Paris para conter centenas de manifestantes, muitos deles mascarados, que jogaram sapatos e garrafas contra os agentes, durante manifestações contra o aquecimento global, na véspera do início da reunião mundial sobre o clima.

O protesto foi convocado em Paris contra a proibilão de manifestar-se, à margem da COP21. Os manifestantes se reuniram perto da Praça da República, convocados por pequenos grupos "AntiCop21", contrários à conferência do clima da ONU em Paris.

Aos gritos de "Ouçam nossas vozes! Estamos aqui!" e "Estado de emergência, Estado policial, não vão tirar nosso direito de manifestação", os ativistas "AntiCOP21" seguiram para a Praça da República, centro da capital.

Alguns jogaram sapatos e garrafas contra as forças de segurança. Outros chegaram a jogar uma barreira de metal contra a polícia, que reagiu com gás lacrimogêneo e avançou contra os manifestantes.

Paris se encontra em estado de emergência desde os atentados jihadistas de 13 de novembro, que deixaram 130 mortos. As manifestações foram proibidas na cidade.

Ao mesmo tempo, mobilizações em todo o mundo e uma corrente humana em Paris, perto dos locais dos atentados do 13 de novembro, exigiram neste domingo a adoção de um acordo contra o aquecimento global por parte dos 195 países que participam das negociações da COP21.

Milhares de pessoas de todas as idades deram as mãos ao longo de 2 km na avenida Voltaire, na zona leste de Paris, deixando um espaço de 100 metros diante da casa de espetáculos Bataclan. O estabelecimento sofreu o mais letal dos ataques que deixaram 130 mortos na fatídica sexta-feira 13. "Por um clima de paz!", pediam vários cartazes perto do Bataclan.

As manifestações em Paris aconteceram sob um rígido esquema de vigilância policial e, apesar da proibição, atualmente em vigor, da realização de atos públicos na região de Paris.

Quase 10.000 homens das forças de segurança foram enviados para a capital para proteger a cidade durante a Conferência da ONU sobre o Clima. Desse efetivo, 2.800 agentes ficarão na sede da COP21, organizada no parque de exposições aeronáuticas Le Bourget.

Para simbolizar a grande marcha que não pôde acontecer, os ativistas deixaram milhares de sapatos na Praça da República e fizeram um cerco à estátua central para tentar evitar que manifestantes mais radicais usassem velas e outros objetos em homenagem às vítimas como "projéteis".

Segundo os organizadores, quase quatro toneladas de sapatos foram deixados no local, que se transformou em um memorial das vítimas.

As mobilizações pelo clima vão da Austrália, onde milhares de pessoas saíram às ruas, até o México, incluindo várias cidades de todos os continentes.

O objetivo é exigir medidas que impeçam transformações irreversíveis, como secas devastadoras e a elevação do nível dos oceanos. Segundo os estudos de referência, essas mudanças vão ocorrer ao longo deste século, inevitavelmente, se as emissões de gases causadores do efeito estufa se mantiverem em seu nível atual.

COP21 começa na segunda-feira

A partir desta segunda-feira, 30 de novembro, 147 chefes de Estado e de Governo vão participar da cúpula do clima em Le Bourget, ao norte de Paris. O evento reunirá pelo menos 40.000 participantes, entre eles 10.000 delegados de 195 países, além de cientistas, observadores, jornalistas e visitantes.

Barack Obama (Estados Unidos), Xi Jinping (China), Angela Merkel (Alemanha), Dilma Rousseff e Enrique Peña Nieto (México) estão entre os líderes esperados. O objetivo da conferência é limitar o aquecimento a 2ºC em relação à era pré-industrial, reduzindo as emissões poluentes que causam a mudança climática.

Sinal de que o tempo urge para alcançar um acordo antes do fim da conferência em 11 de dezembro, o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, convocou os delegados a se reunirem a partir de domingo, um dia antes do previsto, para começar a preparar as negociações.

A China e a França concordaram em trabalhar para "alcançar um acordo ambicioso e juridicamente vinculativo" na conferência de Paris sobre as mudanças climáticas.

Este acordo deve ser acompanhado de mecanismos de monitoramento dos compromissos esperados, de acordo com uma declaração conjunta dos presidentes chinês e francês, Xi Jinping e François Hollande.

Estes compromissos serão alvos de uma "revisão completa a cada cinco anos", indica a declaração emitida pelos dois presidentes, que ressaltaram a sua "determinação de trabalhar juntos" para o sucesso da conferência.

A um mês antes da abertura da conferência, que deve reunir cerca de 193 países, Pequim e Paris se pronunciaram a favor de que um acordo seja "juridicamente vinculativo" e "reflita o princípio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas" para limitar o aumento da temperatura global abaixo de 2°C.

Pequim e Paris declararam que são "favoráveis a uma revisão completa a cada cinco anos sobre os progressos", e ressaltaram a necessidade de um "sistema de transparência melhorado para reforçar a confiança mútua".

O presidente chinês, que lidera o país mais poluente do mundo, considerou que esta declaração conjunta, que engloba 21 pontos, mostra "o compromisso comum de fazer com que a conferência de Paris seja um sucesso".

O presidente Hollande estimou, por sua vez, que significava "um grande passo" para um acordo na COP21.

"Com esta declaração, apresentamos as condições que nos permitem vislumbrar um sucesso", disse ele, acrescentando que "um acordo é agora possível" em Paris.

Os líderes também ressaltaram "a importância da tarifação do carbono", que poderá "assumir diversas formas".

"O desenvolvimento de um mercado nacional de carbono na China constitui um passo importante e um sinal forte e encorajador", indica o comunicado.

"Estamos otimistas sobre o sucesso desta conferência", afirmou Xi Jinping, que disse que seu país "avança em seus esforços" contra o aquecimento global.

Esforços dos países

A conferência de Paris, que contará com a presença de pelo menos 80 líderes de todo o mundo, incluindo os presidentes chinês e americano, Barack Obama, busca um acordo global sobre as mudanças climáticas para limitar o aumento da temperatura a dois graus Celsius em comparação à era pré-industrial.

A China, que responde por 25% das emissões globais de gases do efeito estufa, será um importante protagonista desta conferência, principalmente no intenso debate sobre o quanto os países em desenvolvimento devem contribuir para os esforços contra as mudanças climáticas.

Os países desenvolvidos têm que continuar a "adotar metas ambiciosas com números específicos", indicaram Hollande e Xi.

Eles também deveriam "orientar suas políticas de forma progressiva para objetivos concretos de redução e limitação das as emissões", "em função de suas respectivas situações nacionais", acrescentaram.

Hollande chegou nesta segunda-feira na China, com a esperança de alcançar esta declaração conjunta com o presidente chinês.

Pequim, que lidera o "grupo dos 77" (que reúne os países em desenvolvimento), pode exercer uma forte pressão sobre os seus parceiros durante a COP21, em particular sobre a Índia, quarto maior emissor mundial de gases do efeito estufa.

A proposta brasileira para a 21ª Conferência sobre o Clima (COP 21), em Paris/França, deverá ser finalizada até o dia 1º de outubro. A previsão foi apresentada pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC) do Senado, que destacou as ações do Brasil dentre as possibilidades de um novo acordo climático global.

As sugestões brasileiras para a redução dos impactos ambientais que ameaçam as mudanças do clima no planeta – voltadas, especialmente, à diminuição da emissão de gases do efeito estufa – serão, sob a avaliação de Bezerra Coelho “equilibradas; porém, ambiciosas”. “O Brasil e o mundo devem atuar de forma equilibrada: gerar emprego e renda sem destruir seus ecossistemas”, defendeu o socialista.

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PROTAGONISMO DO BRASIL – O senador Fernando Bezerra Coelho acredita ainda no protagonismo do Brasil nas discussões sobre as mudanças climáticas, já que a questão ambiental será um dos principais temas do encontro da presidenta Dilma Rousseff (PT) com o presidente dos EUA, Barack Obama. A reunião está marcado para o final do próximo mês de junho.

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