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O Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito, divulgado nesta terça-feira pela Serasa Experian, subiu 14% em maio na comparação com o mês anterior, após ter recuado 11,2% em abril. Em relação a maio de 2011 houve queda de 7,5%, recuo menor do que os 9,8% verificados na comparação anualizada de abril. A procura por crédito apresenta queda de 7,6% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano sobre o mesmo período de 2011.

De acordo com a empresa, o Dia das Mães, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no setor automotivo e os anúncios de reduções das taxas de juros pelos bancos animaram o consumidor em maio. "Apesar desta reação, os níveis mais elevados de inadimplência e de endividamento do consumidor ainda mantêm a demanda por crédito em patamares inferiores aos registrados ao longo do primeiro semestre de 2011", afirma a Serasa Experian, em nota à imprensa.

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Consumidores que ganham até R$ 500 por mês e os que têm renda entre R$ 500 e R$ 1.000 mensais foram os que mais buscaram crédito em maio, com altas de 16,3% e 15%, respectivamente, ante abril. No acumulado do ano, porém, apenas o primeiro grupo aumentou a busca por crédito em relação ao mesmo período de 2011, ainda sim com uma alta modesta de 1,9%. Todos os outros - com vencimentos a partir de R$ 500 e acima de R$ 10.000 mensais - apresentam recuo no acumulado do ano, entre 7,3% e 8,9%.

Na análise por regiões do País, o destaque ficou para os Estados do Sul, que apresentaram alta de 16,3% no indicador em maio ante abril. No entanto, no acumulado do ano sobre o mesmo período de 2011, o Sul é a região que apresenta a maior variação negativa deste índice (-9,2%). Todas as outras regiões estão no campo negativo nesta base de comparação. No Sudeste, o recuo em 2012 chega a 8,7%.

O Itaú Unibanco e a Ideal Invest, gestora do programa de crédito universitário privado denominado Pravaler, anunciam contrato de associação. Após a aprovação da operação por órgãos reguladores e o cumprimento de algumas etapas, o Itaú Unibanco passará a deter entre 20% e 30% do capital da Ideal Invest, que reunirá sob sua gestão as carteiras de ambas as instituições no segmento de crédito educativo.

Em nota, o Itaú destaca que a transação "reforça o compromisso de ambos em possibilitar o acesso de mais brasileiros ao ensino superior". O produto poderá ser contratado em 265 instituições de ensino em 23 Estados.

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Segundo o comunicado, a meta da Ideal Invest é beneficiar pelo menos mais 100 mil alunos, com investimentos adicionais de R$ 2 bilhões ao longo dos próximos cinco anos. Hoje, a estrutura societária da Ideal Invest reúne o fundo de private equity DLJ South American Partners, o IFC - International Finance Corporation, o FIP gerido pela EOS Investimentos e executivos.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está trocando experiências com as entidades que implementam o Programa de Fortalecimento de Redes de Microfinanças, patrocinado pela Citi Foundation (Fundação Citi), com parceria da organização norte-americana Seep Networks (Redes Seep). Segundo informações da Agência Sebrae de Notícias, o objetivo é estimular e desenvolver redes de instituições de microfinanças, apoiando principalmente, empreendedores individuais (EI) e microempresas. 

Segundo a agência, o Sebrae realizará as ações em um trabalho conjunto com a Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), a Associação Brasileira de Sociedade de Crédito ao Microempreendedor, e à Empresa de Pequeno Porte (ABSCM). Assim, a ideia é que a iniciativa fortaleça as entidades, visando estimular capacidade administrativa e de empreendedorismo corporativo.

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O lançamento do programa foi feito no dia 21 deste mês, em São Paulo. Na ocasião, ocorreram apresentações de temas e foram realizadas mesas-redondas com diversas instituições ligadas ao microcrédito e suporte empresarial. Para o diretor-técnico do Sebra, Carlos Alberto dos Santos, os pequenos negócios ainda possuem atritos para conseguirem crédito. “O acesso efetivo a crédito pelos pequenos negócios ainda é um grande desafio a ser superado”, comenta.

A duração do programa é de três anos. Algumas das medidas que serão realizadas são o apoio técnico à prestação dos serviços, produção de diagnóstico e intercâmbio de conhecimento e de melhores práticas com entidades da América Latina.





A média diária de concessões de novas operações de crédito cresceu 6% em abril na comparação com março, segundo informou, nesta sexta-feira, o Banco Central (BC). Diariamente, os bancos concederam em média R$ 9,711 bilhões em financiamentos, maior valor desde dezembro de 2011. Em 12 meses, a média diária cresceu 6,2%.

Por segmento, a média diária de novos créditos para pessoas físicas subiu 8,1% em abril, para R$ 3,936 bilhões. Em 12 meses, houve aumento de 7,9%. Nos empréstimos para empresas, foi registrada expansão de 4,6% em abril na média diária, para R$ 5,776 bilhões. Em 12 meses, cresceu 5,1% nesse segmento.

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Os dados de abril mostram pelo segundo mês consecutivo aumento no estoque de crédito. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o crescimento do estoque é compatível com a previsão oficial da instituição de que o crédito deve terminar o ano com expansão de 15% sobre 2011. Também é um sinal, diz Maciel, de retomada nesse indicador econômico, que ganhou "certo fôlego".

Maciel fez questão de lembrar que essa expansão vem se dando com um custo de crédito menor, referindo-se ao corte na taxa de juros promovido pelos bancos. "A gente não via quedas mensais de juros nessa magnitude há muito tempo, desde 2009. Estamos observando expansão com custo mais barato, fator que tende a contribuir para a redução da inadimplência lá na frente", afirmou.

Na avaliação do BC, os bancos devem manter o rigor e a seletividade nas concessões de crédito. Isso, no entanto, não impedirá um crescimento maior do volume de financiamentos. Para Maciel, a queda dos juros aumentará a procura por crédito. "Os estímulos estão dados e, certamente, isso tende a se reverter no crescimento de crédito".

O Boletim Regional Trimestral de abril divulgado pelo Banco Central nesta quarta-fgeira indicou que as operações de crédito superiores a R$ 1 mil apresentaram alta trimestral de 4,2% em fevereiro. Isso foi causado pela expansão da concessão de empréstimos de 7,7% para pessoas físicas e de 1,7% para empresas.

De acordo com o documento, o estoque das operações de crédito em 12 meses avançou 20,6% em fevereiro, devido ao incremento de 26,5% para pessoas físicas e 16,4% para pessoas jurídicas.

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Segundo a análise regional, os aumentos mais vigorosos da concessão de crédito ocorreram no Nordeste, com alta de 6,2%, seguida pelo Sul, com avanço de 4,6%.

A busca do consumidor por crédito caiu 11,2% em abril na comparação com março, resultado que contribuiu para o primeiro quadrimestre fechar em queda de 7,6% ante o mesmo período do ano passado, com o pior nível em termos de demanda desde 2008, informou nesta terça-feira a Serasa Experian. Em relação a abril de 2011, o Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito recuou 9,8%, a sexta queda consecutiva na comparação anual.

A demanda por crédito recuou em todas as faixas de renda pesquisadas. No entanto, a queda foi um pouco maior entre os consumidores com maior renda. Entre os que ganham entre R$ 5.000 e R$ 10.000 mensais, houve diminuição de 12,5% na procura por crédito em abril ante março. Entre os que recebem de R$ 2.000 a R$ 5.000, a variação negativa foi de 12,3% no período. Consumidores com salários acima de R$ 10.000 diminuíram a procura por crédito em 11,8% em abril na comparação com março.

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Na faixa de renda que compreende vencimentos entre R$ 1.000 e R$ 2.000, o recuo foi de 11,8% em abril ante o mês anterior. Entre os que recebem de R$ 500 a R$ 1.000, a queda foi de 10,7% e entre aqueles que possuem salário abaixo de R$ 500 a demanda caiu 9,1%. Os consumidores dessa faixa de renda menor, porém, foram os únicos que apresentaram avanço na busca por crédito no quadrimestre, com leve alta acumulada de 1,6% frente ao mesmo período de 2011.

Na comparação entre regiões do País, a maior queda em abril ante março ocorreu no Sul (-15%) e a menor, no Norte (-6%). Na comparação do acumulado do ano sobre o mesmo período de 2011, o Sul também lidera as quedas (-9,4%) e o Norte segue com as menores variações negativas na demanda por crédito (-1,3%).

Para a Serasa Experian, o recuo do indicador é explicado pelo aumento da inadimplência verificado desde o início do ano passado, o que leva os consumidores a dar prioridade à quitação das dívidas em atraso. "Além disso, com inadimplência mais elevada aumenta o rigor na aprovação de novos créditos, o que também contribui para desestimular o consumidor na busca por novos financiamentos", afirma a empresa, em nota distribuída hoje à imprensa.

O crescimento de pouco mais de 16% no crédito para 2012 projetado Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é um porcentual "substancial e significativo", de acordo com Wilson Roberto Levorato, vice-presidente executivo da Federação.

Levorato não quis se pronunciar sobre a polêmica criada após divulgação do documento da Febraban, que continha essa projeção, de 16,2%, número inferior aos 16,6% projetados em março, e afirmações de que juros baixos não resultarão em mais crédito.

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Nesta quarta-feira, durante seminário sobre inclusão bancária, Levorato destacou a solidez do sistema bancário brasileiro em relação ao de outros países. "O Brasil era o país do futebol. Hoje, é o país dos bancos de primeira linha. Temos um sistema financeiro do qual temos de ter orgulho", disse. "Não fomos afetados pela crise do subprime e por tudo de ruim que acontece lá fora."

O executivo disse ainda que os bancos têm investido em tecnologia para crescer e trabalhado para melhorar o atendimento à população e o controle do superendividamento.

Em relação a esse ponto, afirmou que a inadimplência deve parar de subir. "A expectativa é de estabilização. Houve um crescimento, a gente espera que baixe, porque não há nenhum sinal hoje de que a inadimplência vai continuar crescendo. Ela tem tendências para baixar", disse.

Sobre o aumento do provisionamento dos bancos, disse que isso se deu em cima de um balanço de 31 de março e que "cada banco analisa sua situação".

A companhia global MasterCard acaba de entrar nos negócios de "carteiras digitais". A nova oferta, chamada de PayPass Wallet Services, será conduzida por meio de seu sistema de ponto-de-venda PayPass, com aproximadamente 500 mil pontos ao redor do mundo, onde consumidores podem recorrer a um cartão ou celular com Comunicação de Campo Próximo (NFC, em inglês) para realizar uma compra. A empresa também permitirá que terceiros criem sistemas de pagamentos com suas próprias marcas.

O método foi anunciado durante um evento na segunda-feira em New Orleans, noite anterior ao começo da apresentação do CTIA Wireless. No principal discurso, que aconteceu na manhã de terça-feira, a companhia também revelou uma parceria com a Intel para ajudar os fabricantes de PC a construírem um hardware de “toque-e-pague” para ultrabooks.

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Para usar o chamado PayPass Wallet, os clientes irão se inscrever e fornecer informações para 25 cartões de crédito, incluindo outras marcas que não a MasterCard, além de informações de envio. Ao realizar uma compra online ou via celular, eles poderão escolher um cartão e um destinatário além daqueles selecionados anteriormente.

Quando forem comprar pela web ou via fone, os usuários irão tocar o logo do PayPass Wallet Services e será solicitada uma senha única. Uma vez digitada, irão escolher um cartão e um local de envio e clicar para completar a transação; usando um telefone equipado com NFC em um terminal de loja, eles também terão que passar pelo “carrossel” de seleções, mas irão escolher um cartão da sua lista para ser usado com o sistema de “toque-e-pague” do PayPass.

O que mantém a processo da MasterCard diferente dos outros sistemas de “carteiras digitais” anunciados pela Visa, Google, PayPal e outras é como a companhia está abrindo sua plataforma para terceiros, disse o analista da Gartner, Mark Hung. Bancos e outros parceiros poderão adotar o PayPass Wallet Services de dois jeitos diferentes: usar o serviço próprio da MasterCard, sob sua própria marca, ou simplesmente usar a interface do programa de aplicação (API, em inglês) da empresa para construir sua própria plataforma. O único sinal da MasterCard em ofertas de parceiros será o logotipo da empresa, localizado junto ao logo do PayPass Wallet.

A oferta “V.Me” da Visa, anunciada ano passado, também possui extensão de compras online, móvel e em lojas, mas a empresa está “abraçando sua oferta junto ao peito” mais do que a MasterCard, disse Hung. Isso significa que os consumidores terão mais oportunidades de oferta ao ingressarem no PayPass Wallet, ele completou. E em comparação com o PayPal, que está se aproximando das lojas físicas a partir do online e móvel construindo lentamente sua rede de venda de dispositivos, a MasterCard possui uma vantagem na parte mais difícil da equação, concluiu.

A oitava edição do Feirão Caixa da Casa Própria movimentou R$ 3,1 bilhões em negócios realizados na sexta-feira e neste sábado, entre contratos assinados no local e os já negociados, conforme informações da assessoria de imprensa da Caixa Econômica Federal. Nos dois primeiros dias do Feirão, foram atendidas 138.923 pessoas nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador.

Interessados em adquirir imóveis no Feirão da Caixa têm até as 18 horas deste domingo, quando se encerra o atendimento nos locais de exposição. Esta é a primeira edição do evento organizado pela Caixa após o banco reduzir os juros do crédito imobiliário em até 21%, taxas que passaram a valer na última sexta-feira, dia de abertura do evento.

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Participam da oitava edição do Feirão, que acontece de 4 de maio até a primeira quinzena de junho, mais de 760 construtoras, quase 400 imobiliárias e 460 correspondentes da Caixa. No total, serão ofertados mais de 430 mil imóveis usados, novos e em construção. Na última edição desta iniciativa, foram negociados R$ 10 bilhões em contratos assinados e encaminhados.

As próximas cidades a receberem o evento são Curitiba, Fortaleza e São Paulo, entre os dias 18 e 20 de maio. No fim de semana seguinte, de 25 a 27 de maio, será a vez de Uberlândia, Campinas e Porto Alegre sediarem o evento. Belém e Florianópolis encerram o cronograma do oitavo Feirão Caixa. Nestas cidades, a iniciativa acontece de 8 a 10 de junho.

Depois de eliminar a caderneta de poupança como empecilho para a redução da taxa básica de juros (Selic), o próximo passo do governo para diminuir o custo dos empréstimos será dar sequência às negociações com os bancos privados para reduzir o spread - diferença entre o que as instituições pagam para tomar recursos e o que cobram dos clientes.

As equipes técnicas do Ministério da Fazenda e dos bancos já discutem quais medidas podem ser adotadas. A base da discussão é a lista apresentada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ao governo no mês passado. O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que é preciso construir as condições para que a redução da Selic seja transmitida para toda economia. Ele antecipou que nos próximos dias será publicado um decreto que permitirá o funcionamento mais efetivo do Cadastro Positivo.

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O mecanismo, que também está na lista de pedidos da Febraban, permite que os clientes transfiram seus dados de uma instituição financeira para outra para negociarem juros mais baixos. Barbosa disse será possível avançar em alguns tópicos apresentados pelos bancos.

"O que vai acontecer provavelmente é que a gente vai chamar os bancos para discutir alguns pontos especificamente. Cada ponto merece uma reflexão. Alguns podem avançar, outros não. Mas uma grande reunião para discutir lista de lavanderia, de novo, acho que não, até porque fica improdutivo", afirmou. O secretário deixou claro, no entanto, que medidas com impacto fiscal têm menos possibilidades de ser adotadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os brasileiros gastam R$ 194,8 bilhões por ano com pagamento de juros de empréstimos bancários. Isso equivale a dizer que, se todas as 54 milhões de pessoas com conta em banco hoje tivessem buscado crédito no sistema financeiro, cada uma teria um gasto anual de R$ 3,6 mil. Essa cifra corresponde à despesa só com juros, sem considerar a amortização do empréstimo principal.

Os cálculos da despesa com juros foram feitos, a pedido do Estado, pelo presidente da empresa de classificação de risco Austin Rating, Erivelto Rodrigues. Para chegar a esse resultado, foram consideradas cinco linhas de crédito: cheque especial, crédito pessoal, crédito consignado, aquisição de veículos e de bens. Os saldos e as respectivas taxas de juros cobradas em cada linha usadas no cálculo estão disponíveis no relatório de crédito de março do Banco Central. Ficaram de fora o crédito imobiliário e o cartão de crédito.

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Os dados mostram que, para as linhas analisadas, o gasto com juros cresceu 60% em três anos. Em março de 2009, a despesa anual com juros das linhas de crédito analisadas era de R$ 121,5 bilhões e, em março deste ano, atingiu R$ 194,8 bilhões. No mesmo período, o saldo das operações de crédito correspondentes cresceu 85%: de R$ 264,5 bilhões em março de 2009 para R$ 490,7 bilhões em março deste ano.

"O ritmo de aumento do gasto com juros foi menor do que o aumento do volume dos empréstimos feitos ao consumidor exclusivamente por causa da redução da taxa básica de juros, Selic, já que o spread ficou estável no período", ressalta Rodrigues. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Central chama atenção para o fato de que o crédito voltou a crescer de maneira um pouco mais forte em março. O chefe do Departamento Econômico da casa, Tulio Maciel, destacou nesta quarta-feira o fato de que a expansão das carteiras de 1,7% no trimestre foi a maior verificada nos últimos meses.

Parte desse crescimento visto no fim do trimestre pode ser atribuído à desvalorização cambial, fato que infla as carteiras de crédito em outras moedas, mas que são divulgadas em reais. "Mas, de maneira geral, observamos expansão em março nas concessões em um ambiente de redução de taxas de juros e dos spreads bancários. O movimento (dos juros e spreads) está em linha com o que havíamos citado em situações anteriores que previa essa redução acompanhando a política monetária", disse.

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Outro fator que influencia positivamente os juros e spreads é a redução da inadimplência em março, que, no caso das pessoas físicas, caiu pela primeira vez desde dezembro de 2010. "Essa tem sido uma variável importante e observamos uma redução da inadimplência em março", disse Maciel, ao comentar que a acomodação do nível dos calotes "é um bom sinal, em linha com a perspectiva de acomodação e reversão que a gente vinha anunciando".

Inadimplência

Maciel avaliou de maneira positiva a redução do nível de calote nos empréstimos para pessoas físicas em março. A inadimplência de 7,4%, porém, é considerada elevada. "Mas março mostra que estamos dentro daquele cenário que vínhamos anunciando. A tendência é de acomodação e reversão no médio prazo. Mas é claro que isso não significa redução contínua da inadimplência a partir de agora", disse.

Apesar dessa perspectiva, Maciel anunciou que o calote no financiamento de veículos, que já era recorde em fevereiro, voltou a subir no mês passado e agora já atinge 5,7% das operações, nova marca histórica.

No crédito para empresas, Maciel também chamou atenção para o fato de que o juro médio praticado em março - de 27,7% ao ano - é o menor desde junho de 2010, quando a taxa média havia ficado em 27,3%.

Segundo Maciel, os bancos já estão mais seletivos na concessão de crédito para a compra de veículos. O comportamento, explica ele, melhora o perfil dos clientes que conseguem o financiamento. "Já há algum tempo bancos têm reportado maior rigor na concessão de crédito, maior cautela. Isso implica adesão de tomadores com melhor perfil", disse Maciel.

Clientes com melhor perfil explicam o fato de que, a despeito da inadimplência recorde, juros e spreads do financiamento para veículos tenham caído no mês passado. Na média, o juro do crédito para compra de carros caiu de 27% em fevereiro para 26,5% em março. Parte da queda é explicada pela redução dos spreads, que caíram 17,5 pontos para 17,3 pontos no mesmo período. Ou seja, juros caem porque o cliente atual é melhor, tem menor risco de calote, que os consumidores que tomavam crédito anteriormente.

O técnico do BC comentou ainda que boa parte da inadimplência recorde em veículos observada em março é gerada por empréstimos concedidos pelos bancos em 2010, especialmente no segundo semestre daquele ano. "Na época, bancos praticavam prazos mais longos, condições de crédito mais favoráveis e tivemos uma expansão mais expressiva nessa modalidade", disse.

Ao repetir que prevê redução da inadimplência em breve, Maciel comentou que há vários fatores que sinalizam melhora dos indicadores de capacidade de pagamento do consumidor. "A inadimplência está associada à capacidade de pagar dos clientes. E, nesse sentido, os salários continuam crescendo e o emprego também. Isso vai se refletir na inadimplência mais à frente", disse, ao comentar que também há efeito da redução dos juros e da reversão das medidas macroprudenciais.

O número de empresas que procuraram crédito em março cresceu 14,4% em relação a fevereiro e 5,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Com o resultado de março, o Indicador da Demanda das Empresas por Crédito, divulgado nesta quinta-feira pela Serasa Experian, fechou o primeiro trimestre com alta de 0,8% em relação ao mesmo período de 2011. Houve, portanto, aceleração sobre o último trimestre do ano passado, que havia crescido 0,2% na comparação com o quarto trimestre de 2010.

A pequena aceleração registrada no primeiro trimestre é um sinal, na avaliação dos economistas da empresa, de que a atividade permaneceu fraca no início de ano, apenas ligeiramente melhor que no último trimestre do ano passado.

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De acordo com a Serasa Experian, o destaque em março foi o setor de serviços, com alta de 15,8% frente a fevereiro. A demanda por crédito das empresas do comércio avançou 14% e a da indústria, 12,2%.

As empresas industriais lideraram o aumento da busca por crédito no primeiro trimestre, com 3,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2011. O setor de serviços registrou aumento de 2,8% e no comércio foi verificado recuo de 1,2%. Os economistas da empresa atribuem o desempenho do comércio ao fraco movimento das vendas de fim de ano e ao nível elevado da inadimplência do consumidor.

Desde a crise passada, brasileiros nunca tiveram tantas dívidas em atraso nos bancos. Dados do Banco Central mostram que, em fevereiro, a cada R$ 100 emprestados às pessoas físicas, R$ 14,02 estavam com atraso superior a 15 dias nos pagamentos.

Esse é o pior desempenho desde setembro de 2009. Ao todo, são R$ 73 bilhões em dívidas que não são pagas há mais de 15 dias, valor que saltou 44% nos últimos 12 meses.

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Entre as várias linhas de crédito oferecidas pelos bancos, o financiamento para compra de veículos amargava a pior inadimplência da história: em fevereiro, 5,5% dos empréstimos tinham atraso nos pagamentos de mais de 90 dias.

Outros 8,4% das operações estavam atrasadas entre 15 e 89 dias. Ao todo, R$ 24,5 bilhões em financiamentos para compra de carros, motos e caminhões sofriam com atraso de pelo menos duas semanas, valor que saltou 137% nos últimos 12 meses.

Os bancos explicam que o recorde nos calotes da pessoa física tem feito com que as instituições fiquem mais rigorosas na oferta de crédito, ao aplicar prazos menores, juros maiores e mais requisitos para liberar o empréstimo.

Na quinta-feira, o vice-presidente da Associação Nacional de Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Gilson Carvalho, disse em Brasília que, atualmente, de cada dez pedidos de financiamento, cinco são recusados pelas instituições financeiras. Há alguns meses, a recusa era menor, de três a cada dez pedidos.

Entre as demais linhas de crédito, a tendência também é de aumento do volume de pagamentos em atraso. No cheque especial, os casos em que clientes ficam mais de 15 dias seguidos com o uso do limite da conta já somam 15,4% das operações ou R$ 3,39 bilhões em fevereiro. Um ano antes, 12% dos clientes usavam o cheque em mais de metade do mês.

Em trajetória semelhante, os atrasos de mais de 15 dias já somam 10,5% de todos os empréstimos de crédito pessoal realizados pelos bancos brasileiros, porcentual que equivale a R$ 25,9 bilhões.

Um ano antes, a fatia era de 8,7% das operações com pagamento atrasado há mais de duas semanas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A taxa média de juros bancários para empréstimo pessoal caiu 0,09 ponto porcentual em abril, passando de 5,87% para 5,78% ao mês, segundo pesquisa da Fundação Procon-SP feita no dia 3 de abril. Antes, portanto, do anúncio dos pacotes de corte de juros anunciados por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF). Os juros do cheque especial também recuaram, passando de 9,54% para 9,52% ao mês, uma variação de 0,02 ponto porcentual. A pesquisa foi feita em sete bancos: Banco do Brasil, Bradesco, CEF, HSBC, Itaú, Safra e Santander.

Na pesquisa, a CEF aparece com a menor taxa de juros de empréstimo pessoal (4,9%) e de cheque especial (8,25%). Os maiores juros foram encontrados no Itaú, 6,76%, no empréstimo pessoal, e no Safra, 12,3% no cheque especial.

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A assessora técnica da Diretoria de Estudos e Pesquisas (DEP) da Fundação Procon-SP, Cristina Rafael Martinussi, disse, em nota, que as reduções não foram expressivas em pontos porcentuais, mas apontam a tendência do mercado frente à maior flexibilização da política monetária do País.

"A tendência de queda dos juros, puxada pelo movimento dos bancos públicos, deve estimular a competição entre as instituições financeiras, o que pode levar a um aumento da oferta de crédito e redução das taxas de juros", disse. A expectativa é de que os reflexos no sistema financeiro da iniciativa dos bancos públicos apareçam já nas próximas pesquisas.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, fez uma série de cobranças em entrevista ao Estado, logo após o anúncio das medidas de apoio à indústria, na semana passada. Ele chamou os bancos de "avaros" na concessão de crédito "em momentos difíceis", classificou a ideia de desindustrialização como "tosca" e disse que o governo não vai dar mais incentivos às montadoras.

"O setor já tem muito incentivo", disse Pimentel. "Não vejo necessidade de mexer." Pelo contrário, Pimentel cobrou investimentos em pesquisa e inovação. "Não podemos dizer que ela (a indústria automobilística) está fazendo jus ao tamanho do mercado que o Brasil é." Pimentel baixou o tom, porém, ao comentar o estudo que teria sido encomendado por ele prevendo medidas mais agressivas para influenciar a taxa de câmbio. "Quem sou seu (para pedir medidas mais agressivas)", disse o ministro. "Sou mineiro".

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A seguir, os principais trechos da entrevista de Pimentel:

Os resultados do pacote aparecerão quando?

O efeito não é no curto prazo, mas será muito positivo. Para a desoneração da folha, temos a exigência da noventena. Mas, nas outras medidas, não. Acho em 90 dias tudo estará regulamentado e rodando. O BNDES em 10 e 15 dias já estará rodando as linhas com taxas novas.

Era preciso oferecer capital de giro com taxas subsidiadas?

Há quem diga que o BNDES deveria se limitar aos investimentos de longo prazo, mas infelizmente o nosso mercado de crédito privado tem sido meio avaro na concessão de crédito (risos). Qualquer sinal de crise, eles restringem. Essa é uma queixa muito grande. O BNDES acaba tendo que suprir uma escassez do crédito privado.

O que pode ser feito?

Não sei se o BC pode estimular com alguns mecanismos, reduzir o compulsório. O aumento dos juros e do spread não faz sentido. A Selic está caindo. Não dá para entender. Eles estão se precavendo de um risco hipotético de crise. Na hora em que a economia mais precisa de crédito, justamente quando as coisas não estão tão bem, o setor privado se retrai. É natural que o setor estatal acabe tendo de cobrir. Não adianta baixar só o juro se o spread não cai.

A queda da taxa Selic ajuda no problema cambial?

Ajuda, mas não é decisiva. A economia sólida e uma política fiscal consistente acabam atraindo capital. E os nossos juros ainda são bem mais altos do que a média internacional. Isso tudo faz entrar muito dólar. Teremos que conviver daqui para frente com a moeda mais valorizada do que foi historicamente. Não estou dizendo com isso que vamos deixar valorizar demais. Pelo contrário.

O ministro Mantega falou que o dólar em R$ 1,80 e razoável...

Essa taxa não é nenhuma maravilha, mas é razoável. Ele um pouco que sinalizou - não vou dizer que é um novo patamar - mas que vamos tentar manter essa taxa aí.

Essa taxa é boa?

A indústria tem cadeias produtivas muito integradas com fornecedores lá fora. Não tem uma taxa de câmbio que atenda todo mundo. A taxa que vai ser boa para quem está muito mal será ruim para quem está melhor.

Mas o Sr está confortável com R$ 1,80?

Quando a gente vai viajar é muito bom (risos). Mas se eu for exportar é ruim demais. Para quem está fora do padrão de competitividade, de fato não é. Temos que ajustar. Como não vamos administrar o câmbio, temos que compensar isso com outro tipo de medida. É o que estamos fazendo agora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nem bem a corrida pelo aumento do crédito e redução dos juros começou e os bancos públicos já estão em desvantagem. Pelo menos quanto à classificação dos empréstimos concedidos aos clientes. Dados do Banco Central mostram que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm operações para pessoas físicas com classificação de risco pior que nos concorrentes privados.

Quando um financiamento é realizado, bancos avaliam a transação e atribuem uma nota individual. É parecido com o que as agências de classificação de risco fazem com os países. Pelos critérios do Banco Central, as avaliações vão de "AA" até "H", a pior entre as nove possíveis.

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Nas duas primeiras notas - "AA" e "A" - estão as melhores operações e que têm o menor risco de calote. A partir de "B", ficam os financiamentos com atraso de 15 dias no pagamento ou risco equivalente. No "H" estão os clientes que não pagam há mais de seis meses.

Por esse critério, bancos particulares têm boa parte dos clientes na melhor faixa, entre o "AA" e "A": 75,9% dos empréstimos para pessoas físicas recebem essa classificação. Nos públicos, a situação é oposta: a maioria está no grupo entre "B" e "H", faixa que concentra 55% dos financiamentos. Portanto, a fatia dos melhores clientes fica com 45% das operações.

O BB e a Caixa vão reduzir a partir desta semana os juros de várias linhas de crédito. O objetivo é tirar parte da clientela dos bancos privados. Além disso, o governo acredita que o movimento pode incentivar a concorrência e provocar a redução dos juros em todo o mercado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Além da redução dos juros a partir da próxima semana, o Banco do Brasil (BB) também anunciou nesta terça-feira aumento dos limites de crédito dos clientes pessoa física (PF) e micro e pequenas empresas (MPE). Ao todo, a instituição financeira estatal vai oferecer R$ 43,1 bilhões adicionais em crédito.

O aumento do limite de crédito beneficiará as micro e pequenas empresas em R$ 26,8 bilhões. Já o segmento de pessoa física contará com reforço de R$ 16,3 bilhões nos empréstimos e financiamentos. Em nota distribuída à imprensa, o BB afirma que as medidas "são resultado da combinação inovadora da metodologia de análise de risco, que prioriza bons pagadores, com a propensão ao consumo da sociedade". O pacote de redução do juro e aumento dos limites de crédito dos consumidores foi batizado de "Bom pra todos" pelo BB.

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"Com o Bom pra todos vamos reduzir os spreads, aumentar a oferta de crédito, estimular o uso consciente do crédito e ainda atrair novos clientes no contexto da livre opção bancária", diz o presidente do BB, Aldemir Bendine, na nota, ao comentar a opção prevista pela legislação de que os trabalhadores podem escolher a instituição financeira pela qual querem receber o salário, independentemente de acordos da empresa. "Esse movimento só está sendo possível graças aos nossos baixos níveis de inadimplência e vai nos permitir ampliar o volume de negócios; com isso, ajudar o País a crescer", completa o executivo.

O aumento da inadimplência e da proporção da renda das famílias comprometidas com o pagamento de juros e amortizações deve limitar a expansão do crédito em 2012. Para alguns analistas, esse pode ser um freio no Produto Interno Bruto (PIB) este ano, assim como os problemas da indústria e o aumento das importações.

Em fevereiro, o crédito à pessoa física cresceu 0,7%, para R$ 958,9 bilhões - a segunda menor expansão mensal desde o início de 2005. Já o crédito total, incluindo empresas, caiu 0,13% em janeiro, a primeira queda desde pelo menos 2005, e cresceu apenas 0,4% em fevereiro, para R$ 2,034 trilhões.

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Em janeiro e fevereiro, o crédito total cresceu num ritmo semelhante ao de 2009, ano de menor expansão recente (15%), em plena crise global. "A desaceleração é geral, e abrange o crédito direcionado e para pessoas jurídicas e físicas", diz Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra.

Em termos de novas concessões de crédito (indicador que exclui a acumulação de juros) para pessoas físicas, o crescimento em fevereiro, de 15,5% ante o mesmo mês do ano anterior, é o mais lento em cinco anos. Em 2008, antes da crise global, esse indicador chegou a crescer 34%.

Um setor em que a freada no crescimento do crédito foi particularmente intensa é o de aquisição de veículos, que foi visado pelo governo nas medidas macroprudenciais do fim de 2010 - quando o objetivo era esfriar o consumo por causa das pressões inflacionárias.

Com um saldo de R$ 176,5 bilhões, o crédito para compra de veículos representa um terço dos empréstimos à pessoa física (excluindo cooperativas e leasing). Para o crescimento do PIB, é um segmento estratégico, dado o impacto do setor automobilístico e de suas cadeias produtivas na economia.

Recorde - Com as medidas macroprudenciais, a média diária de concessões de crédito para a aquisição de veículos despencou de R$ 541 milhões em novembro de 2010 para R$ 382 milhões em janeiro de 2011. A partir daí, a média oscilou, mas em fevereiro de 2012 caiu para R$ 380,8 milhões, abaixo do nível subsequente às medidas macroprudenciais.

"O movimento das concessões casa muito bem com o da venda de veículos, porque 60% é com crédito", comenta Kawall. Ele nota que o BC relaxou um pouco, em meados do segundo semestre de 2011, o aperto introduzido no fim de 2010.

No crédito para a aquisição de veículos, a taxa de inadimplência de 5,4% em fevereiro é recorde dos últimos anos, superando o máximo atingido durante o auge da crise global, de 5,5% em junho de 2009. A inadimplência nessa carteira cresceu em todos os meses desde dezembro de 2010, quando estava em 2,5%.

A inadimplência do conjunto dos empréstimos à pessoa física subiu de 5,7% em dezembro de 2010 para 7,6% em fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aumento dos juros cobrados às pessoas físicas no mês passado aconteceu especialmente no crédito pessoal e no financiamento para a compra de veículos. Dados apresentados nesta terça-feira pelo Banco Central (BC) mostram que a taxa média do crédito pessoal, que inclui os empréstimos consignados, aumentou de 50,3% ao ano em janeiro para 50,6% anuais em fevereiro, taxa mais alta desde outubro do ano passado, quando estava em 52,2%.

Nos empréstimos para a compra de veículos, o juro médio avançou de 26,8% para 27% anuais. Nesse caso, a taxa paga pelos consumidores foi a mais alta desde novembro do ano passado, quando estava em 27,2%.

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Mas nem todas as operações para pessoas físicas tiveram aumento do juro. No cheque especial, a taxa média caiu de 185,9% anuais em janeiro para 182,8% em fevereiro. No financiamento de loja, a taxa também recuou, e passou de 62,1% para 58,3% ao ano, no mesmo período.

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