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A liberação dos recursos para custeio e comercialização previstos no Plano de Safra 2011/2012 recuou 0,9% no período de julho a outubro em relação ao mesmo período do ano passado, quando atingiu R$ 29,747 bilhões. Os dados divulgados hoje pelo Ministério da Agricultura mostram liberação de R$ 29,467 bilhões nos três primeiros meses da safra atual. Já o crédito para investimento cresceu 7% ante os R$ 4,367 bilhões do ano passado, atingindo R$ 4,673 bilhões.

Segundo o Ministério da Agricultura, a maior parte dos recursos liberados para custeio e comercialização corresponde à obrigatoriedade de aplicação no crédito rural de parcela dos depósitos à vista dos bancos. Os recursos obrigatórios liberados entre julho e outubro somaram R$ 20,357 bilhões. O valor corresponde a 50,9% do previsto para esta safra e ficou 19% acima do liberado em igual período do ano passado.

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No caso do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), houve aumento de 2,5% na liberação total de recursos destinados a custeio e comercialização, que atingiu R$ 1,094 bilhão. O principal agente financeiro foi o Banco do Brasil, que liberou R$ 1,557 bilhão, valor 20,4% acima do registrado em igual período do ano passado. Ainda não houve registro de liberação no Pronamp de parte dos R$ 2 bilhões previstos dos recursos obrigatórios.

Os recursos da poupança rural aplicados em custeio e comercialização nos três primeiros meses desta safra somaram R$ 2,391 bilhões, valor 44% abaixo dos R$ 4,273 bilhões liberados em igual período do ano passado. As liberações de recursos do Fundo de Defesa da Cafeicultura (Funcafé) para custeio e comercialização totalizaram R$ 668,2 milhões, com recuo de 31,9% em relação aos R$ 981,2 milhões liberados de julho a outubro do ano passado. Também houve uma queda de 24,1% no repasse dos recursos dos constitucionais, que passou de R$ 832 milhões nos primeiros três meses da safra passada para R$ 631,3 milhões neste ano.

No crédito de investimento a principal fonte de recursos até agora é a obrigatoriedade sobre os depósitos à vista dos bancos. As aplicações somaram R$ 1,666 bilhão de julho a outubro deste ano, valor 0,8% superior a igual período do ano passado. As liberações de recursos dos fundos constitucionais somaram R$ 1,110 bilhão e tiveram crescimento de 37,1%. A planilha mostra recuo de 31,5% nas liberações do BNDES, que atingiram R$ 863,5 milhões. Na linha especial do BNDES, a juros controlados de 6,5% ao ano, para financiar bens de capital, foram liberados até agora R$ 2,074 bilhões, valor 1,1% acima do registrado em igual período do ano passado.

O programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABCE), um dos principais destaques no atual Plano de Safra, ainda continua com baixo volume de operações. O programa conta com juros de 5,5% ao ano para financiar práticas sustentáveis, como recuperação de pastagens e integração lavoura-pecuária. Segundo o levantamento, de julho a outubro foram liberados R$ 107,2 milhões, valor 19,4% acima do registrado em igual período do ano passado, mas apenas 3,4% do montante de R$ 3,150 bilhões disponibilizados nesta safra. O Pronamp, outra aposta do governo, para proporcionar competitividade à classe média rural, apresentou expansão de 78,5% nas liberações para investimento, que atingiram R$ 692,1 milhões.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que, com o resultado do governo central, divulgado hoje pelo Tesouro Nacional, o governo já atingiu 94% da meta cheia de superávit do ano, de R$ 127,8 bilhões. "Portanto, vamos cumprir o fiscal de acordo com o compromisso do governo. Isso vai continuar nos próximos anos", afirmou, durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.

O ministro aproveitou a presença na Casa para parabenizar a Câmara pela aprovação da Desvinculação das Receitas da União (DRU). "É importante para alocar melhor os recursos da União", destacou. Ele lembrou que o tema segue agora para o Senado.

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Mantega salientou também a importância de redução dos gastos de custeio do governo, o que abriria espaço para a queda do juro no Brasil. Ele disse ainda que o País tem tomado medidas de defesa comercial. "Temos todos os tipos de produtos querendo entrar no Brasil."

Taxas de crédito

O ministro da Fazenda afirmou que o custo do crédito ao consumidor no Brasil é muito alto. Segundo ele, esta é uma tarefa que o governo ainda precisa cumprir. "Vamos trabalhar para a redução das taxas de crédito. Dessa maneira teremos novo impulso para o mercado interno", disse. No entanto, Mantega lembrou que os juros já estão caindo no Brasil. Ele afirmou que o início do ciclo de redução das taxas de juros pelo Banco Central é um dos fatores que ajudará na recuperação da economia.

Na avaliação de Mantega, o câmbio está num patamar razoável, o que torna os produtos nacionais mais competitivos. Mantega destacou também as medidas anunciadas para melhorar a competitividade da indústria.

Ele terminou sua apresentação reiterando que o governo vai continuar tomando as medidas necessárias para enfrentar a crise mundial. "Estamos preparados para enfrentar a crise", afirmou.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que, com o resultado do governo central, divulgado hoje pelo Tesouro Nacional, o governo já atingiu 94% da meta cheia de superávit primário do ano, de R$ 127,8 milhões. "Portanto, vamos cumprir o fiscal de acordo com o compromisso do governo. Isso vai continuar nos próximos anos", afirmou, durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. O superávit primário é a economia do governo para o pagamento dos juros da dívida pública.

Ele aproveitou a presença na Casa para parabenizar a Câmara pela aprovação da Desvinculação das Receitas da União (DRU). "É importante para alocar melhor os recursos da União", destacou. Ele lembrou que o tema segue agora para o Senado.

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Mantega salientou também a importância de redução dos gastos de custeio do governo, o que abriria espaço para a queda do juro no Brasil. Ele disse ainda que o País tem tomado medidas de defesa comercial. "Temos todos os tipos de produtos querendo entrar no Brasil."

Taxas de crédito

O ministro da Fazenda afirmou que o custo do crédito ao consumidor no Brasil é muito alto. Segundo ele, esta é uma tarefa que o governo ainda precisa cumprir. "Vamos trabalhar para a redução das taxas de crédito. Dessa maneira teremos novo impulso para o mercado interno", disse. No entanto, Mantega lembrou que os juros já estão caindo no Brasil. Ele afirmou que o início do ciclo de redução das taxas de juros pelo Banco Central é um dos fatores que ajudará na recuperação da economia.

Na avaliação de Mantega, o câmbio está num patamar razoável, o que torna os produtos nacionais mais competitivos. Mantega destacou também as medidas anunciadas para melhorar a competitividade da indústria.

Ele terminou sua apresentação reiterando que o governo vai continuar tomando as medidas necessárias para enfrentar a crise mundial. "Estamos preparados para enfrentar a crise", afirmou.

Ao usar o dinheiro de plástico, brasileiros de menor renda preferem a função "crédito" ao uso no "débito". Pesquisa do Banco Central (BC) divulgada hoje mostra que o cartão de crédito é mais popular entre as classes C, D e E do que o uso do débito em conta. Nas classes A e B, a utilização é exatamente a contrária.

Segundo o levantamento divulgado nesta manhã junto do Relatório de Inclusão Financeira, o cartão de crédito é o instrumento preferido de pagamento de 13% dos brasileiros da classe C e de 8% dos consumidores das classes D e E. Esses porcentuais são maiores que o uso do cartão de débito, que foi opção de 12% na classe C e 6% entre os clientes das classes D e E.

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Já entre os consumidores mais ricos, o cartão de débito lidera o uso do dinheiro de plástico e é preferido por 25% dos clientes das classes A e B. A função crédito é usada por parcela menor, de 17% desses consumidores.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou ontem a reforma de suas principais linhas emergenciais de financiamento diante do agravamento da crise europeia. "O FMI foi chamado a melhorar sua caixa de ferramentas de empréstimos para ajudar seus membros a dar conta da crise. As novas ferramentas nos darão capacidade de responder mais rápido e de forma eficaz em benefício de todos os nossos membros", afirmou, em nota, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

Nessa reforma, o FMI substituiu a Linha de Crédito de Precaução (PCL, na sigla em inglês) por uma versão mais flexível e capaz de atender não só a "necessidades potenciais" de financiamento do déficit de balanço de pagamentos, mas também a crises já em andamento.

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A nova Linha de Precaução e de Liquidez (PLL) poderá ser usada para garantir liquidez em curto prazo, de menos de seis meses, ao país afetado. Nesse caso, o limite de crédito será de 250 vezes o valor da cota anual do país. Em situações especiais, nas quais a crise seja gerada por choques externos, esse teto poderá ser elevado para 500 vezes. A PLL poderá ainda ser demandada para uma ajuda mais robusta e de prazo mais largo, de 12 a 24 meses. O país teria acesso a um montante que pode alcançar 1.000 vezes o valor da cota anual. Essa modalidade estaria sujeita a revisões semestrais.

Ambas as versões do PLL têm como contrapartida o compromisso do país beneficiado com políticas de reforço dos fundamentos econômicos e de suas instituições. "Este é um passo a mais para a criação de uma rede efetiva de segurança financeira mundial para lidar com o aumento da interconexão no mundo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A desaceleração da economia brasileira e o agravamento do quadro financeiro internacional derrubaram, pelo segundo mês seguido, o número de empresas que buscaram crédito em outubro. Segundo a Serasa Experian, a procura caiu 4,2% na comparação com setembro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, porém, houve alta de 4,1%. No acumulado do ano, o aumento foi de 3,1% ante os primeiros dez meses de 2010.

De acordo com o Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito, a queda de outubro ante setembro foi puxada pelos micro e pequenos estabelecimentos. A busca de micro e pequenas empresas por crédito recuou 4,5% sobre setembro, mas em comparação a outubro de 2010 houve aumento de 4,2%, e no acumulado do ano, de 3,3%.

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As médias e grandes empresas registraram em outubro avanço de 0,8% e 1,6%, respectivamente, em comparação com setembro. Ante o mesmo mês de 2010, o aumento foi de 2% para as médias empresas e de 11,4% para as grandes. No acumulado do ano, a busca por crédito apresentou queda de 0,3% no caso das médias e alta de 5,3% entre as grandes.

Para a Serasa, os números indicam que as médias e grandes empresas estão se voltando para fontes internas de financiamento diante das incertezas no cenário internacional, num movimento semelhante ao ocorrido em 2008. Além disso, o atual movimento de redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC) e de reversão de medidas macroprudenciais ainda vai demorar para fazer efeito sobre a demanda das empresas por crédito.

Na análise por setor, a demanda por empresas comerciais e industriais caiu 4,6% e a de serviços recuou 3,7%. Entre as regiões do País, a maior queda foi verificada no Centro-Oeste, onde a procura por crédito recuou 8,5% em outubro ante setembro, enquanto a menor ficou com o Sul (-1,5%). No Sudeste, a retração foi de 4,5%.

O governo volta a incentivar o crédito para o consumo em um momento que, teoricamente, tem ingredientes arriscados: brasileiros nunca deveram tanto e nunca comprometeram parcela tão grande do salário para pagar as dívidas. Desde a crise de 2008, quando o governo aumentou a oferta de crédito para manter a economia aquecida, a dívida total dos brasileiros saltou 80,7% e o valor das parcelas pagas mensalmente cresceu 60%. Enquanto isso, o salário aumentou bem menos: 33,3%.

Dados do Banco Central revelam que o endividamento das famílias está no nível mais alto da história: pessoas físicas devem cerca de R$ 715,19 bilhões aos bancos em operações das mais simples, como o microcrédito e o cheque especial, até financiamentos longos, como o imobiliário e de veículos, passando pelo caro cartão de crédito.

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Segundo o BC, cada brasileiro deve atualmente 41,8% da soma dos salários de um ano inteiro, um recorde. Há pouco mais de três anos, quando começou a crise de 2008, brasileiros deviam o correspondente a 32,2% de sua renda de 12 meses.

O diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, disse no começo do mês que a instituição não está preocupada com o aumento do endividamento das famílias porque o prazo praticado pelos bancos cresceu e os juros têm caído. Além disso, o mercado de trabalho e a renda seguem em expansão.

Nos últimos dias, o BC retirou parte das amarras impostas ao crédito no fim do ano passado. Com o objetivo de aumentar a demanda interna, foram anunciados incentivos para financiamentos voltados ao consumo. Além disso, o juro básico da economia cai desde agosto com o mesmo objetivo de baratear o crédito, incentivar o consumo e, assim, reduzir os efeitos da crise internacional - receituário bem parecido com o usado na crise de 2008.

Mas o quadro tem, gradualmente, mudado. As forças geradas pelo complicado quadro global têm aparecido cada vez mais: estoques elevados, produção industrial cada vez mais lenta e desaceleração na geração de empregos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) elogiou a decisão do Banco Central (BC) de afrouxar as medidas de contenção ao crédito. As medidas favorecem o desenvolvimento das operações de crédito no Brasil, ainda mais no cenário esperado pelo BC de impacto importante do cenário internacional sobre a economia brasileira, ressalta o Informativo Semanal de Economia Bancária.

Entre as medidas destacadas pelo comunicado está a revogação do aumento do pagamento mínimo da fatura de cartão de crédito, que subiria de 15% para 20% em dezembro, e a redução das exigências para empréstimos de curto prazo. Medidas anunciadas na última sexta-feira (11) pela autoridade monetária.

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Em relação ao cartão de crédito, a Febraban acredita que a manutenção do percentual atual evitou um aumento do nível de comprometimento de renda. De modo geral, entretanto, a federação diz que ainda é difícil medir os impactos das novas regras. Segundo os banqueiros, se o cenário continuar se deteriorando, tanto a oferta como a demanda por crédito, tendem a se retrair, o que pode contrabalançar o efeito das medidas adotadas.

 

São Paulo – O número de pessoas que procuraram crédito em outubro diminuiu 4,6% em relação a setembro, de acordo com Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito. Na comparação com outubro do ano passado, a demanda aumentou 0,1%, sendo a menor taxa de expansão anual desde outubro de 2009. No acumulado do ano, houve crescimento de 10,5% em relação ao mesmo período de 2010.

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Todas as regiões do país registraram queda na busca por crédito em outubro, sendo que as as maiores retrações ocorreram no Nordeste (-6%) e no Norte (-5,8%). No Centro-Oeste, o recuo chegou a 3,9%; no Sul, a 4,3%; e no Sudeste, a 4,4%.

Mesmo com a maior queda na comparação mensal, o Nordeste aparece com a maior taxa de aumento da procura por crédito no acumulado no ano, com expansão de 15,9%. Em seguida, vem o Centro-Oeste, com crescimento de 12,1%. O Norte registrou alta de 10% no período; o Sudeste, de 9,6%; e o Sul, de 8,1%.

Quando analisada a faixa de renda, o indicador mostra que a retração na procura por crédito em outubro ocorreu em todas as faixas salariais. A queda foi maior entre os consumidores que ganham entre R$ 500 e R$ 1.000 mensais (-5,8%). Em seguida, aparecem aqueles com rendimento mensal entre R$ 1.000 e R$ 2.000 (-4,7%) e os que ganham mais de R$ 10.000 por mês (-4,5%). A menor redução foi registrada entre os consumidores que ganham até R$ 500 por mês (-1,7%).

No acumulado do ano, as pessoas que ganham até R$ 500 por mês continuam na liderança do aumento d busca por crédito, com expansão de 24,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Depois, estão os consumidores que ganham entre R$ 5.000 e R$ 10.000 por mês, com alta de 14%. Aqueles com renda mensal entre R$ 1.000 e R$ 2.000 registram alta de 5,9% nessa base de comparação.

A Prefeitura do Recife, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), realiza até sexta-feira (11) atividades relativas à Semana Global do Empreendedorismo. Equipes do Banco do Povo estarão orientando, no Ônibus da Cidadania, os microempresários sobre linhas de crédito destinadas ao incremento da atividade que realizam. O ônibus está instalado na Praça do Diário, no bairro de Santo Antônio, das 8 às 17h.

Lá, além das informações sobre linha de crédito, os empreendedores e prestadores de serviços de pequeno porte poderão se formalizar como Empreendedores Individuais. Para isso, os mesmos terão que contribuir mensalmente com o valor de R$ 35. Formalizando-se como empreendedor individual, o empresário terá direitos à aposentadoria por idade, salário-maternidade após carência, pensão e auxilio reclusão. Aos interessados, o evento é gratuito.

DOCUMENTOS
Para formalizar o pedido de empreendedor individual, os empresários e demais interessados deverão comparecer ao Ônibus da Cidadania. Lá, os candidatos deverão apresentar os documentos pessoais (RG, CPF) e o comprovante de residência.

O Banco Central (BC) está testando o menor nível de juro real no Brasil desde que foi lançado o plano Real. A taxa real desconta a inflação esperada dos juros cobrados. Na média de outubro, o juro real caiu para 4,5%. Os juros prefixados de 360 dias entre grandes empresas e bancos ficaram em 10,5%. Deduzindo-se a expectativa de inflação do IPCA nos próximos 12 meses, de 5,7%, chega-se aos 4,5%.

Para o BC, a queda do juro real é compatível com a volta do IPCA para bem perto do centro da meta de inflação, de 4,5%, no final de 2012. A instituição conta com a desaceleração da economia pela alta anterior da Selic, a taxa básica de juros, pelas medidas macroprudenciais de contenção do crédito e pela política fiscal mais apertada.

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Além disso, o BC vê um gradual processo de declínio da chamada "taxa neutra" de juros, que é o juro real que não estimula nem desestimula a demanda. Quanto menor a taxa neutra, mais baixa pode ser a Selic que mantém a inflação sob controle. "O juro neutro é importante, as pessoas têm de prestar mais atenção nisso", diz uma fonte da equipe econômica.

No mercado, porém, há uma corrente bastante preocupada com a recente aceleração da queda do juro real. "Essa redução tem sido forçada, e é por isso que hoje temos uma combinação pior de inflação e crescimento", diz o economista Fernando Rocha, sócio da gestora de recursos JGP, que prevê crescimento de apenas 2,5% em 2012, com inflação de 5,6%. "Não há mudança estrutural nos últimos anos que possa ter aberto o caminho para uma queda sustentável desta magnitude do juro real", diz Silvio Campos, economista da consultoria Tendências. Um ex-diretor do BC observa que o atual nível do juro real está próximo, até um pouco abaixo, do recorde de baixa anterior, em 2009, quando havia uma clara política de estímulo à demanda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Congresso Nacional aprovou hoje um projeto destinando crédito suplementar de R$ 999 milhões para os ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para ações no âmbito do programa Brasil Sem Miséria, principal bandeira da presidente Dilma Rousseff. O projeto segue para a sanção presidencial.

Na exposição de motivos enviada ao Congresso, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, argumenta que esse recurso permitirá ao Ministério do Desenvolvimento Agrário intensificar a "inclusão produtiva dos agricultores familiares" por meio da compra de produtos e ao Desenvolvimento Social promover ações de segurança alimentar e ampliar o pagamento de benefícios do programa Bolsa Família.

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Foram aprovados ainda outros três projetos de liberação de créditos. Um liberou R$ 88 milhões para o Ministério da Educação, com o objetivo de transferência de recursos para Estados e municípios no âmbito do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O recurso pretende atender a 475 estabelecimentos de educação infantil. Outro destinou R$ 38 milhões ao Judiciário para atividades como o armazenamento de processos.

O último projeto aprovado abriu crédito no valor de R$ 44 milhões para o Ministério do Desenvolvimento Social para a assistência às famílias de adolescentes vítimas de violência sexual e investimentos na compra de equipamentos para cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje que o Brasil está "preparado" e tem "capacidade" de enfrentar um ambiente internacional mais difícil nos próximos meses, "se for o caso" de "agudização" do cenário econômico. Em entrevista ao programa "Bom Dia Ministro", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tombini avaliou que o governo brasileiro acompanha o cenário internacional de forma "criteriosa".

Segundo ele, uma vez que as economias estão muito integradas, os problemas no cenário internacional afetam o País. Mas o País está preparado, repetiu Tombini. Ele citou duas ferramentas que auxiliam essa defesa do Brasil e que foram importantes na crise financeira de 2008: as reservas internacionais e os depósitos compulsórios.

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Na sua avaliação, o acordo sobre o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos trouxe "alívio". "O impasse foi superado", mas ele ponderou que a situação da economia internacional inspira "cuidados". Tombini destacou que a economia mundial cresce menos do que o esperado, com revisões de expansão para baixo.

Crédito

O presidente do Banco Central afirmou que o crescimento do crédito no Brasil tem mostrado dinamismo de forma segura. Nesse momento de moderação do crescimento da economia brasileira, segundo Tombini, o crédito cresce menos, mas essa expansão ocorre de forma "vibrante". Ele destacou que os níveis de inadimplência no Brasil são historicamente baixos.

Na sua avaliação, o crédito cresce na esteira da expansão da classe média e da formalização do emprego no Brasil. Para ele, o ritmo de expansão do crédito é saudável. Tombini ponderou que o volume de crédito no País, de 50% do Produto Interno Bruto (PIB), não é dos maiores em relação a outros países.

Os recursos serão gerenciados pela instituição do Banco Mundial voltada ao setor privado, a Corporação Internacional de Finanças (IFC, na sigla em inglês), em parceria com o banco JPMorgan. O objetivo é permitir que os produtores, cooperativas e bancos se protejam da exposição ao risco nos mercados agrícolas.

Por meio da ferramenta de Gerenciamento de Risco de Preço Agrícola, o IFC vai destinar até US$ 200 milhões em crédito a clientes que usam produtos específicos de hedge (proteção contra riscos). O JPMorgan disponibilizará a mesma quantidade de recursos.

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O comunicado do Banco Mundial diz que "como a exposição associada às operações de gerenciamento de risco é tipicamente menor do que a quantidade principal de hedge disponível para os clientes, essas exposições combinadas devem resultar em US$ 4 bilhões em proteção contra riscos de preços, que será organizada pelo JPMorgan para produtores e compradores agrícolas de mercados emergentes".

A nova ferramenta é especialmente importante porque pequenos produtores de mercados emergentes, e também consumidores, costumam ter dificuldades para acessar os sofisticados instrumentos de hedge disponíveis no mundo desenvolvido. Em teleconferência, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que o grupo está conversando com outros bancos para expandir o esquema.

"Isso pode mostrar como instrumentos financeiros podem trazer segurança para milhões de fazendeiros, produtores e consumidores. Estar totalmente exposto às altas e baixas dos preços significa estar muito vulnerável", comentou Zoellick.

 "(O novo sistema) pode ajudar os países a resolver seus próprios problemas na promoção de investimentos em agricultura."

O crescimento da produtividade de arroz e trigo em países em desenvolvimento, que representam 80% da população global, desacelerou para 1% ao ano, ante 3% na década de 1970. A proteção contra o risco, especialmente em mercados voláteis, ajuda os produtores e processadores de alimentos a melhorar suas estratégias de investimento no longo prazo. Charles Ogang, presidente da Federação Nacional de Produtores de Uganda, destacou recentemente a necessidade de que os países em desenvolvimento tenham estruturas de mercado mais confiáveis e transparentes para bilhões de pequenos proprietários.

O lançamento do novo sistema de gerenciamento de risco ocorre pouco antes da reunião de ministros de Agricultura do grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20), que ocorrerá em Paris amanhã e quinta-feira. Eles discutirão um acordo para conter a volatilidade sem precedentes nos preços dos alimentos. Estre as propostas avaliadas estão melhorar a transparência nos mercados físico e futuro; formar estoques para amortecer oscilações de preço; e desenvolver ferramentas de gerenciamento de risco para os mais vulneráveis.

Os preços dos alimentos atingiram nível recorde em fevereiro, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cujo relatório publicado na semana passada indicou que os preços da comida podem ficar em média 30% mais altos durante a próxima década, pois a desaceleração do crescimento da produção deve se contrapor à rápida expansão da demanda.

Grupos de assistência social e caridade alertam que o número de pessoas cronicamente famintas deve crescer para mais de 1 bilhão neste ano, por causa do aumento do custo de vida. A produção global de alimentos terá de crescer 70% até 2050 para alimentar a população prevista de mais de 9 bilhões de pessoas, de acordo com a ONU. Segundo Zoellick, "os preços dos alimentos, altos, incertos e voláteis, são a ameaça mais grave para os mais vulneráveis no mundo em desenvolvimento". As informações são da Dow Jones.

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