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O técnico Hernán Crespo não resistiu às oscilações do São Paulo nas últimas semanas e deixou o cargo nesta quarta-feira, informou a direção do clube nesta tarde. O time do Morumbi vem de cinco empates consecutivos no Brasileirão e briga para se afastar da zona de rebaixamento.

"O São Paulo agradece aos profissionais pelo trabalho e pela dedicação demonstrados durante todo o período em que defenderam nossas cores, e pela conquista do título do Estadual, triunfo esse que não era obtido desde 2005. De imediato, o clube abrirá um processo de busca no mercado pelo novo treinador", anunciou o clube, em comunicado.

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Crespo deixa o clube na companhia do auxiliar técnico Juan Branda, dos preparadores físicos Alejandro Kohan e Gustavo Sato, do preparador de goleiros Gustavo Nepote e do analista de desempenho Tobías Kohan.

O treinador comandou o São Paulo por oito meses, no qual ajudou o time a encerrar o jejum de títulos de quase nove anos ao liderar a equipe na conquista do Campeonato Paulista, no início do ano. No total, foram 53 partidas, com 24 vitórias, 19 empates e dez derrotas, gerando um aproveitamento de 57,23% dos pontos disputados. Esses números não levam em conta os quatro jogos em que a equipe foi comandada pelo auxiliar Juan Branda, quando Crespo se recuperava da covid-19.

A saída do treinador argentino vinha se desenhando nas últimas semanas. E não somente pela fraca performance no Brasileirão, onde o time ocupa o 13º lugar, com 30 pontos. Ou pelas duras quedas tanto na Copa do Brasil quanto na Copa Libertadores, quando foi eliminado pelo rival Palmeiras, com direito a uma derrota por 3 a 0.

O clima com o elenco piorou e as críticas de fora começaram a pesar, a ponto de Muricy Ramalho, coordenador de futebol do clube, intervir na semana passada em defesa de Crespo. Muricy até compareceu a um dos treinos para demonstrar apoio ao técnico.

Nos últimos dias, até empresários de jogadores, como Orejuela e Benítez, passaram a pressionar o treinador. No caso de Orejuela, o atleta ficou fora das últimas partidas mesmo após se recuperar de lesão. E, ao preterir Orejuela, Crespo acabou escalando um meia, Igor Gomes, para atuar improvisado como lateral-direito. Nesta semana, o agente de Benítez disse que o jogador deixaria o clube se não ganhasse mais chances com o treinador.

Festa no Paulistão, crise no Brasileirão. O São Paulo ainda não exibiu na competição nacional as belas atuações do Estadual. As fracas apresentações já causam incômodo em Hernán Crespo, que atingiu marca ingrata na noite de quarta-feira. Com o sexto jogo sem vitória no Brasileiro, ele igualou a mesma sequência que causou a demissão de Fernando Diniz, na reta final do campeonato passado.

Diniz deixou o clube do Morumbi no dia 1º de fevereiro ao acumular seis jogos sem vitória no Brasileirão 2020. Na ocasião, o time, que brigava pelo título, sofreu uma inesperada sequência negativa. Foram quatro derrotas seguidas, incluindo a dolorosa goleada de 5 a 1 para o Internacional. Também perdeu para Red Bull Bragantino, Santos e Atlético-GO. E empatou com Athletico-PR e Coritiba.

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O treinador saiu junto do diretor-executivo Raí. Diniz tinha cinco meses de trabalho e nenhum título. A situação de Crespo é mais favorável. Além de encerrar o jejum de troféus no clube do Morumbi, ele encantou torcedores e dirigentes com as boas apresentações da equipe no Estadual e na fase de grupos da Copa Libertadores.

Já no Brasileirão o desempenho não tem sido o mesmo. Foram seis jogos e nenhuma vitória até agora. Com apenas três pontos, o time está no 18º lugar, dentro da zona de descenso. O São Paulo exibe aproveitamento de 16% dos pontos até agora, campanha de equipes que brigaram contra o rebaixamento nas últimas temporadas.

O último tropeço aconteceu na noite de quarta. Empatou por 2 a 2 com o Cuiabá. Antes perdeu de Atlético-GO (2 a 0), Atlético-MG (1 a 0) e Santos (2 a 0). E empatou com Fluminense (0 a 0) e Chapecoense (1 a 1).

"A situação não é fácil. Não é a situação que todos pensávamos, não é o melhor começo e sabemos. Não merecemos estar aí, mas estamos. Então vamos aceitar e continuar trabalhando sabendo que temos um elenco que pode conseguir resultados melhores, sem dúvidas. É continuar trabalhando, insistir", declarou o técnico argentino.

Nesta quarta-feira (16), o São Paulo recebe a Chapecoense no estádio do Morumbi, a partir das 19h (horário de Brasília) para mais um confronto nesta edição do Campeonato Brasileiro. A partida é válida pela quarta rodada do torneio nacional e traz um confronto equilibrado, seja pelo retrospecto, ou pela atual campanha. Ambos ainda não venceram, mas desejam sair de campo com a vitória, a fim de subir algumas posições na tabela do Brasileirão.

O comandante Hernán Crespo vai trazer um elenco repleto de jogadores titulares e reservas, já que neste momento, algumas peças fundamentais estão indisponíveis: Benítez, Daniel Alves, Hernanes e Luan estão lesionados, além do zagueiro Arboleda que está em compromisso com a Seleção do Equador na Copa América. Portanto, a provável escalação do time deve ter Luciano e Pablo no ataque, Gabriel Sara, Liziero e Rodrigo Nestor no meio de campo para defesa e criação de jogadas.

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Já a Chape, que vive momento semelhante ao clube paulista, também está em busca da primeira vitória no campeonato. Assim como seu adversário, o time também possui alguns jogadores lesionados, que não poderão participar da partida, são eles: os atacantes Geuvânio e Mike e os defensores Kadu e Joílson. Entretanto, o atacante Fabinho é uma das referências no ataque que já estará à disposição do técnico Jair Ventura.

A campanha de ambos os times é praticamente a mesma. Ao longo das primeiras três rodadas, São Paulo e Chapecoense perderam duas partidas e empataram uma. Assim, o resultado desta campanha se mostra presente na tabela do Campeonato Brasileiro: o Tricolor Paulista está na 17° posição com um ponto, assim como a Chape que vem na sequência, em 18° lugar também com um ponto. Portanto,  são os primeiros times a compor a zona de rebaixamento, junto com o Grêmio em 19° e o América-MG em 20°.

No ano de 2014, a Chape entrou na lista dos 20 times que iriam disputar a elite do futebol nacional: a primeira divisão do Brasileirão. E assim, a partir daquele ano, foi desenhado o retrospecto geral de disputas entre São Paulo e Chapecoense, que apresenta total equilíbrio. Ao longo dos anos, aconteceram 12 partidas entre eles, sendo que o Tricolor ganhou quatro confrontos, a Chape saiu vitoriosa de campo em outras quatro oportunidades e houve empate em quatro vezes.

 

 

A partir deste sábado (5) acontecem os confrontos válidos pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro e, neste mesmo dia, o São Paulo faz sua estreia jogando fora de casa, a partir das 19h (horário de Brasília), no estádio Antônio Accioly, na cidade de Goiânia (GO). O adversário da vez é o Atlético Goianiense, que venceu o Corinthians na 1ª rodada do Brasileirão e agora busca mais uma vitória na competição contra outro clube paulista, enquanto o Tricolor tenta sua primeira vitória no torneio nacional.

Por conta de uma gripe, o técnico Hernán Crespo será desfalque e não viaja para Goiânia com a equipe do São Paulo. Assim, a responsabilidade do comando são paulino vai para o técnico auxiliar, Juan Branda. Crespo passou por exames nesta semana para detectar a presença de Covid-19, mas o resultado constou negativo. Logo, o treinador argentino deve voltar aos trabalhos apenas na próxima terça-feira (8), para o compromisso na Copa do Brasil: o jogo de volta do mata-mata da terceira fase, contra o 4 de Julho.

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Em virtude do empate na primeira rodada do Brasileirão contra o Fluminense, o Tricolor Paulista se encontra na 12ª colocação da tabela e vai em busca de três pontos para subir de posição. Já o Atlético da cidade de Goiânia obteve resultado diferente do São Paulo na última rodada e agora está empatado com outros seis clubes que também venceram o primeiro confronto no Campeonato Brasileiro: Bragantino, Bahia, Ceará, Fortaleza, Athletico-PR e Flamengo.

O histórico entre os confrontos entre Atlético-GO e São Paulo mostra que os times se enfrentaram 11 vezes, sendo que o Tricolor Paulista ganhou em quatro ocasiões e o Dragão Rubro Negro venceu três, fora outros quatro empates. Sendo assim, seja pelo histórico, ou pelo momento dos clubes, a partida entre ambos deve ser equilibrada.

Neste sábado (29) começa o Campeonato Brasileiro, o torneio mais disputado do país. E em sua primeira rodada será apresentado um confronto entre tricolores de regiões diferentes: São Paulo x Fluminense. A partida acontece a partir das 21h (horário de Brasília), no estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi. Ambos os times estão embalados por conta dos resultados na Libertadores nesta semana e prometem fazer um confronto de estreia equilibrado. 

O momento do São Paulo é o melhor possível dos últimos anos. O Tricolor Paulista recentemente conquistou a taça de campeão paulista e teve bom aproveitamento nesta primeira fase de grupos da Libertadores da América e já está classificado para as oitavas de final. Além disso, jogadores experientes e fundamentais em outras campanhas do São Paulo, como o meia Hernanes e o zagueiro Miranda, estão à disposição de Hernán Crespo para enfrentar o Tricolor Carioca. 

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O Fluminense também vive bom momento nesta temporada e o desempenho reflete nos resultados das competições, assim como a 1ª colocação do Grupo D na Libertadores. Agora, segue em mais um torneio para ir em busca do título. Uma das peças fundamentais do time, é Fred. Mesmo aos 37 anos de idade, o atacante mostra que ainda está com disposição para disputar grandes jogos e pode ser uma arma contra o clube paulista nesta disputa. 

O primeiro confronto entre ambos aconteceu no dia 20 de agosto de 1933, na Copa Rio-São Paulo, na qual  o Tricolor Paulista saiu vitorioso com o placar de 3 a 0. Esta foi apenas a primeira disputa de muitas outras que viriam pela frente. No retrospecto geral, São Paulo e Fluminense se enfrentaram em 97 jogos, sendo que a maioria foi no Brasileirão. No total, foram 43 vitórias para o clube paulista, 33 para o time carioca e 21 empates.

O técnico Hernán Crespo espera que o São Paulo tenha uma postura de favorito, domingo, às 20h30, no Morumbi, diante do Mirassol, pela semifinal do Campeonato Paulista, semelhante ao que fez frente à Ferroviária, na vitória por 4 a 2, na sexta-feira.

"Assumimos (contra a Ferroviária) a responsabilidade de favoritos, e no domingo é a mesma coisa", disse Crespo, amparado pelo poder ofensivo do time, autor de 32 gols no Estadual. "Acredito que o time demonstrou nestes três meses um grande potencial ofensivo. Fizemos quatro gols (contra a Ferroviária), mas merecíamos fazer mais. O goleiro deles fez boas defesas durante o jogo. Mas estou muito feliz."

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O treinador criticou o fato de o São Paulo ter de enfrentar o Mirassol, que entrará em campo no domingo com 48 horas a mais de descanso. "A gente conquistou em campo a possibilidade de ter uma vantagem esportiva, mas estamos chegando em uma semifinal contra um adversário com 48 horas a mais de descanso que nós, que em três meses de trabalho ganhou em campo o direito de ter uma vantagem esportiva."

Crespo admitiu que o elenco está desgastado fisicamente e deu a entender de que Daniel Alves, Luciano e Eder deverão continuar fora do time no domingo. "Vamos ver como os jogadores terminaram este jogo. Para falar de lesionados, precisamos de tempo. Não quero assumir riscos com Luciano, Dani e Eder. Vou falar com o doutor e tomaremos uma decisão em poucas horas." O São Paulo treina neste sábado pela manhã.

Em partida válida pela quarta rodada da Libertadores, ainda na fase de grupos, o São Paulo viaja até Montevidéu, no Uruguai, para seu próximo compromisso no torneio continental. O confronto da vez é contra o Rentistas, jogo que será realizado no Estádio Complejo Rentistas, a partir das 19h, nesta quarta-feira (12). Apesar do jogo fora de casa, o Tricolor Paulista chega como favorito para conquistar a vitória e seguir no campeonato rumo às oitavas de final, enquanto o Rentistas tenta conquistar mais pontos para não ser eliminado.

Nesta semana, o calendário do São Paulo traz confrontos importantes. Além da partida na Libertadores, o Tricolor Paulista entra em campo contra o Ferroviária, em partida válida pelas quartas de final do Paulistão, na próxima sexta-feira (14). Por conta da situação favorável na Libertadores, a diretoria autorizou que o comandante Hernán Crespo convocasse os jogadores reservas para a partida em Montevidéu, a fim de poupar os titulares para o confronto no Campeonato Paulista.

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O último treino do São Paulo antes de viajar para o Uruguai aconteceu nesta terça-feira (11) e estava com o elenco montado com jogadores reservas, como Bruno Alves, Rodrigo Nestor, Igor Gomes e Rojas. Dependendo dos resultados das partidas do Grupo E, o São Paulo já estará classificado para a próxima fase da Libertadores, mesmo com duas rodadas pela frente.

Entre os clubes da chave, o adversário Rentistas é um dos times mais discretos. Até agora, o clube uruguaio conquistou dois empates e uma derrota, por isso não se configura como favorito para o confronto, apesar de jogar em casa, contra elenco reserva do clube paulista. Restam duas rodadas para encerrar a fase de grupos da Libertadores e até o momento o Grupo E está com o São Paulo na liderança (7 pontos), Racing em segundo (5 pontos), Rentistas em terceiro (2 pontos), e Sporting Cristal por último (1 ponto).

Nesta terça-feira (20), às 21h30, o Sporting Cristal recebe o São Paulo no estádio Nacional de Lima, no Peru, pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores. O clube peruano não é um dos times mais tradicionais do torneio continental, mas apresenta 100% de aproveitamento no Grupo B do campeonato nacional, sendo líder isolado. Já o Tricolor Paulista, apesar da experiência na competição, procura espantar o mal desempenho da edição passada, quando caiu na fase preliminar, e vai em busca de mais uma vitória após uma semana intensa com quatro jogos.

O Sporting Cristal está invicto desde outubro. Nas últimas 24 partidas, o time peruano foi campeão em 16 ocasiões e obteve 5 empates. A equipe perdeu a principal referência no ataque, Emanuel Herrera, autor de 20 gols na temporada passada. Assim, o argentino Marcos Riquelme assumiu a posição de atacante e entrará em campo na partida de estreia na Libertadores. O elenco do clube costuma entrar em campo na formação 4-3-3, e prefere manter a posse de bola, sendo que a média de controle no jogo é de 64,5%, tendo como base as quatro primeiras partidas do campeonato nacional.

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Já o São Paulo está embalado da sequência de jogos na última semana: 5x1 contra o São Caetano, 1 a 0 contra o Bragantino, 3 a 2 contra o Guarani e 1 a 0 contra o Palmeiras. O time segue efetivo no ataque e foi dominante nos últimos confrontos com 64,2% de posse de bola. Para o confronto desta terça-feira (20), o técnico Hernán Crespo vai trazer o time armado com três zagueiros, três meio campistas, com Igor Gomes mais avançado, e os dois laterais Reinaldo e Daniel Alves, ocupando a ala esquerda e direita, respectivamente. Luciano e Pablo serão as referências no ataque.

Os dois clubes se enfrentaram em apenas duas ocasiões. Primeiro, nas quartas de final da Copa Conmebol, em 1994, quando o Tricolor Paulista era comandado por Telê Santana e conquistou a vitória no jogo de ida, no Morumbi, por 3 a 1. Depois, na partida de ida, numa partida que terminou com empate sem gols.

Progressiva, relaxamento, escova de rubi, escova de açúcar, definitiva. Todos esses, métodos químicos que mulheres utilizam para deixar os cabelos lisos. Atualmente, há um discurso mais forte sobre aceitação do cabelo natural. Em muitas mulheres, entretanto, esse discurso não encontra espaço para se propagar mesmo com os sacrifícios relacionados com o uso recorrente de tais procedimentos.

Esse cenário é apresentado na dissertação de mestrado em Administração de Bianca Ferreira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela entrevistou 22 pessoas, a maior parte do Recife, entre mulheres que fazem o procedimento de alisamento capilar e profissionais que aplicam o procedimento.

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Segundo a pesquisadora, o principal motivo alegado pelas mulheres para alisar o cabelo é o da autoestima. Elas não dizem ser afetadas pela pressão externa de ter que se enquadrar em um perfil de beleza, apesar de deixarem perceptível em suas falas o impacto da influência social em seu comportamento.

"Há elementos que denotam que há pressões, por exemplo no trabalho, como a mulher que diz que os clientes percebem quando ela está com o cabelo alisado. Uma diz que o namorado elogia quando ela está com o cabelo alisado, então óbvio que ela vai estar com o cabelo alisado para receber elogios", diz Bianca. Ela continua: "Eu acredito sim que elas se sintam melhores, mas elas se sentem melhores porque estão alcançando esses padrões".

Uma característica presente nessas mulheres é a idade com a qual começaram o alisamento. Uma média de 12 anos. "Algumas delas não se lembram como é o cabelo natural. Mais de uma entrevistada afirma que 'talvez se eu fosse criança hoje, com cabelo afro, com essa diversidade de produtos que existem e esse discurso forte de aceitação, eu não teria começado, mas agora que eu comecei eu não quero mais parar, porque não me reconheço mais", complementa a mestra em Administração.

As entrevistadas também rejeitam a ideia de que se sacrificam pelo procedimento. O conceito de sacrifício no consumo ainda seria muito novo e não absorvido por essas mulheres. Porém, elas mesmas elencam naturalmente exemplos de sacrifícios: danos à saúde (queda de cabelo, queimaduras, etc), longas horas no salão, gasto elevado, mau cheiro dos produtos. "Mas eu vou fazer o quê, não é?", questionou uma de forma resignada.

O aspecto das terminologias também é destacado na pesquisa. O tipo crespo ainda é lembrado como o 'ruim'. As pesquisadas dizem frases como "se o meu fosse cacheado eu pararia de fazer o procedimento, mas ele é crespo".

Quem percebeu desde jovem essa depreciação do cabelo foi Letícia Carvalho, 21 anos, idealizadora do movimento “Faça Amor, Não Faça Chapinha”. O que surgiu como uma simples fanpage hoje se tornou um grupo atuante na luta contra o racismo. Em 2013, quando a página foi criada, começou a receber fotos e relatos de mulheres que começavam a assumir o crespo. “Elas não tinham ninguém para falar sobre isso, não tinham espaço para falar sobre o próprio cabelo”, lembra a jovem.

Segundo Letícia, que quando menor usava chapinha, a sociedade é guiada por uma noção de estética que estabelece padrões de beleza. “Essa estética pode trazer consequências, desde sofrer bullying e ouvir piadinhas na escola a você ser agredido por um policial na rua. A estética negra é associada a violência, criminalidade, uso de drogas, falta de cuidados, sujeira, miséria”, cita.

Ainda conforme a jovem, a pressão pelo que ela chama de ‘embranquecimento’ persiste mesmo após o abandono dos alisamentos. “Mesmo eu tendo assumido o cabelo em 2009, ainda escuto de vizinhos, de pessoas que conheço: ‘você assumiu, mas dá um jeito nele’ ou ‘você não sente saudade do cabelo liso?’. Você assume o cabelo, mas tem que ser baixinho, com pouco volume, que fique parecido com liso ou encaixe europeu”.

Negras e brancas

Bianca Ferreira, durante sua pesquisa, se deparou com uma literatura internacional que dizia que os alisamentos capilares eram feitos apenas por mulheres negras. Ela notou que no Brasil isso é diferente.

"Devido a mistura de etnias, não só mulheres que se consideram negras tem cabelos crespos. Mas há uma diferença: mulheres negras afirmam que sabem que traem a identidade, mas fazem porque se sentem melhor. Enquanto as mulheres brancas dizem 'não, cabelo alisado sou eu, aquilo ali é quem eu represento'", destaca a autora do estudo.

De acordo com Letícia Carvalho, do “Faça Amor, Não Faça Chapinha”, a página no Facebook precisou passar por uma mudança e ser exclusiva para divulgação de cabelo de mulheres negras para reforçar o papel de combate ao racismo. “Mulheres brancas que postavam na página eram muito mais valorizadas do que as negras. A gente não queria reforçar outras ideias de páginas e youtubers do ‘cacho perfeito’. Era importante que a gente valorizasse o cabelo crespo, que é perseguido”, salienta.

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL) lamentou, na noite desta segunda-feira (4), os atos de racismo contra uma youtuber chamada Ana Clara Barbosa, que aos 11 anos, apresenta um programa de estética no seu canal. 

“Em um vídeo divulgado falando sobre cuidados com sua aparência, uma série de adultos, quase todos brancos, e até perfis falsos se mobilizaram nas caixas de comentários para proferir insultos contra Ana e debochar dela. Em vários dos comentários os sinais de racismo eram evidentes pelas escolhas de palavras como referências ao seu cabelo crespo”, contou o psolista. 

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Segundo Jean, a menina não se deixou intimidar e seguiu com os seus vídeos. Ana Clara teria sido até convidada para ser garota propaganda de uma marca de produtos de beleza. “Quero aproveitar a minha rede social para fazer o mesmo. Exaltar a beleza de Ana, essa menina linda, que não merecia ter sofrido com o ódio só por expressar sua felicidade e sua forma de pensar um padrão de estética”. 

 

Ele ainda falou que a beleza das mulheres negras é vibrante e reconhecida. “Quer queiram os recalcados de plantão ou não. Essa indústria da moda segregacionista e que não reflete a diversidade racial do povo brasileiro ou não. Ana Clara é talentosa e eu espero que siga fazendo muitos vídeos interessantes e inovadores como esses que ela já lançou”, desejou o ex-BBB. 

 

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