O Paysandu deu sinais de que poderia sair da fase ruim ao abrir 2 a 0 sobre o Vila Nova, com dois gols de Tiago Luís, no primeiro tempo. No entanto, a equipe permitiu a reação do time goiano na segunda etapa. O tropeço de sábado (30), na Curuzu, revoltou a torcida e provocou a demissão do técnico Gilmar Dal Pozzo. O sétimo empate seguido na Série B fez o Papão cair para a 15° colocação, com 22 pontos, a três da zona de rebaixamento.
Os bicolores apresentaram novidades na escalação titular, como era esperado. João Lucas na lateral-esquerda, Lucas como volante, Jhonnathan de volta e Tiago Luís como o armador do time. O camisa 10 bicolor tinha a responsabilidade de ser o principal condutor das jogadas ofensivas bicolores, mas foi o finalizador delas. Aos 33 minutos, Edson Ratinho fez jogada pela lateral direita e cruzou para área. A defesa afastou mal e Tiago Luís ficou com a sobra, chutou com força e abriu o placar. Já nos acréscimos, depois de chutão da defesa, Leandro Cearense ganhou na força e passou para Mailson. Com espaço, o atacante bicolor viu a passagem de Tiago Luís e tocou para o camisa 10 fazer o segundo gol dele no jogo – os dois primeiros com a camisa bicolor.
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Com um esquema diferente em relação aos outros times da Série B, o Vila Nova não fazia má partida, apesar da desvantagem. Os três zagueiros proporcionavam maior liberdade aos alas, que muitas vezes chegaram a área bicolor como atacantes. Um deles esteve envolvido no lance mais polêmico do primeiro tempo. Jefferson Feijão recebeu lançamento nas costas de João Lucas. Emerson saiu do gol para abafar a jogada e se chocou com ala, que caiu dentro da área. O árbitro Alexandre Vargas deu cartão amarelo para o jogador da equipe goiana por simulação.
O Vila Nova abriu mão da 3-5-2 e mudou para o 3-4-3 no segundo tempo com a entrada de Joãozinho no lugar de Robston. A substituição surtiu efeito imediato e os goianos mandaram na partida. Mais acuado e nervoso, o Paysandu sofria a marcação sobre pressão dos visitantes e sequer assustava o goleiro Saulo. Em uma saída de bola errada de Edson Ratinho, Vitor Bolt lançou na área para o atacante Moisés descontar o marcador, logo aos 10 minutos. Mais confiantes e bem distribuídos, os visitantes chegaram ao empate com mais um gol de Moisés, aos 26 minutos, após assistência de Fabinho.
O Papão desmoronou psicologicamente. E, assim como na partida contra o CRB, a torcida perdeu a paciência. Protestou no meio do jogo, principalmente em direção ao presidente Alberto Maia e aos jogadores do elenco. Mas, diferentemente da partida diante dos alagoanos, o novo empate – o sétimo seguido na Série B – teve evidente sabor de derrota.
O tropeço custou o cargo do treinador Gilmar Dal Pozzo. A informação foi comunicada pelo diretor executivo de futebol do clube, Alexandre Faria. “Tivemos uma reunião agora com toda a diretoria presente, junto com o presidente Alberto Maia e tomou-se a decisão: Dal Pozzo não continua a frente do comando técnico do Paysandu. E o Rogerinho vai ser o treinador do jogo contra o Criciúma na terça-feira”, afirmou o executivo, que chegou a elogiar o início do trabalho do técnico, mas a série de empates seguidos o comprometeu, além da equipe não ter encontrado um padrão tático.
Gilmar Dal Pozzo comandou o Paysandu por um e mês e meio. Foram 13 jogos, com quatro vitórias, oito empates e uma derrota contra o Juventude, na eliminação da Copa do Brasil. Terminou com 51% de aproveitamento.
Ficha técnica:
Paysandu: Emerson, Edson Ratinho (Roniery), Gualberto, Fernando Lombardi e João Lucas. Lucas (Raí), Ricardo Capanema, Jhonnathan e Tiago Luís. Mailson e Leandro Cearense (Alexandro). Técnico: Gilmar Dal Pozzo.
Vila Nova: Saulo, Jefferson Feijão (Caíque), Reginaldo, Victor Simon, Guilherme e Magno Silva. Vitor Bolt, Robston (Joãozinho) e Jean Carlos. Moisés e Fabinho (Rênie). Técnico: Guilherme Alves
Público total: 8.494
Renda: R$ 92.887
Por Mateus Miranda.