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A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) distribuiu na tarde deste domingo, 23, patos infláveis para os pedestres na Avenida Paulista, que fica fechada para carros aos domingos. A ação ocorreu no mesmo dia em que o presidente da entidade, Paulo Skaf, se reuniu fora da agenda oficial com o presidente Michel Temer, em sua residência em São Paulo.

Os bonecos de plástico são uma alusão à retomada da campanha "Não vou pagar o pato", que havia sido lançada pela Fiesp em 2015. A ação de marketing contrária ao aumento de impostos foi retomada na semana em que o governo federal anunciou o reajuste da contribuição do PIS/Cofins para os combustíveis, uma medida para tentar conter o rombo fiscal.

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Semana passada, após o aumento de impostos, Skaf disse que houve um erro de Temer em aprovar o aumento da carga tributária, mas que o governo não vai perder a credibilidade por causa de apenas uma medida.

Depois de se reunir com a cúpula do PMDB, o vice-presidente Michel Temer recebeu em sua residência o economista Delfim Netto. Depois do encontro, em que esteve presente também o senador Romero Jucá (PMDB-RR), Delfim brincou, ao ser questionado se foi convidado para compor um eventual governo, dizendo que não tinha mais idade para isso. "Você acha que eu sou louco de aceitar convite?", disse o ex-ministro, que foi um dos principais colaboradores econômicos do início do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, numa referência aos seus quase 88 anos.

Após responder que não deve ser ministro de Temer, Delfim foi ainda indagado se estava colaborando com ideias e propostas para uma eventual gestão do vice-presidente, ao que ele respondeu que Temer "não precisa de ideias, ele tem boas ideias". E afirmou crer que, apesar do ambiente acirrado no País, o processo em curso vai terminar naturalmente. "O Brasil vai encontrar o seu caminho, o Brasil vai voltar a crescer", emendou.

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O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou que "o melhor" para o crescimento do País e a democracia é a continuidade do governo Dilma Rousseff. "Mas isso exige que Dilma assuma o protagonismo" da situação econômica do País, a fim de trazer à sociedade "a esperança" de que o crescimento vai voltar. "Isso vai induzir os trabalhadores ao entendimento de que o risco de desemprego é menor. E essa esperança só pode ser dada pela Dilma", disse.

"Não há menor esperança de ter equilíbrio fiscal sem a volta da esperança do crescimento", ressaltou Delfim. Para ele, Dilma deveria ir ao Congresso e apresentar quatro ou cinco projetos que pudessem modificar problemas estruturais da economia. "É preciso que fixe um limite superior para a aposentadoria. Também é necessário que libere a livre negociação, como a proposta da CUT, entre trabalhadores e empresários, com a supervisão dos sindicatos", comentou.

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O ex-ministro destacou ainda que é fundamental acabar com vinculações de receitas, bem como acabar com a indexação de reajustes do salário mínimo, baseada a inflação passada. "Sem isso, não tem solução", apontou. "Ninguém vai fazer ajuste e a inflação vai voltar para 4,5% só quando entendermos que é preciso uma coordenação muito melhor entre as políticas monetária e fiscal, bem como da administração da dívida pública."

Delfim também destacou que a continuidade do governo Dilma até o final do seu mandato em 2018 é fundamental para a democracia. "A melhor coisa para o crescimento do Brasil é cumprir as instituições e os ditames da Constituição, Só isso permite crescer de 1% a 2% por 10 anos", afirmou.

Desarranjo fiscal

O ex-ministro avalia que a presidente Dilma "se perdeu em 2012, quando tinha 92% de aprovação da sociedade". Para ele, com a alta popularidade, Dilma avaliou que poderia fazer várias mudanças na economia, como "controlar a taxa de juros arbitrariamente e fazer um movimento na área de energia que foi um desastre". "Em 2014, ocorreu desarranjo fiscal, que levou o déficit nominal de 3% para perto de 7% do PIB, para se eleger", afirmou.

Na avaliação do ex-ministro, não há justificativa para um impeachment da presidente baseado no adiamento do pagamento de despesas pelo governo, o que é conhecido como pedalada fiscal. "Se tivesse acontecido um desvio de conduta, não há o menor problema. Mas não da forma como está sendo colocado", disse.

"As pedaladas existiram, sempre existiram, feitas pelos Estados, municípios e União", acrescentou. Delfim classificou a tese de impedimento em tais circunstâncias de "tapetão inventado."

"O Brasil não é uma pastelaria, é uma nação civilizada. Durar este governo até 2018 é um processo didático. É aprender que voto tem consequência", disse.

Para o ex-ministro, a Operação Lava Jato é positiva para a sociedade, especialmente para a gestão das empresas privadas. "É um ponto de inflexão, que vai mudar tudo, inclusive o setor privado. Ela mostra que existe o compliance. E isso já mudou na administração de todas as empresas", afirmou.

Delfim também defendeu a Constituição de 1988, avaliando que ela tornou o Brasil mais justo. "Saúde e educação são para todos e pagas por todos", disse.

O ex-ministro se mostrou ainda otimista com o Brasil. "Eu há 60 anos enfrento crises e causei algumas delas", disse. "Um sujeito de 88 anos pessimista seria um idiota", concluiu.

Nos últimos dias, o economista Delfim Netto escreveu artigos mais amenos sobre os rumos do governo. Na avaliação dele, a presidente Dilma Rousseff fizera uma espécie de mea-culpa e ele passou a vislumbrar um cenário mais fértil para uma recuperação tanto política quanto econômica. "Acho que ela fez no dia 2 o seu melhor discurso. Está tentando reassumir. Foi uma espécie de mea-culpa, não muito claro, mas reconhecendo - está certo - que precisa dar suporte para o ajuste fiscal, fazendo uma mudança no ministério", diz.

O seu estado de ânimo, porém, mudou na noite de terça-feira, quando soube que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia reaberto a ação que pede a impugnação dos mandatos de Dilma e do vice Michel Temer por suposto abuso de poder político e econômico na eleição.

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"O simples fato de o TSE ter aceito a denúncia - que não é prova de que algo aconteceu - me induz à conclusão de que eles têm indicação de que houve realmente alguma violação no processo eleitoral", diz Delfim.

Numa comparação, ele considera a discussão no Tribunal de Contas da União (TCU) um "truque". "Não adianta querer discutir se houve ou não pedalada. Claro que houve. E o mais importante: o governo reconheceu que houve. Na minha opinião, isto não é uma causa suficiente para produzir um impeachment", diz.

Delfim defende que seria necessário algo mais concreto para invalidar uma eleição presidencial: "Isto aqui não é uma pastelaria. Você precisa de uma prova material, robusta, de que houve um desvio de função."

O processo no TSE "cria um fato novo" nesta direção, na avaliação dele, porque o crivo de análise, até pela natureza da instituição, será mais severo. "No TSE, o processo só terminará se houver uma prova evidente, uma prova material, de que houve abuso de poder econômico."

'Inteireza institucional'

Na avaliação dele, se ficar comprovada alguma irregularidade, o Brasil sairá mais fortalecido do processo, ainda que seja desgastante. "Se houver abuso de poder econômico, revogar uma eleição é uma demonstração de inteireza institucional inacreditável. Ninguém fará nenhuma objeção, de nenhum natureza", avalia.

Também pesa na avaliação de Delfim o fato de o arranjo político com o PMDB não ter surtido o efeito esperado: "Quando você olha tem a impressão de que aplicaram 171 no governo. Um grupo do Congresso vendeu para Dilma o que não tinha. Isso não é nem um passo adiante. É uma grande confusão", diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois ex-ministros da Fazenda, Antonio Delfim Netto e Maílson da Nóbrega, rechaçaram nesta terça-feira, 14, a hipótese de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que vem sendo defendida por algumas alas da oposição. As declarações foram dadas durante o painel "Economia Brasil", no 26º Congresso Brasileiro do Aço, em São Paulo.

Segundo Delfim, não se deve antecipar a troca de governo simplesmente porque não se gosta de Dilma. "Vamos respeitar as instituições e agir de acordo com aquilo que for provado, não com o que achamos que aconteceu", afirmou o ex-ministro, acrescentando que não há nenhuma alternativa razoável para o atual momento de ajuste pelo qual passa a economia brasileira.

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Nóbrega foi na mesma linha. "Temos de abandonar a ideia de que o impeachment é antídoto contra um mau governo. Só é antídoto contra quem comete irresponsabilidades, confronta a Constituição", disse. Para ele, o melhor para o Brasil é Dilma levar seu mandato até o fim. "O grande julgamento dos governos do PT será nas urnas em 2018", acrescentou.

O ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, afirmou que para aumentar a produtividade da economia, seria fundamental o Brasil ter uma política de imigração. "Não tem outra saída a não ser importar mão-de-obra. Somos um país de imigrantes. Só não faz porque os sindicatos não querem", destacou.

"Estamos perdendo uma oportunidade de ouro. Poderíamos estar importando da Europa engenheiros, médicos, físicos. Quanto custou formar um engenheiro em Portugal? De US$ 1 milhão a US$ 2 milhões", disse. "O País deveria ter de 1,5 milhão a 2 milhões de imigrantes por ano. Essa gente seria absorvida, aumentaria a produtividade sem nenhuma tensão", afirmou. "O Brasil foi feito por nossos avós, que eram todos imigrantes. A abertura à imigração é muito boa e suspeito que uma boa parte do governo sabe que seria", ponderou.

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O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto disse nesta quarta-feira acreditar na reeleição da presidente Dilma Rousseff, especialmente em razão da evolução dos indicadores sociais do País nos últimos anos. Ele destacou que o Brasil vive quase a pleno emprego, o que traz boas repercussões sobre a renda das famílias.

Ele destacou que nos oito anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o bem estar da população de menor renda ficou praticamente parado, enquanto apresentou forte aceleração nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Lula foi beneficiado pelo vento de cauda das exportações e pela evolução dos termos de troca", comentou.

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Segundo Delfim Netto, na administração Dilma Rousseff esse indicador de bem estar apresenta estabilidade, especialmente por causa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) "muito lento". Ainda assim, está num patamar bem mais elevado do que o registrado entre 1995 a 2002. "Isso sinaliza por que Dilma ainda tem maiores chances de vencer as eleições", disse. "O País tem uma classe média maior e tornou a sociedade um pouco mais civilizada, o que determina o processo eleitoral. Isso só vai ter mudança se alguma coisa grave acontecer, como o desemprego crescer, o que é muito pouco provável até as eleições", afirmou.

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou nesta quarta-feira (6) que o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano deve registrar uma fraca expansão, ao redor de 1%. "O País está crescendo muito pouco, e isso é um grande problema", destacou.

Na avaliação do ex-ministro, que participa do Fórum Lideranças da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), esse quadro fica mais grave porque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) "deve ter subido 30% em quatro anos" e a inflação é "muito alta". Segundo ele, a inflação está perto do teto do sistema de metas de inflação, mas isso não significa que ela sairá do controle. "O governo controla a gasolina para combater a inflação, mas destrói o setor do etanol", ponderou.

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Para Delfim Netto, a política de utilizar o câmbio para combater a inflação é um "equívoco grave", pois só é viável controlar sua variação, mas não o nível. "A intervenção do Banco Central está mantendo o câmbio abaixo do seu equilíbrio", comentou.

"Mas a inflação volta, pois (o BC) está só escondendo a inflação. Temos entre 1,5% e 2% de inflação escondida. E para combatê-la, precisa em primeiro lugar fazer com que as pessoas acreditem que ela vai cair", ponderou.

Embora tenha destacado o quadro de crescimento baixo, inflação alta e déficit de transações correntes elevado, ele ponderou que estes fatores não vão levar o País a uma crise econômica como a do passado. No entanto, ele ponderou que houve "certo descuido" do Poder Executivo na gestão das contas públicas.

"A prioridade do governo tem sido a ampliação do custeio e não dos investimentos", disse. Segundo ele, houve, talvez, excessos no emprego de recursos do Tesouro para repasses ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que acabou ajudando a elevar a dívida bruta. "Ocorreu uma confusão de achar que dívida publica é recurso", ponderou.

De acordo com Delfim Netto, também é um destaque negativo da economia o fato de que a indústria de transformação apresenta um nível de atividade semelhante ao registrado em 2009, o que representa estagnação. Um efeito negativo dessa realidade é o registro de um déficit de contas correntes de US$ 270 bilhões. "Não é bom financiar a economia com capital externo desta forma", disse. "O credor é um canalha que vai querer seus recursos de volta."

FMI

O ex-ministro afirmou ainda que o governo "está muito sensível, reage a qualquer crítica com certa violência", ao lembrar o documento do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado na semana passada, que colocou o Brasil na lista de países economicamente vulneráveis. "Estava certo o FMI quando disse que o Brasil é relativamente vulnerável. Não significa que vamos ter crise e que ela está nos esperando no curto prazo", disse.

Delfim ressaltou ainda que a dívida de curto prazo sobre as reservas no Brasil é de 8,7%, bem menor que Índia (31,1%) e Turquia (84,6%), por exemplo, também listados como vulneráveis. O ex-ministro ressaltou que a relação reserva sobre dívida externa total também coloca o Brasil em situação mais confortável do que os demais, de 84,7%.

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou que a presidente Dilma Rousseff tem maior probabilidade de ser eleita em outubro, devido sobretudo ao que considera um reconhecimento por avanços de desenvolvimento nos últimos 11 anos. "São 36 milhões de pessoas que saíram da miséria e 42 milhões que ingressaram na classe média. É um feito grande, pois foi puxado pelo crescimento com inclusão social, o que inclusive levou o Brasil à situação de pleno emprego."

Para Delfim, o discurso da presidente na convenção nacional do PT, sábado, foi muito importante. "Foi um fato novo ela ter se referido ao fim do excesso da burocracia, que é um dos maiores fatores que limitam bem o crescimento do País", disse. "E isso tem a ver com o inchaço da máquina administrativa. Ela deixou claro para o PT que corporativismo tem limites."

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Em sua avaliação, o "tricô" de ineficiências que envolvem o Estado também está relacionado à realidade da política partidária, que faz com que as relações entre o Poder Executivo e a base aliada tenham gerado 39 ministérios e secretarias.

"É claro que o número poderia ser bem menor que esse. O Ministério da Agricultura deveria estar concentrado em um só ministério forte e realizador, mas está dividido em quatro. Não faz sentido isso", afirmou.

Segundo Delfim, a reforma política é necessária, mas pode ser mais simples do que se imagina. "Basta acabar com a reeleição e dar um mandato único de cinco ou seis anos para quem está no Executivo, do presidente ao prefeito", disse. "Isso eliminaria um monte de relações de apadrinhamento e troca de favores exageradas com possibilidade do segundo mandato". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou nesta segunda-feira, 23, que o "Banco Central usa o câmbio" para segurar a inflação no curto prazo. "É um erro mortal, mas é o único (recurso) disponível no momento", destacou. Ele estima que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar este ano pouco abaixo do teto de 6,5%.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Delfim afirmou que o próximo governo pode adotar algumas medidas essenciais para reduzir as pressões sobre o IPCA a partir do início de 2015.

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Segundo ele, a correção dos preços administrados deveria ocorrer de uma só vez no próximo ano. "Isso é fundamental para retomar a ancoragem das expectativas sobre a inflação, ajudando a convergi-las à meta de 4,5%", disse. "As expectativas vão continuar eternamente elevadas se há a percepção generalizada da sociedade de que preços administrados são responsáveis por 1,5 ponto porcentual do IPCA e isso não é corrigido nunca", ponderou.

Nesse contexto, o ex-ministro defendeu que o governo anuncie a regra de retificação da defasagem dos combustíveis no Brasil em relação às cotações internacionais.

"A sociedade deveria estar ciente de que esta correção vai ocorrer num horizonte de 18 meses", destacou Delfim. "Contudo, é fundamental deixar claro que não há uma data exata de quando isso vai ocorrer, ela será aleatória dentro deste prazo e ponto final."

PIB estagnado

Delfim afirmou que vê o Produto Interno Bruto (PIB) estagnado no segundo trimestre, com resultado próximo de 0%. "A economia para 2014 está dada e deve ser relativamente fraca, com um crescimento ao redor de 1,5%", comentou. Ele acredita que a inflação neste ano ficará pouco abaixo do teto de 6,5%.

Contudo, Delfim ressaltou que, devido às "imensas potencialidades" que o País possui é totalmente viável que a economia retome um ritmo de expansão entre 3% e 4% em três anos. "Para que isso ocorra é fundamental que o Estado se torne bem mais eficiente - nem mínimo nem balofo", comentou.

"Nesse contexto, não dá mais para usar a política fiscal para estimular o consumo, como ocorreu nos últimos anos", disse. "O superávit primário deveria subir para a média de 2,5% do PIB ao ano, a fim de reduzir o patamar da dívida bruta dos atuais 58% para 45% do PIB em seis anos. E por que 45%? Esse número é relevante porque, se houver alguma necessidade de elevar os gastos públicos para puxar a demanda, há essa folga essencial."

Juros

Por outro lado, o ex-ministro da Fazenda ressaltou que o retorno da harmonia da política fiscal com a monetária, como havia em 2011, ajudará a reduzir os juros, o que é muito importante para estimular os investimentos e ampliar a oferta.

"Parece que há uma nova onda daqueles que acreditam que o Brasil não pode ter juro real abaixo de 6% ao ano. Isso é uma tolice e a taxa pode ser mais baixa, sim", disse.

Mas Delfim destacou que a política monetária é uma espécie de força resultante do bom controle de gastos do governo, patamar do câmbio e ritmo de expansão dos salários compatível com a velocidade da produtividade do trabalho.

"Como a carga tributária está próxima a 36% do PIB, pode-se gerar muito mais eficiência no setor público. E com isso é possível perfeitamente levar o déficit nominal para perto de zero em quatro anos", destacou.

Na avaliação do ex-ministro, um elemento essencial para estimular os investimentos no País é o governo intensificar o programa de concessões em infraestrutura, pois isso vai combater os gargalos nacionais de logística, especialmente em portos, rodovias e ferrovias.

"É preciso ter modicidade tarifária nos leilões, mas eles precisam ser feitos de forma que viabilize uma boa taxa de retorno dos projetos. E isso é coisa para profissionais e não para amadores de Brasília", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O economista e ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto afirmou, nesta terça-feira (22), que o leilão de Libra, realizado na segunda-feira (21), no Rio de Janeiro, "não foi brilhante como o governo fala, mas também não foi uma tragédia" e "mostra que é um sistema muito difícil de funcionar".

"A forma de leiloar não foi muito atrativa, não teve competição", disse Delfim, em palestra no 9º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança, referindo-se ao fato de apenas um consórcio ter apresentado proposta no leilão do campo gigante do pré-sal. "Funcionou, mas não funcionou tão bem quanto poderia, se as condições fossem outras", avaliou. Para Delfim, no entanto, "o governo vai aprender" até o próximo leilão do pré-sal.

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O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano deva crescer de 2,7% a 2,8%, o que reforça sua avaliação de que há um "pessimismo exagerado e sempre motivos" sobre a perspectiva da economia brasileira para o médio prazo.

"Essas avaliações de que o PIB vai ser negativo no terceiro trimestre e muito fraco no quarto trimestre estão se provando não ser razoáveis", referindo-se a recentes indicadores econômicos, como as vendas de varejo de julho, que cresceram sobre junho bem acima do apontado por projeções do mercado financeiro.

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Ainda em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Delfim Netto declarou que é importante um aumento da gasolina no curto prazo, para ajudar a fortalecer o caixa da Petrobras e viabilizar seu plano de investimentos. A estatal projeta aplicar US$ 236,7 bilhões de 2013 a 2017.

"Mesmo com uma alta de 10% da gasolina, o IPCA fecha este ano em 6%", destacou Delfim sobre o índice de inflação do sistema de metas do governo, que tem como teto 6,5% para o ano.

O economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto não se mostrou animado com os números dobre emprego industrial, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 10, mas disse que a pequena reação foi "produto de ajustes".

"Boa notícia seguramente não é, mas mostra uma movimentação do mercado. É produto de ajustes", disse Delfim. O emprego industrial cresceu 0,2% em março, na comparação com fevereiro, mas recuou 0,6% com relação a março de 2012. No primeiro trimestre do ano, o emprego na indústria acumula alta de 1%.

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Delfim participou de reunião entre os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e o da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, além de empresários, no escritório da Confederação Nacional da Indústria, em São Paulo.

O economista e ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto afirmou nesta segunda-feira que o corte da Selic na semana passada, de 7,50% para 7,25% ao ano, encerrou a série de reduções da taxa básica de juros neste ano. Segundo ele, o Banco Central (BC) deve esperar para analisar os efeitos sobre a economia dos cortes promovidos até o momento e das medidas de estímulo anunciadas.

"O governo já deu muitos incentivos de forma que seja bom parar um pouquinho para verificar seus efeitos", declarou Delfim Netto, após ser homenageado com o 16.º Troféu Guerreiro da Educação, entregue pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e pelo jornal O Estado de S.Paulo.

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Delfim Netto disse confiar na análise do BC e que a instituição tem instrumentos mais sofisticados que os analistas para avaliar a economia do País. "Na minha opinião, o BC tem se comportado de uma maneira muito conveniente para o desenvolvimento brasileiro."

O economista elogiou também a abertura dos votos dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom). Para ele, isso reforça a independência do BC. "Essa abertura é muito boa, porque mostra que as pessoas estão pensando diferente."

Delfim Netto negou ainda que o BC tenha deixado de lado o tripé econômico formado por superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação. Na opinião dele, o BC segue as metas, mas faz ajustes de acordo com a realidade de cada momento. "Os três alicerces são os mesmos, isso não mudou nada. Apenas estão sendo feitos ajustes para a economia se adequar à realidade do momento."

O ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, afirmou à Agência Estado que a inflação em 2013 tende a ficar perto dos 5%, dado que a economia vai acelerar no próximo ano. "O nível de atividade estará rodando entre 3,8% e 4% no último trimestre deste ano ante o mesmo período de 2011. E é bem viável que o País avance 4% no ano que vem", comentou. Ele não acredita que o PIB suba até 5% no próximo ano, como chegou a afirmar o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para quem o País registrará expansão entre 4% e 5% em 2013. Ele acredita que o Brasil exiba expansão pouco inferior a 2% neste ano.

"O País pode até crescer 5% em 2013, mas tem de ver como ficará a economia", comentou, referindo-se especialmente ao desempenho da inflação no próximo ano. Na avaliação de Delfim, é bem provável que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique um pouco acima de 5% em 2012, com um nível modesto de crescimento da economia. Para o próximo ano, como o Brasil deve registrar uma taxa de incremento do PIB de pelo menos o dobro do que deve ser apurado neste ano, é plausível imaginar que haverá pressões inflacionárias pelo fortalecimento da demanda agregada. E nesse cálculo é levado em conta o auxílio da redução dos preços de energia no IPCA, que deve variar de 0,5 a 0,6 ponto porcentual em 2013, de acordo com Nelson Barbosa.

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Delfim pondera que o patamar de câmbio atual, entre R$ 2,00 e R$ 2,10, é favorável à economia e ficou satisfeito com o comentário de Barbosa, segundo o qual o governo não vai tolerar apreciações adicionais da cotação do real ante o dólar. "Para mim, a economia ficaria melhor com câmbio pouco acima de R$ 2,10, e isso não traria impacto sobre a inflação", disse, destacando que o nível de atividade da economia do Brasil está abaixo do seu potencial há vários trimestres e há grande capacidade ociosa do setor produtivo.

Delfim, contudo, acredita que o IPCA pode continuar a receber ajuda desinflacionária do exterior em 2013, pois a economia mundial continuará a apresentar um desempenho fraco. "Os EUA podem até melhorar um pouco, especialmente se o presidente Barack Obama for reeleito, pois ele pelo menos terá aprendido algo no primeiro mandato", disse.

"A Europa vai continuar patinando em 2013", destacou o ex-ministro da Fazenda. "Contudo, o presidente do BCE, Mário Draghi, está fazendo um ótimo trabalho. Se não fosse ele, já teria ocorrido uma crise bancária fenomenal no continente, o que poderia ter ruído a união monetária", destacou. Ele se referiu às ações adotadas por Draghi para conter os efeitos recessivos em países com problemas sérios na região, como a injeção de pouco mais de 1 trilhão de euros na compra de títulos públicos de longo prazo junto a bancos comerciais, e agora com o programa de aquisição de papéis soberanos sem limites, o que está ajudando a reduzir os juros dos bônus da Espanha e Itália, conhecida pelo nome Transações Monetárias Completas, ou pela sigla OMT em inglês.

O economista Antônio Delfim Netto receberá o título Professor Emérito - Troféu Guerreiro da Educação 2012. O prêmio, uma parceria entre o Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) e o jornal O Estado de S. Paulo, é concedido anualmente a personalidades que prestaram serviços relevantes à educação no Brasil.

De acordo com Luiz Gonzaga Bertelli, presidente executivo do Ciee, a comissão julgadora do prêmio elegeu o economista por unanimidade. "Delfim foi reconhecido por sua dedicação como professor de Economia e, principalmente, pelo importante papel que teve na difusão de modernas teorias econômicas", afirma Bertelli.

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Catedrático

Formado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1951, o paulistano do bairro do Cambuci começou a exercer, no ano seguinte ao de sua graduação, a função de docente como assistente na disciplina estatística econômica e econometria. Em 1963, tornou-se o primeiro ex-aluno da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP) a ocupar a posição de professor catedrático na universidade.

Foi secretário da Fazenda do Estado em 1966 e ministro da Fazenda entre 1967 e 1974. Ficou conhecido como um dos responsáveis pelo "milagre econômico", período de grande crescimento do País. E foi ministro da Agricultura e do Planejamento no governo de João Figueiredo e eleito para quatro mandatos como deputado federal por SP.

O Prêmio Professor Emérito chega à sua 16.ª edição, tendo sido concedido recentemente à médica e professora Angelita Gama (2011) e ao jurista e gramático José Cretella Junior (2010). A cerimônia de entrega ocorrerá no dia 15 de outubro, no Espaço Sociocultural - Teatro CIEE, em São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto disse hoje em entrevista exclusiva à Agência Estado, que "é perfeitamente viável" que a Selic chegue a 9% em 2012, cenário que já está sendo vislumbrado por algumas instituições financeiras, como o Itaú Unibanco e Templetom, por exemplo. "Isso é possível sim, pois o objetivo do governo é que o juro real fique muito próximo da taxa (descontada a inflação) internacional", afirmou Delfim. "Isso é importante para permitir a plena funcionalidade do sistema de câmbio flutuante, pois com o juro muito alto há uma propensão muito forte de a moeda se valorizar."

Delfim pondera que o Banco Central vai manter o movimento de redução da Selic no próximo ano, pois a inflação continuará baixando e deve atingir o centro da meta de 4,5% em 2012. "O presidente do BC, Alexandre Tombini, é muito competente e o mercado está descobrindo isso agora. Tombini conhece o sistema de metas de inflação como poucos", afirmou. "A redução de juros a partir de agosto foi importante pois, para fazer a inflação convergir à meta de 4,5% em 2011, seria preciso provocar uma recessão extraordinária no País, o que poderia levar a uma queda do PIB neste ano de 3%."

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O ex-ministro também disse que a presidente Dilma Rousseff, até o fim do seu governo, em 2014, deve fazer com que a taxa de juros real atinja uma marca de 3%, como indicou durante a campanha eleitoral de 2010. "Tal fato é fundamental, pois ajuda a corrigir uma das principais anomalias estruturais da economia brasileira, a taxa de juros excessivamente alta, que provoca diversas distorções, como o câmbio muito apreciado".

Em sua avaliação, o Produto Interno Bruto (PIB), em 2011, deve crescer de 3% a 3,2% para avançar de 3,5% a 4% em 2012. "Acho difícil o País expandir entre 4,5% e 5% no próximo ano como prevê a Fazenda, pois houve uma desaceleração do nível de atividade que deve apresentar no final deste ano um incremento de apenas 2,5%", afirmou. E completou: "Se crescer 4% no próximo ano, já será uma vitória, pois o mundo está numa situação ruim, sobretudo a Europa."

Câmbio

Em relação ao câmbio, Delfim Netto avalia que o dólar tende a oscilar entre R$ 1,75 e R$ 1,80 em 2012. "Como a crise internacional deve perdurar por alguns anos, a volatilidade do câmbio será registrada também no ano que vem", afirmou.

Ele diz que há forças antagônicas na economia internacional que devem se equilibrar no próximo ano. "Há a depreciação do dólar em relação a diversas moedas no mundo. Além disso, como a economia brasileira está crescendo, o câmbio também se fortalece. Isso é natural", destacou. "Por outro lado, existe o movimento de queda dos juros, que colabora para diminuir a valorização do real ante o dólar."

Com o avanço da crise internacional, o ex-ministro ressaltou que as exportações e as importações devem cair no próximo ano, com queda também dos "termos de troca" do Brasil. Ele não fez previsões sobre quanto deve chegar o superávit comercial em 2011 e no próximo ano. "Tudo isso é chute", disse.

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou hoje que não acredita que o Brasil vai passar por uma crise cambial. "Houve um movimento recente relativo à valorização internacional do dólar. O BC (Banco Central) fez certo em prover liquidez ao mercado", comentou, depois de participar do 8º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. "Câmbio flutuante é assim: num primeiro momento ele varia, mas depois ele se ajusta", destacou, em sua palestra realizada no evento.

Para Delfim Netto, contudo, o "câmbio é um problema sério" que somente será resolvido quando a taxa de juro real interna for igual à registrada pela maioria dos países. O ex-ministro afirmou que o governo tem agido de forma correta ao ter reduzido a Selic, pois o Banco Central percebeu que a crise internacional tem efeitos muitos sérios sobre o nível de atividade mundial, com impactos deflacionários. "Tombini está muito mais afinado com a realidade monetária do mundo do que todos os analistas financeiros", comentou, referindo-se ao presidente do BC, Alexandre Tombini.

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Delfim Netto ironizou analistas que reclamavam da flutuação do câmbio quando a cotação estava em R$ 1,52, mas quando a taxa bateu em R$ 1,95, como ocorreu na semana passada, passaram a clamar pela intervenção "rápida" do BC. O ex-ministro não é favorável à apreciação excessiva do real ante o dólar, mas defende a ação do BC para que o mercado funcione sem fortes oscilações. "A volatilidade vai permanecer por um bom tempo", destacou, ao se referir que a crise dos EUA não vai acabar antes das eleições presidenciais de 2012 e na Europa os problemas também são muito graves.

O ex-ministro ressaltou que o Brasil tem plenas condições de crescer uma média de 4% nos próximos anos, com inflação de 4,5%, ao mesmo tempo que melhora a renda da população e mantém um bom nível de emprego dos trabalhadores. "A Dilma é uma pessoa trabalhadora, muito competente", disse, na palestra, adicionando, ironicamente, que o único defeito dela é que leu os livros escritos pelos grandes economistas do País.

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