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O deputado federal Daniel Coelho (PPS) acusou o governador Paulo Câmara (PSB) de cometer “estelionato eleitoral” por ter, segundo ele, esperado o fim das eleições para enviar, em regime de urgência, um projeto de lei para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) extinguindo a Delegacia de Crimes Contra a Administração (Decasp). A medida foi considerada autoritária por Daniel e de “quem quer proteger os corruptos”.

“Está muito evidente o estelionato eleitoral, a mentira que foi contada ao povo de Pernambuco. Evidente que esse fato teria repercussão na própria eleição. A população apoia as ações da polícia no sentido de combater a corrupção, de prender aqueles que estão desviando os recursos da nossa população, tirando os recursos da saúde, da educação e da segurança. É lamentável essa atitude do governo e daqueles que apoiam essa medida”, criticou Daniel.

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Na ótica do deputado federal, Paulo agiu de “forma rasteira” por não ter exposto o que faria durante a campanha. “O povo pernambucano está completamente indignado pela maneira rasteira com a qual o PSB tem agido. Por que não assumiram isso no pleito eleitoral? Por que não enviaram a matéria sem regime de urgência para que ela pudesse ser debatida com a sociedade?”, indagou, em discurso na Câmara Federal.

“Não dá para a gente aceitar as alegações do governo, principalmente no sentido de ele próprio reconhecer que a urgência foi deixada para depois do pleito, ou seja, primeiro a gente faz o voto, primeiro se engana o eleitor, depois coloca pra votar uma matéria que evidentemente não tem o respaldo da sociedade”, acrescentou Daniel.

A Alepe aprovou a extinção da Decasp, em segunda votação, nessa quarta-feira (31). A medida está prevista no projeto que cria o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que vai acumular a função.

Sob protestos de movimentos, a Assembleia Legislativa aprovou, nessa terça-feira (30), o Projeto de Lei nº 2066/2018, de autoria do Poder Executivo, que prevê a criação, na Polícia Civil, do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). Pela manhã, a Comissão de Justiça rejeitou duas emendas à proposta apresentadas pela deputada Priscila Krause (DEM). As sugestões pretendiam preservar, na estrutura do novo órgão, as delegacias de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) e de Crimes contra a Propriedade Imaterial (Deprim).

Durante a discussão da matéria na Reunião Plenária, alguns deputados pediram a retirada da proposição da pauta de votação. O objetivo do adiamento seria permitir a realização de audiências públicas sobre o assunto, solicitadas por representantes de órgãos públicos voltados ao enfrentamento da corrupção. O presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PP), rejeitou a demanda e lembrou que a proposição tramita em Regime de Urgência.

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“É importante discutir com a sociedade civil para não tomarmos decisões açodadas”, discordou Socorro Pimentel (PTB), no que foi seguida por Priscila Krause. “O que está em franco risco para justificar esse regime de urgência?”, questionou a democrata. “Coloca-se a proposta como um avanço no combate à corrupção, mas não é”, complementou. Também defenderam a ampliação do debate os deputados Edilson Silva (PSOL) e Teresa Leitão (PT).

Líder do Governo, Isaltino Nascimento (PSB) defendeu a aprovação do projeto nos termos enviados pelo Poder Executivo. Ele citou medidas do Governo para ampliar os quadros das polícias no Estado, e disse que o fortalecimento das instituições e do serviço público são premissas da atual gestão. “O que hoje é uma ação diminuta será mais um enfrentamento mais amplo à corrupção”, analisou. O projeto foi acatado com os votos contrários de Antônio Moraes (PP), Edilson Silva, Priscila Krause e Socorro Pimentel.

O texto aprovado prevê a abertura de duas delegacias especializadas no enfrentamento a organizações criminosas. Também passarão a integrar o novo departamento as unidades já existentes voltadas à investigação de ilícitos cibernéticos e contra a ordem tributária. A justificativa indica que a medida reproduz modelos de polícias de outros Estados, o que deve facilitar a integração entre os órgãos de segurança e “reforçar a capacidade institucional de repressão qualificada ao crime”.

Justiça –  Na reunião da Comissão de Justiça, os deputados rejeitaram as emendas nº 01 e nº 02 ao projeto. Relator das proposições no colegiado, Isaltino Nascimento argumentou serem inconstitucionais as alterações indicadas pela democrata. “As emendas não apresentam pertinência temática com a proposição original e criariam novas despesas, não previstas ao Poder Executivo, o que é proibido constitucionalmente”, opinou.

O parecer foi acompanhado pelos membros da Comissão. A única a divergir, de maneira pontual, foi a deputada Teresa Leitão, que defendeu a constitucionalidade da Emenda nº 01 para suprimir das incumbências do novo departamento a apuração de crimes contra o patrimônio. Rodrigo Novaes (PSD) argumentou em favor da redação original. “O fim é investigar também os crimes contra o patrimônio privado, desde que estejam dentro do alvo da atuação do crime organizado”, analisou.

Presidente da Comissão, Waldemar Borges (PSB) comunicou ter recebido solicitações de órgãos policiais de classe para a realização de uma audiência pública sobre a matéria. O parlamentar informou que, como o projeto tramita em Regime de Urgência, os pedidos não puderam ser acatados. “Estamos sempre abertos ao amplo debate, mas, infelizmente, esta questão restou prejudicada em razão do regime de tramitação”, afirmou.

Na mesma reunião, a Comissão de Justiça ainda aprovou seis proposições, rejeitou 23 por inconstitucionalidade e definiu o relator para uma outra. Duas matérias foram retiradas de pauta a pedido dos autores.

*Do site da Alepe

Intitulada "Boa Fé", uma operação da polícia terminou com a prisão de 22 pessoas acusadas de tentar fraudar o concurso publico para Agente Penitenciário, realizado no ultimo domingo (1), no Ceará. Policiais militares e um guarda municipal de Fortaleza estavam envolvidos no esquema.

O PM Glaudemir Ribeiro do Nascimento, 35 anos, foi identificado como líder da ação criminosa. Ele era o responsável por resolver a prova e em seguida passar o gabarito para outros comparsas, o também PM Albanir Almeida Vasconcelos, de 32 anos, e o Guarda Municipal de Fortaleza, Aurélio Moraes da Silva, de 35 anos. O plano era dar as respostas aos candidatos via ponto eletrônico.

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Segundo delegado Harley Alencar, depois da aprovação, os candidatos envolvidos no esquema pagariam dez vezes o valor do salário inicial para o cargo do concurso: R$ 3.747,29. Com isso, o trio receberia 37 mil de cada 'cliente'.

A quadrilha planejava fraudar também o concurso do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) previsto para ser realizado em janeiro de 2018.

Os candidatos presos foram liberados mediante pagamento da fiança de R$ 5 mil, mas todos seguirão respondendo ao processo. Os policiais e o guarda municipal vão responder a processo administrativo podendo ser expulsos das corporações.

Um grupo de policiais civis e militares foi preso nesta terça-feira, 13, por simular operações policiais para praticar roubos e extorsões. Eles se faziam passar por agentes da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). De sete mandados de prisão, seis foram cumpridos na Operação Stelio. O grupo é acusado de organização criminosa, extorsão, roubo e falsidade ideológica, coação, e violação de sigilo funcional.

A investigação sobre a atuação do grupo começou a ser feita pela Draco após denúncias de pessoas que foram extorquidas. Os policiais civis e militares apresentavam falsos mandados de busca e apreensão e vasculhavam as residências de suspeitos. Por fim, exigiam dinheiro e joias.

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Em 13 de setembro, uma vítima foi abordada na saída de casa, em Itaipu, na região oceânica de Niterói. A pessoa foi algemada enquanto sua casa era "revistada". Após a suposta operação, policiais levaram um carro, 13 relógios, roupas, computador e dinheiro. Dias depois, a vítima voltou a ser procurada e ameaçada para que fornecesse o documento para a transferência de titularidade. O grupo estaria se preparando para extorquir traficantes que atam em São Gonçalo, no Grande Rio.

Os policiais foram denunciados à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. A operação teve apoio da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, da Draco e das corregedorias unificadas das Polícias Civil e Militar.

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