Tópicos | emprego formal

O número de indígenas com ensino superior contratados com carteira assinada aumentou em 2019 em relação a 2018, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Ao todo, foram contratados 3.094 profissionais no ano passado. O número aumentou em relação aos 2.092 indígenas admitidos em 2018. A área de enfermagem foi a que mais contratou. 

Em 2018, as contratações voltaram a crescer, após quedas sucessivas desde 2015. Em 2014, 2.246 profissionais foram contratados. Esse número caiu até 1.572 em 2017, atingindo a menor marca da década. Em 2019, a tendência de crescimento das contratações verificadas no ano anterior foi mantida. 

##RECOMENDA##

 “Temos uma tendência um pouco oscilante, mas crescente de contratações de indígenas”, diz o diretor de Inteligência Educacional da plataforma Quero Bolsa, Pedro Balerine. O levantamento foi feito pela Quero Bolsa. Segundo Balerine, a análise mostra que, embora haja uma concentração em determinadas profissões, os indígenas atuam nas mais diversas áreas e buscam formações diversificadas. 

O aumento das contratações de indígenas, de acordo com o diretor, está relacionado à expansão do ensino superior. “A oferta de ensino superior no Brasil está aumentando muito e tem a expansão do Ead [Ensino a distância], que é um facilitador para esse público”, diz. Apesar de esbarrar em dificuldades tecnológicas, como acesso à internet e a computadores, segundo Balerine, os pólos presenciais, obrigatórios para a oferta de cursos a distância, podem ajudar a quem não tem esses equipamentos. 

O levantamento mostra que, no ano passado, a área que mais contratou foi enfermagem, com 215 admissões. Em seguida, estão os professores de ensino superior, com 84 admissões na área de prática de ensino e 82 na área de didática. Foram contratados ainda 71 analistas de desenvolvimento de sistema, 69 administradores e 56 farmacêuticos, entre outras ocupações. A média salarial verificada foi R$ 3.409,28.  

Desafios

Mesmo sendo o mais alto da década, o número de contratações de indígenas ainda é pequeno no país, e os profissionais contam que ainda há ainda muita dificuldade para a formação. Em 2018, de acordo com o Censo da Educação Superior, havia 57.706 indígenas matriculados em todo o país, o que representava 0,7% do total de 8,4 milhões de estudantes. 

“Para nós, indígenas da aldeia, é bem mais difícil. É difícil passar em vestibular. Tem faculdade particular mas, às vezes, não se tem condições de pagar o curso”, diz a enfermeira Letícia Monteiro, que é indígena do povo Taurepag, da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, localizada em Roraima.

“Tem ainda essa questão da discriminação. Em pleno século 21, a gente ainda consegue ver essa discriminação e a dificuldade de fazer o curso em uma cidade onde não tem residência e nem apoio financeiro. Fica muito mais difícil”, diz a enfermeira, uma de dez indígenas do total de 51 enfermeiros que atuam na Divisão de Atenção à Saúde Indígena (Diasi) do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Leste Roraima, ligada à Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde. Segundo Letícia, há muitos indígenas que desejam cursar enfermagem, por exemplo, mas que acabam não conseguindo devido a essas limitações.

De acordo com a secretária-geral do Movimento das Mulheres Indígenas do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Maria Betania Mota de Jesus, que é da etnia Macuxi, muitos dos indígenas que vivem nas aldeias e saem para estudar, retornam para atuar nas comunidades. Tendem também a permanecer nos postos de trabalho. “Eles conhecem a cultura, conhecem o trabalho. Há muitas pessoas não indígenas que acabam não se habituando e isso leva a uma rotatividade de profissionais”. 

Nas instituições federais, os indígenas têm reserva de vagas por causa da chamada Lei de Cotas, Lei 12.711/2012. Desde 2016, 50% das vagas nessas instituições são reservadas a estudantes de escolas públicas. Dentro da lei, há a reserva de vagas para pretos, pardos e indígenas, de acordo com o percentual dessas populações nas unidades federativas.

Apesar de não estarem submetidas a essa lei, as instituições privadas, que detêm a maior parte das matrículas do ensino superior, podem desenvolver ações para a formação desses estudantes. 

De acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), por meio do Indicador Antecedente de Emprego (Iaemp), em uma escala de zero a 200, houve alta de 2,6 na passagem de outubro para novembro no número de vagas disponíveis. A pesquisa mostra que o índice alcançou 88,4 pontos, sendo o maior nível desde abril deste ano (92,5 pontos). É importante ressaltar que o índice é calculado com base em entrevistas com consumidores e empresários da indústria e do setor de serviços, com o objetivo de antecipar a tendência do mercado de trabalho nos próximos meses.

No entanto, outro indicador sobre o mercado de trabalho da FGV, o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), teve piora no período: 96,1 pontos, dez a mais do que a média da série histórica iniciada em 2005 (84,2 pontos). O ICD é calculado com base na percepção dos consumidores sobre o desemprego atual e medido em uma escala invertida de zero a 200 pontos, em que quanto maior for a pontuação pior será o resultado. Para o garçom Deiviti Matias, 35 anos, o número de vagas disponíveis continua na mesma durante esse período. "Alguns setores, como o comércio, podem ter tido aumento por conta das festas, mas em uma situação geral, o ano todo foi ruim", diz. O profissional é casado e tem quatro filhas. Natural de São Paulo, mora atualmente em Goiânia e, com menos de um salário mínimo e meio, tem que arcar com as despesas da família, o que inclui o aluguel.

O garçom, que antes trabalhava em uma marmoraria, ficou desempregado por dois meses e começou a trabalhar há pouco, acredita que muitas pessoas não conseguem suprir a renda mensal apenas com um emprego e têm que complementar a renda com trabalhos freelance. Isso acontece com Patrícia Santos, 31 anos. Depois de dois anos sem registro em carteira, ela voltou a trabalhar neste último trimestre na antiga empresa em que foi mandada embora. Entretanto, a costureira não consegue manter a renda familiar apenas com o salário fixo, pois é a única provedora da casa.

Em 2018, o pai da profissional sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e não pôde mais trabalhar, fazendo com que a costureira precisasse muito de trabalhos freelance. Para complementar a renda, Patrícia atende clientes a domicilio em diversas regiões de Guarulhos (SP) com o serviço de cabelereira, manicure e depiladora. "Meu salário não é compatível com os meus gastos atuais e com as necessidades do meu pai, que teve a mobilidade reduzida. Eu preciso continuar atendendo as minhas clientes", afirma.

O volume de serviços no país avançou 0,8% na passagem de setembro para outubro deste ano. Essa é a segunda alta consecutiva do indicador, que acumula crescimento de 2,2% no período. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada na última quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações mostram que serviços complementares e freelances aumentaram 0,1% no período.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), o Brasil possuía 4,703 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro de 2019. A população desalentada é aquela que estava fora da força de trabalho por diversas razões, principalmente por procurar trabalho durante longos períodos e não conseguir encontrar. A técnica agrícola Gleicyane das Graças, 26 anos, se enquadra dentro dessa estatística: a profissional permaneceu desempregada de janeiro a setembro deste ano, conseguindo uma vaga efetiva apenas em outubro e fora de sua área de formação. Após se mudar do interior de Minas Gerais para Maceió (Alagoas), a profissional precisou se sujeitar a outra modalidade de emprego – no caso dela, o call center.

 

Confiança do consumidor e perspectiva de futuro

Outubro registrou queda de confiança nas classes econômicas com menor poder aquisitivo. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) no período ainda apontou que a pretensão de gastos com viagens e presentes de final de ano neste mesmo recorte permanecerá em baixa e que a aplicação média de dinheiro será no pagamento de contas atrasadas.

Para o garçom Deiviti, que foi registrado em uma pizzaria em novembro, a renda adquirida neste último trimestre significa apenas uma coisa: quitação de débitos. "Até por conta do meu trabalho, não tenho como viajar, pois a pizzaria vai funcionar normalmente durante as festas. Essa estabilidade de ter conseguido um emprego agora no final de ano vai me ajudar a quitar as dívidas que ficaram pendentes", explica. Ele ainda afirma que está contente com essa oportunidade de emprego fixo e que pretende permanecer trabalhando neste local no mesmo período do ano que vem. Além disso, Deiviti diz que quer arrumar mais uma ocupação durante o dia para complementar a renda, já que na casa somente ele trabalha.

Já a costureira Patrícia pretende economizar o máximo que puder para que no mesmo período de 2020 já tenha conseguido concluir a construção de seu salão de beleza, que é um sonho da profissional. "Eu pretendo estar em outra empresa no ano que vem, no caso, na minha. Espero estar trabalhando só no meu salão", disse.

Gleyciane afirma que em 2020 quer trocar de emprego. A técnica agrícola está se preparando para prestar concurso público. "Estou estudando para mudar de vida. Tenho uma filha, que não mora comigo, e tenho que mandar dinheiro para pagar as contas dela todo mês, além das minhas. Não é fácil conseguir tudo isso com apenas um salário mínimo", conclui.

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,6% no trimestre encerrado em outubro, atingindo 12,4 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE).

A recuperação do emprego formal, no entanto, ainda não se estende a todos os setores da economia. Entre as 13 atividades econômicas monitoradas pelo Ipea, 8 registraram fechamento de postos de trabalho com carteira assinada no período de um ano, entre elas a indústria de transformação (-38,4 mil vagas no 1.º trimestre de 2019 ante o 1.º trimestre de 2018) e a construção civil (-10,8 mil).

"A geração de empregos está reproduzindo a estrutura do PIB (Produto Interno Bruto). Tem uma indústria que cada vez contrata menos, cada vez encolhe mais. A geração de vagas acompanha a dinâmica da economia", disse Maria Andreia Lameiras, técnica de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

##RECOMENDA##

Dos 10,4 milhões de empregados da indústria de transformação no 1.º trimestre, 63% tinham carteira assinada. Nos serviços, a proporção era de apenas 40%. No comércio, a carteira assinada alcançava 46,2% dos empregados, lembrou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

"A indústria é a atividade com maior taxa de formalização de empregados. Na virada de 2017 para 2018, o setor liderava a geração de vagas formais. Isso se perdeu, porque o ritmo de produção foi reduzindo, então foi se perdendo o ritmo de recomposição do emprego", justificou Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi. Ele lembra que o emprego formal é fundamental para o crescimento econômico, porque os trabalhadores garantem renda mais elevada e estável, o que permite acesso ao mercado de crédito formal e potencializa o poder de compra. "É uma variável importante para potencializar o crescimento do PIB."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que, apesar dos dados que apontam para melhora econômica, a população ainda sente os efeitos da crise e busca reduzir os gastos e aumentar a renda. 

O estudo apontou, por exemplo, que 64% dos consumidores brasileiros fizeram trabalhos extras, conhecidos como "bicos", no primeiro semestre de 2018. O índice, que era de 57%, subiu sete pontos percentuais. 

##RECOMENDA##

A mesma pesquisa mostra um cenário ainda mais difícil entre as pessoas de classes econômicas menos abastadas: os bicos foram uma alternativa para 70% dos consumidores das classes C, D e E (de 2 a 10 salários mínimos, de acordo com o IBGE).

No que diz respeito à percepção da situação econômica do país, 51% acreditam que houve piora ao longo do ano em comparação ao mesmo período de 2017. 

Sobre a própria condição financeira, 44% apontam um quadro de piora em relação ao último ano, o que representa um crescimento percentual de 8 pontos em relação às últimas pesquisas. Cerca de 34% relatam não ter havido alteração e apenas 19% acreditam que sua situação financeira melhorou. 

De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, "momento mais crítico da crise ficou para trás, mas isso não significa que a vida das pessoas tenha melhorado substancialmente. A renda das famílias segue achatada e o consumo melhora a passos lentos porque o desemprego segue alto e a confiança abalada". 

O cenário apontado pela economista fica mais visível através de outros dados que apontam, por exemplo, cortes orçamentários feitos pelos consumidores para tentar sentir menos os efeitos da recessão econômica. Segundo a pesquisa em questão, no primeiro semestre 83% dos consumidores fizeram cortes de orçamento. 

Desse total, 61% cortaram ou reduziram refeições fora de casa e 57% economizaram em roupas, calçados e acessórios, enquanto 55% cortaram itens que não são de primeira necessidade em supermercados, como carnes nobres, congelados, iogurtes e bebidas, enquanto 53% diminuíram despesas com lazer. 

O estudo também mostra que 57% das pessoas ouvidas ficaram desempregadas ou tiveram algum membro da família que perdeu o emprego nos últimos meses. Cerca de 30% dos entrevistados afirmam que tiveram que vender algum de seus bens devido a problemas financeiros e 77% não sentem efeitos da melhora da economia. Para eles, os preços de produtos e serviços seguem aumentando, 56% pensam que as taxas de juros estão muito elevadas e 54% argumentam que o mercado de trabalho segue sem contratar. 

No sentido oposto, 23% dos entrevistados relataram já sentir no próprio bolso os efeitos de melhora na economia. Para 47% desses que se mostram otimistas, as pessoas voltaram a consumir, enquanto 36% consideram que a criação de novas vagas está aumentando. 

Segundo o SPC e a CNDL, A pesquisa ouviu 886 consumidores de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais nas 27 capitais do país, com 3,3 pontos percentuais de margem de erro e margem de confiança de 95%. Para mais detalhes, acesse os resultados do estudo na íntegra

LeiaJá também

--> SP promove oficina para primeiro emprego

--> Pequeno negócio criou 55% dos primeiros empregos em 2017

No primeiro quadrimestre de 2018, Guarulhos apresentou um saldo de 2.806 vagas com registro em carteira profissional, conforme indica o Relatório Conjuntural do Mercado de Trabalho Formal da Secretaria Municipal do Trabalho.

De acordo com o relatório, em abril foram registradas 1.294 contratações, o maior número dos últimos cinco anos. O setor de serviços foi o principal responsável pelo aumento, com 2.585 admissões. 

##RECOMENDA##

O crescimento no número de empregos formais ocorreu tanto para homens quanto para mulheres, com 1.658 e 1.148 vagas respectivamente. Para os jovens aprendizes a evolução foi de 187 para os homens e de 107 para as mulheres. Os trabalhadores na faixa de 18 a 24 anos predominam as contratações, com 2.439 registros em carteira.

De acordo com dados do Cadastro Administrativo Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (CAGED), no primeiro bimestre deste ano Guarulhos apresentou o maior saldo positivo de emprego formais desde 2014.

Os números apontam que houve crescimento dos vínculos formais ocupados por mulheres em todas as faixas etárias, da inserção dos trabalhadores mais jovens e a vantagem comparativa dos trabalhadores mais escolarizados no mercado formal. Entre as funções com maior crescimento se destacaram os profissionais ligados à Construção Civil, onde os trabalhadores tiveram salários de admissão superiores aos de desligamento.

##RECOMENDA##

Por outro lado as contratações com jornada superior a 40 horas semanais prevaleceram, mas houve avanço no salário médio das mulheres no contrato de trabalho de jornadas menores.

Relatório estrutural

Segundo a Prefeitura de Guarulhos, a Secretaria de Trabalho desenvolve um projeto que apresenta o potencial e as oportunidades que Guarulhos oferece a população. O relatório é publicado mensalmente e aborda os aspectos estruturais do mercado de trabalho na cidade. A consulta do documento está disponível para o público no site da Prefeitura de Guarulhos e você pode ter acesso aos dados completos aqui.

Faz 68 anos que Alcidio Serra trabalha na construção de calçadas portuguesas. Na cidade de Americana, no interior paulista, por todo o lado há um pedacinho de chão desenhado por ele. A fama de seus mosaicos coloridos é tão grande que, aos 81 anos, recebeu proposta de emprego de uma empresa de construção civil local e assinará pela primeira vez na vida um contrato formal de trabalho.

Apesar de inusitada, histórias como essa não são raras no País. De acordo com dados do Ministério do Trabalho obtidos pelo Estado, este ano, de janeiro a outubro, 38 pessoas com 81 anos ou mais conseguiram o primeiro emprego com carteira assinada. O que chama a atenção é a oportunidade conquistada por pessoas da idade de Serra no ano em que a criação de vagas formais pelo setor privado até outubro é tão baixa que foi considerada estatisticamente irrelevante pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

##RECOMENDA##

Quando os engenheiros da empresa Seven Empreendimentos souberam - pela indicação de um arquiteto conhecido na cidade - da qualidade do trabalho de Serra, ou "Seu Sega", como é conhecido entre os americanenses, decidiram contratá-lo no mesmo dia. O registro em carteira saiu nesta quinta-feira (21). O serviço será fazer um piso de pedras nas cores branca e marrom, em uma área de quase mil metros quadrados no andar térreo de um edifício de alto padrão que será lançado em abril do ano que vem na cidade.

Foi a técnica artesanal dos desenhos em ladrilho de Seu Sega que impressionou Leandro Ferraz Leite, diretor executivo da Seven e responsável pela obra. Segundo ele, construir calçadas portuguesas é um trabalho delicado e requer mão de obra especializada, que anda cada vez mais em falta. Em Americana, garante, ninguém faz o serviço com a mesma qualidade do que faz Seu Sega. "Com essa idade então, nem pensar. No exame admissional, a médica se espantou com a energia dele. Ele é forte e tem saúde de um homem de uns 40 anos", afirma Leite.

O contrato vai durar até o fim da obra, mas Leite afirma que já tem planos de mantê-lo na equipe para serviços futuros. "Enquanto Seu Sega estiver disposto para o trabalho, quereremos contar com ele na equipe." Aposentado desde 1983, com um salário mínimo, Seu Sega nunca deixou de trabalhar. Para ele, exercer seu ofício de calceteiro "é o que dá sentido à sua vida". No dia 10 de novembro, esteve no Poupatempo da cidade para tirar a primeira carteira de trabalho, documento que nunca teve nas quase sete décadas de profissão por sempre ter atuado como autônomo. Sem nunca ter tirado nem um mês sequer de férias, ele conta que sempre deu um jeito de pagar as parcelas do carnê do INSS em dia para ter um "mínimo de renda garantida todos os meses".

O salário no novo emprego será de R$ 1.729, quase o dobro do que recebe de aposentadoria hoje. Para ele, o dinheiro, o plano de saúde e os outros benefícios serão uma "bênção" para a sua família, que vive uma época de aperto financeiro. Sem conseguir trabalho suficiente nos últimos meses, segundo ele, "por causa da crise econômica que atingiu a cidade", o calceteiro conta que gasta mais de R$ 300 por mês só comprando remédios para a mulher, Fernanda Serra, dez anos mais nova do que ele, que sofre de arritmia e diabetes. "Viver está muito caro, e nossas aposentadorias, juntas, não dão conta de cobrir todas as nossas necessidades."

Aprendiz

A disposição para o trabalho é o que mais chama a atenção em Seu Sega. Nascido em Sumaré em 1936, perdeu o pai aos 10 anos, e teve de largar a escola e começar a trabalhar cedo para ajudar no sustento da casa. Nessa mesma época, começou a aprender o ofício dos irmãos mais velhos: desenhar calçadas com ladrilhos coloridos do tipo português. Ficou "tão bom" na tarefa que, aos 13 anos, se tornou sócio na empresa dos irmãos e logo depois conquistou os próprios clientes e foi trabalhar sozinho.

Sua rotina de trabalho se repete há 71 anos. Levanta sempre muito cedo, lá pelas 5 horas. Toma café e já corre para o trabalho, sempre equipado com chapéu de palha e guarda-sol para se proteger do calor. Na sua melhor fase, conseguiu ganhar mais de R$ 200 por dia. E cada hora estava em um lugar diferente: mesmo sem nunca ter feito um curso, se aperfeiçoou na arte de calceteiro a ponto de ser procurado para produzir calçadas em diferentes cidades do interior paulista. A melhor parte, diz, é quando pedem um tracejado diferente: "Aumenta o desafio". "Meu orgulho é uma calçada toda desenhada em frente à igreja matriz de Iracemápolis. Ali, eu me esmerei muito, trabalhei vários dias das 6 horas até as 22 horas", relembra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Atrás apenas do Ceará, o estado de Pernambuco ficou em segundo lugar na criação de empregos formais no Nordeste. Os dados fazem parte de um levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho e analisados pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), órgão de pesquisas do Banco do Nordeste, e mostraram que só em agosto deste ano, foram abertas 4.206 vagas de carteira assinada na região.  

Considerado pela pesquisa um bom desempenho no mercado de trabalho, em Pernambuco as áreas que mais tiveram crescimento de postos de trabalho foram à indústria de transformação (+1.927 postos), ligadas aos subsetores da indústria de alimentos e bebidas (+2.074 postos) e da indústria da borracha, fumo, couro, peles e similares (+129 postos); agropecuária (+1.802 postos); serviços (+673 postos) e construção civil (+301 postos). 

##RECOMENDA##

No recorte municipal, Igarassu (+2.150 postos), Petrolina (+1.313 postos), Bezerros (+333 postos), Cabo de Santo Agostinho (+247 postos) e Timbaúba (+145 postos) foram os municípios que mais contribuíram para a geração de empregos em agosto. Recife figura na lista de cidades com redução do nível dos postos de trabalho (-593). 

Melhor desempenho 

O Ceará é o estado do Nordeste com maior saldo na geração de empregos em agosto, de acordo com estudo divulgado nesta sexta-feira (6). O desempenho foi influenciado pelo setor de serviços (+1.702 postos), principalmente em decorrência dos subsetores de comércio e administração de imóveis (+ 944 vagas) e de ensino (+892 novas vagas). 

Também contribuíram com a alta a indústria de transformação (+976 postos), fomentada pelas exportações do setor calçadista (+839 vagas); agropecuária (+900 postos); construção civil (+579 postos); comércio (+533 postos); administração pública (+144 postos); serviços industriais de utilidade pública (+132 postos) e extrativa mineral (+9 postos). 

Nordeste 

Em toda a Região Nordeste, o saldo positivo foi de 19.964 novas vagas de carteira assinada, sendo 4.975 postos no Ceará, 4.206 em Pernambuco, 3.511 na Paraíba e 3.241 no Rio Grande do Norte. Ao todo, os quatro estados foram responsáveis por 15.933 dos novos empregos, ou seja, 80% do total no Nordeste. 

Na Paraíba, 3.511 empregos formais foram criados em agosto, resultado influenciado pelo desempenho verificado nos setores de agropecuária (+2.349 postos), com crescimento de 21,98% em relação ao mês anterior, e da indústria de transformação (+918 postos). As cidades que mais contribuíram para o saldo positivo foram Mamanguape (+1.312 postos), Santa Rita (+746 postos) e Sousa (+57 postos). Tal qual Pernambuco, também na Paraíba a capital registrou saldo negativo (-215 postos), assim como a cidade de Campina Grande (-337 postos). 

Já no Rio Grande do Norte, os setores de agropecuária (+2.495 postos), serviços (+596 postos) e construção civil (+225 postos) foram os que mais contribuíram para a geração de empregos no mercado potiguar. Com destaque também para a contribuição dos subsetores de fruticultura irrigada (com área colhida de melão de grande importância no Nordeste), comércio e administração de imóveis (+742 postos) e Ensino (+85 postos). 

No Rio Grande do Norte, os municípios em que houve maior incremento no número de vagas foram Mossoró (+1.188 postos), Natal (+424 postos), Apodi (+103 postos), Canguaretama (+162 postos) e Açu (+77 postos). Os melhores resultados foram registrados no interior do Estado, onde foram gerados 1.895 empregos com carteira assinada. 

"É importante frisar, que desde maio de 2017, o Nordeste vem apresentando saldo positivo na movimentação de empregos formais, o que configura uma tendência favorável ao mercado de trabalho regional, ainda que modesta", afirmou a coordenadora de estudos e pesquisas do Etene, Hellen Rodrigues. Ela destacou que o Nordeste fechou agosto como a região que mais criou postos de empregos no País, com números de 182.574 admitidos e 162.610 demitidos. 

No comparativo entre os estados, apenas Alagoas teve resultado negativo no período, com a redução de 424 postos. 

LeiaJá também

--> Mercado de trabalho dá sinais de melhora, diz Ipea 

--> Contratação formal de mulheres supera número de demissões

De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) divulgados hoje (27) pelo Ministério do Trabalho, o número de pessoas entre 50 e 64 anos no mercado formal de trabalho cresceu cerca de 30% entre 2010 e 2015. Segundo a pesquisa, em 2010 havia 5,8 milhões de trabalhadores nesta faixa etária com carteira assinada. Já em 2015, o número chegou a 7,6 milhões. Houve também aumento na participação de trabalhadores com idade superior a 65 anos: de 361,3 mil em 2010 para 574,1 mil em 2015 – aumento de 58,8%.

Os dados mostram que o setor de serviços é o que tem maior receptividade aos trabalhadores mais velhos. Cerca de 2,6 milhões de pessoas com idade entre 50 e 64 anos estavam empregadas com carteira assinada nesse segmento em 2015, além de 200,1 mil com idade acima de 65 anos. Ainda em 2015, a administração pública empregava 2,5 milhões de pessoas entre 50 e 64 anos, seguido da indústria com 923 mil e do comércio com 864 mil.

##RECOMENDA##

Um levantamento da Fundação Seade divulgado na tarde de ontem (12) aponta que no primeiro trimestre de 2017 foram gerados 11.309 postos de trabalho. Esse número é considerado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho como estável em relação ao último trimestre do ano passado. Quando comparado ao início de 2016, é registrada uma queda de 2,5% no número de vagas.

A Região Metropolitana de São Paulo, que concentra 52,8% dos empregos formais do estado, teve uma queda de 2,8 na oferta de empregos no último ano, o que representa o fechamento de 179.751 postos de trabalho. Os setores que mais foram afetados são o de atividades administrativas e serviços complementares (-25.261 postos), informação e comunicação, atividades financeiras e atividades científicas e técnicas (-19.297) e transportes, armazenagem e correio (-17.294)

##RECOMENDA##

O estudo da Fundação Seade chama a atenção para os cargos que tiveram índice positivo. De acordo com o relatório, funções que demandam menor nível de escolaridade e especialização foram as mais beneficiadas, exceção feita aos professores de ensino médio e fundamental, que aparecem na tabela em quinto lugar (saldo de 3.412 novos postos), atrás de trabalhadores rurais (12.081), trabalhadores de linha de produção (5.281), auxiliares de escritório (4.353) e operadores de máquinas agrícolas (3.656). O estado de São Paulo representa 31,2% dos empregos formais do Brasil.

No Brasil 32.144 pessoas com deficiência mental ou intelectual ocupavam vagas de trabalho formal em 2015, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho. Comparando com anos anteriores é possível perceber um crescimento nesse número, o que demonstra uma redução gradual do preconceito. Em 2013, o mercado de trabalho tinha 25.332, subindo para 29.132 em 2014 e chegando aos 32.144 em 2015.

A aprendizagem profissional, prevista no artigo 429 da CLT, ainda é pouco utilizada para dar formação para esses profissionais. Existe um enorme contingente de pessoas com deficiência, passíveis de enquadramento na cota legal, e de segurados reabilitados pela Previdência Social, capaz de preencher várias vezes o atual número da cota. Essas são algumas das principais conclusões do “Diagnóstico quantitativo de pessoas com deficiência/reabilitados no Brasil”. O estudo inédito produzido pelo Ministério do Trabalho foi apresentado em dezembro de 2016, em Belo Horizonte, durante o primeiro seminário “Lei de Cotas – Boas Práticas de Inclusão”.

##RECOMENDA##

O saldo de empregos no Brasil em janeiro foi negativo em 81.474, pior do que o apresentado em janeiro do ano passado, quando ficou positivo em 62.448 pela série ajustada e em 29.595 sem ajuste. O resultado é também o pior para o mês desde 2009, quando o saldo de empregos em janeiro foi de -101.748 pela série sem ajustes.

O saldo líquido de empregos formais no mês frustrou ainda as expectativas do mercado. Levantamento do AE Projeções trazia uma expectativa de que o número fosse de um resultado negativo de 60 mil postos de trabalho a zero. Com base neste intervalo, que contou com 14 previsões coletadas pelo AE Projeções e envolve os números sem ajuste sazonal, a mediana encontrada foi de eliminação de 27.256 vagas, que representava mais otimismo com relação ao número divulgado há pouco.

##RECOMENDA##

A série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando os empregadores enviam as informações atualizadas para o governo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando