A utilização do árbitro de vídeo em partidas oficiais é novidade para o Brasil. O primeiro jogo que recebeu o auxílio desse recurso foi a partida de ida entre Sport e Salgueiro, na primeira partida da final do Campeonato Pernambucano de 2017, no dia 7 de maio. O segundo jogo da decisão, que aconteceu no dia 28 de junho, em Salgueiro, também recebeu o recurso. Nas duas partidas o árbitro de vídeo teve participação direta durante em lances capitais do jogo.
No primeiro duelo, na Ilha do Retiro, aos 48 minutos do segundo tempo, o juiz José Washington usou a tecnologia para confirmar um pênalti para o Carcará, que marcou e deixou o resultado do jogo em 1x1. No segundo confronto da decisão, o juiz Wilton Pereira Sampaio recorreu ao árbitro de vídeo para confirmar a anulação do gol do Salgueiro.
##RECOMENDA##O árbitro de vídeo faz uso integral da tecnologia e atua em quatro situações principais: foi gol/não foi gol; foi pênalti/não foi pênalti; cartão vermelho direto indevido e identificação errada do jogador punido. Mas isso não significa que em situações como impedimento, por exemplo, o árbitro de vídeo não poderá atuar.
Durante a coletiva de lançamento do árbitro de vídeo, realizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), no dia 6 de maio, o instrutor da ENAF e autor do projeto Manoel Serapião garantiu que o tempo para a resolução do lance não iria interferir na essência do futebol. Segundo Serapião, a comunicação entre o árbitro de vídeo e o de campo deveria acontecer imediatamente. Mas na prática, não foi o que aconteceu.
Nos dois jogos, entre a solicitação da participação do árbitro de vídeo, a análise e o resultado, se passaram, em média, cerca de 5 minutos e meio. Tempo consideravelmente longo para uma partida de futebol estar paralisada.
O LeiaJá foi à ruas do Recife perguntar o que os torcedores acharam do uso da tecnologia na final do Campeonato Pernambucano. Muita gente discorda do árbitro de vídeo, confira:
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O LeiaJá entrou em contato com a CBF e falou com o chefe do Departamento de Arbitragem da CBF e coordenador do árbitro de vídeo no futebol brasileiro, Sérgio Corrêa. Questionado sobre a demora do resultado da análise do vídeo, Sérgio afirmou que ao longo do tempo a espera pela resolução será cada vez menor. “Ajustes vão ser feitos, o tempo vai ser o menor possível, mas o importante é ficar com a marcação correta, mesmo que leve um tempo acima do que esperamos”, disse.
Segundo Sérgio, a avaliação do recurso do árbitro de vídeo é muito positiva. Há dois anos a CBF e a Comissão de Arbitragem estão em um esforço contínuo para colocar esse projeto em prática. “A evolução é gradativa, mas não dá para esconder o orgulho pelo ineditismo do futebol brasileiro”, afirmou.
“Atuamos de acordo com o protocolo aprovado junto ao IFAB / FIFA. É uma questão cultural que está sendo modificada. Então, toda a agilidade do processo vai aumentar em paralelo a maior quantidade de jogos com o recurso do árbitro de vídeo”, explicou o coordenador do árbitro de vídeo.
De acordo com Sérgio Corrêa, a ideia é de que o árbitro de vídeo seja usado nas competições organizadas pela CBF. “Vamos avançar de acordo com as possibilidades dos clubes e das competições. Estamos trabalhando para dar prosseguimento ao projeto. Por isso, não podemos ter pressa. Tudo tem que ser feito em comum acordo com a FIFA”, afirmou.
Segundo Sérgio, O presidente do Comitê de Arbitragem da Conmebol, Wilson Seneme, já manifestou o interesse de utilizar a tecnologia nas fases mais decisivas da Libertadores deste ano.
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