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No último dia de horário eleitoral gratuito na TV, a presidente Dilma Rousseff (PT) prometeu ideias novas para um novo governo, caso seja reeleita. Seus adversários, que disputam uma vaga no segundo turno, centraram as críticas na petista, líder nas pesquisas. Marina Silva (PSB) chamou Dilma de "mentirosa" e Aécio Neves (PSDB) agradeceu aos eleitores e à família. Coube ao vice na chapa tucana, Aloysio Nunes (PSDB), o chamamento para uma "virada" nos últimos dias de campanha.

O programa da presidente Dilma, além de ressaltar os avanços dos 12 anos de administração do PT, teve como mote a frase "governo novo, ideias novas". Programas como o Mais Especialidades e o Pronatec Jovem Aprendiz, promessas da presidente para um segundo mandato, foram usados como provas da disposição de Dilma em implantar novas ideias. "Se os brasileiros e brasileiras me derem a confiança de um novo mandato, meu compromisso mais profundo se expressa em uma frase: governo novo, ideias novas", prometeu a candidata.

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Luiz Inácio Lula da Silva foi personagem importante nos mais de 11 minutos de programa petista. Com um discurso otimista, o ex-presidente disse, em uma conversa com Dilma, que não vê um país no mundo com "uma perspectiva de futuro mais extraordinária que o Brasil". "É engraçado uma coisa que acontece com nossos opositores. Fico impressionada por eles não valorizarem o pré-sal", respondeu a presidente.

Em seguida, a presidente criticou seus adversários e voltou a dizer que é ela a mais capaz de promover as mudanças que forem necessárias. "Lembra concretamente de propostas originais de outros candidatos? (...) O que eles dizem de mais concreto é que vão continuar o que estamos fazendo. (...) Continuar o que está sendo feito será muito mais fácil pra mim, fazer o novo também", defendeu.

Marina Silva utilizou um discurso emocional em seu programa e disse que Dilma "mente" quando diz que não sabia da corrupção da Petrobras. A fala é uma resposta aos comerciais do PT que acusam a candidata do PT de mentir sobre seu posicionamento em votações da CPMF no Senado. "Come pela boca do marqueteiro, pela boca do assessor. Não me venha chamar de mentirosa. Mentira é quem diz que não sabe que tinha roubo na Petrobras. É quem diz que não sabe o que está acontecendo na corrupção desse País."

A ex-senadora lembrou de sua infância pobre e citou Luiz Gonzaga ao falar de sua relação com a família quando voltou ao seringal já alfabetizada. "Eu via minha família falando um português errado e essa música martelava na minha cabeça. 'Marina, respeita os oito baixos do seu pai'. 'Você pode ter aprendido essa língua, mas ele sabe cortar seringa, ele conhece os segredos da mata'. Aprendi respeito à diversidade na prática, não foi em teoria", contou.

A maior parte do programa de Aécio Neves foi gravada em São João del Rei, berço político de seu avô Tancredo Neves. No vídeo, Aécio aparece ao lado da família e agradece o apoio dos eleitores e das pessoas próximas. "Andei pelo Brasil sempre me lembrando de onde as coisas começaram pra mim. E começaram aqui na minha São João Del rei ao lado do meu avô Tancredo, aprendendo muito cedo que decência e política podem e devem caminhar sempre juntos", contou o tucano.

Lembrando da campanha para o Senado em São Paulo no ano de 2010, foi o vice de Aécio, Aloysio Nunes, quem convocou os eleitores para a virada. O vice lembrou que na última semana da votação quando era candidato ao Senado passou do terceiro para o primeiro lugar, em "uma virada sensacional". "Chegou a hora da virada nesta eleição. A maioria não suporta mais, nem Dilma nem o PT e a candidatura do Aécio é a única que cresce", defendeu Aloysio. "É hora de convencer os indecisos", completou.

Um de cada seis minutos do horário eleitoral de TV dedicado às candidaturas presidenciais foi utilizado pelos candidatos até agora para atacar adversários. Quarenta e um dias após o início da exibição dos programas - os presidenciais vão ao ar terças, quintas e sábados -, Aécio Neves é quem mais dedicou espaço às críticas.

Entre o primeiro programa no dia 19 de agosto e o que foi exibido na quinta-feira (25), o tucano, que conta com 4min35s em cada bloco de 20 minutos, investiu 32% do seu tempo, ou 24min56s, com o que os especialistas chamam de "campanha negativa". Com 2min03s em cada bloco, a candidata do PSB, Marina Silva, utilizou 18% do seu tempo, ou 6 min16s, para criticar os adversários. Já Dilma Rousseff, que disputa a reeleição e conta com 11min24s diários em cada bloco, usou 10% do seu tempo, ou 19min23s, para atacar os adversários.

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O levantamento, que foi feito pelo Laboratório de Pesquisa em Eleições, Comunicação Política e Opinião Pública da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) a pedido do jornal O Estado de S. Paulo, mostra que o tucano dividiu seus ataques entre Dilma e Marina, mas a petista foi seu foco principal. Já Dilma e a candidata do PSB trocaram críticas e deixaram o presidenciável do PSDB em segundo plano.

A campanha negativa detectada no levantamento leva em conta apenas os programas com blocos de 20 minutos - dois blocos por dia. Não inclui as inserções, por meio das quais boa parte dos ataques é feita. As informações são do jornal do Estado de S. Paulo.

O guia eleitoral da coligação Pernambuco Vai Mais Longe foi atípico, nesta segunda-feira (15). No início da propaganda houve um discurso da atriz Hermila Guedes, em nome da Frente Popular. Isso porque o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) julgou favorável à ação impetrada pela coligação que pretende eleger Paulo Câmara governador de Pernambuco e concedeu o direto de reposta ao socialista. 

O desembargador auxiliar do TRE-PE, Marcelo Navarro, acatou o pedido da Frente Popular e determinou que o petebista, Armando Monteiro, deixasse de veicular a propaganda que associa o nome de Paulo Câmara a benefícios concedidos a empresa Bandeirantes Pneus, que seria dona do avião utilizado por Eduardo Campos, durante a campanha presidencial. 

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Como ‘punição’, a propaganda eleitoral da Pernambuco Vai Mais Longe perde quase um minuto e meio para o seu principal opositor.  No tempo utilizado de hoje, a atriz termina fazendo uma crítica ao senador e candidato ao governo: ‘Será que  Armando irá continuar assim,  armando desse jeito?’. O direito de resposta deve ser veiculado mais uma vez, pois a propaganda negativa foi transmitida por duas vezes. 

Cerca da metade do programa do horário eleitoral gratuito da presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, exibido na tarde desta quinta-feira, 11, foi dedicado a exaltar o combate à corrupção promovido pelos 12 anos de gestão do PT à frente do governo federal. A candidata, vestida de terninho azul, com fundo de vegetação ao ar livre, apareceu falando das "medidas concretas" implementadas para combater os desvios, que alegou serem muito diferentes das "palavras vazias" dos adversários.

Na defesa da gestão de seu partido na Presidência, Dilma citou a melhoria das condições para o trabalho da Polícia Federal, o status de ministério dado à Controladoria Geral da União (CGU), além da nomeação recorrente dos primeiros da lista do Ministério Público para o cargo de Procurador Geral da República. Sem mencionar diretamente o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, o narrador do programa apareceu lembrando que em governos passados o procurador ficou conhecido como "engavetador geral da República". Dilma também usou um bordão que vem sido repetido pela adversária Marina Silva para falar da investigação de suspeitas de corrupção. "A gente não tem de ter medo de ir fundo, porque a verdade liberta." E lembrou uma das máximas de Fernando Collor de Mello: "doa a quem doer", para reforçar que sua administração não empurra os escândalos para debaixo do tapete.

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Além da defesa de seu governo, o programa da petista voltou a bater na adversária do PSB, Marina Silva, principalmente pela sua proposta de autonomia do Banco Central. "A autonomia do Banco Central vai entregar a gestão da autoridade monetária aos banqueiros e prejudicar a população", foi a mensagem que a campanha de Dilma procurou passar. Como pano de fundo, foi exibida em imagens de fundo escuro, uma família sentada à mesa, com ares de preocupação e sem comida no prato, mesclando com imagens de supostos banqueiros do mercado financeiro reunidos.

O programa do PT listou ainda as ações do governo Dilma, como o Mais Médicos, o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec. Com o slogan "A mudança só começou", o programa mostrou realizações na área de transporte e segurança, repetindo o jingle: "Onde está bom vai continuar, onde não está vai mudar."

O programa de Marina Silva (PSB) ficou novamente na defensiva, procurando dar respostas aos ataques dos adversários. Com menos tempo que os candidatos do PT e do PSDB, de cerca de dois minutos, Marina apareceu rebatendo a acusações de que acabaria com programas sociais ou com a exploração do pré-sal. Depois de o narrador abrir dizendo que o "diálogo de Marina é com o povo", a candidata surgiu, usando um terninho branco, com gola amarela, dando respostas concisas a dúvidas dos eleitores. Garantiu que o Bolsa Família vai continuar, disse que os recursos do pré-sal vão garantir investimentos em saúde e em educação, sem desvios para corrupção - em uma alfinetada ao governo petista, e defendeu também a autonomia do Banco Central, que é outra pauta de ataque levantada pela campanha de Dilma.

"A autonomia do Banco Central será para nomear técnicos competentes que irão trabalhar sem a interferência de políticos preocupados com a próxima eleição", afirmou a candidata do PSB. Sobrou um espaço menor para a fala mais propositiva de Marina. Ela falou, rapidamente no final, de antecipar as metas do plano decenal de educação.

Como parte da estratégia de associar o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, aos correligionários mais bem pontuados nas pesquisas de intenção de voto nas disputas regionais, o programa do tucano trouxe o governador de São Paulo e candidato à reeleição pelo PSDB, Geraldo Alckmin. "Aécio vai atuar na batalha da segurança pública, Aécio tem este compromisso e esta é uma das razões para eu pedir voto em Aécio para presidente", disse o governador tucano, que lidera as pesquisas em São Paulo para o Palácio dos Bandeirantes.

O programa de Aécio abriu com críticas aos escândalos da Petrobras e com a alta da inflação. "Me acusaram de pessimista quando disse que a inflação iria voltar, agora temos recessão. Quando denunciei os desmandos da Petrobras, disseram que eu queria denegrir a imagem da empresa", argumentou, destacando que as denúncias do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa mostraram que uma verdadeira quadrilha tomou conta da maior estatal brasileira. "O Brasil não merece o que está acontecendo, quero ser presidente da República para fazer um governo honrado e qualificado, para gerar otimismo no brasileiro, quero tirar a Petrobras da política e fazer o País voltar a crescer."

Além de Alckmin, o programa de Aécio trouxe também outros correligionários pedindo votos para a sua candidatura. Participaram os candidatos ao Senado pelo PSDB de São Paulo, do Ceará, Minas Gerais e Paraná, respectivamente, José Serra, Tasso Jereissati, Antonio Anastasia e Alvaro Dias, o candidato do PSDB ao governo de Goiás, Marconi Perillo, os prefeitos de Manaus e de Salvador, Arthur Virgílio (PSDB) e ACM Neto (DEM), o governador do Paraná e candidato à reeleição pelo PSDB, Beto Richa, e o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso.

No programa do presidenciável tucano foram mostradas suas ações à frente do governo de Minas Gerais. E, no final, foram exibidas as fotos das adversárias Dilma e Marina, lado a lado, com o locutor dizendo que as duas foram contra o Plano Real e contra a Lei de Responsabilidade Fiscal que proíbe governantes gastarem mais do que arrecadam e que durante o escândalo do mensalão elas estavam juntas no governo do PT. "Com tanta coisa em comum, difícil imaginar um governo diferente com qualquer uma delas", atacou o programa do PSDB.

Os candidatos à Presidência usaram o horário eleitoral na televisão para apresentarem propostas relacionadas à educação e à segurança pública, aliviando as críticas aos adversários, que, mesmo assim, ainda se fizeram presentes.

O candidato do PSDB, Aécio Neves, começou seu programa dizendo que uma das suas maiores críticas ao governo é que ele "sempre procura uma desculpa ou um culpado para justificar aquilo que não resolveu" e focou a propaganda em segurança pública. "Segurança é problema do governo federal, sim senhor. Não temos que transferir responsabilidade", afirmou. "Vamos reformar o Código Penal para terminar com essa história de bandido entrar na cadeia por uma porta e, no dia seguinte, sair pela outra, sem pagar pelo que fez."

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O candidato a vice na chapa tucana, Aloysio Nunes, apresentou a proposta da campanha de redução da maioridade penal para 16 anos em casos de crimes hediondos. "Em situações muito graves, crimes hediondos, queremos que, a partir dos 16 anos, o jovem possa ser julgado como adulto, mas que cumpra pena em presídios especiais, separado dos adultos", disse. O programa destaca ainda que Marina e Dilma são contra essa proposta. O programa teve ainda a participação de Geraldo Alckmin, correligionário de Aécio que lidera a eleição em São Paulo. Diferentemente de Alckmin, Aécio enfrenta dificuldades para decolar no maior colégio eleitoral do País.

A presidente Dilma Rousseff (PT) repetiu seu programa sobre a educação, onde ela destaca metas para o Brasil, da creche à faculdade, e afirma que hoje o Brasil tem um plano para uma educação "global, integrada e inclusiva". "A educação brasileira está pronta para viver a maior transformação da sua história", afirmou Dilma.

Também foi repetida a fala do ex-presidente Lula na qual o petista afirma que o Brasil hoje é melhor do que quando era "governado por aqueles que governavam para poucos". No programa, Marina Silva (PSB) voltou a ser chamada de "certa candidata" e acusada de ser contra o pré-sal. "Ser contra o pré-sal é ser contra o futuro do Brasil", afirmou a apresentadora.

A propaganda da candidata do PSB repetiu a mensagem exibida no rádio mais cedo, de que tem um "novo projeto que quebra a polarização". "PT e PSDB se acostumaram a guerrear entre eles. Nós superamos essa briga e vamos fazer um governo diferente", disse Marina. "Não vamos destruir o que eles fizeram de bom, vamos manter e aperfeiçoar, corrigindo os erros e fazendo o que ainda não foi feito."

Na sequência, o programa adota o tema da educação, em vez do de segurança pública adotado no rádio. Marina também destaca a questão da Petrobras, dizendo que a estatal perdeu metade do seu valor e aumentou quatro vezes a sua dívida. "Precisamos recuperar a Petrobras para os brasileiros", disse.

Já o programa do candidato do PSC, Pastor Everaldo, repetiu a inserção no rádio e apresentou uma breve biografia do líder evangélico, destacando sua pobreza na infância e o fato de ele ter sido aprovado em um concurso público para office boy com 14 anos. O candidato repetiu que usará o dinheiro que "some no ralo da corrupção" para criar o Ministério da Segurança Pública.

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, usou parte de seu tempo no horário eleitoral gratuito de rádio no início da tarde desta terça-feira, 9, para falar de segurança pública. Marina foi a única a apresentar um programa diferente do exibido de manhã e repetiu também seu tradicional discurso de quebra da polarização. "PT e PSDB se acostumaram a guerrear entre eles", disse a ex-ministra.

Ao tratar de segurança pública, Marina criticou indiretamente oponentes na disputa pelo Planalto. A candidata disse que o governo federal não pode se omitir e jogar a responsabilidade para os Estados, mas afirmou também que o problema não será resolvido com a criação de ministérios. A favor da implementação de um "pacto pela vida", Marina propõe solução diferente da do tucano Aécio Neves, que quer transformar o Ministério da Justiça também em pasta da Segurança Pública.

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Em seu programa eleitoral na televisão, neste sábado (6), o candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) voltou a focar sua atenção em Marina Silva (PSB), que assumiu a segunda posição nas pesquisas de intenção de voto. No discurso, que tomou 75% do tempo do programa, Aécio voltou a dizer que a "candidatura oficial, do PT", fracassou. E que há duas candidaturas no "campo oposicionista".

O tucano descreveu a sua como a candidatura "construída a partir de debates intensos Brasil afora, que foram muito além do nosso partido, das nossas alianças políticas e chegaram à sociedade brasileira", em um projeto coerente e baseado na competência.

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Sobre a candidatura de Marina, Aécio voltou a afirmar que respeita a candidata, mas que é preciso compreender "qual Marina está disputando estas eleições". Ele lembrou que Marina votou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e não pediu para sair do governo Lula após o escândalo do mensalão. "Hoje, ao ler o programa de governo de Marina Silva eu vejo inúmeras contradições com tudo aquilo que ela defendia no passado. Vejo a Marina quase como se fosse uma metamorfose ambulante, trocando de posições ao sabor das circunstâncias", afirmou Aécio no programa, reiterando as críticas que fez à candidata durante a semana.

A coligação Muda Brasil também voltou a exibir artistas como Wanessa e Zezé di Camargo, Renato Teixeira, Beto Guedes, Chitãozinho e Xororó e Christian, além da Velha Guarda da Mangueira, cantando o jingle da campanha.

O vídeo terminou com uma chamada para o próximo programa, que abordará o tema segurança. Segundo a apresentadora, Aécio é a favor da redução da maioridade penal, enquanto suas principais adversárias, Dilma e Marina, são contra a proposta.

No horário eleitoral deste sábado (6), a candidata à reeleição à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), criticou a posição da adversária Marina Silva (PSB) sobre a questão do pré-sal. Nos primeiros minutos, o programa destaca o pré-sal como uma das conquistas da independência do Brasil, após a luta pela democracia e o combate às desigualdades. Dilma afirmou que a questão é particularmente importante porque "surgem vozes" que ameaçam essa riqueza nacional. E, então, citou nominalmente a rival: "A candidata Marina Silva tem defendido o fim da prioridade ao pré-sal", o que significaria, em suas palavras, "abandonar ou desacelerar a exploração dessa imensa fonte de riquezas, com consequências terríveis para o desenvolvimento do Brasil."

Alguns minutos depois, Dilma questionou se seria justo desperdiçar "a chance única" que o petróleo do pré-sal oferece ao Brasil. Ela responde que não, e que vai lutar com todas as forças contra "esse absurdo", "contra qualquer tentativa de atingir o pré-sal e a Petrobras". Conclamou os brasileiros a que "entrem de corpo e alma nessa luta".

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O programa seguiu com detalhes do desenvolvimento do pré-sal e a expectativa de produção de petróleo, que fará o Brasil ser um dos maiores produtores do mundo, com destaque para os avanços na cadeia produtiva nacional, na geração de empregos e no compromisso de uso dos royalties para educação. "O programa de governo de Marina ameaça todas essas conquistas, principalmente quando prevê a revisão da política de conteúdo nacional", afirma uma apresentadora do programa.

Em seguida, Dilma retoma a palavra, dizendo que conhece Marina Silva e pode dizer que ela não é mal intencionada, mas tem uma "visão equivocada" sobre o desenvolvimento do Brasil, e "propostas na área econômica que repetem alguns erros do governo tucanos", que trouxeram desemprego e arrocho salarial no passado. Segundo Dilma, "Marina chega a dar passos mais atrás" ainda que os tucanos em suas propostas, como defesa da autonomia legal do Banco Central e da menor atuação dos bancos públicos na economia. "Isso traria juros mais altos, recessão e forte diminuição de crédito", afirmou a presidente.

"Não tenho nenhuma intenção de atacar a candidata", afirma Dilma, frisando que este não é seu estilo, mas que se vê obrigada a "alertar a população" que, se colocado em prática, o programa de governo de Marina pode "desmontar o Brasil que tanto custamos a melhorar".

O programa traz ainda um trecho do discurso do ex-presidente Lula em um comício em Recife, na quinta-feira, sobre o pré-sal. "Tem gente que quer acabar com o pré-sal. Se for necessário, querida, me chame, que eu vou lá mergulhar e vou lá no fundo buscar petróleo, que vai dar a oportunidade para a juventude ter a oportunidade de estudar, que eu não tive".

A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, voltou a sofrer ataques dos adversários na propaganda eleitoral gratuita no rádio. Os programas de PT, PSDB, PSOL e PSTU criticaram Marina, enquanto o segmento da ex-ministra foi uma repetição do que foi apresentado na terça-feira, 2.

Marina agradeceu "de coração" a confiança dos brasileiros e disse que, ao consultar diversos setores da sociedade percebeu que a "esperança de mudar a política já estava pronta para despertar". Marina apresentou ainda seu vice, Beto Albuquerque e disse que quer governar com "partidos, trabalhadores, empresários e movimentos sociais".

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A propaganda petista centrou seus ataques em Marina, dizendo que a presidente Dilma Rousseff mostrou "para a outra candidata lá" no debate do SBT que "fala mansa não resolve". "É preciso mostrar como vai fazer", disse o programa, que criticou também a falta de importância dada ao pré-sal no programa de governo do PSB. "Ser contra o pré-sal é ser contra o futuro do Brasil." Outra crítica a Marina foi relacionada à sua falta de apoio no Congresso. O programa frisou que não dá para governar sozinho e que "sonhar é bom, mas eleição é hora de botar o pé no chão". "Será que ela tem jeito para negociar?", questionou o locutor, que completou dizendo que duas vezes o Brasil escolheu "salvadores da pátria" e não teve sucesso.

O programa de Dilma também destacou trechos do debate nos quais a presidente fala de segurança pública, propondo repetir o que deu certo na Copa do Mundo, e de economia, frisando que o País não está em recessão e que a queda na atividade é momentânea. A propaganda critica a "falta de propostas concretas" dos outros candidatos.

A propaganda do PSDB ecoou as críticas à falta de experiência e apoio político de Marina, destacando que é preciso "força de verdade" para mudar o Brasil e que "sozinho não se faz nada". Aécio Neves voltou a dizer que, para mudar o País, "não basta tirar o PT do poder". Segundo ele, é preciso colocar no lugar um governo que funcione. O programa exibiu novamente depoimentos de tucanos, como o governador do Paraná, Beto Richa, e o ex-governador de São Paulo José Serra, apoiando Aécio.

No fim, o programa tucano provocou os petistas. "Agora vai começar o programa do pessoal que fala muito, mas não fala que gastou R$ 700 milhões para construir um porto em Cuba". Diferentemente dos dias anteriores, o programa petista não sucedeu o do PSDB e após a provocação dos tucanos começou a propaganda para deputados federais.

Nanicos

Os programas do PSOL e do PSTU também criticaram Marina Silva. Luciana Genro disse que, para fazer mudanças de verdade, é preciso contrariar interesses, coisa que, segundo ela, Marina não está disposta a fazer. Já o PSTU, do candidato Zé Maria, "defendeu" o legado de Chico Mendes. Em referência a uma fala de Marina no debate da TV Bandeirantes, o PSTU disse que Chico Mendes nunca foi da elite e que "essa elite matou Chico Mendes".

Já a propaganda do candidato do PSC à Presidência, Pastor Everaldo, repetiu as principais propostas do candidato, como a redução da máquina pública e a defesa do livre mercado.

Assim como no programa de rádio desta quinta-feira, 28, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou de fora da propaganda eleitoral da presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, na televisão. A propaganda se concentrou no tema da saúde, apresentou programas realizados pelo governo do PT e propôs novos projetos caso Dilma consiga um novo mandato - sem qualquer imagem ou fala do ex-presidente, até aqui o principal cabo eleitoral de sua campanha.

O programa de Marina Silva, candidata do PSB, exibiu trechos do debate entre os presidenciáveis realizado na terça-feira. Aécio Neves (PSDB) trouxe novamente o tema educação de jovens e voltou a falar sobre o Poupança Jovem.

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Antes de levantar o tema saúde, o programa eleitoral de Dilma apresentou vídeos do debate veiculado pela TV Bandeirantes. Entre os trechos escolhidos estavam intervenções da candidata sobre integração das polícias na operação de segurança da Copa do Mundo, investigações da Polícia Federal (PF) contra a corrupção, a importância da Petrobras e a defesa de que o País está preparado para um novo ciclo de crescimento.

No restante da propaganda, a presidente destacou o programa Mais Médicos, além de citar outras ações do governo federal na área de saúde. A petista apareceu em uma conversa com médicos brasileiros e cubanos empregados na rede pública e o ministro da Saúde, Arthur Chioro. "O mais urgente agora é combater a demora na realização de exames e consultas com especialistas", disse a candidata, antes de apresentar o programa Mais Especialidades. Pela primeira vez, Lula não apareceu no programa de Dilma.

A campanha de Marina Silva mostrou no programa eleitoral trechos do debate de terça-feira com comentários de eleitores que assistiam o embate em suas casas. Os trechos escolhidos destacavam sua proposta de fazer uma "nova política" e críticas à inflação e ao baixo crescimento do País. "A reforma política começa agora. Quem vai ganhar essas eleições é uma nova postura, principalmente a do cidadão brasileiro", disse Marina.

Pouco antes, o programa da candidata no rádio destacou que as conquistas do Brasil nos últimos 20 anos não poderiam ser "fulanizadas". No áudio, ela reconheceu as virtudes de PT e PSDB, mas afirmou que a polarização é um modelo esgotado. O programa apresentou, também, promessas de Marina na área econômica. "Em 2010 nós assumimos o compromisso de manter o tripé de política macroeconômica e temos o compromisso de reconhecer as políticas sociais que são uma conquista", disse, durante o debate e exibido no rádio.

Aécio Neves seguiu o formato do programa do PT e também apresentou um programa temático na propaganda de hoje na TV. O candidato aparece em uma conversa rodeado por jovens de Salvador que não concluíram o ensino fundamental e estudantes receosos quanto ao futuro. O tucano disse que a evasão escolar é um grave problema na educação brasileira e, para combatê-la, o Estado fará uma poupança para estimular os alunos a se manterem na escola.

Pelo programa, chamado de Poupança Jovem, o estudante recebe uma quantia anual do governo, que só poderá ser resgatada ao fim dos estudos. A meta, segundo Aécio, é criar o Poupança Jovem em 2015 nos dez Estados com maiores índices de evasão escolar e, em 2017, ser ampliado para todo o País.

O ex-governador e candidato do PR ao governo do Rio, Anthony Garotinho, explorou em seu programa eleitoral exibido na TV na tarde desta quarta-feira, 27, a pesquisa do Ibope divulgada na véspera. Garotinho obteve 28% das intenções de voto e ficou dez pontos porcentuais à frente do segundo colocado, o governador e candidato do PMDB, Luiz Fernando Pezão.

A margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou para menos. O terceiro colocado na pesquisa é o candidato do PRB, Marcelo Crivella, com 16% das intenções de voto, e o quarto, Lidbergh Farias (PT), com 12%.

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Garotinho voltou a apresentar promessas em seu programa, como a construção de "40 mil casas populares" e "40 restaurantes populares de R$ 1,00", além da redução pela metade do IPVA "para todos" os proprietários de carros. Pezão concentrou seu programa na área da saúde, uma das mais mal avaliadas da atual gestão, e prometeu contratar "1.500 médicos até 2015". "Em oito anos, o investimento em saúde dobrou", afirmou o apresentador do programa, referindo-se à gestão do PMDB, iniciada em 2007.

Crivella apresentou seu vice, o general Abreu, e Lindbergh focou em educação, abrindo o programa com uma imagem do ex-governador Leonel Brizola (1983-1987 e 1991-1994). "Vou resgatar o maior projeto de educação que o Rio já teve, os Cieps (Centros Integrados de Educação Pública), disse o candidato petista. No fim do programa, foi exibida mais uma vez gravação em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede votos para Lindbergh. O candidato do PSOL, Tarcísio Motta, que obteve 3% na pesquisa, afirmou que o Estado do Rio é "governado como um balcão de negócios" e defendeu uma "nova política".

O primeiro dia da propaganda eleitoral televisiva dos candidatos a governador da Bahia foi marcado pelas homenagens ao ex-governador pernambucano e candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no último dia 13, em Santos (SP). As três principais candidaturas no Estado, a do governista Rui Costa (PT), a do ex-governador Paulo Souto (DEM) e a da senadora Lídice da Mata, do mesmo partido de Campos (PSB), citaram a perda do político.

PT e DEM optaram por abrir seus programas com a homenagem, de forma similar - com uma foto em preto e branco de Campos e uma mensagem escrita. Na propaganda de Costa, a primeira a ser exibida, a mensagem dizia "Em memória de Eduardo Campos, um brasileiro que sempre lutou por melhorias para seu povo". Na de Souto, o texto reforçava que "o Brasil perdeu um grande líder".

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Já a campanha de Lídice usou todo o tempo da inserção, de menos de 2 minutos, para lembrar do ex-governador de Pernambuco. A exibição começou mostrando Campos recebendo uma camisa do Bahia no dia 10, data de seu aniversário, agradecendo a Lídice e ao povo baiano e dando um testemunho em favor da candidata. Em seguida, Lídice deu depoimento, afirmando que Campos era "um amigo (pessoal) e um amigo da Bahia" e que seu governo em Pernambuco foi "o melhor do Brasil" e "uma inspiração". O testemunho foi concluído com Lídice repetindo o lema adotado pelos partidários após a morte do político. "Pode ficar certo de uma coisa, Eduardo: nós não vamos desistir do Brasil", disse.

No Ceará, três dos quatro candidatos ao governo do Ceará dedicaram o primeiro programa político na TV a Eduardo Campos. Eunício Oliveira (PMDB), que lidera as pesquisas de intenção de votos, optou por mostrar sua biografia, na qual destacou ter sido ministro das Comunicações na primeira gestão do ex-presidente Lula. Ele encerrou o programa com uma foto de Eduardo Campos. A candidata do PSB, Eliane Novais, repetiu o vídeo com o repente que narrava a trajetória política do ex-governador de Pernambuco.

Já Camilo Santana (PT) abriu dedicando o programa à memória do presidenciável morto e apresentou-se como "o candidato a governador que tem o apoio da presidenta Dilma e do ex-presidente Lula". Ele citou Dilma outras duas vezes, lembrando que, como secretário das Cidades no governo de Cid Gomes, ajudou a implantar, no Ceará, o Minha Casa, Minha Vida.

Dilma foi citada ainda pelos candidatos a deputado estadual da coligação que apoia Camilo.

Eduardo Campos também foi homenageado nos programas de Mauro Filho (Pros) e Geovana Cartaxo (PSB), candidatos ao Senado. O candidato a presidente Aécio Neves não foi citado por ninguém. O tucano aparece, ao lado de Tasso Jereissati, apenas na imagem de fundo dos candidatos a deputado estadual pelo PSDB, que, no Ceará, está coligado com o PMDB.

Os dois principais candidatos ao Governo de Minas Gerais apostaram em estratégias distintas para conquistar o eleitor na estreia no horário eleitoral, nesta quarta-feira (20). Enquanto a campanha do petista Fernando Pimentel lançou mão da presidente Dilma Rousseff logo no primeiro programa, a equipe do tucano Pimenta da Veiga deixou de fora o presidenciável Aécio Neves, seu principal cabo eleitoral no Estado.

À frente em todas as pesquisas de intenção de voto, Pimentel não se importou com os atuais índices de rejeição da presidente, que tenta a reeleição, e colocou no ar parte de um discurso de Dilma, em uma das visitas ao Estado, criticando os adversários. Na fala, a presidente afirma que "Minas não tem dono", em referência indireta ao senador Aécio Neves, que vem mantendo seu grupo político no poder no Estado nos últimos 12 anos.

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Além da estocada em Aécio, a campanha de Pimentel não deixou de fazer uma crítica velada a Pimenta da Veiga. No programa, um locutor destaca que Pimentel "não abandona Minas". Os petistas vêm, ao longo da campanha, criticando o fato de o candidato do PSDB ao Governo de Minas ter apresentado na sua declaração de bens diversos imóveis em Goiás, em Brasília e nenhum no Estado.

Por sua vez, a equipe de Pimenta da Veiga adotou outra estratégia. Ao deixar Aécio de fora da estreia, buscou "apresentar" o tucano ao eleitor, lembrando que ele foi prefeito de Belo Horizonte, deputado federal e Ministro das Comunicações do presidente Fernando Henrique Cardoso. O próprio Pimenta se dirigiu ao eleitor se dizendo um homem que "compreende as pessoas". No filme, a mulher, Ana Paola, também apareceu contando a relação do candidato com os filhos.

O tucano foi filmado dentro do seu apartamento, fazendo uma longa apresentação da sua vida. Chegou a se emocionar ao falar da morte de um filho. Ao mostrar feitos à frente do Ministério das Comunicações, apresentou-se como gestor que entrou na política contra "o regime militar". E ao falar do tempo em que esteve à frente da Prefeitura de Belo Horizonte, ressaltou que foi o criador do orçamento participativo, "ouvindo as sugestões da população".

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, afirmou no final da tarde desta quinta-feira, 14, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo, que a Corte poderia analisar o adiamento da propaganda eleitoral gratuita caso haja um consenso entre todos os partidos envolvidos na disputa à Presidência da República.

O candidato do PV à presidência, Eduardo Jorge, disse nesta quinta-feira que iria pedir ao TSE a suspensão da propaganda eleitoral, em razão da morte do candidato do PSB, Eduardo Campos.

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"Os prazos são fixados por lei e, portanto, são obrigatórios. O que poderia ser analisado pela Justiça eleitoral seria um consenso entre todas as candidaturas", afirmou Toffoli, destacando que a decisão dependeria da análise do colegiado do TSE. Se apenas uma ou duas candidaturas se manifestarem nesse sentido, disse o presidente da Corte, não haveria fundamento legal para fazer a alteração.

O horário eleitoral gratuito está previsto para ter início no próximo dia 19, terça-feira. A data é anterior ao final do prazo que a coligação Unidos pelo Brasil, que lançou Campos à Presidência, tem para apresentar substituto no pleito.

Toffoli afirmou ainda que o prazo de dez dias para apresentação de um substituto começa a correr a partir de hoje. "Do ponto de vista formal, seria necessário a identificação do corpo e a comunicação ao TSE. Mas como todos os envolvidos já reconheceram que ele estava no voo, já há o que chamamos de fato público e notório", afirmou o ministro.

Ele lembrou que a substituição deve ser decidida pela maioria absoluta das executivas dos partidos que compõem a coligação e não há necessidade de realizar uma nova convenção.

No decorrer do prazo de dez dias, a regularidade da coligação sobrevive. Assim como a candidatura da vice, Marina Silva. Os registros de candidatura são feitos separadamente para partido e coligação, candidato e vice-candidato. "Não há mais cabeça de chapa. Esse registro para candidato a presidente fica dependendo de substituição. Se não houver substituição, essa chapa deixa de existir", afirmou o ministro.

Ele preferiu não comentar o que aconteceria se algum dos partidos resolvesse deixar a coligação após a morte do candidato. "Eu não posso responder sobre desejos alheios", disse o ministro, que atendeu ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em intervalo de sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a proximidade das eleições, em breve chegará às telinhas do povo brasileiro o horário eleitoral obrigatório. As propagandas começarão a ser veiculadas a partir do dia 19 de agosto e seguem durante 45 dias. Mas nem todo mundo tem o vigor de acompanhar as propostas dos candidatos, que são apresentadas em dois períodos, tarde e noite. 

Segundo o Professor e Pesquisador Rafael Antonello, os moldes atuais do horário eleitoral não são atrativos. “O horário eleitoral não prestigia a grande maioria dos candidatos, que muitas vezes não tem a oportunidade de falar direito. O alto escalão da política é que lucra com isso, por isso não acho fundamental sua transmissão”, declarou Antonello.  A Jornalista Izabella Cavalcati defende que durante o horário político os candidatos não aproveitam as oportunidades. “Todos prometem as mesmas coisas. Já conhecemos o discurso, então desligo a TV. E no dia da eleição voto nulo”, afirmou. 

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Em 2010, o Ibope constatou que entre a primeira e segunda semana de exibição do horário eleitoral houve uma queda de 36% dos telespectadores. Para mudar esse quadro, os candidatos à presidência da república utilizarão estratégias que podem impactar as campanhas. No decorrer do dia, serão exibidos pequenos comerciais de até 60 segundos, na grade da programação. 

Os anúncios inseridos junto a outros comerciais e sem horário definido prometem ter mais abrangência, pois como se trata de um curto intervalo o telespectador não terá interesse em desligar a TV, por conta da propaganda política. Dilma Rousseff (PT) terá o maior tempo para exibição dos pequenos comerciais de campanha, serão 123 minutos espalhados pela programação das emissoras de TV abertas. O candidato tucano, Aécio Neves (PSDB), conquistou 50 minutos na grade, enquanto Eduardo Campos (PSB) exibirá suas propostas durante os intervalos, distribuídas em apenas 22 minutos.

Mas há quem acompanhe e diga estar ansioso pelo início do guia eleitoral. É o caso do Administrador Anderson Gustavo, que defende a exibição da propaganda na TV. “A propaganda eleitoral é a melhor forma de conhecer um candidato. Com base nas propostas apresentadas é possível fazer uma escolha consciente. Sabemos que nem tudo que é dito durante a campanha política é verdade, mas podemos ter convicção que escolhemos o candidato que apresentou o melhor discurso. Sou a favor da propaganda eleitoral e me baseio no que vi durante a propaganda para efetivar o meu voto, no dia da eleição”, concluiu Anderson Gustavo.

O horário eleitoral da campanha petista pelo Palácio dos Bandeirantes neste ano pode servir para mostrar os pontos positivos da gestão do prefeito Fernando Haddad na cidade de São Paulo. De acordo com o prefeito, que tem sido mau avaliado nas pesquisas de popularidade, temas que são de interesse da cidade também serão abordados na campanha. "Tudo o que você faz de bom para a população tem que mostrar. As coisas não estão sendo divulgadas, o aumento na velocidade do ônibus, a queda na fila (da saúde), melhoria da iluminação pública", afirmou o prefeito, depois de inaugurar ao lado do ministro da Saúde e provável candidato ao governo do Estado, Alexandre Padilha (PT), o milésimo Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) do País, em São Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que é preciso divulgar mais as ações da Prefeitura, contou o próprio Haddad. "Ele acha que tem que divulgar mais. Quando ele recebeu o relatório do que já foi feito, ele ficou impressionado", disse o prefeito.

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Ele queixou-se de já ter divulgado "dezenas de vezes" que a fila de procedimentos médicos diminuiu 15% pela primeira vez na cidade, dado pouco divulgado na imprensa. "Vamos ter horário eleitoral para mostrar o que fizemos", disse, fazendo, em um primeiro momento, referência ao horário eleitoral ao final do mandato "sendo candidato ou não à reeleição", mas admitindo na sequência que os temas da cidade serão levados ao horário eleitoral deste ano. "Saúde não vai ser discutida? Vai ser discutida", exemplificou.

"Eu não comento pesquisas, nem quando estão boas, nem quando estão ruins. Quando chegar em 2016 a gente conversa", disse o prefeito, que emendou: "Fui eleito mostrando o que fiz no Ministério da Educação. O Sisu não existiria, o Enem novo não existiria, o Prouni não existiria. Quando trouxemos tudo isso ao conhecimento da cidade, mudou o quadro eleitoral. Eu saí de 3% (das intenções de voto)", lembrou.

Para uma plateia do distrito de Santo Amaro, zona sul da capital, Haddad elencou vitórias: "para nós, que já tivemos sucesso no transporte público, na fila da saúde", e continuou citando o fim da aprovação automática na rede municipal de educação e a operação na cracolândia. Ele enalteceu ainda a queda na fila da saúde municipal: "Temos 647 mil procedimentos aguardando agendamento. Era para ter um milhão (no ritmo anterior)". Durante seu discurso na inauguração do CEO, ele disse que é preciso "disseminar a tecnologia do mais rico para o mais pobre", afirmando que é preciso diminuir a discrepância entre o tratamento médico privado e o público. De manhã, ele participou da inauguração do edifício Dr.Adib Jatene, que faz parte do Hcor, entidade privada.

O prefeito recebeu o apoio de vereadores da bancada petista presentes no evento. "Deixe falarem mal. Enquanto eles falam mal, a gente faz", disse o vereador Alfredo Alves Cavalcante, o Alfredinho, resumindo o tom do encontro.

O programa de televisão do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, foi aberto pelo governador Geraldo Alckmin discursando. Na propaganda, veiculada entre 13h e 13h30, Alckmin reforçou a ideia que já vem sendo transmitida por Serra da intenção de trabalharem sempre em parceria. Serra também prometeu levar ensino técnico a todos os CEUs e ampliar a rede de metrô e monotrilhos.

O candidato do PRB, Celso Russomanno, criticou a situação da saúde no município e prometeu criar mutirões para resolver o problema de espera nas filas e informatizar o atendimento. A candidata do PPS, Soninha Francine, também tratou da situação da saúde na cidade e fez coro à proposta de criar mutirões na cidade.

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Fernando Haddad (PT) expôs sua biografia e contou com aparições do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e do cientista Miguel Nicolelis. Gabriel Chalita, do PMDB, voltou a criticar as "picuinhas" entre PSDB e PT na administração paulistana que, em sua opinião, não sabem trabalhar em parceria quando estão no poder da cidade São Paulo.

O candidato do PSOL, Carlos Giannazi, levou o ex-candidato à Presidência do seu partido, Plínio de Arruda Sampaio, para pedir votos na TV. Paulinho da Força, do PDT, prometeu descentralizar a administração.

Levy Fidelix (PRTB) prometeu tirar a rodoviária do Tietê de sua localização atual, Anaí Caproni (PCO) criticou o que chamou de "indústria da multa" e a especulação imobiliária da atual gestão de Gilberto Kassab (PSD). Ana Luiza, do PSTU, criticou Haddad, Serra e Kassab pela situação da educação na cidade e Miguel Manso (PPL) propôs a criação de um sistema de ônibus batizado de rápido paulistano. Ele prometeu dar mais detalhes do projeto no futuro.

O programa do candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, criticou nesta quarta-feira, no horário da propaganda eleitoral no rádio, veiculada entre 7h e 7h30, o uso de padrinhos políticos na campanha municipal. De acordo com o programa tucano, "não é assim que se vira líder (nas pesquisas). Precisa ser reconhecido como líder pelas pessoas". Em seguida, a propaganda traçou comparações entre como era a cidade de São Paulo antes de Serra ser prefeito (2005-2006) e depois.

A crítica ao uso de padrinhos vem sendo feita por vários candidatos, em referência especialmente à participação ostensiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Fernando Haddad (PT). Nos programas exibidos até agora, Lula fica em primeiro plano em relação a Haddad.

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O candidato do PMDB, Gabriel Chalita, focou seu programa na construção de moradias na capital e criticou a atual administração por não ter aderido ao programa federal Minha Casa, Minha Vida. Chalita manteve a postura de criticar o PSDB na administração da cidade por não fazer parcerias com o governo federal petista e de criticar o PT na gestão municipal por não fazer parceria com os tucanos no governo do Estado.

No programa de Haddad, foram feitas críticas à educação no município, especialmente em relação à falta de vagas em creches que, segundo a campanha, chega a 150 mil. Celso Russomanno, do PRB, criticou as propostas de outros candidatos na área da saúde, dizendo que irá realizar mutirões caso seja eleito.

Paulinho da Força, do PDT, propôs aproximar o emprego da casa do trabalhador e Soninha Francine (PPS) continuou com a estratégia de mostrar a biografia de moradores da cidade para exemplificar os problemas enfrentados pelos eleitores. No programa de hoje, uma mulher relatou a dificuldade em conseguir realizar um procedimento cirúrgico em razão da burocracia do sistema.

Carlos Giannazi, do PSOL, contou com depoimento de Plínio de Arruda Sampaio, ex-candidato à Presidência. Ana Luiza, do PSTU, criticou a situação dos transportes, Miguel Manso (PPL) citou plano de reformulação dos corredores de ônibus, Anaí Caproni (PCO) propôs mais poder nas mãos das entidades representantes dos trabalhadores e Levy Fidelix (PRTB) prometeu, se eleito, mudar a localização da rodoviária do Tietê. Eymael (PSDC) não veiculou sua propaganda hoje.

 

Cinco advogados de São Paulo pediram nesta quarta à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia Antunes Rocha, que pondere com seus colegas de STF que é inoportuno julgar a ação do mensalão durante o período eleitoral. O julgamento está marcado para começar em 2 de agosto e deve durar pelo menos um mês.

Na petição, eles observam que os debates entre defesa e acusação serão televisionados e noticiados pelos meios de comunicação. Segundo os advogados, a repercussão será ainda maior porque o julgamento ocorrerá durante o período eleitoral.

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"O desequilíbrio, em desfavor dos partidos envolvidos, é evidente. Tem-se o pior dos mundos: a judicialização da política e a politização do julgamento. Perde a Democracia, com a realização de uma eleição desequilibrada. Perde a República, com o sacrifício dos direitos dos acusados ao devido processo legal", afirmam na petição os advogados Marcelo Figueiredo, Marco Aurélio de Carvalho, Gabriela Shizue Soares de Araújo, Fábio Roberto Gaspar e Ernesto Tzulrinik.

Às vésperas das convenções municipais que definirão as coligações dos candidatos a prefeito, os partidos abriram a temporada de negociações e ofertaram espaço nos governos, vagas no Legislativo e ajuda para eleger vereadores de legendas aliadas, com o objetivo de angariar segundos a mais na propaganda eleitoral gratuita, no rádio e na TV.

O critério mais valorizado nos acordos interpartidários não é o programa de governo para as cidades ou a identidade ideológica entre as legendas, mas o tempo que cada sigla tem no horário eleitoral gratuito, que, na realidade, custará R$ 606 milhões em renúncia fiscal para o governo.

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Os governadores têm cedido espaço nas secretarias em troca de alianças com seus candidatos nas capitais. Os prefeitos que concorrem à reeleição condicionam a manutenção dos aliados em seus governos ao apoio a suas candidaturas. Parlamentares chegam até a se licenciar da Câmara dos Deputados ou da Assembleia para permitir que um suplente assuma a sua cadeira no Legislativo e, em troca, apoie certa candidatura a prefeito.

As alianças pelo País reproduzem a disputa pelo PP, de Paulo Maluf, promovida por PT e PSDB, em São Paulo, na semana passada. Para conseguir 1 minuto e 35 segundos na TV, ao pré-candidato José Serra (PSDB), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sinalizou com a Secretaria de Habitação, com capacidade anual de investir R$ 1,5 bilhão.

Mas o governo federal atravessou a negociação e entregou para o PP, de Maluf, a Secretaria de Saneamento Ambiental, do Ministério das Cidades, que tem orçamento de R$ 2,2 bilhões. A articulação deixou o pré-candidato do PT, Fernando Haddad, com um minuto a mais de tempo de TV que o adversário tucano.

A ação do governo federal também se reproduziu a favor do candidato petista em Salvador (BA), Nelson Pelegrino. O líder estadual do PR, o ex-governador baiano César Borges, foi nomeado vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal. Pelegrino e Borges reuniram-se na quinta-feira para tratar da coligação.

Os governadores também entram com o peso da máquina para atuar a favor dos seus candidatos. O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), atuou a favor de sua candidata em João Pessoa, Estelizabel Bezerra. Foi a campo e costurou acordo com o PC do B em troca da Secretaria Executiva de Meio Ambiente.

Sem apoio do governador, o PMDB, do pré-candidato José Maranhão, ofereceu ao PTB até vaga na Câmara. O presidente municipal da sigla, Benjamin Maranhão, é deputado e se licenciará abrindo espaço para o suplente, Armando Abílio, do PTB.

Governos - Em Pernambuco, o governador Eduardo Campos (PSB) costurou frente com 15 partidos para apoiar o seu candidato em Recife, Geraldo Júlio, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico. A ação garante a ele, por enquanto, o maior tempo de TV. As legendas que apoiam a candidatura ocupam espaços no governo: o PR, por exemplo, tem a Secretaria de Turismo, o PP a de Esporte, e o PTB, o Detran.

A mesma fórmula foi reproduzida por Cid Gomes (PSB), no Ceará, onde o governador empregou capital político para desamarrar o apoio a Elmano de Freitas, candidato do PT, com o qual rompeu, na disputa em Fortaleza. Fechou alianças com dez partidos em torno de Roberto Cláudio, que terá quase três minutos a mais na TV que o petista.

Em Porto Alegre, o candidato à reeleição, José Fortunati (PDT), construiu arco de alianças de 11 partidos, como PTB, PP e PMDB, que têm cargos no governo. O prefeito chegou a dizer que seria "incoerente" a permanência em seu governo de secretários que apoiassem outro candidato. Ele ofereceu espaço para o PT, que terá candidato próprio, em troca de aliança. Na última segunda-feira, ao confirmar o apoio ao prefeito, os dirigentes do DEM pediram "posição de destaque" na gestão Fortunati.

Também candidato à reeleição, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), formou aliança com 18 partidos, que deve dar a ele mais de um terço de todo o tempo de TV da corrida carioca.

As legendas que estão com ele fazem parte do seu governo, com pastas que vão da Pessoa com Deficiência até Administração e Ciência e Tecnologia.

Para o marqueteiro Nelson Biondi, mudanças na lei eleitoral que restringiram showmícios e outdoors aumentaram a importância da exposição na TV: "Nas cidades grandes, a TV é praticamente a única forma de expor o candidato. O tamanho da coligação tem relação direta com a importância que a TV ganhou".

Biondi destaca que o mais importante não é o bloco de propaganda com todos os candidatos, mas as inserções, de 15 ou 30 segundos, na programação. "O horário eleitoral pega o cara na condição de eleitor. Já nas inserções o eleitor assiste como consumidor, está mais desprevenido."

Segundo o cientista político Fabiano Santos, do Iesp (Instituto Estudos Sociais e Políticos da Uerj), além do tempo de TV, os candidatos querem mostrar capacidade de agregar. "É a sinalização para eleitorado e sociedade de ampliação do arco, capacidade de agregar forças", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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