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As campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) retomaram a propaganda eleitoral gratuita nesta sexta-feira (7). De modo geral, os programas focaram nos apoios recebidos pelos presidenciáveis na largada do segundo turno. O candidato à reeleição ostentou ter ao seu lado o jogador Neymar Jr. e uma leva de governadores de Estados do Norte e Centro-Oeste. Já o petista reproduziu áudio da senadora Simone Tebet (MDB) dizendo que deposita nele o seu voto.

Conforme as regras do horário eleitoral, Lula abriu a programação, pois a ordem é definida considerando o resultado do primeiro turno. Bolsonaro deve iniciar o próximo. Haverá alternância a cada programa.

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O programa do presidente Bolsonaro começou agradecendo pelos votos recebidos no primeiro turno e reforçando o discurso de desqualificar as pesquisas eleitorais. Os locutores da inserção afirmaram que os institutos que realizam as sondagens e veículos de imprensa, ao noticiarem os resultados, promoviam um "mil contra um" contra o chefe do Executivo. "Foi perda total de credibilidade das pesquisas. Não foi margem de erro, não, foi erro com margem. Safadeza das grandes", diz um dos locutores.

Os institutos vêm rebatendo as acusações. Nesta semana, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) divulgou nota repudiando as tentativas de judicializar as sondagens eleitorais. O ministro Anderson Torres, da Justiça, pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar a atuação dessas empresas. Senadores e deputados também se mobilizam para abrir Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sobre o tema.

O presidente voltou a destacar feitos de seu governo voltados ao social, como o auxílio emergencial de R$ 600 e outras benesses econômicas, como a redução do preço dos combustíveis.

Mirando os eleitores que pedem a pacificação do País, frente à polarização e os episódios recentes de violência política, Lula prometeu um futuro de "paz e prosperidade" caso seja eleito. Afirmou, mais uma vez, que a vida da população melhorou quando ele chefiava o Executivo e conclamou seus apoiadores a "chamar cada vez mais gente para formar uma grande corrente e vencer o segundo turno".

Diferentemente do programa de Jair Bolsonaro, o de Lula teve espaço para uma fala de seu candidato a vice. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que "os democratas são os verdadeiros patriotas", fazendo uma contraposição aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que têm no "amor à Pátria" uma de suas maiores bandeiras.

O ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta segunda-feira (29) a suspensão do tempo do candidato do PTB à Presidência da República Roberto Jefferson no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão.

A medida foi tomada a pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), que, no início deste mês, impugnou a candidatura de Jefferson. De acordo com órgão, Jefferson está inelegível até 24 de dezembro de 2023 em função da condenação na Ação Penal 470, o processo do mensalão, e não pode disputar as eleições deste ano. Pela Lei da Ficha Limpa, a inelegibilidade é de oito anos após o cumprimento da pena. 

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A decisão vale até o julgamento definitivo sobre a validade da candidatura de Jefferson. 

No dia 19 deste mês, o TSE também determinou a suspensão dos repasses de recursos para a campanha do candidato. 

Apesar das decisões, o nome do candidato continua no sistema DivulgaCand, que reúne os registros dos 12 candidatos à Presidência.

O começo da campanha eleitoral mostrou que a disputa presidencial de 2022 deve opor a habilidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais ao talento do petista Luiz Inácio Lula da Silva em se expressar na televisão. A vitória nas urnas pode ser do candidato que conseguir combinar melhor o efeito de sua campanha nas duas plataformas. É o que pensam especialistas ouvidos pelo Estadão.

"Lula sabe usar a TV e Bolsonaro as redes sociais. Essa deve ser a tônica da campanha", afirmou o cientista político Antonio Lavareda, diretor do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Segundo ele, o que deve marcar a campanha é a convergência de plataformas. "A TV hoje não é a TV isolada do passado. Ela vai para o YouTube, para as redes sociais e circula no rádio. É o efeito combinado dessa convergência que vai determinar o impacto de cada campanha."

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Lavareda lembrou que Joe Biden tinha 10% do total de seguidores em redes sociais de Donald Trump e, mesmo assim, o venceu a eleição nos EUA, em 2020. "É preciso conexão da campanha do candidato com a conjuntura do noticiário para ela não ficar sem sentido." Para Lavareda, será difícil medir se o eleitor viu a mensagem na TV ou nas redes sociais e qual plataforma provocou o efeito.

Esse impacto combinado da televisão com as redes sociais pode ser sentido na quantidade de pesquisas com os nomes dos candidatos em buscadores, como o Google, no dia da sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo. Na comparação entre o dia 22, quando deu a entrevista, com a segunda-feira anterior, Bolsonaro viu as pesquisas por seu nome registrarem alta de 520%. O mesmo foi observado com Ciro (650% na terça-feira) e Lula (480% na quinta-feira), em comparação com o mesmo dia da semana anterior. Os dados são do Google Trends.

Para o cientista político Rodrigo Prando, professor do Mackenzie, Bolsonaro leva vantagem nas redes sociais sobre Lula porque sua equipe tem um repertório maior de edição e produção de conteúdo do que a do petista. Além disso, a construção do bolsonarismo nas redes precede as eleições de 2018. "Bolsonaro tem um desempenho melhor nas redes, mas muita dificuldade nos ambientes que não são controlados, ao contrário do Lula."

Durante a semana, o poder de Lula na TV ficou evidente na sabatina do JN, em comparação com Bolsonaro. Restou ao presidente usar as redes sociais para tentar diminuir o impacto, apesar de Bolsonaro ter atraído audiência maior do que a do oponente. O JN registrou 33 pontos de média no Kantar Ibope na entrevista de Bolsonaro, ante 31,4 de Lula e 29 de Ciro.

O melhor desempenho de Lula é medido pelas menções aos candidatos nas redes sociais no dia das sabatinas. O petista teve 836,7 mil menções no Twitter na quinta-feira, Bolsonaro alcançou 677,3 mil na segunda e Ciro, 229,6 mil na terça.

O impacto da entrevista de Lula é confirmado pela Quaest Pesquisas. Segundo seu diretor, o cientista político Felipe Nunes, em média 15 milhões de pessoas foram impactadas com postagens sobre a entrevista de Lula durante a exibição. As entrevista de Bolsonaro e de Ciro tiveram alcance menor - 9 milhões e 2 milhões, respectivamente.

MOMENTOS

Para o cientista político, as reações nas redes mostram que Lula se saiu melhor quando defendeu as medidas anticorrupção no seu governo, ao tratar da aliança com Geraldo Alckmin (PSB) e quando afirmou que política não é lugar de ódio. Já Bolsonaro, ao admitir que xingou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, ao afirmar que aceitaria o resultado das eleições, desde que limpas e transparentes, e ao responder sobre a aliança com o Centrão.

A repercussão do desempenho dos presidenciáveis se expandiu por meio de páginas de políticos adversários e personalidades. Foi o caso da economista Elena Landau, que assessora a candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, e escreveu sobre Lula: "Vamos reconhecer. Lula está passeando. Deve estar muito feliz de ter tido a coragem de ir (à sabatina)."

Os aliados também foram essenciais nesse trabalho. O ex-governador mineiro Fernando Pimentel (PT), candidato a deputado federal que também se livrou da acusação de corrupção - foi absolvido no processo sobre a Operação Acrônimo -, disse: "Lula sendo Lula na Globo… dando show de bola".

Fabio Faria, ministro das Comunicações, viu parcialidade no JN, mas não tratou do comportamento do presidente, que confrontou o apresentador William Bonner e o acusou de "fake news". O ministro cobrou que a emissora fosse tão dura com Lula quanto fora com Bolsonaro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os candidatos à Presidência da República tiveram, neste sábado (27), suas primeiras inserções no horário eleitoral gratuito no rádio. O programa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evocou as conquistas e projetos de seu tempo na Presidência e apresentou o candidato como "o melhor presidente do Brasil". O mandatário atual, Jair Bolsonaro (PL), focou no combate à pandemia e prometeu que o Auxílio Brasil de R$ 600 deve continuar no ano que vem.

Quem abriu o horário obrigatório de propaganda eleitoral foi a senadora Soraya Thronicke (União). A candidata, que ainda não despontou nas pesquisas, aproveitou seu tempo para apresentar um pouco de sua trajetória e se mostrar como uma opção à polarização entre Lula e Bolsonaro, para "unir o País no único caminho que nos interressa: o caminho da prosperidade". "Não dá mais para voltar aos erros do passado nem errar de novo", disse ela.

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O cientista político Felipe D’Avila (Novo) falou na sequência e também atacou a polarização. Com pouco tempo de programa, disse que não dá mais para "ouvir promessas de quem transformou o país nesse caos" e reforçou, "chega desse país dividido e de escolher o menos pior".

O ex-presidente Lula, por sua vez, aproveitou que sua coligação lhe garantiu o maior tempo diário dentre todos os candidatos e apresentou um programa repleto de jingles, falas de apresentadores, comentários de populares e discursos do próprio candidato. O programa começou com um aceno aos eleitores religiosos, mencionando Deus tanto na música de abertura quanto na primeira fala de Lula, "peço a Deus que ilumine nossa nação e ajude a reconstruir o Brasil".

Na sequência, o ex-presidente falou da situação econômica atual do País, mencionando temas como fome e inflação e atacando Bolsonaro, sem mencionar seu nome. "Como pode um país tão rico retroceder tanto? Como pode um governante não se preocupar com a vida da gente?", questionou. O programa, então, seguiu louvando as conquistas de Lula quando foi presidente, apresentando-o como a "esperança" para reconstruir o País.

Para concluir, ainda houve destaque e espaço de fala para o candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB). "Mesmo que a gente não pense igual em tudo, neste momento algo muito mais importante nos une, o desejo de reconstruir o Brasil", afirmou o ex-governador de São Paulo.

O programa da senadora Simone Tebet (MDB) funcionou como uma entrevista. Apresentadores contaram sua trajetória e fizeram perguntas para a candidata, que apostou na própria experiência como parlamentar e destacou o fato de ser uma mulher concorrendo ao cargo. Ela ainda mencionou sua vice, a senadora Mara Gabrilli (PSDB), "outra grande mulher". Por fim, Tebet também se mostrou como oposição à polarização, afirmando que "nós estamos prontas para fazer diferente", e concluiu com seu jingle "Eles não e ela sim", que faz referência velada à disputa entre Lula e Bolsonaro.

O horário de Bolsonaro não teve falas do candidato gravadas especificamente para o momento. Dois apresentadores tomaram as rédeas do programa, falando do trabalho e do caráter do presidente e repetindo os princípios que Bolsonaro menciona tradicionalmente em suas manifestações: Deus, pátria, família e liberdade.

As únicas falas do próprio presidente foram recortes de discursos proferidos nos últimos meses, dando destaque a dois pontos: o combate à pandemia e a criação do Auxílio Brasil de R$ 600.

Ciro Gomes (PDT) completou o horário eleitoral no rádio nesta manhã de sábado. Com pouco tempo, seu programa contou com um apresentador que elencou propostas do ex-ministro. O foco ficou para promessas de renda mínima de R$ 1.000 para os mais pobres, proibição de cobrança de juros abusivos pelos bancos, a iniciativa de limpar o nome de todo mundo do SPC e Serasa e o objetivo de colocar a educação pública do Brasil entre as 10 melhores do mundo. O programa ainda convidou a acompanhar o candidato em outros canais e mencionou a candidata a vice, Ana Paula Matos (PDT), vice-prefeita de Salvador.

Programação

Entre todos os candidatos à Presidência, o ex-presidente Lula tem o maior tempo diário de propaganda eleitoral gratuita, por ter a maior coligação. Serão 3 minutos e 39 segundos de fala, com 287 inserções. Em seguida, está Bolsonaro (PL), com 2 minutos e 38 segundos e 207 inserções.

Confira a ordem que estava prevista para o primeiro dia do horário eleitoral e o tempo de cada partido/coligação:

 

Roberto Jefferson - PTB (14) - 25 segundos / 33 inserções

Soraya Thronicke - União Brasil (44) - 2 minutos e 10 segundos / 170 inserções

Felipe D’Avila - Partido Novo (30) - 22 segundos / 30 inserções

Luiz Inácio Lula da Silva - Coligação Brasil da Esperança (13) - PT, PC do B, PV, PSOL/Rede, Solidariedade, PSB, AGIR, Avante e Pros - 3 minutos e 39 segundos / 287 inserções

Simone Tebet - Coligação Brasil para Todos (15) - MDB e Federação PSDB-Cidadania e Podemos - 2 minutos e 20 segundos / 185 inserções

Jair Bolsonaro - Coligação Pelo Bem do Brasil (22) - PL, PP e Republicanos - 2 minutos e 38 segundos / 207 inserções

Ciro Gomes - PDT (12) - 52 segundos / 68 inserções

No caso da propaganda pelo rádio, serão exibidas as falas dos presidenciáveis sempre às terças, quintas e sábados, de 7h às 7h12 e, depois, de 12h às 12h12. Já na televisão, o horário é de 13h às 13h12 e 20h30 às 20h42. Nesses mesmos dias, serão exibidos os programas de candidatos a deputado federal, logo em seguida. O horário gratuito terá 50 minutos em rede, divididos em dois blocos de 25 cada.

Começa nesta sexta-feira (20) e vai até o próximo dia 27 o horário eleitoral gratuito do segundo turno das eleições municipais nas emissoras de rádio e TV. Haverá transmissão para os 57 municípios com mais de 200 mil eleitores onde não houve definição do prefeito no último domingo (15).

Desta vez, os dois blocos fixos para a propaganda eleitoral, de 10 minutos cada, serão divididos igualmente entre os candidatos ao cargo de prefeito. No rádio, a propaganda será das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Na TV, o horário eleitoral será das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40.

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Emissoras de rádio e de TV e os canais por assinatura também terão que reservar 25 minutos, de segunda a domingo, para serem usados em inserções de 30 e 60 segundos, considerando os seguintes blocos de audiência: entre as 5h e as 11h; entre as 11h e as 18h; e entre as 18h e as 24h.

Por causa da pandemia de covid-19, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adotou inúmeras normas relativas à campanha eleitoral. Uma delas foi a de reduzir o tempo da propaganda gratuita em rádio e TV. O segundo turno das eleições municipais 2020 será no dia 29 de novembro.

Candidatos à Prefeitura de São Paulo têm recorrido a líderes partidários, a referências históricas e a personalidades no horário político. Nessa terça-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, o ex-governador Mário Covas e a deputada estadual e cantora Leci Brandão apareceram na propaganda eleitoral de TV - ou pedindo votos ou tendo a imagem associada às candidaturas.

Líder das pesquisas de intenção de voto, Celso Russomanno (Republicanos) explora sua proximidade com Bolsonaro, que já explicitou apoio ao candidato. O presidente aparece abraçando Russomanno, que exalta o auxílio emergencial do governo federal e o programa Renda Brasil. O candidato promete criar o "auxílio paulistano", versão municipal do benefício.

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Mário Covas apareceu mais uma vez no programa do neto, o prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição. A campanha usa imagens do ex-governador, que morreu em 2001, falando sobre como encarar adversidades. "Diante dela, só três atitudes: enfrentar, combater e vencer". Bruno utiliza as frases após citar seu tratamento de câncer e os desafios da pandemia para a cidade de São Paulo.

Imagens de arquivo do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro aparecem na campanha de Joice Hasselmann (PSL). No programa, ela afirma que a cidade precisa mudar, e se apresenta ao eleitor dizendo que, "ao lado de Moro", apoiou a Lava Jato. No rádio, a candidata sugeriu a criação de uma "Lava Jato municipal".

Já o ex-presidente Lula aparece em vídeo pedindo voto para o candidato petista, Jilmar Tatto. "São Paulo precisa de um prefeito que trabalhe pelo povo do primeiro ao último dia de mandato", diz Lula no vídeo.

A campanha de Orlando Silva (PCdoB) fala de racismo, com a narração da deputada estadual Leci Brandão, reeleita em 2018 pelo partido. Já Guilherme Boulos (PSOL) apoia-se na figura de sua companheira de chapa e ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, que reafirma o compromisso com a população vulnerável da cidade.

Márcio França (PSB), Andrea Matarazzo (PSD) e Filipe Sabará (Novo) levaram ao ar ontem programas sobre temas econômicos.

França prometeu uma linha de crédito de R$ 3 mil pra microempreendedores; o candidato do Novo foi na mesma linha, sem citar valores. Já Matarazzo falou da importância de recuperar emprego e renda na cidade. Candidato do Patriota, Arthur do Val destacou que é o único candidato que não utiliza dinheiro público.

No último dia do horário eleitoral gratuito, as campanhas dos presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) adotaram estratégia semelhante. Ambos os programas começaram desconstruindo o adversário na boca de locutores. Em seguida, anunciaram o início da propaganda dos candidatos, que só então se dirigem ao eleitorado. Bolsonaro apelou para a união dos aliados. Haddad pregou a esperança.

Bolsonaro

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O programa de Bolsonaro vinculou o PT à violência e ao desemprego, afirmando que ambos são resultados da corrupção e citou trechos das delações da Operação Lava Jato que envolvem o partido. “A corrupção é uma praga que tira comida da mesa dos brasileiros, deixa pessoas nas filas da saúde e tira crianças da escola”, disse o locutor.

Em seguida, afirmou que o PT foi responsável pelos dois maiores escândalos de corrupção no país nos últimos tempos: o mensalão, denunciado em 2005 pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), e o petrolão, investigado pela Operação Lava Jato. Segundo o PSL, R$ 47 bilhões foram desviados dos cofres públicos.

No programa eleitoral, o PSL atacou a chapa adversária dizendo que o PT e seus aliados mentem. Chamou Fernando Haddad de fantoche, destacando que ele foi a Curitiba “pedir a bênção do presidiário”, referindo-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seguida afirmou que Haddad foi o pior prefeito do país, não conseguiu se reeleger e responde a processos.

No programa, o PSL afirmou ainda que Haddad e sua vice, Manuela d’Ávila, são ateus e desrespeitam os fiéis indo a missas e cultos.

Para tentar reverter o apoio a Haddad no Nordeste, Bolsonaro responsabilizou o PT pelas obras inacabadas em todo o país e que isso prejudica especialmente o Nordeste, região que mais precisa de equipamentos públicos. O narrador conclui com “o povo acordou, PT, não”.

Classificado pelo narrador como “o presidente livre e independente”, Bolsonaro aparece pela primeira vez no programa contando como decidiu, há quatro anos, disputar a eleição presidencial. Segundo ele, entre as barreiras detectadas à época estava “vencer a máquina política e partidária”. Ele afirma que o acesso ao fundo partidário e ao horário eleitoral gratuito seriam restritos pelo tamanho do partido. “Eu não teria nada”, concluiu.

O candidato disse que agora vê possibilidade de vencer a eleição presidencial no próximo domingo e pediu que seus aliados se mantenham unidos. “Hoje, nós temos uma possibilidade concreta, real de vencermos. Para tal, precisamos nos manter unidos e combater as mentiras”, afirmou.

Bolsonaro disse ainda que é uma ameaça aos corruptos. “Meus irmãos, meus amigos, o momento é de união. Se for vontade de Deus, estarei pronto a cumprir essa missão”, concluiu.

Haddad

O PT abriu o programa de rádio lembrando que Bolsonaro fugiu a mais um debate com Haddad. Nesta sexta-feira ocorreria o debate da TV Globo, cancelado porque somente o petista confirmou presença. “Ele se esconde para não ter que assumir as suas ideias doentias e desequilibradas”, afirmou a locutora do programa.

No horário eleitoral, o PT destacou que o candidato do PSL desrespeita os pobres. O programa veiculou uma gravação atribuída a Bolsonaro, na qual ele diz que o pobre só serve para votar, “com o título de eleitor na mão e o diploma de burro no bolso”. O programa lembrou que Bolsonaro, na Câmara, votou a favor de propostas que prejudicam os trabalhadores.

Para o PT, “Bolsonaro é a velha política, aquela que você tanto quer mudar”. Na sequência foi veiculada uma entrevista do adversário de Haddad, na qual ele afirmou que usa o “auxílio moradia [concedido pela Câmara dos Deputados] para comer gente”.

O programa de Haddad insistiu que seu adversário defende a ditadura e a tortura, além de disseminar ódio e violência. O PT colocou no ar a fala de Bolsonaro em que ele prega a morte e a expulsão dos adversários do país: “vamos fuzilar a petralhada”.

A locutora afirmou ainda que Bolsonaro é adorador de Brilhante Ustra – coronel do Exército que comandou órgãos de repressão durante a ditadura militar. O programa destacou que Bolsonaro “não é o candidato do povo, mas dos milionários, não é o candidato da esperança, mas do salto no escuro, não é o candidato da segurança, mas da violência”.

Haddad aparece pela primeira vez na propaganda eleitoral ao lado de um menino negro. “Quero conversar com você que está angustiado com o futuro do país”, afirmou o candidato, que apareceu distribuindo rosas em atos da campanha eleitoral.

Segundo o candidato, o trabalhador brasileiro, mesmo nos momentos mais difíceis, não perde a coragem nem a fé para lutar por dias melhores. “Sei que você está descontente com tudo o que está acontecendo no Brasil e, por isso, quer mudança, quer um governo que não corte direitos, quer comida na mesa e salário justo”, afirmou.

Haddad afirmou que o brasileiro quer um presidente que defenda as riquezas do Brasil e o emprego, garanta segurança e paz e crie oportunidades de ensino para todos. “Você sabe que há pouco tempo tivemos um governo assim. Esse tempo bom está no coração e na memória dos brasileiros”, afirmou Haddad.

Focado na tese da virada, o candidato prometeu governar com honestidade e seriedade. “O Brasil precisa de um presidente que enfrente as dificuldades de cabeça erguida, que respeite todos, que governe para todos e cuide dos que mais precisam. Serei o presidente do diálogo que constrói pontes e garante a paz”, disse Haddad, agradecendo a Deus e aos que acreditam na mensagem de esperança.

 

Na estreia do horário eleitoral gratuito no segundo turno no rádio, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) partiu para o ataque contra o PT e seu adversário, Fernando Haddad. Já o programa do petista ligou o concorrente à onda de violência gerada na campanha à Presidência da República e não citou, como havia feito no primeiro turno, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro, que praticamente estreou no horário eleitoral, já que na primeira fase da campanha tinha menos de 10 segundos por programa, lembrou a ascensão do socialismo e do comunismo na América Latina, citou a criação do Foro de São Paulo, "grupo liderado por Lula e Fidel Castro (ex-presidente de Cuba)" e até divulgou um áudio do ex-presidente brasileiro, preso em Curitiba. "Todos que participaram do Foro de São Paulo chegaram ao poder", diz Lula.

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O programa do candidato do PSL informou que Cuba é o país mais atrasado do mundo, lembrou as crises na Venezuela e do Brasil, governado pelo PT entre 2003 e 2016. "Estamos à beira do abismo (...) fizeram de Brasília um balcão de negócios e muitos estão presos". A locução citou também que o vermelho, cor do PT, jamais foi a cor da esperança.

Nesse primeiro programa eleitoral de Bolsonaro, Haddad foi chamado de "boneco de Lula", e declarações de pessoas procuram afastar as acusações de racista e machista de Bolsonaro. "Sou mulher e negra. PT nunca mais. A nossa bandeira é verde e amarela", afirma uma apoiadora do deputado federal. Na parte final, Bolsonaro é apresentado ao eleitor e reforça a questão feminina, com a repetição do relato emocionado de uma reversão de vasectomia para que pudesse ter uma filha, Laura, a única mulher após quatro homens.

Haddad

Na abertura do programa do candidato petista, a mensagem foi a de que a "democracia está em risco" e o que o segundo turno, "que deveria ser de debate de propostas, foi transformado por seguidores de Bolsonaro em onda de violência". As declarações do candidato do PSL de que iria "fuzilar a petralhada", é alternada com vários relatos de violência, como o assassinato do mestre de capoeira e produtor cultural Môa do Katendê, em Salvador (BA), com 12 facadas, após defender o voto no PT. Em seguida, Haddad repete o bordão que seu sonho é oferecer aos brasileiros ao menos uma oportunidade, com educação e emprego, "um livro em uma mão e uma carteira assinada na outra".

Ao contrário de Bolsonaro, que está no terceiro casamento, o programa do petista cita a relação de 30 anos com Ana Estela e filhos Frederico e Carolina. Lembrou que Haddad foi ministro da educação e reforça o pedido de paz antes de citar algumas propostas para o governo, caso eleito - além de emprego, a retomada de obras paradas, incentivo à construção civil e a criação do ensino médio federal.

Ao final, Haddad afirma que é hora de "olhar para frente", pede união e o voto "mesmo que você eleitor tenha votado em outro candidato no primeiro turno, eu quero conversar com você", disse "Essa campanha não é de um partido, é dos que querem mudar para melhor o nosso País (...) Vamos nos unir, a hora é agora. Quero contar com todos que são a favor da democracia e dos direitos do povo".

Ao contrário do primeiro turno, quando Lula dominou os programas de Haddad, o ex-presidente, ao menos neste primeiro, não foi lembrado.

O ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu negar um pedido da coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/PROS) para suspender a veiculação de propaganda do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin.

A coligação do PT apontava uma série de irregularidades na propaganda veiculada no dia 1º de setembro, tanto no bloco vespertino quanto no noturno, pela campanha de Alckmin.

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Para a campanha petista, Alckmin apareceu em "parcelas ínfimas" dos 5 minutos e 30 segundos do bloco de propaganda e dedicou dois minutos do tempo da sua coligação para a narrativa de história emotiva, voltada à formação de vínculos emocionais com o eleitorado.

A peça contestada pelo PT mostrava uma jovem chamada Verônica, que enfrentava problemas de saúde. A propaganda criticava as condições gerais dos serviços de saúde no Brasil, mas enaltecia o tratamento conferido no Estado de São Paulo, que já foi governado por Alckmin.

O PT acusa a campanha de Alckmin de não cumprir dispositivo da Lei das Eleições, sob a alegação de que a participação efetiva de Geraldo Alckmin na propaganda representaria parcela inferior aos 75% do tempo da campanha do tucano no horário eleitoral.

Presença reduzida

Para Horbach, no entanto, não há irregularidade na "presença reduzida" de Alckmin em seu programa eleitoral.

"O limite de 25% do tempo é imposto exclusivamente em relação aos apoiadores, candidatos ou não, que vierem a participar do programa. Os restantes 75% são destinados aos diferentes tipos de linguagens publicitárias permitidas no dispositivo, tais como caracteres com propostas, fotos, jingles, clipes com músicas ou vinhetas e, também, manifestações do candidato", observou Horbach em sua decisão, assinada no último sábado, 8.

"É possível concluir que não há irregularidade na presença reduzida do candidato representado em seu horário eleitoral gratuito, uma vez que o tempo do programa pode ser preenchido com os diferentes recursos publicitários indicados no caput do art. 54 da Lei das Eleições. Não se depreende do dispositivo em questão (…) uma obrigatória participação direta do candidato em 75% dos blocos ou inserções", concluiu Horbach.

Sobre a narrativa da história de Verônica, Horbach apontou que não há "irregularidade alguma no simples fato de a propaganda dos representados apresentar elementos emotivos ou passionais, o que é natural na dimensão política da pessoa humana".

O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, determinou neste domingo (9) que a coligação "O Povo Feliz de Novo" (PT/PCdoB/Pros) não apresente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato, na condição de candidato ao cargo de presidente da República "em qualquer meio ou peça de propaganda eleitoral".

O ministro também proibiu a coligação de apoiá-lo na condição de candidato, sob pena de suspender a propaganda eleitoral da coligação - no rádio e na televisão - em caso de descumprimento da ordem judicial.

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A decisão de Barroso mostra que o TSE "subiu o tom" em questões envolvendo a propaganda presidencial petista, que já sofreu uma série de reveses na Corte Eleitoral. Na madrugada do dia 1º de setembro, o TSE negou por 6 a 1 o registro de Lula, por considerar que o ex-presidente está enquadrado na Lei da Ficha Limpa após ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso do tríplex do Guarujá. Em sua decisão, Barroso ressaltou que originalmente a Corte havia defendido a suspensão da propaganda eleitoral da campanha presidencial petista no rádio e na televisão até que houvesse a substituição da cabeça de chapa.

No entanto, naquela mesma sessão, o plenário do TSE acabou atendendo a um pedido do advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos defensores de Lula, para permitir a continuidade da propaganda eleitoral da chapa, desde que o ex-presidente não aparecesse na condição de candidato. "Nada obstante, as sucessivas veiculações de propaganda eleitoral em desconformidade com o decidido revelam que a atuação da coligação se distanciou dos compromissos por ela assumidos, a exigir uma atuação em caráter mais abrangente", concluiu Barroso.

A decisão de Barroso foi feita no âmbito de uma reclamação apresentada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) contra Lula e a coligação do PT. O MPE apontou que, ao longo dos últimos dias, a coligação segue veiculando propagandas eleitorais que continuam a apresentar Lula como candidato à Presidência da República, "tanto de forma direta quanto indireta".

"Entendo que a atuação pontual dos juízes auxiliares da propaganda, embora célere e diligente, não tem se revelado suficiente para preservar a autoridade da decisão deste tribunal. A própria dinâmica da propaganda eleitoral, veiculada diariamente nos meios de comunicação, aliada à resistência ao cumprimento da determinação desta Corte, têm imposto aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral a necessidade de prolação de sucessivas decisões a respeito do mesmo tema, sem, contudo, solucionar definitivamente a controvérsia", alegou Barroso.

O ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu na tarde desta terça-feira, 4, barrar a veiculação de uma inserção estrelada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), candidato a vice-presidente na coligação do PT. O ministro também fixou uma multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento da decisão judicial.

A decisão de Horbach marca a quarta derrota da propaganda do Partido dos Trabalhadores desde que a Corte Eleitoral rejeitou na madrugada do último sábado, 1, o pedido de registro de Lula, por 6 a 1.

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O ex-presidente pretende concorrer ao Palácio do Planalto mesmo enquadrado na Lei da Ficha Limpa após ser condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). A defesa de Lula deve entrar ainda hoje com um recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando a decisão colegiada do TSE.

Na inserção questionada pelo Partido Novo na Corte Eleitoral, Haddad aparece dizendo: "Rapaz, eu fui ministro do Lula no melhor momento da história do País. Agora eu tenho muito orgulho de ser vice-presidente do Lula".

Lula, por sua vez, afirma: "Eu e o Haddad, em 12 anos, fizemos mais escolas técnicas do que eles fizeram em 100 anos. Em 12 anos, colocamos mais jovens na universidade do que eles colocaram em 100 anos. Não é a toa que o Haddad ficou 7 anos no Ministério e se transformou no ministro mais importante desse País".

Haddad então comenta: "Pode ter certeza, juntos nós vamos fazer o Brasil feliz de novo. É o Lula, é Haddad, é o povo, é o Brasil Feliz de novo."

Em sua decisão, Horbach destacou um entendimento firmado em outra decisão sobre a propaganda do PT, em que afirmou que é "inegável que a utilização de espaço de propaganda oficial, custeado pelo contribuinte, para divulgação de candidatura que não mais existe tem a potencialidade de confundir o eleitor, criando, artificialmente, estados mentais e emocionais equivocados".

Em decisões tomadas ao longo da última segunda-feira, 3, ministros do TSE impediram a coligação do PT de veicular outras inserções estreladas por Lula e de exibir propagandas com referência às pretensões eleitorais do ex-presidente.

Decisões

Nesta segunda, 3, o ministro Sérgio Banhos, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu inserções televisivas.

Na inserção, Lula diz: "O povo sabe o que aconteceu no período que nós governamos esse país. Esse povo sorria. Esse povo comia. Esse povo trabalhava".

Carlos Bastide Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também determinou, na segunda, 3, que a Coligação "O Povo Feliz de Novo" (PT/PCdoB/Pros) deixe de veicular na televisão a propaganda eleitoral exibida no último sábado, 1, que fez referência à candidatura à Presidência da República do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mais cedo, ainda na segunda, 3, a coligação do partido já tinha sofrido uma derrota com a decisão do ministro Luis Felipe Salomão, que - também a pedido do Novo - suspendeu a veiculação da propaganda no rádio com Lula.

O Partido dos Trabalhadores (PT) tem usado de forma estratégica a concessão dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para manter os programas eleitorais, apesar da negativa do registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva nas Eleições 2018.

O programa de rádio na manhã desta terça-feira, 4, foi mais um exemplo de como o partido tem optado pela dubiedade ao não deixar claro ao eleitor quem é o candidato do partido à Presidência e utilizado brechas para manter a imagem do ex-presidente em evidência na campanha.

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Apesar de o PT não apresentar Lula explicitamente como candidato e respeitar a regra de destinar, no máximo, 25% do tempo depoimento de apoiadores, Fernando Haddad (PT) é citado como vice na peça que foi ao ar hoje pela manhã e a frase "Lula é Haddad, Haddad é Lula" é repetida ao ouvinte-eleitor, criando a dúvida de quem de fato vai representar o partido nas urnas nas Eleições 2018.

Esta ambiguidade já foi condenada na segunda-feira, 5, em outras duas decisões, dos ministros Sérgio Banhos e Carlos Horbach, do TSE, que apontaram "afronta à decisão da Corte" na tentativa de "confundir o eleitor".

Ocorre que a decisão dos dois ministros é específica para as peças publicitárias do partido na TV, e não tratam do programa eleitoral no rádio. Em relação a este, a decisão de outro ministro, Luis Felipe Salomão, vetou que o partido de apresentar Lula como candidato, mas não trata de uma eventual mensagem imprecisa, como a que foi levada ao ar hoje.

Por se tratarem de decisões em relação a diferentes específicas ações apresentadas ao TSE, o partido não precisaria necessariamente respeitar o que foi decidido na veiculação de outra propaganda. Ou seja, exibir seu programa na TV de acordo com o tribunal determinou para um programa de rádio e vice-versa. Para cada caso é necessária uma nova decisão do TSE.

E, mesmo que na decisão sobre o programa de rádio Salomão criticasse a dubiedade, seria necessária uma nova representação, uma vez que se trata de nova propaganda, diferente da que foi levada ao ar no sábado, no primeiro dia do horário eleitoral. Na ocasião, o programa levado ao ar horas após a decisão do TSE ainda apresentava Lula como candidato.

Com estas brechas, o partido aproveita enquanto pode a imagem de Lula, que se mantém no topo das pesquisas mesmo impedido de se candidatar.

Após a campanha do presidenciável tucano Geraldo Alckmin usar a maior parte de suas inserções para atacar o deputado Jair Bolsonaro (PSL) na estreia do horário eleitoral de rádio e TV, sexta-feira passada, novos comerciais apontam a presidente cassada Dilma Rousseff (PT) e o presidente Michel Temer (MDB) como responsáveis pela crise que o Brasil atravessa em diversas áreas. A ideia é associar Dilma a Temer.

O candidato do PSL continua como alvo principal em metade das propagandas - são 12 ao longo do dia. Os ataques mais duros são no rádio. Mas um quarto dos comerciais de TV que começarão a ser veiculados a partir de hoje usam o mote "O Brasil de Dilma e Temer é assim" ao mostrar dados sobre violência, educação e segurança pública.

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Desde o início da campanha presidencial, Alckmin vem sendo criticado pelos adversários por ter firmado uma aliança com os partidos do Centrão que formam a base de sustentação de Temer no Congresso.

A diferença em relação às inserções que atacam Bolsonaro é que nesse caso Alckmin aparece no fim das locuções em off. Em uma delas, um locutor fala sobre os "13 milhões de desempregados" registrados nos últimos quatro anos enquanto um casal toma café. "O desemprego é cruel. Faz a família toda sofrer. Economia tem que gerar emprego. O presidente tem que ser o comandante da boa economia", diz o ex-governador.

A crítica resvala no ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), que tem exaltado na campanha que foi presidente do Banco Central do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo um dos coordenadores políticos da campanha tucana, a ideia é abrir uma ofensiva para atrair eleitores antipetistas que devem começar a se descolar de Jair Bolsonaro.

Por isso a decisão foi preservar Alckmin nos ataques a Bolsonaro, mas expô-lo no caso do PT e de Temer. A ideia dos comerciais é fazer com que temas sensíveis aos olhos do eleitor deixem de ser associados exclusivamente a Temer, que foi vice de Dilma e assumiu após sua deposição, e passem a ser tratados como "problemas nascidos no governo do PT".

Novos programas devem lembrar que a escolha do emedebista para o cargo de vice-presidente na chapa de Dilma foi do próprio PT - ligando o presidente ao partido de Lula, condenado no âmbito da Operação Lava Jato e preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR).

Pesquisas

Antes de elaborar os novos comerciais, a campanha de Alckmin fez uma rodada de pesquisas qualitativas após as primeiras aparições do tucano no programa eleitoral no rádio e na TV, no sábado, 1º.

Opiniões de eleitores de São Paulo, Goiânia e Recife foram colhidas por uma empresa contratada pela campanha do ex-governador paulista, com a finalidade de entender regiões distintas (Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste).

Ainda de acordo com interlocutores que tiveram acesso aos resultados da sondagem, o presidenciável do MDB, Henrique Meirelles, e a propaganda do PT, que não deixou claro para o público se o candidato do partido é o ex-presidente Lula ou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, também agradaram aos eleitores que participaram das qualitativas contratadas pelo PSDB.

Efeito

Auxiliares e aliados de Alckmin acreditam que a próxima pesquisa Ibope/Estado de intenção de voto sobre a eleição presidencial, que será divulgada hoje, ainda não deve captar o resultado do horário eleitoral no rádio e TV.

Por isso seria precipitado mudar o cronograma original. A expectativa é de que os primeiros resultados comecem a aparecer após dez dias de exibição dos comerciais. O ex-governador tucano conta com o maior tempo de TV e rádio entre os 13 candidatos que disputam as eleições para o Palácio do Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Carlos Bastide Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou nesta segunda-feira, 3, que a coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/Pros) deixe de veicular na televisão a propaganda eleitoral exibida no último sábado, 1, que fez referência à candidatura à Presidência da República do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato.

Na avaliação do ministro, os blocos de propaganda confundem o eleitor, criam artificialmente "estados mentais e emocionais equivocados" e afrontam a autoridade de decisão do TSE, que na madrugada do último sábado barrou o registro de candidatura do petista.

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Horbach atendeu ao Partido Novo, que entrou com seis pedidos no TSE contra as aparições de Lula no horário eleitoral do PT. Mais cedo, a coligação já tinha sofrido uma derrota com a decisão do ministro Luis Felipe Salomão, que - também a pedido do Novo - suspendeu a veiculação da propaganda no rádio com Lula.

"O TSE expressamente proibiu que Luiz Inácio Lula da Silva fosse apresentado, nos programas gratuitos de rádio e de televisão, como candidato a presidente da República, somente sendo lícita à coligação representada a realização de propaganda de seu candidato a vice-presidente, nessa específica condição, tudo - repita-se - em atenção ao requerido por seu representante processual", escreveu Horbach em sua decisão.

"É inegável que a utilização de espaço de propaganda oficial, custeado pelo contribuinte, para divulgação de candidatura que não mais existe tem a potencialidade de confundir o eleitor, criando, artificialmente, estados mentais e emocionais equivocados, em violação ao disposto no art. 242 do Código Eleitoral", concluiu o ministro.

Propaganda

No início da propaganda agora suspensa, o PT afirma que a ONU "já decidiu que Lula poderia ser candidato e ser eleito presidente do Brasil. Mesmo assim, a vontade do povo sofreu mais um duro golpe com a cassação da candidatura de Lula pelo TSE", acrescentando ainda que a coligação "entrará com todos os recursos para garantir o direito de Lula ser candidato".

Vice na chapa do PT, Fernando Haddad afirmou ainda no programa que a decisão "está tomada". "Nós vamos com o Lula até o fim. Porque ele é uma autoridade política no País", diz Haddad.

"Note-se que o fechamento da propaganda com o jingle inalterado da campanha não deixa dúvidas quanto a apresentação de Lula como candidato à presidente e Haddad vice, exatamente como impedido pelo Tribunal: aos 2 minutos e 15 segundos da propaganda uma voz feminina canta "é o Lula, é Haddad é o povo, é o Brasil feliz de novo'", assinala o Partido Novo no pedido atendido pelo ministro.

Horbach ainda determinou a aplicação de multa de R$ 500 mil caso o PT desrespeite sua decisão. "Fixo multa no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para cada veiculação da propaganda aqui impugnada no horário eleitoral gratuito de televisão em desconformidade com o decidido pelo Tribunal Superior Eleitoral", assinala o ministro.

Pedidos

Além da ação contrária ao programa da rádio e na TV, o Novo apresentou uma petição geral dentro do processo de registro de Lula, que tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso. O candidato a presidente da República Jair Bolsonaro também entrou com ação contra a propaganda eleitoral do PT transmitida na televisão.

O ministro Luis Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aceitou o pedido do Partido Novo e suspendeu a propaganda eleitoral do PT na rádio, em que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é apresentado como candidato, como o próprio ministro descreve.

"De fato, o programa expressamente faz referência a Lula como candidato a presidente - de maneira enfática -, em frontal oposição ao que foi deliberado pela Corte", assinala Salomão.

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De acordo com o ministro, o programa de rádio não deixa "margem a dúvidas" de que estão sendo descumpridas as deliberações do TSE. Em sessão que acabou na madrugada deste sábado, a Corte Eleitoral negou o registro de candidatura à presidência do petista e o proibiu de aparecer como candidato no horário eleitoral do PT.

"Há urgência para a decisão, porquanto se persistir a prática do descumprimento pode causar tumulto e transtorno ao pleito, além de prejuízos inegáveis aos demais candidatos", observa o ministro, que na hipótese de descumprimento de sua decisão, aplica multa no valor de R$500 mil para cada propaganda eleitoral veiculada no rádio em desconformidade com a decisão do plenário do TSE.

Salomão é um dos relatores de três pedidos apresentados pelo Partido Novo neste domingo, 2, no TSE.

Além da ação contrária ao programa da rádio, a sigla ajuizou representação para suspender propagandas na TV, que está sob relatoria do ministro Carlos Bastide Horbach, e uma petição geral apresentada dentro do processo de registro de Lula, que tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso.

O candidato a presidente da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, também entrou com ação contra a propaganda eleitoral do PT transmitida na televisão.

Com o impedimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareça no horário gratuito de propaganda no rádio e na TV como candidato à Presidência da República, o Partido dos Trabalhadores (PT) priorizou, em sua primeira participação no vídeo, a mensagem de protesto. O narrador enfatiza que a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que Lula poderia ser candidato e ser eleito presidente do Brasil. "Mesmo assim a vontade do povo sofreu duro golpe com a cassação da candidatura de Lula pelo TSE. A coligação 'O povo feliz de novo' entrará com todos os recursos para garantir o direito de Lula ser candidato", diz o narrador.

Na sequência, Fernando Haddad, vice na chapa, faz nova crítica dizendo que não é possível tirar do povo o direito de escolher seu presidente e ainda faz juramento de lealdade ao ex-presidente. O programa traz imagens e entrevista com Lula, que se diz "um inocente julgado para evitar o retorno ao governo".

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Na madrugada deste sábado, 1, o TSE rejeitou o registro da candidatura de Lula e, por esse motivo, ele não pode aparecer nas inserções do partido como candidato. No entanto, não foi cerceado o direito do uso de imagens, como apoiador, e em até 25% do tempo.

Neste primeiro dia de propaganda eleitoral dos presidenciáveis no rádio e na televisão, a maior parte dos candidatos deu ênfase aos slogans que os acompanharão pela campanha.

Quase metade do tempo de 5 minutos e 32 segundos da propaganda na televisão da coligação PTB, PP, PR, DEM, SD, PPS, PRB, PSD e PSDB, que tem como presidenciável Geraldo Alckmin, foi um ataque velado ao candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro, que defende o armamento dos cidadãos. O vídeo traz a mensagem de que os problemas não se resolvem na bala. "Eu também estou p. da vida (...) Mas, por mais indignada que eu esteja, e eu estou, muito, eu decidi que neste ano eu não vou vota com raiva. Com raiva gente não pensa e, quando a gente não pensa, a chance de fazer besteira aumenta", diz uma mulher.

A segunda parte apresenta Alckmin como Geraldo, o médico e ex-governador de São Paulo. Na maior inserção entre todos os candidatos, a propaganda mostrava fotos da ex-presidente Dilma Rousseff, do presidente Michel Temer e também de Bolsonaro, com legenda afirmando "não dá para errar de novo".

Se apresentando como o candidato da mudança, sob o bordão "muda de verdade", Bolsonaro, em 8 segundos, diz que está em "defesa da família e da nossa pátria".

Assim como no rádio pela manhã, Ciro Gomes (PDT) focou em sua proposta para o programa "Nome Limpo", que pretende regularizar a situação financeira de 63 milhões de brasileiros, que estão com nome negativado.

O candidato do Podemos, Álvaro Dias, seguiu no discurso da honestidade e, em alusão à situação de Lula, disse: "tem gente visitando a minha cidade Curitiba, para homenagear o político preso". E encerra: "Abra o olho".

O candidato do MDB, Henrique Meirelles, se apresentou dizendo que é a primeira vez que concorre à Presidência da República. Assim como no rádio, citou Lula, mas, na TV, não se esquivou de citar o presidente Michel Temer. Deixou seu bordão "Chama o Meirelles" e encerrou: "Não vou fazer promessas. Posso perder seu voto por isso. Mas prefiro perder seu voto e ganhar seu respeito."

Com tempo diminuto, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, optou por falar para o público feminino com o slogan: "juntas somos mais fortes. Essa luta é nossa". Em seus segundos disponíveis na TV, o candidato Cabo Daciolo (Patriota) saudou Deus e enfatizou o basta à corrupção.

João Amoêdo (Novo) protestou contra a propaganda eleitoral obrigatória, dizendo que, a depender dele, essa seria a última. João Goulart Filho (PPL) prometeu "recuperar o desenvolvimento e o orgulho de ser brasileiro".

No espaço reservado para a Democracia Cristã, a imagem do candidato José Maria Eymael aparece com o bordão musical que o acompanha há várias campanhas presidenciais.

O programa do PSOL apresentou Guilherme Boulos como o "candidato que tem coragem de enfrentar privilégios". Já a candidata Vera Lúcia (PSTU) diz que o Brasil precisa é mesmo de uma rebelião.

Apesar de muitos "fugirem" do horário gratuito de propaganda eleitoral das campanhas na televisão, que começa a ser transmitido às 13 horas e às 20 horas nesta sexta-feira, 31, para eleições 2018 no País, um pouco mais difícil é "escapar" dos spots de 15 a 30 segundos espalhados pela programação. São 28 por dia, durante os intervalos das programações e veiculados das 5 horas à zero hora.

Com a coligação que o dá o maior tempo de TV, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) é o que mais vai aparecer ao longo da programação. Ele estará em 12 spots por dia. Serão 434 aparições na campanha do 1º turno.

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O número de inserções para cada coligação foi definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na representação no Congresso dos partidos coligados.

Líder das pesquisas nos cenários sem Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso na Lava Jato, Jair Bolsonaro (PSL) terá 11 spots até a dia da primeira votação. Depois de aparecer nesta sexta, ele só volta a aparecer durante a programação na próxima quarta.

Nesta sexta, os spots terão a seguinte ordem: de manhã, três spots seguidos de Alckmin; um de Lula, mais um de Alckmin e mais um de Lula. João Goulart Filho (PPL), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB) fecham a manhã.

À tarde, Meirelles aparece primeiro, seguido de três spots de Alckmin. Dois de Lula vêm na sequência, intercalados por mais um de Alckmin; Bolsonaro e Alvaro fecham a tarde.

De noite, Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) aparecem pela primeira vez; depois, mais três inserções de Alckmin, duas de Meirelles, intercaladas pela última de Alckmin no dia, João Amoêdo (Novo) e, por fim, o último spot de Lula.

A campanha do ex-governador Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, vai veicular no rádio um comercial que critica o eleitor masculino do deputado Jair Bolsonaro e acusa o candidato do PSL à Presidência da República de "agredir mulher", em uma estratégia clara para atrair o voto feminino. Segundo a última pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, 28% dos eleitores do deputado são homens e apenas 13%, mulheres.

Nessa inserção, duas amigas conversam sobre um aplicativo de paquera quando encontram um "gatinho" que vota em Bolsonaro. "Miga, sua louca, Bolsonaro agride mulher, xingou uma repórter e disse que não estuprava uma deputada porque ela não merecia. Você vai dar crush (combinar) num cara que admira esse sujeito? Se ele pensa igual ao Bolsonaro, ele pode agir como o Bolsonaro. Deus me livre", diz o comercial.

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Em seguida, a amiga indica a outra que "volte para o aplicativo" e escolha um "cara mais centrado, cabeça no lugar, que curta o Geraldo", sugestão aceita e comemorada por ambas. Em uma tentativa de criar empatia com Alckmin, a campanha adotou o mote "cabeça e coração" e segue, em outras inserções, com mensagens contra o presidenciável que lidera as intenções de voto no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado pela Operação Lava Jato.

"As coisas não se resolvem na bala, e sim com equilíbrio, planejamento e trabalho", informam os comerciais. Em pelo menos metade das inserções já prontas para veiculação nas emissoras de rádio no primeiro dia do horário eleitoral gratuito, o tom é agressivo contra o deputado federal, que também lidera as pesquisas em São Paulo, Estado que Alckmin governou por quatro mandatos ao longo de 13 anos não consecutivos.

Em três dessas produções, cidadãos são mostrados em seu limite diante dos serviços de má qualidade prestados pelo governo e da crise econômica, que tornou 13 milhões de brasileiros desempregados. Num deles, uma mulher sugere que pode "fazer uma besteira" diante da demora do sistema público de saúde de prestar socorro à sua mãe doente. Nessa hora, o som de um revólver sendo carregado indica que a situação pode terminar em violência e tragédia para apresentar, então, Geraldo Alckmin como a solução, já que as "coisas não se resolvem na bala."

O mesmo modelo é usado em outra situação, quando um homem diz que as tentativas frustradas de arrumar emprego vão dando um "ódio, um nó, uma coisa ruim, um não sei o que na cabeça e uma vontade de.." Em seguida, o mesmo som de revólver e a mesma proposta de solução.

Em função das alianças que formou, Alckmin é o candidato com mais tempo em cada bloco do horário eleitoral e também com mais inserções ao longo de todo o período eleitoral. Serão 434 no total, ou 12 inserções diárias até às vésperas da eleição. Já Bolsonaro tem uma inserção a cada três dias e oito segundos em cada programa.

Os primeiros comerciais (inserções) das campanhas de Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) no horário eleitoral no rádio e na TV, que começam a ser veiculados nesta sexta-feira (31), terão o deputado Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL, como alvo. De forma velada, as campanhas do tucano e do emedebista criaram peças que criticam o discurso de Bolsonaro sustentado na facilitação do porte de armas para a população e no voto movido pela indignação.

O chamado palanque eletrônico das eleições deste ano terá início com a exibição dos blocos de programas dos candidatos a governador, ao Senado e às assembleias legislativas e distrital. Amanhã será a vez dos postulantes à Presidência da República. A partir de hoje, porém, já começam a ser exibidas as inserções de 30 segundos das campanhas para o Planalto.

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Na candidatura de Alckmin, a estratégia para "desconstruir" Bolsonaro deve ficar concentrada majoritariamente nestes comerciais. A equipe de publicidade do tucano copiou uma campanha britânica contra o uso de armas e produziu um vídeo no qual um projétil atravessa em câmera lenta objetos com palavras como fome e desemprego e chega até uma criança negra. Em seguida, é usado o slogan: "Não é na bala que se resolve".

Bolsonaro reagiu ao vídeo e disse que "flores não garantem paz".

Os marqueteiros de Meirelles adotaram linha semelhante, mas nesse caso o mote é que o eleitor não deve votar "com os olhos cegos pela indignação". Duas inserções reforçam essa ideia. Em uma delas, os passageiros de um ônibus se desesperam quando percebem que o motorista está dirigindo com os olhos vendados.

No bloco fixo de 12 minutos e 30 segundos destinado aos presidenciáveis, uma breve biografia de Alckmin será apresentada. A propaganda vai mostrar o caso de uma paraense que se curou no Instituto do Câncer de São Paulo (ICSP) para vender a ideia que as políticas públicas paulistas podem ajudar a população de outros Estados.

Meirelles, por sua vez, vai repetir nos programas o estilo já usado em suas redes sociais. Vídeos vão vender o ex-ministro da Fazenda de Michel Temer e ex-presidente do Banco Central de Luiz Inácio Lula da Silva - condenado e preso na Lava Jato - como o mais preparado para enfrentar a crise econômica, gerando empregos e crescimento. Para se tornar mais popular, deve usar a imagem de Lula e esconder a de Temer.

Táticas

A participação do ex-presidente petista no horário eleitoral deverá ser analisada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em sessão extraordinária marcada para hoje.

Em uma campanha mais curta também no rádio e na TV, os presidenciáveis traçaram táticas distintas. Com poucos segundos de exposição, mas bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro e Marina Silva (Rede) - respectivamente primeiro e segundo colocados nos cenários sem a presença de Lula - devem utilizar os programas para convidar eleitores para produções veiculadas nas redes sociais. O mesmo fará Guilherme Boulos, do PSOL.

Marina deve estrear as inserções com um discurso de unificação do País. A prioridade é fortalecer seu eleitorado, majoritariamente feminino e jovem. A presidenciável tem, no perfil de 16 a 34 anos, a maior parte dos seus votos, segundo a mais recente pesquisa Ibope/Estado/TV Globo.

Os primeiros programas e inserções de Ciro Gomes (PDT) vão focar em sua proposta de tirar mais de 60 milhões de brasileiros do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Como Ciro, boa parte dos candidatos vai adotar o mote da "mudança".

Os "nanicos" na TV e no rádio vão apresentar, nos programas e inserções, propostas e protestos. "Vamos mudar tudo que está aí"; "A mudança que a gente quer não virá dos políticos que a gente tem", diz João Amoêdo, do Novo. (PEDRO VENCESLAU, ADRIANA FERRAZ, GILBERTO AMENDOLA, MARIANNA HOLANDA e RICARDO GALHARDO) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem entregar ainda nesta quinta-feira (30) a defesa contra as 16 contestações das quais seu registro de candidatura foi alvo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os advogados insistirão também que o ex-presidente tem direito de participar do horário eleitoral de rádio e TV, que começa amanhã (31) para os presidenciáveis, enquanto seu registro não tiver um julgamento final no TSE.

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“A lei nos assegura isso; o Artigo 16-A é muito claro, fala inclusive na participação de rádio e televisão”, disse a advogada Maria Claudia Bucchianeri, que representa Lula junto ao TSE, referindo-se ao trecho da Lei das Eleições que trata do assunto.

O documento da defesa terá mais de 200 páginas, incluindo a recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas a favor da candidatura de Lula, além de outras decisões internacionais. 

Ficha-Suja

Na impugnação (contestação) contra a candidatura de Lula que fez no TSE, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, após afirmar que o ex-presidente é ficha-suja devido à sua condenação em segunda instância no caso do triplex em Guarujá (SP), pediu que o tribunal conceda uma liminar (decisão provisória) para impedi-lo de participar de qualquer ato de campanha -  o que inclui sua aparição no horário eleitoral.

O Partido Novo, que impugnou a candidatura de Lula, pediu ao tribunal uma liminar especificamente para impedi-lo de participar da campanha eleitoral e de gastar dinheiro do Fundo Eleitoral, mesmo antes do julgamento final do deferimento ou não do registro do ex-presidente.

Bucchianeri destacou que uma liminar do tipo nunca foi deferida pelo TSE, motivo pelo qual a defesa considera essa decisão improvável. “Não há registro histórico no TSE de decisões liminares nesse sentido. Seria uma decisão inédita”, disse a advogada. Ela acrescentou não acreditar que “o entendimento mude de uma hora para outra”.

Sessão extraordinária

O TSE convocou uma sessão extraordinária para amanhã, sem no entanto divulgar até o momento da publicação desta reportagem qual será a pauta de julgamentos. A expectativa é que sejam julgados os registros de candidatura ainda pendentes: Eymael (DC), Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Lula (PT).

A defesa de Lula, entretanto, considera que, como juntará novos documentos ao processo nesta quinta-feira (30), não seria possível o julgamento do mérito do registro já no dia seguinte, pois seria preciso dar tempo para as partes contrárias apreciarem as novas peças. Ex-ministros da Corte consideram possível a discussão logo dos pedidos de liminar contra a participação de Lula na campanha.

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