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O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares, disse que 13 médicos estrangeiros solicitaram ao conselho registro da profissão. No dia 28 de agosto, a Justiça Federal em Minas Gerais indeferiu o pedido do CRM-MG para que fosse desobrigado de fornecer o registro provisório para médicos estrangeiros que fazem parte do Programa Mais Médicos e não têm o diploma revalidado no Brasil.

"Treze médicos nos procuraram na última quinta-feira, dia 5 de setembro. Estamos analisando os documentos apresentados e temos 15 dias para nos manifestar", afirmou Soares. Ele voltou a criticar o programa federal, apontando o que considera incoerências do modelo. "Para você ter uma ideia, quatro dos 13 que nos procuraram estão em Belo Horizonte, dois em Sabará e um em Vespasiano, cidades da região metropolitana. Então esses médicos não vão atender o interior, como defende o programa", disse.

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No pedido feito à Justiça Federal, o CRM-MG argumentou que a não exigência da revalidação do diploma beneficiaria os médicos estrangeiros. Para a entidade, a contratação, sem a revalidação de diploma, fere a lei, pois criaria uma "categoria diferenciada de profissionais". "Registrar o profissional sem avaliar a competência técnica "é complicado", disse o presidente do conselho mineiro.

Em sua decisão, o juiz titular da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, João Batista Ribeiro, considerou que a medida provisória que criou o Mais Médicos define que o registro será provisório e com duração de três anos, para o exercício da medicina somente nas atividades do programa, e que negar o registro aos médicos intercambistas "causaria à administração o perigo da demora inverso, sob o aspecto de deixar ao desamparo cidadãos hipossuficientes das camadas mais pobres de nossa sociedade".

Um acidente registrado na noite deste domingo, 01, na zona rural de Monte Alegre de Minas, no Triângulo Mineiro, resultou em cinco pessoas mortas. Outras duas foram internadas em estado grave. Segundo a polícia, tudo teria ocorrido após um homem - que também morreu, ter passado o volante do carro em que estavam todas as sete vítimas para a sobrinha de 15 anos.O grupo voltava de uma fazenda tendo a garota, Laryssa Martins dos Santos, ao volante.

Quando seguiam pela chamada "Estrada da Cascalheira", ela perdeu o controle de direção e a caminhonete Peugeot colidiu violentamente contra uma grande árvore ao lado da pista. Além da adolescente, morreram no local sua irmã Maraysa Martins dos Santos, de 13 anos, seu primo Samuel José dos Santos Souza, 18, sua amiga Ednara Santos Pereira, 15, e seu tio Antônio Oliveira da Silva, 63.

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Um rapaz de 15 anos e uma garota de 13 anos foram socorridos com várias fraturas até o hospital de Monte Alegre, as devido à gravidade do caso tiveram de ser transferidos para o Hospital de Clinicas da Universidade de Uberlândia (MG). O acidente aconteceu quando o carro já terminava o trajeto numa estrada de terra e se aproximava de uma rodovia asfaltada na zona urbana.

Das vítimas, segundo a Polícia Militar, três seguiam na frente e quatro no banco traseiro da caminhonete. Peritos estiveram no local e os corpos foram encaminhados ao IML (Instituto Médico Legal) de Ituiutaba (MG). Posteriormente foram liberados e estão sendo velados em Monte Alegre de Minas, onde serão sepultados no final da tarde desta segunda-feira, 02.

A presidente Dilma Rousseff exaltou a cidade de São João del-Rei (MG), onde anunciou, nesta terça-feira, 20, a liberação de R$ 1,6 bilhão para a segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, chamando o município mineiro de "terra de notáveis".

Entre eles, Dilma citou o ex-presidente Tancredo Neves, avô do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e seu possível adversário na disputa eleitoral de 2014, o jornalista e escritor Otto Lara Resende, bem como duas mulheres: Nhá Chica, beata reconhecida pela Igreja Católica em fevereiro de 2013, e Barbara Heliodora, escritora considerada heroína da Inconfidência Mineira.

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Dilma afirmou que irá "levar a cabo o PAC Cidades Históricas", cuja primeira versão foi lançada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008. "As cidades históricas são o ponto final da nacionalidade brasileira, os locais são a prova viva do ambiente em que se formou o nosso povo", exemplificou. "Conhecer e respeitar o passado é requisito para uma nação democrática, civilizada, capaz de se erguer sobre os próprios pés", completou.

A presidente voltou a afirmar, como fizera a rádios da cidade antes do evento, que os recursos do PAC Cidades Históricas não terão contingenciamento e a liberação para os projetos será automática. "Vamos investir R$ 1,6 bilhão para apoiar obras de 44 cidades, de 20 estados ao longo de três anos. São 119 projetos prontos para licitar", reafirmou.

De acordo com a presidente, os recursos do PAC Cidades Históricas não serão contingenciados e os processos licitatórios terão regras especiais e processos mais simples. "Não faltarão recursos para o PAC Cidades Históricas. É o mais abrangente programa de preservação cultural já feito no Brasil".

Ao encerrar o discurso, como tem feito ultimamente, Dilma citou a doação de máquinas e equipamentos para cidades com até 50 mil habitantes, a liberação de R$ 3 bilhões em custeio para prefeituras até abril de 2014 e defendeu novamente a necessidade do destino dos royalties do petróleo do Pré-sal para a educação.

Indicado para coordenar em Minas Gerais a provável candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência no ano que vem, o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga vai assumir, no dia 26, a direção do Instituto Teotônio Vilela no Estado. A medida foi estratégica para o ex-ministro, afastado da política há cerca de dez anos, manter contatos com correligionários e aliados sem precisar de cargo oficial. E, de quebra, ajuda a sufocar disputas internas do partido e deixar praticamente sob o comando exclusivo de Aécio a sucessão no Estado.

A principal missão do ex-ministro, porém, é arrecadar apoio em torno da candidatura presidencial tucana. Apesar da hegemonia de Aécio no Estado, em diversas regiões mineiras ocorreu, tanto em 2002 quanto em 2006 o chamado "Lulécio", como votos simultâneos no tucano e no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e, em 2010, o "Dilmasia", com apoio do eleitorado na presidente Dilma Rousseff e no atual governador, Antonio Anastasia (PSDB).

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"É uma boa oportunidade para ele se reincorporar, porque afastado muito tempo da política mineira. Tem essa questão da distância, mas é muito experiente. Vem para que a gente monte essa equação", salientou o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Marcus Pestana. O ex-ministro assume o cargo no lugar do deputado federal Eduardo Barbosa, chamado por Aécio - que preside o diretório nacional do PSDB - para ser o coordenador de políticas sociais do partido.

Com a entrada de Pimenta da Veiga no cenário, aumentam os nomes que passam a disputar a indicação para concorrer ao governo mineiro com apoio do Executivo Estadual, provavelmente contra o ministro petista Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Além do próprio ex-ministro, estão no páreo Marcus Pestana, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Dinis Pinheiro (PSDB), o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o também tucano Narcio Rodrigues, o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), próximo ao secretário de Estado de Governo e principal articulador do tucanato mineiro, Danilo de Castro.

No entanto, Pestana nega que haja disputa interna pela indicação. "Na hora certa, sob coordenação do Aécio e do Anastasia, nosso grupo vai se posicionar", observou o deputado, que salientou ser "muito próximo" de Pimenta. "Não estamos preocupados com nomes. Vamos viajar juntos", disse, referindo-se ao ex-ministro. "O eixo prioritário é a candidatura do Aécio. Esse será o eixo ordenador", concluiu.

Policiais civis mineiros, em greve parcial há pouco mais de dois meses, promoveram nesta quarta-feira, 14, um protesto na Praça Sete de Setembro, no Centro de Belo Horizonte, onde queimaram caixões representando a instituição. Os grevistas interditaram por cerca de duas horas o tráfego no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, duas das principais da cidade, o que causou congestionamentos em toda a região central da capital.

Os policiais exigem mudanças na Lei Orgânica da instituição e um grupo de agentes está acampado na sede da Assembleia Legislativa para pressionar os deputados estaduais a aprovarem plano de carreira da categoria. Os policiais fizeram uma assembleia no local, que decidiu pela manutenção da greve e da ocupação.

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Segundo a Polícia Militar (PM), cerca de 800 policiais civis seguiram depois em passeata até a Praça Sete, onde fecharam o trânsito por cerca de duas horas. Alguns comerciantes fecharam as portas de seus estabelecimentos temendo tumulto. De acordo com a PM, não houve registro de problemas no ato.

Estrada

Manifestantes fecharam também o trecho da BR-040 que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 100 moradores de Gagé, distrito de Conselheiro Lafaiete, na região central de Minas, atearam fogo em pneus nos dois sentidos da pista na altura do quilômetro 622 para exigir a instalação de quebra-molas no local.

A estrada permaneceu fechada durante todo o dia e, segundo a PRF, no meio da tarde o congestionamento nos dois sentidos chegava a 16 quilômetros de extensão. Motoristas que não quiseram ficar parados tiveram que pegar desvios que, dependendo do destino, aumentaram em até cerca de 50 quilômetros o percurso.

O senador mineiro Aécio Neves (PSDB) aproveitou as manifestações de junho para congelar o tumultuado processo de escolha do seu candidato ao governo estadual no ano que vem. Enquanto os cinco pretendentes esperam o prazo estipulado por ele para retomar a articulação, o mês de outubro, um novo nome surge no cenário: Pimenta da Veiga.

Parlamentares próximos a Aécio contam que o ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso retomou contatos políticos no estado e já admite que pode entrar na disputa. "Ele é um político muito preparado e um nome que unifica a base do Aécio", diz o deputado Eduardo Azeredo. Um dos fundadores e ex-presidente nacional do PSDB, Pimenta da Veiga mora em Brasília há dez anos e comanda um bem sucedido escritório de advocacia.

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Procurado pela reportagem, ele não foi localizado até o início da noite desta sexta-feira, 19. "O surgimento de Pimenta da Veiga entre os possíveis candidatos significa uma reaproximação dele com Aécio Neves em um momento muito difícil para os tucanos.", diz o cientista político mineiro Ruda Ricci.

Ele lembra que quando ainda era presidente da Câmara dos Deputados e estava construindo sua candidatura ao governo mineiro, Aécio alijou o grupo de Pimenta do comando do PSDB estadual. "Agora ele surge como um tertius. O Pimenta da Veiga é um nome respeitado e muito forte. O fato de estar afastado da política também é algo bom nesse momento de manifestações". conclui o sociólogo.

Aécio Neves tem evitado comentar essa hipótese para não melindrar os demais pretendentes, mas tem conversado muito com o ex-ministro de FHC. Entre os cinco postulantes, pelo menos um, Marcus Pestana, é simpático ao nome de Pimenta. Presidente estadual do PSDB mineiro, ele foi chefe de gabinete de Pimenta no Ministério das Comunicações.

As demais opções são o vice-governador Alberto Pinto Coelho, do PP, o deputado estadual tucano Dinis Pinheiro, presidente da Assembleia Legislativa mineira, Renata Vilhena, secretária de Planejamento de Antonio Anastasia e o deputado federal Rodrigo de Castro. O governador Anastasia não pode ser candidato à reeleição porque assumiu o mandato em 2006 .

Um interlocutor de Aécio Neves reconhece que o senador é muito próximo a Pimenta e conversa com ele frequentemente. Mas reforça que as conversas "pragmáticas" serão feitas apenas em outubro.

Até as manifestações, o nome mais forte era o vice-governador. justamente o único do grupo que não é do PSDB. Ele assumiria o governo e tentaria a reeleição no cargo, enquanto o governador Antonio Anastasia disputaria uma vaga no Senado. Pestana e Pinheiro apareciam como os mais cotados nos quadros do PSDB em função da influência na máquina do partido. Castro e Renata Vilhena corriam por fora. As manifestações tornaram o cenário imprevisível.

Os tucanos dizem, ainda, que a candidatura do prefeito Márcio Lacerda ao governo tornou-se inviável depois das manifestações de junho. Um dos núcleos mais atuantes do movimento em Minas foi justamente o "Fora Lacerda", que é formado por ativistas de classe média que representam um dos eleitorados mais fiéis do PSDB no Estado. O prefeito tem reiterado que pretende terminar seu mandato.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta sexta-feira acreditar que o processo do chamado mensalão mineiro seja julgado antes das eleições de 2014. O caso tem réus comuns com o mensalão petista julgado ano passado pela corte, como o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, mas envolve também autoridades como o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG).

A denúncia é de que o esquema montado por Valério serviu para desvio de verbas de estatais mineiras durante a campanha de Azeredo à reeleição ao governo mineiro, em 1998. O caso começou a ser investigado pelo Ministério Público em 2005 e desde 2010 está nas mãos do STF para ir a julgamento. O processo, que foi desmembrado, também tramita na Justiça mineira e entre os réus está, por exemplo, o ex-ministro e presidente do PSB em Minas, Walfrido dos Mares Guia, cujos supostos crimes prescreveram porque ele completou 70 anos no fim do ano passado. Clésio, que compunha chapa como vice de Azeredo, também era julgado em primeira instância, mas ganhou foro privilegiado ao assumir a vaga no Senado aberta com a morte de Eliseu Resende (DEM-MG), em 2011.

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Gurgel avalia que o início do julgamento possa ocorrer nos próximos meses, assim que terminar a análise dos recursos apresentados pelos réus do mensalão petista. "Espero que concluído o julgamento da ação penal 470 (mensalão), o Supremo logo em seguida fixe uma data para que se inicie o julgamento desse caso. Efetivamente já se passou muito tempo e é fundamental que esse julgamento ocorra com a maior brevidade possível", avaliou. "Espero que no mais tardar no início do ano que vem", acrescentou.

Frustração

O procurador-geral declarou nesta terça que gostaria de ver os réus condenados pelo STF no processo do mensalão petista ao menos começaram a cumprir as penas impostas pelos ministros antes de deixar o cargo. O segundo mandato de Gurgel à frente da Procuradoria da República termina mês que vem, quando o Supremo deve analisar os recursos apresentados pelos condenados no processo.

Questionado se sente frustração pelo fato de os acusados continuarem livre, foi direito: "confesso que sim". "No Brasil nós temos um vezo de adiar muito a efetividade das decisões. Foi um julgamento que tomou todo o segundo semestre de 2012 e até hoje, na verdade, esse magnífico esforço do Supremo Tribunal Federal não teve as consequências devidas", observou. "Que são, de um lado, a expedição dos mandados de prisão em relação àqueles réus condenados a penas privativas de liberdade, e de outro lado a perda de mandatos parlamentares por aqueles que atualmente exercem esses mandatos", completou.

Mais uma pessoa morreu em consequência das manifestações realizadas em Belo Horizonte em junho. O rapaz Luiz Felipe Aniceto de Almeida, de 22 anos, que caiu do Viaduto José Alencar durante protesto, teve a morte confirmada no fim da noite desta quinta-feira, 11, no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Almeida estava internado desde o dia 22, quando sofreu o acidente. No dia 27, o estudante Douglas Henrique Oliveira, de 21 anos, morreu depois de cair no mesmo local.

Almeida caiu do viaduto, na Pampulha, durante confronto entre um grupo que participava do protesto e policiais militares que faziam a proteção do Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. Na ocasião, a arena recebida jogo entre Japão e México pela Copa das Confederações, organizada pela Federação Internacional de Futebol Associação (Fifa). O local foi palco de pelo menos mais dois confrontos, durante os quais outros cinco jovens também caíram do viaduto. Oliveira sofreu queda enquanto o Brasil enfrentava o Uruguai numa das semifinais da Copa, no dia 26. Ele também foi encaminhado ao HPS, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na mesma noite. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte.

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No caso de Almeida, o rapaz havia sido socorrido com fraturas nos dois braços e nas duas pernas, além de vários outros ferimentos. Ele foi submetido a cirurgias e respirava com a ajuda de aparelhos até a noite desta quinta-feira, quando não resistiu mais. Almeida deixou uma filha pequena. Além deles, também caíram da construção durante os confrontos os jovens Daniel de Oliveira Martins, de 28, Caio Augusto Lopes, de 17, Gustavo Magalhães Justino, de 19, e Nathália Nascimento Dantas, de 21. Nenhum deles corre risco de morte.

O temor da pressão das ruas fez com que os deputados estaduais de Minas Gerais trabalhassem em ritmo acelerado nesta quinta-feira. Apesar de o recesso na Assembleia Legislativa do Estado começar apenas no dia 18, os deputados estaduais votaram em reunião extraordinária todos os 14 projetos que estavam na pauta, incluindo o 4.086/13, que contém a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2014, aprovado em turno único com 16 emendas. "O pessoal estava com muito medo de que os manifestantes invadissem a Assembleia", afirmou um dos deputados presentes na reunião. Cerca de 6 mil manifestantes chegaram ao local no início da tarde, mas continuaram com a passeata logo depois - sem invadir o prédio.

Os movimentos sociais esperam reunir nas ruas de Belo Horizonte pelo menos 30 mil manifestantes nesta quinta-feira, 11, o Dia Nacional de Luta. A concentração começa às 10 horas, na Praça Sete, no centro da capital de Minas Gerais, De lá, os manifestantes sairão em passeata em direção à Praça da Liberdade e outros locais.

O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas, Carlos Magno de Freitas, disse que os últimos detalhes do ato serão fechados nesta quarta-feira, 10. Freitas afirmou que haverá uma grande adesão. "Temos feito nossas caravanas a Brasília com uma série de reivindicações que não foram destravadas. Portanto, o momento é agora", disse.

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Já aderiram ao Dia Nacional de Luta estudantes, eletricitários, que prometem cruzar os braços, assim como bancários e professores da rede pública. Segundo ele, as manifestações também ocorrerão no interior, com protestos marcados em cidades-pólo do Estado, como Juiz de Fora (Zona da Mata), Uberlândia (Triângulo Mineiro) e Varginha (Sul de Minas). As reivindicações, conforme Freitas, são várias e incluem desde o fim das parcerias público-privadas (PPPs) à não votação do Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirização, ao transporte público de maior qualidade e à reforma política, entre outros itens.

Cerca de 300 manifestantes interditam a BR 262, na altura do km 51, no município mineiro de Manhuaçu, a 290 km de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um grupo de cafeicultores ateou fogo em sacas de café e bloqueia totalmente os dois sentidos da rodovia.

O protesto teve início às 11h e permanecia sem previsão de desocupação da via até 12h30. A PRF ainda não tem informações sobre as reivindicações dos manifestantes. Os policiais acompanha o ato, que segue pacífico, e negocia a liberação da pista, principal ligação entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

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Cinco pessoas morreram em decorrência de um bloqueio na rodovia Fernão Dias (BR-381), em Minas Gerais, nessa quarta-feira (3). O motorista de um caminhão não conseguiu frear e provocou um engavetamento, envolvendo outros seis veículos. Além das vítimas fatais, ao menos outras quatro pessoas ficaram feridas.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu por volta das 18h30, na altura do município de Itaguara, no km 561 da rodovia. No horário, o trânsito no trecho estava lento porque manifestantes tentavam ocupar a rodovia alguns quilômetro a frente, no sentido para São Paulo. O caminhão, em alta velocidade, não teria conseguido frear a tempo, atingido um outro caminhão, duas carretas, uma kombi e dois carros de passeio. Um dos veículos pegou fogo.

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As cinco vítimas fatais do acidente ficaram presas nas ferragens, segundo o Corpo de Bombeiros de MG. A PRF informou que ao menos outras quatro pessoas foram feridas. Elas foram socorridas e encaminhadas a um hospital da região, mas o estado de saúde delas não é grave.

De acordo com a concessionária que administra a rodovia, o acidente provocou oito quilômetros de congestionamento e o trânsito na pista só foi liberado no final da noite. Até as 10h desta quinta, 4, a PRF não registrava nenhum bloqueio em rodovias federais no Estado mineiro.

O motorista de um guincho que furou a manifestação dos caminhoneiros na Rodovia MG-050 foi perseguido na noite desta terça-feira, 2, e o caso terminou em acidente. Cinco manifestantes entraram numa caminhonete e passaram a persegui-lo em alta velocidade até bater o veículo próximo a Itaúna (MG). A perseguição foi por muitos quilômetros e a colisão aconteceu quando a caminhonete teria invadido a pista contrária, batendo num carro que seguia sentido Divinópolis (MG). Policiais rodoviários de Carmo do Cajuru (MG) registraram a ocorrência, mas ninguém teve ferimentos.

Tanto os caminhoneiros como o motorista do guincho foram parar na delegacia de polícia. Após serem ouvidos, foram liberados. Apesar desse registro, a polícia afirmou que os protestos na MG-050, que estão no terceiro dia, têm transcorrido de forma pacífica. Muitos caminhões permanecem parados, enquanto motoristas descansam nas cabines, protestam na pista ou até jogam cartas no acostamento.

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Os manifestantes têm liberado a passagem somente de carros de passeio. A concentração acontece, principalmente, no trevo de maior fluxo de veículos e que serve de acesso a diversas cidades. O protesto é contra o valor dos pedágios, as condições insatisfatórias das rodovias e o preço do óleo diesel. A paralisação tem previsão para continuar até esta quinta-feira, 4, e continua, apesar das decisões contrárias ao movimento que têm sido proferidas pela Justiça.

Região que representa cerca de um terço do setor atacadista de todo o Brasil, o Triângulo Mineiro já sente os efeitos dos protestos realizados pelos caminhoneiros nas estradas do País. Algumas empresas estão com cargas paradas nas pistas, enquanto que outras aguardam há um bom tempo pela chegada de caminhões para escoar mercadorias.

É o caso do Grupo Peixoto, de Uberlândia, que já contabiliza os prejuízos. De acordo com o supervisor de Transferência e Planejamento, Controle e Produção (PCP), Paulo Henrique Pereira Araújo, essas manifestações têm grande impacto desde domingo, 30, e travaram alguns setores da empresa que opera para quase todos os Estados do País. "Estamos com quatro veículos vazios parados nesses bloqueios e com cargas aqui prontas para embarcar", afirma.

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A companhia também tem carregamentos de secos e molhados a serem mandados em três carretas para Feira de Santana (BA), mas os bloqueios nas pistas impedem o envio da mercadoria. Segundo Araújo, no total, são 31 veículos grandes em operação, e não é possível dizer ainda a perda financeira, mas ela vai aumentando enquanto a situação não é resolvida.

Crítica

Assim como entidades de outras áreas, o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Triângulo Mineiro também criticou a manifestação dos caminhoneiros. Ari de Souza, que preside a instituição, diz que o prejuízo é mais imediato para o setor de atacado, que tem um fluxo maior de entrada e saída de produtos. Entretanto, ele afirma que o setor de transporte também deve ser atingido conforme o problema persista. "Muitas vezes são reivindicadas situações que daria para se resolver na base da negociação", afirmou.

Fechadas

Em Minas Gerais, muitas rodovias enfrentam os protestos dos caminhoneiros. À tarde a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizava bloqueios em sete trechos diferentes. Os principais deles na BR-040, que liga o Estado ao Rio de Janeiro, e na Rodovia Fernão Dias, BR-381, que liga Minas Gerais a São Paulo. Em todos os locais há registro de congestionamentos.

Minas Gerais viveu nesta terça-feira mais um dia de trânsito complicado em algumas das principais rodovias que cortam o Estado por causa do protesto de caminhoneiros realizado em todo o País. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ao menos 14 pontos de quatro BRs que passam por Minas estavam interditados no fim da tarde desta terça-feira. Além do ato dos caminhoneiros, outros manifestantes também promoveram protestos com interdição de estradas.

A rodovia mais afetada nesta terça foi a BR-381, onde os caminhoneiros fizeram interdições tanto no trecho que liga Belo Horizonte a São Paulo quanto na parte entre a capital mineira e o Espírito Santo. De acordo com a PRF, em seis pontos havia interdição em ambos os sentidos: no quilômetro 513, em Igarapé; no quilômetro 359, em João Monlevade; no quilômetro 365, em São Gonçalo do Rio Abaixo; no quilômetro 295, em Antônio Dias; no quilômetro 589, em Carmópolis de Minas; no quilômetro 502, em Betim; no quilômetro 617, em Oliveira; e no quilômetro 648, em Santo Antônio do Amparo. De acordo com a polícia, em todos estes pontos havia interdição apenas para veículos de carga.

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Já no quilômetro 603 da BR-040, próximo a Congonhas, na região central de Minas, manifestantes interditaram totalmente o tráfego, problema que também foi registrado nesta segunda-feira, 1, quando teve início o protesto dos caminhoneiros. Além deste ponto, também foram registradas interdições na BR-040, que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, em um trecho, e a Brasília (DF), no outro, nos quilômetros 650, em Cristiano Otoni; 807, em Matias Barbosa; e 563, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde o trânsito foi interditado para todos os veículos, mas que foi totalmente liberado no fim da tarde.

Além disso, caminhoneiros ainda promoveram protestos no quilômetro 50 da BR-262, em Manhuaçu; no quilômetro 406 da BR-116, em Governador Valadares; e no quilômetro 516 da BR-251, em Montes Claros, no norte do Estado, onde o tráfego também foi totalmente interrompido pelos manifestantes. Os caminhoneiros reivindicam redução no preço do diesel, isenção do pagamento de pedágios, alteração na forma de pesagem de cargas e mudanças na legislação que regulamenta o sistema de trabalho da categoria.

Serviços

No trecho da BR-040 entre a capital mineira e Brasília, a situação foi agravada por uma manifestação organizada na altura do quilômetro 517, entre Contagem e Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, contra a má qualidade do transporte. Durante o ato, os manifestantes atearam fogo em um ônibus e depredaram ao menos outros três, que foram arrastados para o meio da pista e usados como barricadas para interditar o trânsito.

O tráfego na rodovia só foi liberado de tarde, após cerca de seis horas de interdição. Apesar da redução do preço das passagens, que ontem passou de R$ 3,45 para R$ 3, moradores reclamam do quadro de horários, da superlotação dos ônibus e das condições do veículos. Também foram registrados protestos na MG-020, feito por moradores de Jaboticatubas; na MG-050, próximo a Itaúna; e no Anel Rodoviário de Belo Horizonte. Todos os atos foram promovidos por moradores em protesto contra a má qualidade de serviços públicos.

Está em estado gravíssimo um garoto de 12 anos baleado durante um protesto que aconteceu na noite desta segunda-feira, 1, em Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte. O suspeito de ter baleado o garoto é um policial militar reformado. A Polícia Militar (PM) afirmou que a tentativa de homicídio aconteceu quando moradores faziam uma manifestação por melhorias no serviço de coleta de lixo na região do bairro Cristina.

Testemunhas relataram que o policial reformado Vanderley Gomes, de 72 anos, incomodado com o ato, saiu de casa armado e atirou no garoto quando ele pegava um saco de lixo de sua casa para queimar no protesto. O menino teria xingado o acusado, quando foi repreendido. Parentes da vítima, porém, disseram à PM que ele não participava da manifestação. Gomes foi levado para a delegacia e ficará preso à disposição da polícia. Ele e a criança eram vizinhos. O garoto permanece internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, na capital de Minas Gerais, respirando com ajuda de aparelhos. A arma de Gomes, que não resistiu à prisão, foi apreendida faltando uma das seis balas.

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Manifestantes voltaram a fechar estradas em Minas Gerais na manhã desta sexta-feira, 28. Como ocorreu ao longo de toda a semana, os protestos são realizados na BR 040, no trecho entre Belo Horizonte e o Rio de Janeiro, e na BR 381, na saída para o Espírito Santo.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), moradores do bairro Borba Gato, em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, fecharam no início da manhã as duas pistas da BR-381, na altura do quilômetro 451. De acordo com a PRF, um congestionamento de 13 quilômetros de extensão se formou nos dois sentidos. No início da manhã, moradores de Conselheiro Lafaiete, na região central do Estado, também optaram por protestar na estrada e fecharam o tráfego nos dois sentidos da BR-040, próximo ao quilômetro 622.

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Como no caso de Sabará, os manifestantes reivindicam melhoria no transporte coletivo e demais serviços públicos. Após negociações com a PRF, os manifestantes deixaram a pista na BR-040 antes das 8h. A polícia informou que a BR-381 foi liberada pouco depois das 9h, mas o trânsito ficou lento na maior parte da manhã por causa do congestionamento no local.

Ainda na região metropolitana da capital, um grupo interditou a LMG-808, que liga Esmeraldas a Contagem, em protesto contra as má condições do transporte coletivo. Um grupo também parou na frente da Viação Novo Retiro, responsável pelo serviço em Esmeraldas, impendido a saída dos ônibus. A Polícia Militar informou que tentava negociar com os manifestantes para que eles liberassem a pista.

O corpo do metalúrgico Douglas Henrique de Oliveira Souza, de 21 anos, foi liberado nesta quinta-feira do Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte. Souza morreu depois de cair de um viaduto durante manifestação realizada nesta quarta-feira, 26, na região da Pampulha, que terminou com um confronto entre vândalos e policiais que deixou ao menos mais 14 feridos. Um deles continuava internado nesta quinta-feira.

Pela manhã, dez pessoas que haviam sido encaminhadas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS) já haviam sido liberadas. Uma delas foi Daniel de Oliveira Martins, de 28 anos, que também caiu do Viaduto José Alencar no protesto, sofreu fratura exposta num braço e deixou a unidade médica por volta das 9h30.

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Já Tiago Antunes, de 24 anos, foi transferido, a pedido da família, para um hospital particular. Antunes foi atingido por um tiro de bala de borracha no olho direito e corre risco de perder a visão. Outras pessoas que sofreram ferimentos leves durante o embate na Pampulha foram atendidas no local dos confrontos por um grupo de médicos voluntários.

Símbolo

Nesta quinta, a irmã de Souza, Letícia Aparecida de Oliveira, esteve no IML para liberar o corpo dele, que foi encaminhado para ser velado e enterrado em Curvelo, na região central de Minas Gerais, onde mora a família do rapaz. Aparecida afirmou que a mãe, Neide Maria de Oliveira Souza, pediu ao filho que não participasse das manifestações, mas o rapaz não atendeu ao apelo.

De acordo com a irmã de Souza, ele tornou-se um "símbolo" da luta por melhoria na qualidade dos serviços públicos e contra a corrupção que levou milhões de manifestantes às ruas de diversas cidades do País nas últimas duas semanas. "Queria que ele fosse lembrado pelo que ele fez porque estava lá representando quem não pôde ir, quem não teve coragem de ir", afirmou.

Além de Souza e Martins, outras quatro pessoas caíram do viaduto desde o início dos protestos na capital de Minas, no dia 15. A estrutura dá acesso da Avenida Presidente Antônio Carlos para a Antônio Abrahão Caram. Apesar de o metalúrgico ter sofrido a queda antes do início do confronto entre vândalos e militares, o local foi palco de embates porque fica pouco antes do cordão de isolamento que a Polícia Militar (PM) montou nas manifestações para impedir que as passeatas chegassem ao Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, onde foram realizados jogos da Copa das Confederações, um dos alvos dos protestos.

Em entrevista à Rede Globo de Televisão na tarde de hoje, o comandante da PM, coronel Márcio Sant'Ana, observou que o viaduto não foi feito para a passagem de pedestres e apresenta risco para os transeuntes porque não tem calçadas, a pista é elevada e as muretas de proteção, baixas. "As pessoas ficam quase inclinadas", disse, lembrando que, na quarta-feira, havia até pais com crianças no viaduto que se recusavam a atender aos pedidos de policiais para deixar o local. Entre os que caíram da estrutura nas manifestações, estão Caio Augusto Costa Lopes, de 17 anos, e Luiz Felipe de Almeida, de 22, que sofreram fraturas nos braços e pernas.

Prisões

A Polícia Civil anunciou que desta quarta até a manhã de quinta-feira foram presos 79 adultos e apreendidos 30 adolescentes acusados de participação nos tumultos durante as manifestações. Do total de conduzidos, 26 ficaram presos porque foram autuados em flagrante por furtos, roubos e danos ao patrimônio público. Os demais foram ouvidos e liberados, pois a legislação brasileira considera atos de vandalismo crime de menor potencial ofensivo.

Entre os menores, 18 ficaram apreendidos e 13 foram liberados por, segundo a polícia, "estarem envolvidos em episódios de menor gravidade". Ainda conforme a corporação, todos que foram liberados continuam a ser monitorados. Antes do ato de quarta-feira, agentes capturaram quatro acusados de envolvimento em confrontos registrados em outros protestos que tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça. Também foram apreendidos dois adolescentes por determinação do Judiciário, a pedido da Polícia Civil.

"Lamentavelmente, nós vimos o que aconteceu. Temos de identificar agora quem são essas pessoas", afirmou o governador Antônio Anastasia (PSDB), referindo-se às investigações que indicam uma organização e premeditação das ações dos arruaceiros. "Já fizemos várias prisões. Porque uma coisa é a manifestação pacífica, perfeitamente democrática, necessária para a pessoa manifestar sua indignação. Outra coisa são as cenas de barbárie a que nós assistimos em Belo Horizonte. Nós temos de saber de onde está vindo isso", acrescentou.

Limpeza

Quinta foi dia de limpeza e de contabilizar os prejuízos causados pelos atos de baderneiros durante a manifestação na região da Pampulha. Os restos de um caminhão, três automóveis e quatro motos que foram queimados pelo grupo foram retirados da Avenida Presidente Antônio Carlos e levados para ruas próximas. Pelo menos outras seis motocicletas retiradas de uma concessionária da Honda invadida pelo grupo também foram danificadas.

Enquanto isso, empresários e funcionários dos estabelecimentos atacados pelos baderneiros tentavam retomar o trabalho em meio à destruição. Além da loja da Honda, cinco concessionárias de automóveis foram completamente destruídas. Ao menos três dessas concessionárias já haviam sido atacadas durante protesto que também terminou em confronto no sábado, 22, e mesmo com tapumes nas fachadas voltaram a ser alvos dos vândalos.

As piores previsões das forças de segurança de Minas Gerais se confirmaram e a manifestação realizada nesta quarta-feira em Belo Horizonte terminou em confronto violento entre um grupo de vândalos e policiais militares. No início da noite, os baderneiros já haviam criado um cenário de completa destruição ao longo da Avenida Presidente Antônio Carlos, com focos de incêndio e muita depredação. Diversos suspeitos foram presos e dois estudantes foram levados para hospitais em estado grave, mas ainda não havia balanço oficial de prisões. Informações extraoficiais indicavam que ao menos 25 pessoas teriam ficado feridas.

Como em todos os protestos realizados na semana passada na capital de Minas Gerais, a manifestação desta quarta-feira começou de forma pacífica. Segundo estimativa da Polícia Militar (PM), aproximadamente 50 mil manifestantes participaram do ato, que, novamente, teve concentração na Praça Sete de Setembro, no centro da capital de Minas. Antes de ter início a passeata, foi feita uma votação no local para definir o trajeto que seria feito. Ao contrário das orientações da polícia, os manifestantes escolheram percorrer, novamente, a Antônio Carlos em direção ao Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, onde foi realizada partida entre Brasil e Uruguai válida por uma das semifinais da Copa das Confederações.

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Ao contrário dos outros protestos, o que foi realizado nesta quarta teve grande participação de integrantes de sindicatos e entidades como os Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de Atingidos por Barragens. Apesar de caminhar em direção ao estádio, os líderes conseguiram fazer com que a passeata seguisse direito em direção à Lagoa da Pampulha em vez de entrar na Avenida Antônio Abrahão Caram, que dá acesso à arena e onde estava montado o cerco policial. Ainda houve um princípio de confronto na Avenida Santa Rosa, mas depois a passagem dos manifestantes foi liberada.

Desgarrados

Um grupo de aproximadamente mil pessoas, no entanto, se separou da manifestação, foi em direção ao Mineirão e começou a atirar pedras e bombas caseiras nos militares. A PM reagiu com bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e tiros de balas de borracha, fazendo com a avenida fosse totalmente encoberta pela fumaça.

Mas os vândalos não recuaram. Pelo contrário, o grupo começou a atacar imóveis, ônibus, placas de sinalização e tudo mais que encontraram pela frente. Os baderneiros também atearam fogo em dois imóveis, um deles uma concessionária de veículos e, no início da noite, a informação era de que as chamas já chegavam ao segundo pavimento do estabelecimento, com risco de incendiar os carros. Três dos suspeitos de ter iniciado o incêndio teriam sido presos com computadores furtados de estabelecimentos saqueados.

Durante a confusão, um estudante de 21 anos caiu do Viaduto José Alencar e, segundo o governo de Minas Gerais, foi levado em estado gravíssimo, com múltiplas fraturas, para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS). Outro estudante, de 23 anos, levou um tiro de bala de borracha no olho direito, foi atendido no Hospital Risoleta Neves e depois encaminhado para o HPS.

A Justiça de Minas Gerais decretou nesta quarta-feira a prisão temporária de quatro acusados de vandalismo nos protestos em Belo Horizonte: o garçom Pedro Ferreira de Souza e o desempregado Neylor Lúcio dos Santos, os dois de 25 anos, o também desempregado Samuel Ferreira de Souza, de 28, e Alessandra Alves Pereira, de 24.

Samuel Ferreira de Souza tem passagem por tráfico de drogas e Alessandra, por lesões corporais. No fim de semana, o chefe da Polícia Civil de Minas, delegado Cylton Brandão, anunciou que foram identificados grupos extremistas infiltrados nas manifestações na capital mineira, até mesmo com participação de pessoas de outros Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

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