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Uma mulher resgatada por um navio humanitário no Mar Mediterrâneo Central deu à luz a bordo da embarcação, que aguarda a designação de um porto seguro para levar os náufragos.

Fatima, 25 anos e originária da África Subsaariana, é uma das 254 pessoas salvas pelo Geo Barents, navio operado pela ONG Médicos Sem Fronteiras, uma das maiores organizações humanitárias do mundo, e teve seu quarto filho, o pequeno Ali, por volta de 11h30 (horário local) da última quarta-feira (7).

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Ela havia sido resgatada de um bote inflável com cerca de 90 pessoas a bordo, incluindo seus outros três filhos (um de 11, outro de oito e um terceiro de dois anos de idade), e que arriscava afundar enquanto fazia a perigosa travessia entre o norte da África e o sul da Itália.

Fatima vivia na Líbia havia dois anos e trabalhava como empregada doméstica, enquanto outras mulheres a ajudavam com as crianças, mas ela juntou dinheiro e decidiu tentar a sorte na Europa.

Após o parto em pleno Mediterrâneo, Fatima e seus quatro filhos foram evacuados para a ilha italiana de Lampedusa, porta de entrada para migrantes forçados na União Europeia. "Esperamos que eles recebam a assistência e a proteção adequadas", disse MSF.

Os outros 250 migrantes a bordo do Geo Barents seguem aguardando a designação de um porto seguro para atracar, mas a Itália e Malta, os países europeus mais próximos, ainda não deram autorização.

Desde o início do ano, a Itália já recebeu cerca de 96,8 mil migrantes forçados via Mediterrâneo, um crescimento de 52% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo o Ministério do Interior.

Já a Organização Internacional das Migrações (OIM) aponta que quase 1,4 mil pessoas morreram ou desapareceram tentando concluir a travessia em 2022. 

Da Ansa

A polícia antidistúrbios da ilha grega de Lesbos usou gás lacrimogêneo contra os migrantes que lançavam pedras contra os agentes durante uma manifestação para exigir um local de proteção após os incêndios que devastaram o gigantesco campo de Moria, onde estavam precariamente refugiados.

Centenas de demandantes de asilo protestaram depois que passaram a quarta noite consecutiva a céu aberto. Os esforços para encontrar um novo refúgio demoram e a tensão aumenta em Lesbos.

As autoridades da ilha, que se negam a construir um novo campo, desejam transferir os migrantes para barracas de campanha que começaram a ser instaladas na sexta-feira em uma zona próxima do porto. Mais de 11.000 pessoas, incluindo muitas crianças, não têm um local de abrigo.

"As famílias serão prioritárias, com barracas para seis pessoas. O projeto de realojamento começa hoje, sábado", declarou à AFP o porta-voz do ministério da Imigração, Alexandros Ragavas.

Uma mulher migrante que vive no campo de Ritsona, perto de Atenas, testou positivo para o novo coronavírus depois de dar à luz em um hospital de Atenas, informou nesta terça-feira (31) o ministério das Migrações. Este é o primeiro caso oficial de contágio da COVID-19 entre migrantes dos campos.

A requerente de asilo, "originária da África", segundo a televisão pública ERT, deu à luz por cesariana há dois dias, antes do teste de COVID-19, informou uma fonte médica.

Uma dúzia de membros da equipe do hospital, que estiveram em contato com a paciente, foram colocados em quarentena. Além disso, testes serão realizados em outros três pacientes que estavam na mesma sala e no recém-nascido, disse a fonte. O pai não está infectado.

Especialistas do Sistema Nacional de Saúde (ESY) visitaram Ritsona, 70 km ao norte de Atenas, para descobrir com quem o casal teve contato e tentar identificar a origem da infecção da mulher.

Quatro dias antes de ordenar o confinamento, o governo grego impôs medidas estritas nos campos de migrantes, onde vivem dezenas de milhares de pessoas, muitas vezes em condições de higiene assustadoras.

No entanto, poucos testes de diagnóstico são realizados nos campos, principalmente porque o país negou aos migrantes o direito à seguridade social depois que o governo conservador chegou ao poder.

Até o momento, a Grécia (quase 11 milhões de habitantes) registrou 43 mortes e 1.212 infecções pela COVID-19.

O papa Francisco pediu neste domingo (29) "atenção especial aos estrangeiros" e a todas as pessoas rejeitadas, durante a Jornada Internacional dos Migrantes e Refugiados.

"Temos que dar atenção especial aos estrangeiros, da mesma maneira que às viúvas, aos órfãos e a todos os que são rejeitados", disse o pontífice durante a missa realizada na Praça de São Pedro.

Na 105ª edição desta jornada mundial, o papa inaugurou uma escultura em homenagem aos migrantes na mítica praça do Vaticano.

A obra de bronze e argila, criada pelo artista canadense Timothy Schmalz e batizada de "Angels Unaware" (Anjos Inconscientes), representa um grupo de 140 migrantes de diferentes culturas e períodos históricos, amontoados em um barco.

A escultura é acompanhada por uma citação da Epístola aos Hebreus: "Não vos esqueçais de praticar a hospitalidade; pois agindo assim, mesmo sem perceber, alguns acolheram anjos".

"Não se trata apenas dos estrangeiros, mas de todos os habitantes das periferias existenciais que, como os migrantes e os refugiados, são vítimas da cultura da espoliação humana", afirmou Jorge Bergoglio, filho de uma família de italianos que emigraram para a Argentina.

Após sua nomeação como papa em 2013, Francisco defendeu em várias ocasiões a necessidade de acolher os refugiados e migrantes de maneira digna.

Alguns meses após sua eleição, ele viajou para a ilha italiana de Lampedusa, uma das portas de entrada para estrangeiros na Europa. Em abril de 2016, realizou uma visita à ilha grega de Lesbos, acompanhado por uma família de três refugiados muçulmanos sírios.

No final de julho, o papa pediu à comunidade internacional que aja "de maneira rápida e decisiva" para evitar novas tragédias no Mar Mediterrâneo.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), entre o início de 2014 e julho de 2018, foram encontrados os cadáveres de 5.773 migrantes e o registro de 11.089 desaparecidos no Mediterrâneo.

A maioria dessas mortes ocorreu na área central do Mediterrâneo, entre as costas da Líbia, Tunísia, Malta e Itália.

Vários países europeus, como Itália, França, Alemanha e Malta, concordaram com um mecanismo de distribuição automática de refugiados, cujo objetivo é encerrar a aplicação do 'caso a caso' do último ano.

Este novo dispositivo será votado por todos os países da União Europeia durante o Conselho Europeu de "Justiça e Assuntos Internos", a ser realizado no Luxemburgo no início de outubro.

As equipes de resgate da ONG espanhola Proactiva Open Arms descobriram no mar uma mulher que conseguiu sobreviver ao naufrágio de um barco ao ficar agarrada a dois mortos, outra mulher e uma criança.

A ONG estava patrulhando o litoral da Líbia, de onde parte a maioria dos migrantes com destino à Europa, quando fez a macabra descoberta.

A mulher, uma camaronesa de 40 anos, flutuava agarrada aos restos do barco e junto aos corpos dos dois migrantes que não conseguiram sobreviver.

Ela foi atendida pelos médicos com sintomas de hipotermia e trauma emocional.

Os dois corpos já se encontravam em estado de decomposição.

O acampamento de migrantes de Grande-Synthe, norte da França, que abrigava 1.500 migrantes, estava totalmente vazio nesta terça-feira (11), após um grande incêndio no local.

Apenas 70 cabanas de madeira permaneciam de pé das 300 que existiam no acampamento, aberto em março de 2016. Os bombeiros ainda trabalhavam para apagar os últimos focos de incêndio.

O fogo teria começado após uma briga às 18H45 locais entre quase 200 migrantes e que obrigou uma intervenção da polícia. A disputa aconteceu entre afegãos e curdos, informou Michel Lalande, prefeito da região.

Os confrontos foram interrompidos às 20H00, mas recomeçaram por volta de 21H30, desta vez com quase 600 migrantes.

Às 23H40, os bombeiros constataram a destruição de 220 cabanas. Uma hora depois as autoridades anunciaram a ordem para evacuar o acampamento e decretaram oficialmente o fechamento do local.

"Nossos voluntários falavam sobre tensões há várias semanas, relacionadas ao grande número de migrantes", disse à AFP François Guennoc, vice-presidente da associação 'Auberge des migrants', que distribuía comida neste acampamento próximo ao porto de Dunkerque.

"Desde o fechamento de Calais, não há centros de abrigo na costa. Pedimos a criação de vários centros de emergência", afirmou.

Guennoc calculou que entre 400 e 500 pessoas foram levadas para ginásios.

A população de Grande-Synthe aumentou consideravelmente desde a destruição em outubro do ano passado do que restava de outro grande acampamento de migrantes, a 40 quilômetros de distância, conhecido como a Selva de Calais.

Aberto em março de 2016, o local construído pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) e a cidade de Grande-Synthe havia registrado vários incidentes violentos nos últimos meses.

As autoridades francesas planejavam desmantelar o acampamento após os confrontos no local.

Por mais de uma década, a costa norte da França atrai milhares de refugiados e migrantes que tentam chegar ao Reino Unido.

Os migrantes ficam perto da rodovia para tentar entrar em caminhões que seguem para o país vizinho ou pagam a traficantes para que os transporte até o outro lado do Canal da Mancha.

Mais seis pessoas foram acusadas nesta terça-feira (4) pelo espancamento de um solicitante de asilo curdo-iraniano de 17 anos em uma rua de Londres, anunciou a polícia, elevando o número de envolvidos no crime para 13.

Os fatos ocorreram na noite de sábado no bairro de Croydon, sul de Londres, e foram classificados como crimes racistas. Além disso, as 13 pessoas ainda são acusadas de desordens públicas e de infringir graves danos físicos. Os acusados têm entre 15 e 24 anos.

Segundo um comunicado da polícia, os acusados interpelaram a vítima, que espera pelo ônibus com dois amigos, e, quando souberam que era um migrante solicitante de asilo, começaram a agredi-la violentamente.

As pancadas na cabeça da vítima causaram uma fratura cranioencefálica e um coágulo no cérebro. O rapaz se encontra em estado grave, mas sua vida não corre perigo. Seus amigos conseguiram escapar e sofreram apenas ferimentos leves.

Em 2016, foram registrados 62.518 delitos racistas na Inglaterra e no País de Gales, aproximadamente 10 mil a mais do que no ano anterior, segundo estatísticas policiais.

O corpo de um menino de entre seis e sete anos, que supostamente era migrante e tentava chegar à Europa por mar, foi arrastado até a praia de Barbate, no sul da Espanha, informaram autoridades neste domingo.

Um porta-voz da delegação do governo na província de Cádiz, onde fica Barbate, disse à AFP que acreditava que o menino tivesse entre seis e sete anos.

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"A hipótese é que seja um migrante", disse, apontando para o fato de que há duas semanas já haviam chegado à costa os corpos de outras pessoas, supostamente migrantes procedentes do norte da África.

As autoridades estão investigando "para ver se há algum tipo de relação" entre ambos os caos, afirmou.

Sua mãe fez com que ela deixasse a Costa do Marfim para que não sofresse uma mutilação genital. Com apenas 4 anos, Oumoh chegou sozinha à Itália em uma embarcação de migrantes. Agora, graças a uma coincidência extraordinária, as duas voltarão a ficar juntas.

"Chegou em 5 de novembro a Lampedusa", contou à AFP a inspetora de polícia Maria Volpe, chefe do serviço de menores de idade da prefeitura de Agrigento (Sicília), a jurisdição de que depende essa pequena ilha.

A criança viajava à bordo de uma embarcação com mais 15 pessoas, a maioria delas mulheres e crianças, mas nenhum dos passageiros parecia conhecê-la. Então "Mamma Maria", como é conhecida Maria Volpe, interveio. Ela administra há 20 anos casos que envolvem menores de idade.

A funcionária viajou a Lampedusa para buscar a menina e, no dia 9 de novembro, a deixou sob a responsabilidade de um abrigo de menores em Palermo. "Ela havia chegado há alguns dias, parecia bastante serena", contou.

A situação de Oumoh mudou graças a uma situação fortuita. Há algumas semanas chegou à ilha de Lampedusa uma menina de oito anos chamada Nassade e proveniente do Mali. Ela havia sido socorrida na costa da Líbia e desembarcou junto com sua mãe e seu irmão mais novo.

Uma policial que tentava falar tranquilamente com a mãe da menina emprestou seu telefone para a criança olhar algumas fotos, para distraí-la. "Oumoh! Oumoh!", gritou Nassade ao reconhecê-la de um abrigo em que estiveram em Túnis.

A mãe de Nassade deu então à agente o número de telefone da mãe de Oumoh.

- 'Ao coração' -

Entre lágrimas, a mãe conta que quis afastar a menina de seu marido, que queria submetê-la a uma mutilação genital. Ela a levou para Túnis, deixando a menina aos cuidados de uma amiga, enquanto voltava ao seu país para "buscar algumas coisas".

A mulher que estava encarregada da menina teve a oportunidade de embarcar rumo à Europa, não se sabe se a partir de Tunísia ou da Líbia. Levou Oumoh com ela, mas quando chegou à Lampedusa a abandonou à própria sorte.

"A mãe tinha planejado embarcar também, mas alguns assuntos a prenderam por mais tempo que o previsto na Costa do Marfim, e quando ela chegou a Túnis, sua filha havia partido", contou Maria Volpe.

Os serviços diplomáticos foram mobilizados entre Roma e Túnis para reunir mãe e filha, "provavelmente mediante um processo de reagrupamento familiar", explicou a funcionária. Mesmo assim, as autoridades tentarão fazer o quanto antes um teste de DNA para confirmar o vínculo de parentesco.

Nesses anos de serviço, Maria Volpe, de 56 anos, viu passar milhares de migrantes adolescentes não acompanhados, mas só viu cerca de vinte casos de crianças.

"Quando vejo os olhos dessas crianças, tão pequenas, isso chega ao mais profundo do coração. Elas se apegam rapidamente a alguém, que passa a ser seu referencial. É uma honra poder fazer esse trabalho, com amor e humanidade", comentou a policial.

No início de novembro, o presidente italiano Sergio Mattarella, incluiu "Mamma Maria" na lista dos 40 heróis comuns que receberão ordem ao mérito.

Os migrantes que tentam chegar ao norte da Europa pelos Bálcãs começaram a entrar na Eslovênia neste sábado, depois que a Hungria fechou a fronteira com a Croácia, ao mesmo tempo que dois naufrágios deixaram mais de 15 mortos nas costas gregas e turcas.

A Eslovênia recebeu na manhã deste sábado (17) os seis primeiros ônibus de migrantes procedentes da Croácia. Três ônibus seguiram para um centro de recepção, segundo a polícia, e os passageiros dos outros três foram registrados diretamente na fronteira.

Os migrantes dos três ônibus foram submetidos a uma revista prévia a um controle de identidade. A polícia informou que eles serão levados para um centro de recepção próximo da fronteira com a Áustria e terão total liberdade para deixar o local e prosseguir viagem.

"Quero ir para qualquer país, desde que seja tranquilo. Faço pelo futuro dos meus filhos", disse à AFP Said, um jurista de 40 anos que viaja com a esposa e os dois filhos de 2 e 3 anos.

A nova rota foi motivada pelo fechamento da fronteira da Hungria com a Croácia aos migrantes na noite de sexta-feira.

Depois do anúncio do fechamento por parte do governo húngaro, a Croácia anunciou que enviaria os migrantes que transitam por seu território para a Eslovênia.

O governo esloveno, que enviou reforços à fronteira e suspendeu o tráfego ferroviário com a Croácia, informou que mantém conversações com Zagreb para criar "um ou dois" pontos de atendimento aos migrantes.

A Hungria fechou na sexta-feira os principais pontos de passagem de migrantes na fronteira com a Croácia, bloqueada agora em vários trechos por uma grande cerca de alambrados.

Os postos de fronteira de Beremend e Letenji permanecem abertos para as pessoas com documentos, mas não aceitam os migrantes sem vistos.

Mais de 170.000 migrantes entraram na Hungria pela fronteira com a Croácia desde 15 de setembro. Os dois países estabeleceram uma colaboração para assegurar o trânsito diário.

Novos naufrágios fatais

Os milhares de migrantes que tentam entrar na Europa pela Grécia, Macedônia e Sérvia prosseguem com as viagens extremamente arriscadas.

Doze migrantes morreram afogados neste sábado quando a embarcação em que viajavam naufragou na costa da Turquia, informou agência de notícias turca Anatolia.

A Guarda Costeira do país conseguiu recuperar os corpos que estavam em um bote de madeira que partiu da estação balneária de Ayvalik (noroeste) com destino à ilha grega de Lesbos, segundo a agência.

As equipes de emergência também resgataram 25 passageiros da embarcação, que pediram ajuda com seus telefones celulares.

Mais cedo, a Guarda Costeira da Grécia anunciou a morte de quatro migrantes, três crianças e uma mulher, no naufrágio de uma embarcação no mar Egeu.

Onze pessoas que estavam no mesmo bote foram resgatadas e as equipes de emergência procuram uma criança que está desaparecida.

Quase 300 migrantes morreram no mar Egeu em 2015, durante tentativas de fugir dos conflitos e da pobreza em seus países, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Mais de 600.000 migrantes atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro, segundo a OIM, sendo que mais de 466.000 desembarcaram na Grécia. Mais de 3.000 pessoas morreram na travessia.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou na sexta-feira um aumento do número de chegada de botes à Turquía esta semana.

O aumento pode ter sido motivado por uma "melhora momentânea das condições meteorológicas" e porque os migrantes se apressam "antes da chegada do inverno e do temor de fechamento das fronteiras europeias".

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