Tópicos | Moïse Kabagambe

O assassinato do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, que morava no Brasil desde 2014 e trabalhava em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, que foi morto no quiosque onde trabalhava depois de ter sido agredido por cinco homens após cobrar uma dívida de trabalho teve repercussão mundial. Apesar de o caso ter acontecido no dia 24 janeiro de 2022, a família só soube no dia seguinte. 

O quiosque onde Moïse trabalhava funcionou normalmente enquanto ele estava desmaiado à espera do socorro, após ter sido espancado. Segundo relatos do primo dele, Yannick Kamanda, Kabagambe foi amarrado e levou golpes com um taco de beisebol e um pedaço de madeira. À época, a família informou que não tinha mais vontade de ficar no Brasil. 

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Para pedir justiça ao caso, manifestantes de diferentes capitais brasileiras reuniram-se em ato, Recife foi uma das cidades que pediu justiça. Dias após o ocorrido, a Prefeitura do Rio de Janeiro quis dar a concessão do Quiosque Tropicália onde o congolês foi assassinado, para a família dele com o objetivo de criar um memorial em homenagem a Moïse e oferecer uma oportunidade de trabalho ao grupo. A família recusou a oferta. 

A repercussão mundial fez com que o Ministério Público do Rio de Janeiro desse atenção ao caso. O órgão recebeu a família de Kabagambe e assegurou que todos os detalhes do crime seriam apurados. Três responsáveis pelo assassinato, Brendon Alexander Luz da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Fábio Pirineus da Silva respondem a processo criminal pelo homicídio. Eles tiveram prisão preventiva decretada em 22 de fevereiro e são acusados de derrubar, amarrar e espancar Moïse. 

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Mortes em Minas Gerais

Divulgação/CBMMG

Ainda em janeiro, um acidente em Minas Gerais deixou 10 mortos e 27 feridos. Um bloco gigante de quartzo se desprendeu em um trecho na região do cânion do Capitólio e atingiu três embarcações de turismo. O momento do deslizamento foi registrado e repercutiu nas redes sociais. 

A área foi interditada para a atuação de peritos e, em março, grupos técnicos da Polícia Civil do estado concluíram que o incidente foi causado por uma erosão natural das rochas. Não houve indiciamentos. A lancha 'Jesus' foi a mais atingida e nela estava a metade das vítimas fatais, a maioria da mesma família. 

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Homem morre em abordagem da PRF

Uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Umbaúba, no Sul de Sergipe, no dia 25 de maios, terminou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em maio. Ele foi asfixiado após ficar preso por mais de 11 minutos no porta-malas de uma viatura improvisada como "câmara de gás".  

Os agentes mantiveram Genivaldo preso no carro até que fosse sufocado por uma bomba de gás lacrimogênio. Eles não se intimidaram enquanto era filmados por populares, que repreendiam a conduta. A vítima ficou desacordada e chegou a ser socorrida, mas teve a morte confirmada no Hospital José Nailson Moura.  

Genivaldo era esquizofrênico e foi abordado por pilotar uma moto sem capacete e sandálias, e sem portar CNH. A PRF abriu procedimento disciplinar contra os policiais. Um inquérito também foi aberto pela Polícia Federal no dia no fim do mesmo mês.  

Os agentes envolvidos alegaram que a truculência uma resposta à resistência de Genivaldo. A princípio, a PRF não apresentou a identidades dos policiais, mas a informação veio a público com o registro do boletim de ocorrência assinado por: Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William De Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas.  

Todos foram afastados. Em setembro, William, Kleber e Paulo foram indiciados por abuso de autoridade e homicídio qualificado. No mês seguinte, eles passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva decretada. 

Cerca de três meses após o caso, a família de Genivaldo recebeu quatro multas de trânsito, que somadas cobram R$ 1.800. A PRF informou que um processo foi instaurado para suspender as multas. 

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A Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público do estado contra três acusados pelo assassinato de Moïse Kabagambe, jovem congolês brutalmente espancado em quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital, no dia 24 de janeiro.

A denúncia relata a barbaridade do crime, com morte decorrente de traumatismo no tórax e contusão pulmonar, provocada por ação contundente. Os denunciados relataram que as agressões foram feitas com um pedaço de pau, enquanto a vítima estava imobilizada.

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“Além disso, tanto o laudo de necropsia quanto o laudo pericial de local mostram que a vítima foi atingida por inúmeros golpes na parte posterior do tronco. Consta também zona equimótica na órbita ocular, o que é indicativo de lesões na face ou base do crânio”, diz a denúncia.

A juíza Tula Correa de Mello, da 1ª Vara Criminal da capital, decretou a prisão preventiva de Fabio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva, que irão responder por homicídio triplamente qualificado.

“Presentes, portanto, indícios de que o crime foi praticado por motivo fútil, decorrente de mera discussão e praticado com emprego de meio cruel, haja vista as agressões bárbaras. O crime foi praticado com recurso que impossibilitou a defesa da vítima, que foi derrubada e imobilizada, não tendo como reagir”, diz a decisão.

Segundo a juíza, o homicídio de Moïse é o terceiro caso de espancamento na orla da Barra da Tijuca em menos de um mês, “revelando, portanto, especial audácia criminosa”.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nessa segunda-feira (21), três pessoas pela morte de Moïse Kabagambe, jovem congolês que foi brutalmente espancado em um quiosque na Barra da Tijuca no dia 24 de janeiro. Foi pedida a prisão preventiva de Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva. Eles foram presos no dia 2 de fevereiro.

Segundo o MPRJ, o trio cometeu homicídio com crueldade e tratou Moïse como se fosse “um animal peçonhento”, desferindo golpes com um taco de beisebol, socos, chutes e tapas. Ainda de acordo com a denúncia, o crime foi praticado por motivo fútil, decorrente de uma discussão, e foi utilizado recurso que impossibilitou a defesa da vítima, já que o jovem foi derrubado e imobilizado enquanto era espancado e depois teve os pés e as mãos amarrados.

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Os três vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado. “Os denunciados Fábio, Brendon e Aleson, ao agredirem a vítima com tamanha violência e por longo tempo, mesmo quando ela já estava indefesa, concorreram eficazmente para a morte de Moïse”, diz o MP.

O MPRJ pediu a conversão da prisão temporária dos denunciados em preventiva e que uma audiência preliminar analise a conduta dos indiciados Jailton Pereira Campos, Matheus Vasconcelos Lisboa e Viviane Mattos Faria, pelo crime de omissão de socorro à vítima. Segundo o MPRJ, Maicon Rodrigues Gomes não foi indiciado pelo mesmo crime por ter buscado auxílio policial.

O inquérito deve ser encaminhado à Vara da Infância e Juventude, para que seja analisada a conduta de um menor de 18 anos envolvido no caso.

A família de Moïse Kabagambe foi recebida nessa quinta-feira (10) no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). O jovem congolês de 24 anos foi assassinado em um quiosque na Barra da Tijuca, no dia 24 de janeiro.

Os familiares foram recebidos pela equipe multidisciplinar do Núcleo de Apoio às Vítimas (NAV), vinculada à Coordenadoria de Promoção dos Direitos das Vítimas (CDV), e depois se reuniram com o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos.

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Ele assegurou que todos os detalhes do crime serão apurados. “Estamos empenhados, com diversos promotores e procuradores de Justiça e todo o aparato do Ministério Público, para que tenhamos o efetivo esclarecimento do crime e a responsabilização de todos os culpados”, afirmou.

De acordo com Mattos, os instrumentos que o MPRJ dispõe atualmente incluem o olhar para a vítima e o acolhimento da família.

“O MP tinha apenas uma atuação tradicional de promover a responsabilização, a prisão e a conclusão punitiva do caso, mas não havia um olhar para a vítima e seus familiares. Agora, há toda uma estrutura de promoção dos direitos das vítimas que trabalha para acolhimento dos familiares e auxilia na prestação de informações sobre a investigação”.

O promotor de Justiça responsável pelo caso, Alexandre Murilo Graça, apresentou à família um panorama das investigações e disse que a apuração do crime não terminou com a prisão dos três homens que foram flagrados por câmeras agredindo Moïse a pauladas. De acordo com ele, eventuais crimes correlatos também serão esclarecidos.

“Não podemos antecipar o que será feito para não prejudicar a investigação. Mas todos os fatos relacionados ou correlatos ao homicídio serão investigados e esclarecidos. Estamos diante de um crime bárbaro, daremos uma resposta. O Ministério Público está trabalhando com toda a sua estrutura para levar essas pessoas a julgamento e para prestar auxílio às vítimas”.

Também participaram da reunião a secretária de Estado de Assistência à Vítima, Tatiana Queiroz, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Rio de Janeiro (OAB/RJ), Rodrigo Mondego, e os advogados Ana Paula dos Santos e Dianduala Rafael.

A família do refugiado congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte aos 24 anos na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, poderá assumir a gestão do quiosque onde ocorreu o crime. A oferta foi feita no início da manhã deste sábado, 5, pela Secretaria de Fazenda e Planejamento da prefeitura carioca, responsável pela concessão da operação dos quiosques para a empresa Orla Rio.

O prefeito Eduardo Paes (PSD) foi às redes sociais reforçar a iniciativa: "a família passa a ser a nova concessionária do Quiosque! Não a banalização da barbárie!", escreveu, em sua conta no Twitter.

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O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ), Álvaro Quintão, que atua no apoio jurídico à família de Moïse, informou que os familiares da vítima veem a proposta com bons olhos e deverão aceitá-la.

Eles participariam de uma reunião com a concessionária Orla Rio para entender melhor a proposta ainda na tarde deste sábado, 5, conforme Quintão.

A ideia de oferecer a operação do quiosque aos familiares de Moïse veio junto de um projeto de transformar dois quiosques "em um memorial em homenagem à cultura congolesa e africana".

A iniciativa foi divulgada à imprensa acompanhada de imagens de croquis de como os quiosques poderão ficar, decorados com temas gráficos de inspiração africana, de manhã cedo neste sábado, 5. Segundo Quintão, familiares de Moïse receberam um telefonema informando sobre a proposta praticamente ao mesmo tempo.

O projeto, segundo a Secretaria municipal de Fazenda e Planejamento, foi elaborado em parceria com a Orla Rio, que administra todos os quiosques dos calçadões da orla da capital fluminense.

A proposta inclui a reforma dos quiosques Tropicália e Biruta, que dividem a mesma estrutura física, além de apoio e capacitação para a gestão de bares e restaurantes, com auxílio do Senac e entidades dedicadas ao acolhimento de refugiados, disse o secretário de Fazenda e Planejamento do Rio, Pedro Paulo.

O crime ocorreu no Tropicália, que será oferecido à família de Moïse, mas o complexo cultural incluirá também o quiosque vizinho, a ser gerido por outro empreendedor - possivelmente uma organização da sociedade civil, disse Pedro Paulo.

A concessionária Orla Rio administra 309 quiosques espalhados por 34 quilômetros de praias, nas zonas sul e oeste. A concessão começou em 1999 e vai até 2030, após ser renovada, informou a secretaria.

A empresa cuida da manutenção e de obras de melhoria, explorando a publicidade exibida nos espaços. Os estabelecimentos administrados pela concessionária podem ser alugados para comerciantes, que prestam os serviços aos clientes finais.

O assassinato chamou a atenção para possíveis problemas na administração dos quiosques. Segundo a família de Moïse, o crime, que ocorreu no último dia 24, teria entre suas motivações o fato de o jovem ter ido ao quiosque cobrar o pagamento de diárias atrasadas por seu trabalho - o congolês trabalhava informalmente como atendente; tanto os suspeitos pelo crime quanto os donos do estabelecimento negam qualquer dívida com a vítima.

O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) abriu inquérito civil para apurar as condições de trabalho a que era submetido Moïse. A Orla Rio informou que o locatário de um dos quiosques concedeu de forma ilegal a administração do estabelecimento a um cabo da Polícia Militar (PM) e, por isso, a concessionária move um processo para a reintegração de posse do quiosque, como mostrou o Estadão na sexta-feira, 4.

Segundo a concessionária, as irregularidades envolvem também a não comprovação da regularização dos funcionários, desrespeito a regras sanitárias e inadimplência.

Pedro Paulo lembrou que não cabe ao poder municipal fiscalizar relações trabalhistas, nem mesmo no âmbito do contrato de concessão com a Orla Rio. Segundo o secretário, a concessão pressupõe que a empresa cuide da manutenção dos quiosques, mas a prefeitura não tem responsabilidade sobre a seleção dos inquilinos.

Os comerciantes que alugam os espaços são responsáveis pela contratação de funcionários. E a fiscalização do cumprimento de normas trabalhistas cabe às Delegacias do Trabalho do governo federal, lembrou Pedro Paulo. À prefeitura cabe a emissão de alvará de funcionamento, a fiscalização do uso do estabelecimento conforme a com destinação autorizada e a verificação de vigilância sanitária, como em todos os bares e restaurantes.

Pedro Paulo reconheceu que a administração dos quiosques da orla é complexa. "No dia a dia com a Orla Rio, temos lá nossos momentos de altos e baixos, mas, na média, a empresa tem administrado essa complexidade que são os quiosques da orla", afirmou o secretário, frisando que, "a princípio", nada desabona a Orla Rio na condução da concessão.

"A principio, eles têm respeitado o que reza o contrato, inclusive na regularização de pagamentos a prefeitura", disse Pedro Paulo. O secretário ressaltou que a prefeitura continuará "fazendo a fiscalização" do contrato da concessão, mas descartou a necessidade de reforços por causa de eventuais irregularidades trabalhistas.

Destaque na vitória do Brasil por 4 a 0 sobre o Paraguai, no Mineirão, o atacante Antony dedicou o gol marcado com a camisa da seleção a Moïse Kabagambe, congolês que foi espancado até a morte no Rio de Janeiro no último dia 24 de janeiro. A homenagem veio através de um publicação nas redes sociais do jogador do Ajax.

"Para você, Moïse! Nossos pensamentos com você e sua família", escreveu Antony no Twitter, compartilhando a hashtag #JusticaPorMoiseMugenyi, que busca chamar atenção para o caso.

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Moïse Kabagambe foi assassinado no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, bairro nobre do Rio de Janeiro. Segundo a família do congolês, ele, que trabalhava no local, teria ido cobrar um pagamento não recebido quando começou a confusão. Câmeras de segurança flagraram o momento em que o trabalhador foi derrubado e espancado com pauladas e golpes de taco de beisebol. Três suspeitos do crime já foram detidos.

O caso gerou grande repercussão nas redes sociais nos últimos dias. Flamengo e Botafogo foram alguns dos clubes que se solidarizaram com a família do congolês após o episódio.

"O Clube de Regatas do Flamengo lamenta imensamente a morte de Moïse Kabagambe e presta sua solidariedade à família do jovem congolês neste momento de total consternação - escreveu o Flamengo", escreveu o time rubro-negro carioca.

"O Botafogo lamenta a morte do jovem congolês Moïse Kabagambe. O Clube apoia a apuração dos fatos deste crime brutal para que haja justiça. Situações assustadoras como esta não podem acontecer. Força aos familiares da vítima neste momento de dor e revolta", publicou o clube alvinegro.

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