Um novo caso de envenenamento em uma escola para meninas foi registrado no Irã nesta terça-feira (4), o primeiro após as férias escolares das duas últimas semanas, informou a imprensa local.
Vinte estudantes de uma instituição na cidade de Tabriz (noroeste) foram levadas ao hospital devido a problemas respiratórios, informou a agência oficial de notícias Irna.
"Os serviços de resgate foram enviados ao local" depois que várias estudantes relataram ter "problemas respiratórios", explicou o chefe de emergência da cidade, acrescentando que nenhuma delas está em estado grave.
Desde o final de novembro, uma série de casos de envenenamentos por gases ou outras substâncias provocaram tonturas e desmaios em alunas de inúmeras escolas, a maioria para meninas.
Segundo as autoridades, "mais de 5.000 alunas" foram afetadas pelos incidentes em mais de 230 escolas em 25 das 31 províncias do país.
Os envenenamentos pararam depois de as autoridades anunciarem, no início de março, que haviam registrado uma centena de prisões relacionadas às intoxicações.
Dias antes, o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, chamou os envenenamentos de "crimes imperdoáveis" e pediu "sentenças severas", inclusive a pena de morte, contra os responsáveis pelos atos.
Diante do aumento de casos, pais de alunos e cidadãos se mobilizaram para exigir maior reação do governo.
Os primeiros casos de envenenamento foram registrados dois meses após o início dos protestos em todo o país pela morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que faleceu sob custódia da polícia da moralidade depois de ser presa por supostamente violar o código de vestimenta do país.