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Uma mulher de 25 anos, identificada como Renata Barbosa do Amaral, foi assassinada pelo ex-marido no último sábado (22), enquanto cumpria expediente em um supermercado de Paracatu, no Noroeste de Minas Gerais. O crime, que foi flagrado por uma câmera de segurança do estabelecimento, foi cometido em frente aos filhos do casal, que têm 6 e 10 anos.  

No vídeo entregue pelo estabelecimento à Polícia Civil é possível ver Alessandro Vasconcelos, de 34 anos, surpreendendo a vítima com vários golpes. Renata não teve chance de reagir. Os colegas de trabalho percebem a situação segundos após a vítima ser golpeada e reagem assustados, mas não conseguem impedir o suspeito. Os filhos de Renata e Alessandro estavam ao lado da mãe durante o ocorrido. 

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O agressor se entregou à polícia, em um batalhão local, minutos depois, apesar de ter abandonado a cena do crime. Aos militares, ele informou que não aceitava o fim do relacionamento e disse que não conseguia mais viver sem a mulher. O crime foi premeditado e Alessandro foi ao local apenas para matar a ex-companheira. 

 

Uma criança de 5 anos, identificada como Luiz Miguel Moreira Silva, morreu asfixiada depois de ser sugada por uma carga de seis mil quilos de feijão em uma fazenda de Paracatu, Minas Gerais. O acidente aconteceu na tarde desta última quinta-feira (22). A polícia está investigando os fatos.

Tudo aconteceu na fazenda onde o pai do menor trabalha. A vítima estava brincando com o irmão mais velho no local, quando a tragédia aconteceu. À polícia, Crislan Luiz da Silva, pai dos meninos, informou que havia pedido para Fábio Júnior Cândido Braga, com quem trabalha, olhar as crianças enquanto ia em uma outra propriedade vizinha. 

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Fábio nega e diz que não sabia da presença dos menores perto do silo, que é uma benfeitoria agrícola destinada ao armazenamento de produtos. Ao Uol, ele alega que pensou que os garotos haviam ido embora e, minutos depois de abrir as comportas para que os mais de seis mil quilos do grão descessem, o irmão da vítima gritou pedindo socorro.

Se dizendo apavorado com a situação, Fábio lembra que tentou encontrar o garoto, mas foi preciso abrir as comportas para tirar o feijão de cima da criança, que foi encontrada com a boca roxa e o nariz cheio de grãos. 

A vítima ainda foi levada pelo pai para o hospital do município, mas ele já chegou com sintomas de asfixia. A tentativa de reanimação foi feita, mas o menor não resistiu.

Um ex-militar matou a ex-namorada a facadas e depois assassinou três pessoas dentro da Igreja Bastista Shalom, no bairro Bela Vista, em Paracatu, localizado em Minas Gerais. Após os homicídios, nessa terça-feira (21), a Polícia Militar (PM) foi acionada e disparou contra o suspeito, que foi encaminhado ao hospital municipal.

Segundo a PM, antes de chegar ao templo o ex-militar das forças armadas Rudson Aragão Guimarães, de 39 anos, foi à casa da mãe dele e encontrou a ex-namorada Heloísa Vieira, de 59 anos. No local, ela foi morta com uma facada no pescoço. A vítima chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada ao hospital municipal, entretanto, não resistiu aos ferimentos.

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Após esfaquear a ex-companheira, Rudson seguiu para a igreja, onde cerca de 20 pessoas participavam de uma reunião fechada. Portando uma garrucha, calibre 63, ele entrou no templo e atirou na cabeça do pai do pastor, identificado como Antônio Rama, de 67 anos. Depois, disparou contra Rosangela Albernaz, de 58 anos, e fez Marilene Marins de Melo Neves, de 57, como refém.

Policiais que faziam patrulhamento na região chegaram ao local, momento em que Rudson atirou contra a terceira vítima. Para conter o suspeito, os militares dispararam um tiro de fuzil na altura do seu ombro. Após a ação, ele foi levado ao hospital do município. Foram apreendidos seis cartuchos no local. 

Segundo a PM, o pastor - que era casado com a ex-namorada de Rudson - fraturou o tornozelo ao fugir da igreja pulando o muro. Os três atingidos não resistiram aos disparos e os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML). O ex-militar sofreu duas paradas cardiorespiratórias, mas ainda não há detalhes sobre o quadro clínico, de acordo com O Globo.

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Há três anos, cerca de 400 famílias viram suas casas serem engolidas pela lama na maior tragédia ambiental do país. Desde então, moradores dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu, vinculados a Mariana (MG), e de Gesteira, vinculado a Barra Longa (MG), sonham com o dia em que poderão viver novamente em suas comunidades. O cronograma de reconstrução, divulgado há dois anos, não se converteu em realidade e a esperada entrega dos novos distritos em 2019 não vai ocorrer.

A reconstrução é uma obrigação da Fundação Renova, que foi criada conforme previsto em acordo firmado no início de 2016 entre a União, os governos de Minas Gerais e Espírito Santo e as mineradoras responsáveis pela tragédia: a Samarco, dona da barragem que se rompeu, e suas acionistas Vale e BHP Billiton. Cabe à Fundação Renova, com recursos das empresas, reassentar as famílias e reparar todos os danos ambientais e socieconômicos decorrentes do episódio.

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Apesar dos atrasos, os moradores de Bento Rodrigues comemoraram uma vitória recente: o canteiro de obras foi implantado em maio desse ano, as licenças necessárias obtidas em julho e o trabalho de supressão de vegetação e abertura das vias já está em curso. A próxima etapa deve ser a instalação de rede de esgoto e em seguida a pavimentação. As obras devem ser concluídas em aproximadamente 22 meses e a entrega está prevista para agosto de 2020.

"As coisas não evoluíram como nós queríamos. Dois anos e meio só para sair o licenciamento. As crianças vão crescendo num ambiente diferente. Eu nunca gostei de cidade. Gostava da minha roça. Colher a couve, colher a cebolinha, tirar leite, fazer queijo. Tudo isso eu quero de novo aqui", diz José do Nascimento de Jesus, conhecido como Zezinho do Bento, presidente da Associação Comunitária de Bento Rodrigues e integrante da comissão de atingidos.

Aos 73 anos, ele visita a obra quase todos os dias e é conhecido, pela equipe da Fundação Renova, como “o maior e mais rigoroso fiscal”. "Estou aqui defendendo a minha comunidade. Tem que ser entregue do jeito que a gente quiser", acrescenta. Ele avalia que agora a obra está atingindo o ritmo desejado.

No novo Bento Rodrigues serão reassentadas cerca de 240 famílias e a reconstrução segue o projeto urbanístico aprovado pelos próprios atingidos em fevereiro, que levou em conta as atingas relações de vizinhança. Elas também escolheram o terreno, que antes pertencia à siderúrgica Arcelor Mittal e foi comprado pela Fundação Renova. No local, havia uma produção de eucalipto. A pedido dos atingidos, a madeira suprimida está sendo armazenada. Segundo o presidente da associação comunitária, a ideia é guardá-la para abastecer os fogões a lenha das futuras casas.

"Na próxima semana, começam as visitas das famílias aos lotes para que elas autorizem a construção e a entrada no projeto individual das residências na prefeitura", diz Patrícia Lois, engenheira civil e gerente dos reassentamentos da Fundação Renova, explicando que o alvará de cada casa é individual.

O desenho das casas já está sendo desenvolvido. São 28 arquitetos designados apenas para fazer os projetos. "Muitos atingidos estão optando por não repetir o desenho das casas antigas. As famílias estão muito ligadas ao futuro. Novas atividades econômicas, novos hábitos que elas adquiriram nesses três anos que se passaram. Isto tudo está sendo considerado por elas", diz o arquiteto Alfredo Zanon.

Mesmo quem mantêm suas atividades pode querer um espaço mais adequado do que o anterior. "Tem o exemplo da família que produz geleia de pimenta biquinho. Como vai ser essa nova indústria deles? Na comunidade de Paracatu, tem gente pensando em agroecologia e em agroturismo. Estamos incorporando tudo isso no projeto", acrescenta Zanon.

Uma das promessas da Fundação Renova é empregar nas obras cerca de 80% de mão de obra local. Um acordo com o Ministério Público de Minas Gerais foi firmado dando aos atingidos o direito de serem contratados, caso queiram. Estima-se que, em meados do próximo ano, quando as obras estiverem mais avançadas, 2 mil pessoas possam ser empregadas.

Distrito de Paracatu

Romeu Geraldo de Oliveira, de 43 anos, morava em Paracatu e decidiu colocar a mão na massa. "Estou bem satisfeito pela comunidade de Bento Rodrigues. Mas a felicidade só estaria completa se eu estivesse trabalhando na reconstrução de Paracatu. Enquanto não começar a terraplanagem, a gente ainda fica com receio. A gente ainda tem essa sensação de que pode não sair a comunidade como a gente quer", diz.

Em sua visão, a cobertura da imprensa contribuiu para que as soluções para Bento Rodrigues tivessem prioridade. "É a menina dos olhos da mídia. Paracatu fica esquecido e a lama atingiu nossas casas do mesmo jeito. Foi questão de horas para tudo ser arrasado. Mas estou satisfeito pelos moradores de Bento Rodrigues. Eles não têm culpa de ter começado a construção da sua comunidade, enquanto a nossa está atrasada", acrescenta Romeu, que também é integrante da comissão de atingidos de Mariana.

As características do distrito de Paracatu geraram um contratempo, pois foi necessário que a Câmara dos Vereadores de Mariana aprovasse uma lei alterando o plano diretor do município. Na comunidade, os sítios ficavam no meio do núcleo urbano, o que não era previsto na legislação da cidade. Dessa forma, foi incluído no plano diretor uma nova zona especial de reassentamento. Os atingidos de Paracatu aprovaram o projeto urbanístico da nova comunidade em setembro. Cerca de 140 famílias serão reassentadas. Segundo Patrícia Lois, tão logo o licenciamento seja obtido, as obras também terão início.

Gesteira ainda sem terreno

A apreensão que toma conta dos moradores de Paracatu também é a mesma que atinge os que ficaram desabrigados em Gesteira. Lá, a situação se agrava porque nem mesmo a compra o terreno para a reconstrução foi concluída. "A gente fica sem notícias e parece que tudo caminha bem devagar", lamenta Antônio Marcos da Costa. Ele perdeu a casa onde morava, que pertenceu aos avós, e também viu a mercearia que gerenciava ser devastada pela lama.

"Tivemos uma dificuldade grande na compra do terreno. O proprietário pedindo um valor muito maior do que o valor de mercado. Agora estamos conseguindo evoluir na negociação", diz Andrea Aguiar Azevedo, diretora-executiva de engajamento, participação e desenvolvimento institucional da Fundação Renova.

A gerente dos reassentamentos Patrícia Lois diz que a Aedas, assessoria que atende os atingidos de Gesteira, começou a atuar apenas no início em novembro de 2017 e realizou um processo de escuta até fevereiro de 2018 com as 37 famílias que serão atendidas.

"Diferente de Bento Rodrigues e Paracatu, a comunidade de Gesteira não quer a construção do novo reassentamento baseada nas relações de vizinhança. Lá teremos o que chamamos de reassentamento de futuro". Ela diz que, por ter menos atingidos, as obras de Gesteira serão mais rápidas.

Gesteira não foi totalmente devastada, pois a maior parte das edificações ficava em uma área mais elevada. Antônio Marcos da Costa vive hoje neste local, em uma residência alugada pela Fundação Renova.

Mesmo tendo se mantido na comunidade, ele diz que a vida mudou completamente pois a renda atual é muito aquém da que ele tinha gerenciando a mercearia, cujo dono mora no centro de Mariana. Além disso, precisa lidar com a depressão que tomou conta de sua mãe, problema recorrente entre os atingidos, e comprar os medicamentos. "Faço o que posso. Peguei minhas economias e abri um barzinho. Mas não ganho igual, mesmo somando com o auxílio mensal da Fundação Renova".

O auxílio mensal, acordado com o Ministério Público meses após o rompimento da barragem, é destinado a todos os que perderam renda em decorrência da tragédia. Os valores são pagos por meio de um cartão e cada beneficiário recebe um salário mínimo, acrescido de 20% para cada dependente, além do valor de uma cesta básica. O auxílio não configura verba indenizatória e, no caso dos desabrigados dos três distritos, deverá ser pago por pelo menos um ano após o reassentamento.

A exemplo de Antônio, Romeu também conta que sua renda atual é insuficiente. O salário que recebe na obra de Bento Rodrigues chega a ser quatro vezes inferior ao que ele conseguia com a sorveteria em Paracatu. Além disso, morando em uma casa oferecida pela Fundação Renova na área urbana de Mariana, ele diz ter gastos superiores aos que tinha antes.

"Essa casa aqui é até muito boa, mas não é minha. Lá eu tinha um amor por cada tijolo, que fui eu que coloquei. Foram décadas de construção, fazendo tudo aos poucos, e perdi em 10 minutos. Minha casa era menor do que essa, mas lá é outro ambiente. Tinha horta, tinha galinha, tinha tudo e não precisava comprar. E tinha a sorveteria que era a única da região. Não estou nem mais ligando para indenização. Se derem minha casa de volta eu já estou feliz".

Atrasos serão cobrados

De acordo com a Fundação Renova, os atrasos ocorreram pelo tempo levado para compreender a legislação e para atender os anseios da comunidade, através de um processo de escuta. Em meio a esse processo, foi fechado um acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que estabeleceu a contratação de assessorias técnicas para os atingidos. A Cáritas vem atendendo os atingidos de Bento Rodrigues e Paracatu, e a Aedas é a instituição que atende os moradores de Gesteira.

"Precisamos respeitar também o tempo de discussão dos atingidos porque não adianta apenas fazer uma casa e colocá-los lá dentro. Eles precisam ser ouvidos para que a nova comunidade lhes permita resgatar seus modos de vida e suas tradições. E precisam estar amparados pelas suas assessorias", diz Patrícia Lois.

Para o promotor do MPMG, Guilherme Meneghin, a Fundação Renova cometeu falhas ao regular o espaço de participação das vítimas. "Nós tivemos que atuar, cancelar uma assembleia que havia sido convocada onde as vítimas poderiam ser manipuladas a aprovar um projeto que não lhes atendia. Uma coisa é destruir a casa da pessoa, comprar outra e colocar ela lá dentro. Isso é muito fácil. Outra coisa é fazer com que as pessoas retomem os seus modos de vida e, assim, realmente reparar os danos".

O promotor conta que o processo começou a deslanchar apenas este ano. Em audiências realizadas em fevereiro e em março, o MPMG e a Fundação Renova chegaram a um acordo que estabelece 78 diretrizes de reassentamento. Ficou pactuado, por exemplo, que as casas deverão ter, pelo menos, 20 metros quadrados a mais do que a que foi devastada. Uma vez reassentados, os atingidos também terão direito à assistência técnica para desenvolvimento de atividades agro-silvo-pastoris e deverão receber ração, adubo e demais insumos necessários.

"Se eles tivessem adotado essas cautelas um ano antes, não haveria esse atraso", lamenta Meneghin. Ele diz que o tempo perdido será cobrado. "Já temos um processo na Justiça onde pedimos a aplicação de uma multa em benefício das vítimas por conta dos atrasos".

Moradores de Paracatu de Baixo, um dos três distritos mineiros destruídos pela lama que vazou com a queda da barragem da Samarco, em novembro de 2015, escolheram, neste sábado (3), o local onde o novo distrito será construído.

A área conhecida como Lucila foi a vencedora, com 65% dos votos das 103 famílias que moravam na região. Localizada no distrito de Monsenhor Horta, em Mariana, e com 84,8 hectares, a área "oferece topografia adequada, disponibilidade hídrica, facilidade de acesso a transporte público e solo de qualidade para plantio e criação animal", segundo a Samarco, que será responsável pela reconstrução.

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O distrito de Bento Rodrigues, na cidade de Mariana, em Minas Gerais, foi devastado pela lama.

Os critérios foram definidos pela empresa em conjunto com os moradores e representantes do Ministério Público, que acompanharam a votação.

Antes de Paracatu de Baixo, os moradores de Bento Rodrigues, também em Mariana, e de Gesteira, na cidade de Barra Longa, já haviam escolhido em votação a localização dos novos distritos. Em todos os casos, os moradores visitaram os terrenos e receberam cartilhas com informações sobre solo, água e vegetação, entre outras características da área.

De acordo com a Samarco, com a escolha do terreno, será iniciada a discussão sobre o projeto arquitetônico e urbanístico, além dos padrões construtivos das moradias, que serão definidos separadamente com cada família.

"Uma vez fechados os acordos individuais, a expectativa é que os projetos de engenharia fiquem prontos até o fim do ano. A Samarco realizará a entrega do local, conforme definido em acordo com os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, até 2019", disse a empresa, em nota.

Um rio de lama, árvores pintadas de laranja, o silêncio dos pássaros que não cantam mais. Casas destruídas, propriedades abandonadas, móveis soterrados. É a descrição do palco de uma guerra, de uma luta. E de fato foi. Um combate contra a consequência devastadora da ação homem. Esta é a descrição do que se encontra no subdistrito de Paracatu, em Mariana (MG), depois da maior tragédia socioambiental do Brasil: o rompimento da barragem de fundão da mineradora Samarco. O fato aconteceu no dia 5 de novembro de 2015 e, sete meses depois, lembrando o Dia Mundial do Meio-Ambiente (5 de junho), o portal LeiaJá mostra a situação no local.

O subdistrito foi o segundo povoado a ser atingido pela lama e fica localizado a 38 km do centro de Mariana. Vilarejo pequeno, conhecido pela tradicional festa do Divino. O interessante é que as informações históricas sobre o lugar são escassas. Parece que Paracatu só surgiu no mapa do município após o ocorrido, um subdistrito conhecido por causa da lama.

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Ao contrário de Bento Rodrigues (o primeiro subdistrito afetado), Paracatu não foi completamente destruído. Algumas casas localizadas na parte mais alta ficaram em pé e os seus moradores insistem em permanecer no local. Para quem visita o lugarejo, as marcas de lama nas paredes e nas árvores impressionam. A sensação que se tem é a de que o chão sempre foi de barro. Mas não é o que indica uma placa da Prefeitura fixada na Rua Furquim com o título “Urbanização, Infra Estrutura e Calçamento da Rua Furquim”.

Os moradores que perderam os bens e lembranças moram atualmente em casa alugadas pela mineradora e descrevem o quanto é doloroso voltar a região: “Quando eu cheguei lá e vi tudo destruído e acabado, foi inacreditável. A pior cena que poderia ter visto na minha vida”, expressa Eliziene Messias, ex-moradora de Bento Rodrigues.

Entretanto, a população de Bento já tem lugar escolhido para reconstrução das casas: o subdistrito de Lavouras, um local semelhante ao que viviam anteriormente, repleto de natureza e tranquilidade, o que é indispensável para eles. Já os moradores de Paracatu, não. Aguardam uma posição da mineradora para reconstruir seu futuro.

Sete meses após o fato, só restam as lembranças da natureza que nunca mais será a mesma, não só em Paracatu, mas em todos os lugares que ficaram conhecidos pelo caminho da lama.

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