Tópicos | PFL

Lutador, empresário e produtor de conteúdo, o incansável Fabrício Werdum encara nesta quinta-feira um desafio novo em sua longeva carreira no MMA. O ex-campeão peso pesado (até 120 kg) do UFC estreia como uma das estrelas da Professional Fighters League (PFL), organização que dá ao vencedor de cada categoria o prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões, na cotação atual). Seu adversário será o compatriota Renan "Problema" Ferreira, em Atlantic City, nos Estados Unidos, onde acontece a bolha da organização.

Werdum, de 43 anos, terminou sua passagem no UFC no ano passado após 14 anos. Meses depois, ele foi confirmado na PFL, novo evento de MMA com um formato diferente, inspirado nas grandes ligas esportivas dos Estados Unidos. Os lutadores avançam rumo ao cinturão a cada vitória, independentemente de popularidade. Ao final da temporada regular, os quatro melhores classificados de cada categoria vão aos playoffs e se enfrentam por uma vaga na grande final.

##RECOMENDA##

Com um cartel de 24 vitórias, nove derrotas e um empate, Werdum fez sua última aparição no octógono em julho de 2020, quando finalizou Alexander Gustafsson no primeiro round, e agora diz estar pronto para ser um dos protagonistas da PFL. Em entrevista ao Estadão, o brasileiro aponta o que espera no evento, fala sobre a preparação para a luta, incluindo os protocolos contra a covid-19, diz que se sente jovem, garante que não guarda mágoas do UFC e prevê que ainda possa lutar mais um ano antes de se aposentar.

Você passou 14 anos no UFC e agora encara um novo desafio, bastante diferente em relação ao que já viveu, com um novo formato e premiação milionária. Qual a expectativa para o evento?

A expectativa é sempre de vencer. Estou me preparando para isso há bastante tempo e estou pronto para vencer essa primeira luta. Continuarei treinando para ganhar esse campeonato e levar o prêmio de um milhão de dólares para casa.

Como está Fabrício Werdum hoje, aos 43 anos, fisicamente, mentalmente e em todos os aspectos?

Me sinto com 28 anos, para não falar menos, ao mesmo tempo em que estou mais maduro. Sigo com muita vontade de vencer e levar mais esse prêmio para casa.

Ao contrário de outros lutadores da PFL, você é apontado como embaixador do evento e capaz de mudar o patamar da organização. Como lida com isso?

Acho muito legal isso, é bom saber que posso contribuir para o evento dessa forma. Quando assinei o contrato fui considerado o Tom Brady do MMA, pelo Peter Murray, CEO da organização. Isso me deixa feliz. Não gosto de ficar falando sobre meus títulos (campeão de grappling, campeão da ADCC e campeão dos pesados do UFC), fica feio ficar repetindo isso. Mas ouvir que sou a maior estrela do PFL só me motiva a continuar treinando mais e mostrar que aos 43 anos eu estou muito bem para lutar no evento.

Como tem sido a preparação para a luta nos EUA? E quais são os protocolos contra a covid-19 que tem seguido antes do evento? Sente-se seguro?

Já estou há dois meses nos Estados Unidos treinando com a minha equipe, com o mestre Rafael Cordeiro e o Cobrinha, enquanto faço a preparação mental com Eric Faro. Contratei também o Tarântula para o meu time, um mexicano que é um do mais altos do país, e treino com ele pelo tamanho. O Renan é 15 centímetros mais alto que eu e o Tarântula é 17 centímetros (ele tem 2,10 metros) e tem ajudado na preparação. Sobre os protocolos, só tenho elogios à PFL. Estamos em uma bolha desde semana passada em um hotel aqui em Atlantic City. Temos um espaço só para os atletas, com testes periódicos, academia exclusiva e de primeira para nós, área para tomar sol, além de comida. Semana passada teve a estreia da temporada e eles desmontaram tudo para poder limpar, tiraram a lona e colocaram outra. Realmente é de primeira.

Qual sua avaliação do Renan, seu adversário?

Não conhecia o Renan, não acompanhei a carreira dele e não o conheço pessoalmente ainda, mas sei que é um lutador alto, que usa bastante a distância e tem um boxe muito bom.

Ficou mágoa do UFC com relação à sua saída? Considera que houve injustiça?

Acho que tiveram muitos altos e baixos, mas foram muito mais alegrias do que brigas ou problemas. Não guardo nada contra o UFC. O UFC só me ajudou, me levantou na hora certa. Fiquei 14 anos com eles, fui campeão duas vezes. Fico muito feliz com minha passagem pela organização e agradeço muito a eles por todo esse tempo em que estive lá.

Aos 43 anos, você mostra que ainda tem lenha para queimar, mas já pensa em aposentadoria? Quando pretende deixar os ringues?

Estou falando há quatro anos para a Karine, minha esposa, que vou parar e nunca paro. Quero terminar esse ano lutando, fazendo de quatro a seis lutas pela PFL e quem sabe ainda fique por mais um ano. Não sei, não tenho nada definido ainda. Gosto muito de lutar, amo o que faço, então parar é sempre muito difícil.

Você é lutador, empreendedor e produz conteúdo. Depois de parar de lutar, o seu canal no YouTube será uma prioridade? O que pensa mais em fazer com mais tempo livre?

Com toda certeza vou passar mais tempo com a minha mulher e minhas filhas. Por isso resolvi me dividir entre o Brasil e os Estados Unidos. Sinto muita falta delas, e quero poder aproveitar mais com a minha família. Escolhi o Brasil para a minhas filhas poderem conhecer a nossa cultura, conhecer o país dos pais delas. Elas cresceram nos Estados Unidos e acho importante elas estarem aí também. Além do meu canal do YouTube, que com certeza vou investir mais tempo também, tenho alguns negócios no Brasil e pretendo dar atenção a eles, me dedicar a isso. Hoje tenho uma boutique de carnes em Florianópolis, uma marca de roupas esportivas que chega ao mercado no começo de maio, uma franquia de churrasco na parrilla e pretendo ter outros negócios em breve também.

O Democratas realiza nesta quinta-feira sua convenção nacional tentando passar a ideia de "refundação" do partido. Para isso, a legenda promoveu alterações que vão desde a eleição de um novo presidente até a mudança de seu logotipo.

O logotipo da sigla foi alterado para um "D em movimento", como define o líder do partido na Câmara, deputado Rodrigo Garcia (SP), feito com linhas da cor azul e verde. A imagem substituirá o antigo logotipo: uma árvore com folhas com as mesmas cores do "D em movimento".

##RECOMENDA##

O partido também elegerá o prefeito de Salvador, ACM Neto, como seu novo presidente. Ele substituirá o senador Agripino Maia (RN), que comandava a sigla desde março de 2011. A mudança se deu após Agripino virar réu em dezembro por suspeita de corrupção na construção do estádio-sede da Copa de 2014 em Natal.

A primeira medida de ACM Neto como presidente será destituir os presidentes das comissões provisórias estaduais e municipais do partido. Novos dirigentes serão escolhidos nas próximas semanas. A medida visa acomodar a chegada de novos filiados à legenda.

Guinada ao centro

Na convenção, o Democratas também divulgará manifesto no qual apresenta suas prioridades na área econômica e social. No documento, o partido se define como de "centro democrático", abandonando a roupagem de direita que acompanhou a legenda desde que se chamava de PFL.

"Houve, sem dúvida, nos últimos anos, uma mudança geracional no Democratas, que veio fazendo com que o partido refinasse suas ideias. O mundo muda muito rápido, e é natural que partidos possam também mudar. O partido deve modernizar sua compreensão sobre o País, sobre a sociedade, sobre a política", justificou ACM Neto.

No evento, o Democratas deve oficializar a pré-candidatura à Presidência da República do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ). O partido não lançava um candidato desde as eleições de 1989, quando ainda se chamava PFL e lançou Aureliano Chaves como presidenciável.

Um dos políticos mais inteligentes de Pernambuco, o ex-governador Gustavo Krause sabe como poucos o momento de entrar numa disputa e o momento de sair dela. Ele disputou sua última eleição em 1994 quando tentou, sem sucesso, ser governador de Pernambuco, sabendo que naquele momento sua candidatura serviria apenas para demarcar o território do seu PFL do que propriamente tentar a vitória na eleição vencida por Miguel Arraes (PSB).

Apesar de ter saído da vida pública, Gustavo deixou uma herdeira, a hoje deputada estadual Priscila Krause, sua filha. Desde que iniciou sua vida pública em 2004 quando disputou seu primeiro mandato de vereadora do Recife, Priscila tem exercido com maestria seus mandatos. Foi assim na Câmara do Recife e está sendo assim na Casa Joaquim Nabuco.

Por ser uma política de muita qualificação, Priscila vez por outra tem seu nome cogitado para disputar a prefeitura do Recife nas eleições do ano que vem. Porém, como tem uma vida partidária respeitável – há quase 20 anos é filiada ao DEM (ex-PFL) – naturalmente não irá romper com o seu partido para se lançar por uma outra legenda, haja vista que o DEM ocupa a secretaria de Desenvolvimento Econômico na gestão de Geraldo Julio (PSB) e deverá apoiar oficialmente a sua reeleição.

Priscila tem tempo de sobra para se consolidar politicamente. Com o seu “mandato independente”, viabilizando algumas inovações e rompendo as práticas dos políticos tradicionais, Priscila se destaca não só entre os políticos no estado, como no caso das mulheres na política é vista como a maior referência da atualidade no estado.

Com um professor do naipe do ex-governador Gustavo Krause em casa, Priscila não colocará o carro à frente dos bois. Vai esperar a sua hora chegar, primeiro no comando estadual do DEM, em substituição ao deputado federal Mendonça Filho, e posteriormente, com uma bagagem política ainda maior, em circunstâncias mais propícias, deverá enfim disputar a prefeitura do Recife.

O momento, como bem frisou o ex-governador Gustavo Krause, é de reorganizar o DEM no estado, onde Priscila será peça fundamental na tentativa de reoxigenar o partido visando projetos majoritários futuros, afinal ela é a cara do DEM no estado, e tem tudo para ser o futuro do partido a nível local.

PAC – Para discutir as obras paradas ou atrasadas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os prejuízos causados aos trabalhadores envolvidos nos projetos, o deputado Aluisio Lessa (PSB) estará realizando nesta quinta-feira, dia 10, às 9h, audiência pública. Foram convidados os secretários estaduais Thiago Norões, Danilo Cabral e André de Paula, além de prefeitos da RMR, os senadores Fernando Bezerra Coelho, Humberto Costa e Douglas Cintra e representantes do DNIT, DER, COMPESA, Ministério Público Federal, CPRH, Ministério Público de Pernambuco, sindicatos, universidades, entre outros.

Policiamento – Após receber críticas da bancada de oposição na Alepe sobre a violência no estado, o governador Paulo Câmara intensificou o policiamento nas ruas da região metropolitana do Recife. Nas redes sociais muita gente comenta a sensação de segurança por parte das viaturas e dos próprios policiais fazendo rondas nas ruas e coibindo alguns delitos.

Ausentes – Causou questionamentos a ausência de cinco dos seis ministros do PMDB no desfile de 7 de setembro ontem em Brasília. Além deles, também não deram as caras o presidente do Senado Renan Calheiros e o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, ambos do PMDB. O vice-presidente Michel Temer marcou presença ao lado de Dilma Rousseff.

Reunião – O deputado federal João Fernando Coutinho segue se reunindo com legendas nanicas para discutir a disputa pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Depois de se reunir com integrantes do PRTB, João esteve reunido na última sexta-feira com integrantes do PTN para discutir as eleições do ano que vem no município.

RÁPIDAS

Aline Mariano – Os rumores de que a secretária de Combate ao Crack Aline Mariano está de saída do PSDB voltaram a aparecer com mais força ainda. Bastante alinhada com o prefeito Geraldo Julio, Aline, que também é vereadora do Recife licenciada, pode integrar os quadros do PSB até o final do prazo de filiação.

Marília Arraes – Está se encerrando o prazo de filiação para outras siglas visando a disputa do ano que vem. Sem clima para continuar no PSB, a vereadora Marilia Arraes flertou com o PT, o PTB e o PDT, mas todos os indícios levam a crer que a neta de Arraes se filiará ao PSOL do deputado Edilson Silva.

Inocente quer saber – O ministro da Comunicação Social Edinho Silva está correto em querer permanecer no cargo mesmo depois de ter sido indiciado?

A credibilidade dos partidos políticos tem decaído nos últimos anos após a constatação do envolvimento de algumas agremiações em esquemas de corrupção, como o Mensalão e a Lava Jato. Dados de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), encomendado pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, apontam que 44,5% dos recifenses não admiram nenhum partido atualmente e 54,7% já admiraram em períodos anteriores. 

Apesar do alto índice na falta de prestígio dos partidos, entre os que residem na capital pernambucana e admiram alguma sigla hoje, o PT é o mais lembrado, com 17,6%. Logo após vem o PSDB (11,3%) e o PMDB (6,3%). Mesmo sendo o partido que governa o Recife e tem a gerencia do Governo do Estado, o PSB ficou apenas no quarto lugar, sendo admirado por 4,9% dos recifenses. Além dos quatro partidos, considerados como principais do país pela conjuntura, o PV (3,6%), o PDT (1,6%) e o PP (1%) também foram citados. 

##RECOMENDA##

Dos recifenses que pontuaram ao IPMN já ter admirado alguma sigla em períodos anteriores (54,7%), o dado que mais chamou a atenção também foi o do PT. Em períodos anteriores, a legenda petista era admirada por 64,3% dos entrevistados. O índice é 46,7% maior que o prestígio atual do partido. A derrocada, para o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira, é justificada pelas denúncias de corrupção. A legenda é um dos principais focos tanto na Lava Jato quanto no Mensalão. 

“A pesquisa mostra claramente o desgaste da classe política. Se a classe política muda a atitude e tenta conquistar a admiração dos eleitores, certamente, não sofrerá com credibilidade e admiração”, frisou.“No caso específico do PT, nós podemos atribuir as denúncias de corrupção”, acrescentou o estudioso.

No passado, o PMDB é apontado como o segundo mais admirado (10%), seguido pelo PSDB (8,3%), PSB (3,2%), PFL (2,9%), Arena (2,1%), PV (1,8%) e o PDT (1,2%). 

Falta de crescimento do PSDB

Considerado como o maior partido de oposição do país, no quesito Governo Federal, o PSDB, apesar da derrocada histórica do PT, não conquistou um crescimento significativo na admiração dos recifenses. Atualmente a legenda é a segunda mais citada, por 11,3%, e em períodos anteriores o partido tucano foi o terceiro mais admirado, com 8,3%.  

“O PSDB faz oposição por oposição e isso não conquista eleitores. Eles precisam de um discurso. O PSDB não tem conquistado eleitores, por isso, mesmo diante desta crise o PT se mantém como o principal partido do país”, avaliou Adriano Oliveira.

Lula é o mais admirado entre os políticos

A queda na admiração dos recifenses aos partidos também é reproduzida quando o quesito são os políticos. Ao IPMN, 40,9% dos que residem na capital pernambucana afirmaram não admirar nenhum político atualmente e 65,6% pontuaram que no passado já admirou alguém que exerceu (ou exerce) um cargo eletivo.  

O mais lembrado nos dias de hoje é o ex-presidente Lula (PT). Ele é admirado por 21,2% dos recifenses. O índice, sob a ótica do cientista político Adriano Oliveira, é justificado pela gestão exercida pelo petista de 2003 a 2010 quando governou o país e não por ele ser pernambucano. “Se a pesquisa for feita em outra cidade do Nordeste, certamente teremos um resultado semelhante”, disse. “Isso é em virtude de seu governo e desde a origem dele, e em virtude da boa gestão que ele fez quando presidente”, avaliou.

Ainda são admirados pelos recifenses o deputado federal Jarbas Vasconcelos (6,3%); o prefeito do Recife, Geraldo Julio (3,2%); a presidente Dilma Rousseff (2,1%); o deputado federal Daniel Coelho (2,1%); o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (1,9%); o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1,9%); o ex-governador Eduardo Campos (1,5%); a ex-senadora Marina Silva (1,3%); o deputado estadual Cleiton Collins (1,1%); e o superintendente da Sudene, João Paulo (1%).  

Entre os entrevistados pelo IPMN que disseram ter admirado algum político em períodos anteriores (65,6%), Lula também é o mais mencionado. Ele já foi admirado por 36,2%. Após ele, vem Eduardo Campos, falecido em agosto de 2014, com 21,4%; e Jarbas com 7,4%. Além deles, o ex-governador Miguel Arraes (4,4%), FHC (4,2%), Paulo Câmara (3,7%), João Paulo (2,7%), Tancredo Neves (2,5%), Dilma (2,2%), Geraldo (1,2%) e o ex-governador Joaquim Francisco (1,2%) também foram citados. 

O levantamento do IPMN foi realizado entres os dias 20 e 21 de julho. Foram ouvidas 622 pessoas e o nível de confiança da pesquisa é de 95%. A margem de erro é estimada de quatro pontos percentuais para mais ou menos.

Na última quarta-feira, o ex-senador Marco Maciel (PFL) completou 75 anos de idade, mas poucos lembraram dele, provavelmente pelo fato do estágio avançado da sua doença. Ele sofre de alzheimer, enfermidade que identificou poucos meses após a sua derrota para o Senado em 2010.

Foi a sua primeira e única derrota, daí talvez o processo de depressão ter acelerado o alzheimer. Marco Maciel tinha 21 anos de idade e estava na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco quando começou sua primeira campanha política.

No ano seguinte, seria eleito presidente da União Metropolitana dos Estudantes, numa gestão marcada pela ruptura com a União Nacional dos Estudantes, a UNE, que à época, em meio às tensões políticas do governo João Goulart, tinha mais força que muitos partidos.

De lá para cá, construiu uma carreira pública de meio século na qual foi uma vez deputado estadual e duas vezes deputado federal, incluindo uma vitoriosa eleição que o transformou no mais jovem presidente da Câmara, aos 36 anos de idade. Teve ainda um mandato de governador, dois de senador e dois de vice-presidente da República de Fernando Henrique Cardoso.

Foi um dos principais articuladores da chamada Frente Liberal, a dissidência do PDS, partido do regime militar, que garantiu a eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, em 1985. Pelo trabalho, foi escolhido ministro da Educação e, depois, deslocado por José Sarney para a Casa Civil. Perdeu a primeira eleição de sua vida com 70 anos.

Uma biografia como de Maciel jamais pode ser derrotada por um motivo único. Mas o principal talvez seja o fato dele ter encarado a primeira eleição de sua vida estando na oposição – e o governismo de meio século é justamente o outro ponto marcante, quase folclórico, da carreira de Marco Maciel.

Na eleição anterior, em 2002, ele vinha com a força do governo federal, do qual fora vice-presidente por oito anos. E embalou com a campanha majoritária de Jarbas Vasconcelos, que seria reeleito governador de Pernambuco. Em 2010, disputou uma eleição sem o apoio de nenhum governo. O da capital estava nas mãos do PT e o estadual na de Eduardo Campos, do PSB, reeleito com uma das maiores votações proporcionais entre todos os governadores.

Mesmo com duas vagas de senador, Maciel sofreu com o favoritismo, desde o início da campanha, do ex-ministro de Lula, Humberto Costa, do PT, e depois com a arrancada, nos braços da coligação governista, do empresário Armando Monteiro. Marco faz muita falta ao País. Marcou sua passagem pela vida pública com ética, moralidade e correção.

Foi talvez o vice-presidente que mais ocupou o poder, interinamente, nunca causando problemas a FHC. Raramente quebrava a rotina da discrição. Uma das exceções ocorreu em junho de 1997 quando teve que tomar a decisão de colocar o Exército nas ruas de Belo Horizonte para sufocar uma invasão dos policiais militares grevistas ao Palácio da Liberdade. O confronto terminou com um morto.

Devorador contumaz de livros, Maciel, quando esteve na ativa, tinha aversão às modernidades virtuais. Nunca escreveu um discurso num computador, talvez porque jamais usou uma máquina de escrever com este propósito. Era um árduo defensor do papel e da caneta. Dizia: “Sou da grafosfera, não sou da videosfera”. “Por sorte, abandonei a caneta tinteiro e adotei a esferográfica.”

Marco Maciel merece todos os elogios por ser um dos líderes ligados ao regime militar que ajudou a derrubá-lo, apoiando a candidatura de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, em 1985. Recebeu várias bênçãos das urnas após a volta da democracia, foi duas vezes senador e durante oito anos vice-presidente da República, eleito democraticamente na chapa do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003).

QUEBRADEIRA– Uma semana após o TCU criticar duramente a dependência das administrações municipais em relação aos repasses federais e falta de empenho dos gestores em melhorar as arrecadações sob o risco de incorrer na lei de Responsabilidade Fiscal, o presidente da Amupe, José Patriota (PSB), admitiu, ontem, que 130 dos 184 municípios pernambucanos estão em dificuldades em função da queda nos repasses federais. "A maioria tem 94% das receitas atreladas à União. No Governo Federal, por sua vez, o IPI caiu. Então se não tem arrecadação, o FPM [Fundo de Participação dos Municípios] cai", justificou.

Palanques opostos– Em Caruaru, o senador Fernando Bezerra Coelho caminha para um palanque diferente em que subirá o governador Paulo Câmara. Na conversa que teve, ontem, com o ex-governador João Lyra, ele praticamente bateu o martelo com a candidatura da deputada Raquel Lyra à prefeita. Não será, certamente, o caminho de Câmara, que tende a apoiar o deputado Tony Gel (PMDB) se o candidato do prefeito José Queiroz for Douglas Cintra, pela ligação deste com o ministro Armando Monteiro.

Em Nazaré da Mata– O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, recebeu, ontem, um grupo de lideranças de Nazaré da Mata, primeiro passo para construir a unidade em torno do candidato socialista a prefeito. Disputam, hoje, Eliane Rodrigues, suplente de senadora, e os vereadores Pedro de Mauriceia e Irmão Jonas. Vamos amadurecer os debates com a população e seguir com muita unidade", disse Sileno.

Fundo das exportações– O Ministério da Fazenda encaminhou ao Congresso, antes do recesso parlamentar, uma proposta que trata do pagamento do Fundo das Exportações (FEX). De acordo com a proposta, o montante será entregue em quatro parcelas de R$ 487,5 milhões cada. Elas deverão ser pagas até o último dia útil de setembro, outubro, novembro e dezembro deste ano. A cada parcela de R$ 487,50 milhões, R$ 365,63 fica para os Estados e R$ 121,88 milhões para os Municípios.

Descontrole O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, assegura que a alteração da meta fiscal, de 1,13% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), anunciada pelo Governo Federal, é a comprovação de que o Governo perdeu o controle das contas públicas. "Todos os principais indicadores fiscais foram reduzidos, e muito, o que mostra o rombo nas contas públicas, reflexo da forma irresponsável com que o governo petista tratou as contas", disse. Segundo ele, o governo gastou "mais do que podia", sendo obrigado a alterar a meta fiscal. "Se a situação não melhorar e, infelizmente não deve melhorar, teremos déficit primário de novo", observou.

CURTAS 

PEDALADAS– Ao menos uma parte da defesa da Advocacia-Geral da União (AGU), no caso das “pedaladas” fiscais, gerou mal-estar entre ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e uma resposta dura do Ministério Público na Corte. Nas 110 páginas de argumentação, além de 900 anexos, a AGU afirmou que a rejeição da contabilidade do governo viola a “segurança” e a “estabilidade” das "relações jurídicas” no País.

GREVE– Professores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) entraram em greve ontem. No Campus Petrolina Sede, os professores realizaram uma reunião com representantes de alunos e técnicos para discutir os rumos do movimento e a possibilidade de adesão por parte de outros funcionários.

Perguntar não ofende: Eduardo Cunha terá força para colocar em votação 11 pedidos de impeachment de Dilma?

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando