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Dois dias depois de o presidente Jair Bolsonaro lançar uma ofensiva inédita e elevar a temperatura entre o Palácio do Planalto e o Judiciário entregando ao Senado pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, o decano da corte máxima, Gilmar Mendes afirmou que a 'fabricação artificial de crises institucionais infrutíferas afasta o país do enfrentamento dos problemas reais'.

A estratégia de Bolsonaro inquieta a toga. A cúpula da Justiça reagiu energicamente à pretensão do presidente em tentar tirar Alexandre do caminho cobrando do Senado reação à 'toda e qualquer tentativa de rompimento do Estado de Direito e da ordem democrática'.

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A indicação de Gilmar se deu no perfil do magistrado do Twitter. Sem mencionar o chefe do Executivo, o decano disse que é hora de 'reordenar prioridades'. Gilmar apontou a pandemia da Covid-19, a 'inflação galopante' e a 'paralisação das reformas necessárias' como temas que devem integrar a agenda política.

A referência de Gilmar à 'fabricação artificial de crises institucionais' se dá em meio a um momento de tensão na relação entre os Poderes, principalmente entre o Executivo e o Judiciário. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados fazem ataques sucessivos ao Supremo Tribunal Federal e seus ministros, a Justiça respondeu às inverdades do presidente e seus apoiadores sobre as urnas eletrônicas e as ameaças às eleições 2022.

Alvo do momento de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes tem sob sua relatoria diferentes processos que são sensíveis ao Palácio do Planalto, entre eles inquéritos que miraram recentemente aliados do presidente, como o ex-deputado Roberto Jefferson e o cantor Sérgio Reis - sob suspeita de 'incitar a população a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia' ao lado de empresários do agronegócio. Além disso, Alexandre de Moraes será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral - atualmente chefiado por Luís Roberto Barroso, outro alvo de ataques de Bolsonaro - durante as eleições 2022.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sinalizou que deve rejeitar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, protocolado pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Não antevejo fundamentos para impeachment de ministro do Supremo como também não antevejo em relação a impeachment de presidente da República", disse Pacheco em entrevista a jornalistas na capital paulista.

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O presidente do Senado disse que mantém diálogo com Bolsonaro, apesar da investida do chefe do Planalto. O senador não deixou de fazer críticas, declarando que o Congresso dará "pronta e qualquer resposta a quem queira sacrificar a democracia brasileira".

Ele declarou que vai analisar os critérios técnicos e políticos para decidir sobre o pedido. Pacheco disse que tomará uma decisão "com firmeza e absoluto respeito à democracia". "Não vamos nos render a nenhum tipo de investida que seja para desunir o Brasil. Nós vamos buscar convergir o País, contem comigo para essa união, e não para essa divisão."

Em resposta ao pedido de impeachment apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou na noite desta sexta-feira, 20, uma nota condenando a ofensiva do Planalto. No texto, referendado por todos os ministros da Corte, a instituição diz repudiar "o ato do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, de oferecer denúncia contra um de seus integrantes por conta de decisões em inquérito chancelado pelo Plenário da Corte".

"O Estado Democrático de Direito não tolera que um magistrado seja acusado por suas decisões, uma vez que devem ser questionadas nas vias recursais próprias, obedecido o devido processo legal", enfatiza o texto.

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A nota mostra a coesão dos ministros da Corte em resposta às investidas de Bolsonaro contra os seus integrantes. Notificados ainda na tarde desta sexta, os magistrados aguardaram em silêncio os desdobramentos da ofensiva do presidente. Recentemente, a Corte passou a preconizar respostas institucionais aos ataques de Bolsonaro, em vez de recorrer às tradicionais tentativas de conciliação com o Planalto.

Em ação coordenada com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os ministros do Supremo aprovaram a abertura de dois inquéritos contra Bolsonaro - e uma investigação administrativa na Justiça Eleitoral - por ataques aos ministros da Corte embasados em notícias falsas e distorções da realidade, assim como a divulgação de documentos sigilosos produzidos pela Polícia Federal (PF) durante a investigação de ataque ao sistema do TSE, em 2018.

Os inquéritos em andamento na Corte contra Bolsonaro são relatados por Alexandre de Moraes, alvo do pedido de impeachment apresentado ao Senado Federal. Embora o presidente eleja adversários, o presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, envia mensagens diretas de que ataques a membros da Corte são recebidos como ofensas a todos os integrantes.

"O STF, ao mesmo tempo em que manifesta total confiança na independência e imparcialidade do Ministro Alexandre de Moraes, aguardará de forma republicana a deliberação do Senado Federal’, finaliza a nota.

Na segunda-feira, 20, Fux abriu a sessão de julgamentos na Corte com um aceno à retomada de diálogo com Bolsonaro. O gesto foi acompanhado por um encontro com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas-PI), que tentava amenizar a crise entre os Poderes.

No início do mês, Fux anunciou o cancelamento da reunião entre os líderes dos Três Poderes, alegando que Bolsonaro não estaria disposto a dialogar. O magistrado afirmou que os ataques contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, ambos do TSE, também atingem os demais ministros da Corte.

"Apesar do cancelamento da reunião, o diálogo entre os Poderes nunca foi interrompido. Como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), eu sigo dialogando com os representantes de todos os Poderes. Em relação a uma nova reunião, a questão será reavaliada", disse Fux.

Agora, diante de um "contra-ataque" institucional, como havia prometido o presidente em mensagem encaminhada a aliados e apoiadores convocando-os para manifestações no dia 7 de setembro, as tratativas para restabelecer a harmonia entre os Poderes podem encontrar novas avenças.

Segundo Rodrigo Pacheco, o presidente do STF não impôs condições para realizar uma nova reunião entre os Poderes com a presença de Bolsonaro. *A declaração, todavia, foi dada antes de o presidente consumar a ameaça que vinha fazendo há semanas.

O presidente Jair Bolsonaro protocolou um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Senado. A denúncia tem 102 páginas e denuncia o magistrado por crimes de responsabilidade, pedindo a destituição de Moraes do cargo com inabilitação de oito anos para a função pública.

O chefe do Planalto classificou Moraes como "o verdadeiro censor da liberdade de expressão ao interditar o debate de ideias e o respeito à diversidade, e ao descumprir compromisso expressamente assumido com este Senado Federal." A acusação fica em torno de supostos abusos que Moraes teria cometido no cargo.

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O inquérito das fake news, conduzido por Moraes, é apontado entre os motivos para o pedido de Bolsonaro. O presidente elencou condutas do magistrado, como ter determinado a remoção de conteúdos da internet, busca e apreensão contra autoridades, prisão de parlamentar e afastamento de auditores fiscais, além de acolher despacho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para determinar investigação contra Bolsonaro por ameaça às eleições.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), será o relator da ação movida pelo presidente Jair Bolsonaro para impedir a Corte de abrir investigações sem passar pela Procuradoria Geral da República (PGR).

A ação foi distribuída ao gabinete do ministro por prevenção. Isso porque ele já corre sob sua relatoria uma ação semelhante apresentada pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em junho do ano passado.

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Tanto Bolsonaro quanto o PTB questionam o artigo 43 do regimento interno do Supremo, segundo o qual 'ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição'. A norma foi usada, por exemplo, para instaurar o inquérito das fake news que atingiu a rede bolsonarista e o próprio presidente.

Em dezembro, ao se manifestar sobre a ação do PTB, o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu o não conhecimento do processo. Na ocasião, ele afirmou que o partido tenta rediscutir uma tema já enfrentado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal ao julgar a constitucionalidade do inquérito das fake news, em meados do ano passado.

"Não cabe ADPF para rediscutir a recepção de norma pré-constitucional cuja compatibilidade com a Carta de 1988 já foi afirmada pelo Supremo Tribunal Federal, notadamente quando utilizada com o nítido intuito de desconstituir acórdão prolatado antes do seu ajuizamento e quando inexistente modificação do estado de fato ou ius novum, pertinentes e relevantes, aptos a ensejar a revisão do precedente", escreveu Aras.

O presidente Jair Bolsonaro sugeriu, nesta sexta-feira (20), que pode tomar providências a partir de pedidos feitos por apoiadores nas manifestações marcadas em 7 de setembro. "Teremos uma fotografia para o mundo no dia 7 do que vocês querem. Eu só posso fazer alguma coisa se vocês assim o desejarem", afirmou a simpatizantes na porta do Palácio da Alvorada, sem especificar quais demandas estaria disposto a atender.

A base bolsonarista, de qualquer forma, tem incentivado o presidente a seguir na ofensiva sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e tende a levar bandeiras com ataques ao Judiciário às ruas no feriado da Independência.

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Com o desfile cívico-militar de 7 de setembro cancelado, mais uma vez, em razão da pandemia, Bolsonaro repetiu nesta sexta que estará nas manifestações e confirmou que fará um discurso. "Pretendo usar a palavra, mas não uma palavra de ameaça", afirmou o mandatário.

Em novo capítulo da briga aberta com o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro se insurgiu contra o artigo do regimento interno da Corte Suprema que permite a abertura de investigações de ofício, sem necessidade de aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). A norma foi usada, por exemplo, para instaurar o inquérito das fake news que atingiu a rede bolsonarista e o próprio chefe do Executivo.

Em ação enviada ao STF nessa quinta-feira (19), a Advocacia Geral da União (AGU) pediu a suspensão liminar do texto até o julgamento definitivo do tema no plenário do Tribunal. O documento é assinado pelo ministro-chefe da pasta e pelo próprio presidente. A AGU argumenta que o artigo viola preceitos fundamentais, como os princípios acusatório, da vedação de juízo de exceção e da segurança jurídica.

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O artigo questionado é o 43 do regimento interno da Corte, segundo o qual "ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição". A previsão é atípica, porque a Justiça brasileira preserva o princípio acusatório, ou seja, um órgão apresenta o pedido de investigação e eventualmente uma denúncia, frequentemente o Ministério Público, e outro julga.

O governo argumenta que a norma abre brecha para o acúmulo de funções nas mãos dos ministros. "Ao inserir o Ministro designado em uma posição de juiz apurador, supervisor e curador das funções ministeriais, o artigo 43 do RISTF cria, em contraste ao juiz de garantias, a anômala figura do ‘juiz à margem das garantias'", diz um trecho da ação.

Ao longo de 49 páginas, a AGU cita especificamente o inquérito das fake news e o que chama de "excessos" cometidos durante a investigação criminal conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes. Aberta em março de 2019 para apurar notícias falsas, ofensas e ameaças dirigidas aos integrantes do Supremo Tribunal Federal, a apuração atingiu o Presidente da República, que passou a ser investigado sob o mesmo guarda-chuva que a militância bolsonarista após recorrentes ataques ao sistema eletrônico de votação.

"É preciso encontrar um ponto de equilíbrio reflexivo entre sistema acusatório, devido processo e defesa das instituições, sob pena de, no pretexto de uma legítima defesa de prerrogativas, naturalizar-se o exercício arbitrário das próprias razões", argumenta a AGU.

"A maioria dos vícios que têm sido observados deriva do fato de o Supremo Tribunal Federal ter avalizado o exercício de competência investigatória atípica para muito além da espacialidade da Corte, o que acabou implicando, por via oblíqua, a criação de um tipo ilegítimo de prerrogativa de foro por função da vítima", segue a pasta.

O governo vai até a origem do inquérito para questionar os fundamentos usados em sua abertura. A AGU afirma que não foi indicado "absolutamente nenhum fato concreto" para justificar a investigação, o que teria aberto caminho para a inclusão de novas frentes de apuração junto à linha inicialmente traçada.

"Os atos instauradores do INQ 4781 são inválidos, por não terem circunstanciado nenhum fato, mas apenas classes de fatos, ensejando, assim, que uma miríade de fatos futuros venha a ser posteriormente absorvida ou capturada para o inquérito original", diz a ação.

Outro ponto questionado pelo governo é a possibilidade do presidente do Supremo designar o ministro responsável pela relatoria das investigações abertas com base no regimento interno, sem necessidade de observar a livre distribuição entre o colegiado. Foi assim com o inquérito das fake news, em que o então presidente do STF, Dias Toffoli, escolheu Moraes para conduzir os trabalhos da Polícia Federal.

A ação foi enviada ao Supremo em meio a ameaças de pedidos de impeachment contra os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, que se tornaram alvos preferenciais do presidente desde que ele passou a ser investigado por acusar, sem provas, o sistema eleitoral do País.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), confirmou que irá se reunir amanhã (18) com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, para discutir "o papel de cada Poder em uma crise que se apresenta". O encontro está previsto para acontecer nesta quarta-feira, 18, no Supremo Tribunal Federal, às 13h.

Na tarde desta terça, 17, Pacheco voltou a defender que o diálogo entre os chefes de Poderes e instituições é fundamental para a democracia e para que haja "um minuto de paz no Brasil". Segundo o senador, tanto Congresso, Supremo quanto a Presidência da República têm parcelas de contribuição a desempenhar para a pacificação da sociedade brasileira. Para Pacheco, o esgarçamento das instituições é prejudicial para a retomada econômica do País. "O diálogo com os poderes sempre foi muito bom de minha parte e com o ministro Fux, inclusive. Temos um contato sempre muito frequente", completou.

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Sobre os pedidos de impeachment - anunciados no sábado (14) pelo presidente Jair Bolsonaro contra os ministros da Suprema Corte Luís Barroso e Alexandre de Moraes, mas ainda não protocolados -, Pacheco disse que a Casa irá aguardar a apresentação para se pronunciar. Segundo o presidente do Senado, já há pedidos de impeachment de ministros do STF protocolados no Senado, entretanto, a Presidência da Casa entendeu que não há ambiente político ou justa causa para encaminhamento dos pedidos.

"Vamos aguardar os desdobramentos. Naturalmente que toda a iniciativa do presidente da República deve ser considerada, mas é melhor aguardar que os acontecimentos surjam para que haja o posicionamento formal", afirmou. "Considero que a livre manifestação do pensamento e o direito de petição pertence a todos os brasileiros e a todas as instituições", completou.

A reunião entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi remarcada para esta quarta-feira, 18, às 13h. O encontro deve ocorrer na sede do STF, em Brasília.

A conversa estava inicialmente prevista para esta terça-feira (17), mas foi adiada após as autoridades alegarem problemas na agenda. O encontro vai ocorrer após o presidente Jair Bolsonaro aumentar as ameaças contra o Supremo e pressionar o Senado a abrir um processo de impeachment dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

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Presente na tradicional simulação da Marinha em Formosa, no estado de Goiás, nessa segunda-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reafirmou o compromisso das Forças Armadas com a democracia e sua importância para a 'tranquilidade' entre os Poderes. Ele garantiu que as instituições de Defesa jamais vão motivar qualquer ruptura institucional.

Em discurso aos militares que participaram do treinamento, Bolsonaro afirmou que "jamais nós seremos os motivadores de qualquer ruptura ou medidas que tragam intranquilidade para o povo brasileiro". Apesar de se incluir como integrante das Forças Armadas, o ex-militar acrescentou que elas "são de todos nós. Elas dão suporte aos três Poderes. Qualquer movimento nosso visa exclusivamente a defesa da Pátria".

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O chefe do Executivo destacou que o Brasil é uma potência democrática e ainda comentou que suas poucas horas de sono tranquilo se dão por "saber que em qualquer lugar do Brasil tem um militar atento ao que está acontecendo e pronto para trabalhar pela nossa democracia, pela nossa liberdade, pelas garantias dos Poderes. O Brasil precisa de paz, tranquilidade e harmonia. Precisa que todos, sem exceção, respeite a Constituição".

Apoio ao Haiti

O convite para acompanhar a instrução gerou controvérsia com o desfile de veículos militares em Brasília no dia da votação da PEC do voto impresso na Câmara. Porém, o presidente salientou a importância da operação simulada e disse que o país foi chamado para ajudar na reconstrução do Haiti, que perdeu mais de 1.400 pessoas e soma mais de 2.800 feridos após dois terremotos de 7.2 e 5.9 nesse fim de semana.

"Esse adestramento, feito a mais de 30 anos, passava-se de forma desapercebida. As nossas Forças Armadas têm dado operações práticas no mundo todo, como agora estamos novamente sendo solicitados a uma missão de socorro humanitário no Haiti", comunicou.

Ministros no evento

Além dos correligionários, o presidente foi acompanhado pelos ministros militares da Defesa, Braga Netto, que pressionou divulgou um comunicado para pressionar o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM), e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, que nesta segunda (16) asseverou a possibilidade de intervenção militar pelo art. 142 da Constituição Federal.

A comitiva também foi composta pelo novo ministro da Casa Civil e presidente do PP, Ciro Nogueira, e pelos ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, do Turismo, Gilson Machado.

Em meio às rusgas entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), voltou a pedir estabilidade entre os Poderes para que se possa discutir o crescimento do País. Para ele, as "divergências" precisam ser dirimidas com os mecanismos da democracia, sem risco de ruptura institucional.

"No Congresso Nacional, tenho buscado não cessar o diálogo e dar às divergências entre instituições o trato democrático. Sacrificar preceitos institucionais seria intolerável", afirmou Pacheco nesta terça-feira em evento virtual promovido pelo Santander Brasil. "Nosso trabalho é buscar não acirrar, não jogar lenha na fogueira, mas aparar arestas".

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Na segunda-feira (16), Pacheco já tinha se posicionado a favor da harmonia entre os Poderes, dessa vez nas redes sociais, assim como fez o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). "Fechar portas, derrubar pontes, exercer arbitrariamente suas próprias razões são um desserviço ao País", publicou o presidente do Senado.

Voto impresso

Ainda sobre a estabilidade nacional, a adoção do voto impresso - pivô do mais recente embate entre o Palácio do Planalto e o STF - foi avaliada como "superada" por Pacheco no evento do Santander Brasil, já que a Proposta de Emenda à Constituição que propunha a mudança foi derrotada na Câmara. "Reitero confiança na Justiça Eleitoral, capaz de nos dar processo eleitoral honesto", acrescentou Pacheco, reafirmando seu distanciamento da posição de Bolsonaro. O chefe do Executivo afirma, sem mostrar provas, que o processo eleitoral brasileiro é fraudulento.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta fez neste domingo (15) uma análise dura e preocupante do atual momento pelo qual passa o Brasil. Mandetta foi muito enfático ao afirmar que vê o País muito perto de uma ruptura democrática. O ex-ministro participava no início da noite de "live" organizada pelo Parlatório, grupo que reúne formadores de opinião de todo Brasil. De acordo com ele, a pandemia, que é pano de fundo para a crise econômica em todo o mundo, acirra a crise política no Brasil porque é "agravada por pontos obscuros que tencionam por uma ruptura entre os Poderes".

Ao se referir especificamente à pandemia, o ex-ministro criticou a postura do governo, do qual ele fez parte quando comandava a pasta da Saúde, por ter demorado muito por escolher o caminho das vacinas. Para ele, se a escolha pelo caminho da vacina tivesse sido tomada no tempo ideal, mortes ao longo do primeiro semestre teriam sido evitadas.

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"A boa notícia é que a nossa rede de vacinação confirmou sua eficácia. Temos uma boa capilaridade no sistema saúde", disse Mandetta.

De qualquer forma, segundo o ex-ministro, "devemos atravessar o segundo semestre inteiro tentando aplicar a segunda dose da vacina e lutando contra a variável delta". Mais que isso, continuou o ministro, se aparecer uma cepa da covid-19 resistente às vacinas, o País vai voltar à estaca zero.

No final da sua apresentação, Mandetta deixou uma palavra de alento, ao afirmar que, com a crise sanitária - que é pano de fundo para as crises econômica e política no Brasil - saindo do radar, é possível que o País volte aos níveis de boa convivência do pré-crise.

A postura de Jair Bolsonaro no caso de Daniel Silveira tem a ver, no primeiro plano, com uma busca por bom relacionamento com os demais Poderes e pelo cultivo de uma base radical que pode colocá-lo em um eventual segundo turno da disputa de 2022. "Ao ficar em silêncio, ele não desagrada o setor mais fiel, como também não cria atrito com o STF", analisa o sociólogo e cientista político Paulo Baía, da UFRJ.

Por outro lado, o jogo duplo do presidente - moderado em Brasília e apoiador de radicais nas redes - é um método por meio do qual ele não desperdiça a oportunidade de propagar sua forma de fazer política. É um estilo que exige vigilância permanente, segundo adversários, por causa dos arroubos que o acompanham desde a época nos quartéis. Na avaliação do ex-senador Cristovam Buarque, Bolsonaro tem uma preocupante "vocação autoritária".

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"O silêncio é uma ambiguidade que não merece a confiança dos democratas", disse. "A vocação autoritária faz ele simpatizar plenamente com esse deputado. Não podemos confiar no silêncio dele", ressaltou. "Ele está em silêncio enquanto achar que as instituições têm força."

O silêncio de Bolsonaro agora remete a outro episódio de atrito com o Judiciário, em junho de 2020. O prédio do STF foi alvo de uma chuva de fogos de artifício lançados por grupos de apoiadores do presidente. O ato gerou apreensão em Brasília por receio de escalada da violência contra críticos do governo e das instituições. Uma manifestação de Bolsonaro desencorajando sua claque era esperada na Praça dos Três Poderes, mas não apareceu.

A falta de repreensão incomodou até mesmo auxiliares do governo que trabalham por estabilidade na relação com o Judiciário. O presidente fez ouvidos de mercador e deixou livre a militância. Quando convém, contudo, ele manobra os apoiadores e direciona a narrativa dos militantes nas redes sociais. Foram os gestos dele que transformaram os ex-ministros Sérgio Moro e Luiz Henrique Mandetta de aliados em "traidores" e "marqueteiros", mesmo sem terem rompido ou criticado o presidente enquanto nomeados no primeiro escalão.

Em maio passado, mais uma vez, Bolsonaro deu sinal verde à brutalidade por parte de extremistas. Jornalistas foram agredidos enquanto trabalhavam na cobertura de uma manifestação pró-governo com pautas antidemocráticas e inconstitucionais, em frente ao Palácio do Planalto. O presidente jamais repreendeu publicamente os agressores, nem recomendou que os radicais respeitassem o papel da imprensa livre. Pelo contrário, reiteradamente, ele mesmo incentiva ataques. Na semana passada, em meio à crise sanitária e econômica, apareceu em uma transmissão ao vivo de Eduardo Bolsonaro defendendo o fechamento de jornais.

Eduardo é alvo de duas representações no Conselho de Ética da Câmara. Uma delas, movida pelo PSOL e pela Rede, pede a perda do mandato por entender que ele quebrou o decoro parlamentar ao sugerir um "novo AI-5", se "a esquerda radicalizar". A denúncia está parada há mais de um ano, em razão da suspensão dos trabalhos do colegiado, provocada pela pandemia de covid-19. As reuniões serão retomadas na próxima terça.

Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco, se encontraram com o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (3) e reafirmaram o diálogo entre os Poderes e a prioridade das pautas econômicas e de combate à pandemia.

Para Lira, o encontro é um gesto de harmonia, equilíbrio e de manutenção da independência entre os Poderes. Segundo ele, o Legislativo vai atuar para minimizar o sofrimento da população e auxiliar na reestruturação econômica brasileira. “Vamos manter um clima de harmonia, de muito trabalho e responsabilidade para minimizar os efeitos danosos da pandemia”, afirmou Lira.

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Bolsonaro afirmou que entregou aos presidentes das duas Casas sugestões de pauta com o foco na pandemia, na saúde e na economia. “Trocamos muitas impressões, esse diálogo não começou hoje, já conversávamos durante a campanha. Podem ter certeza que o clima é o melhor possível”, disse Bolsonaro.

Rodrigo Pacheco destacou que a pacificação entre os Poderes é fundamental para a votação de propostas importantes para o País. “O foco principal é o enfrentamento seguro, ágil e inteligente da pandemia com a vacinação, e a recuperação econômica, peço que todos os brasileiros acreditem”, destacou Pacheco.

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*Da Agência Câmara de Notícias

 

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux disse na manhã desta segunda-feira, 5, que não cabe à Corte participar de nenhuma espécie de "pacto federativo". A gestão de seu antecessor, Dias Toffoli, ficou marcada por maior aproximação com os demais Poderes, com direito a "pacto".

"Deve haver um pacto federativo, mas evidentemente o STF não deve participar desse pacto. Não consigo ver o STF participando de pacto federativo. Deve haver um pacto, entre os demais Poderes, para a redução das leis", afirmou.

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Fux participou de almoço com empresários organizado pelo grupo Lide. O encontro ocorreu no Copacabana Palace, na zona sul do Rio. Carioca, o ministro está na presidência do STF desde o mês passado, quando substituiu Toffoli. O novo presidente tem indicado que sua gestão deve ser marcada por maior distanciamento do Planalto, na contramão do entrosamento promovido pelo antecessor.

Ao abordar aspectos do direito econômico, o ministro defendeu o pagamento do auxílio emergencial aprovado durante a pandemia. Apesar do grande valor necessário para cobrir o benefício, Fux afirmou que se trata de uma obrigação de um País que promete igualdade na Constituição.

"Foi exatamente fechar os olhos para a população pobre por anos que nos levou a pagar agora esse auxílio emergencial, que vai ficar na conta da população por muitas gerações", disse. "Mas nós temos o dever de pagar essa conta para pessoas que ficaram para trás num País que promete igualdade de dignidade."

Fux não abordou, na palestra, aspectos mais políticos da Corte. Limitou-se a defender que os ministros decidam de forma mais colegiada, com a diminuição de decisões monocráticas - disse que vai trabalhar nisso durante sua gestão.

Um dos primeiros testes de força do novo presidente, do ponto de vista político, é a indicação do desembargador federal Kassio Nunes Marques à vaga aberta com a aposentadoria do decano Celso de Mello no dia 13. Ao articular a nomeação do magistrado do TRF-1, o presidente Jair Bolsonaro cortejou Toffoli e Gilmar Mendes, deixando Fux de lado. O presidente da Corte ficou contrariado, como mostrou o Estadão.

Se Marques de fato assumir a cadeira, o natural é que ele herde o inquérito que apura suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Fux tem o poder, contudo, de determinar que o caso seja sorteado para outro magistrado.

Em outro momento, quando falava sobre a judicialização da política, o presidente afirmou que a Corte não deveria se sentir obrigada a decidir sobre tudo que lhe perguntam.

"A judicialização da política é uma contradição em termos. O partido perde na arena dele e joga o caso para o Supremo. O STF tem que aprender a decidir não decidir", disse.

Com a paralisação do funcionamento das comissões temáticas do Congresso, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concentraram um poder inédito desde que assumiram o comando das duas Casas. Há quatro meses, cabe exclusivamente a eles decidir tudo o que vai ou não ser votado. Líderes relatam incômodo com a situação e cobram a instalação dos colegiados, onde os debates são mais aprofundados e a pauta não tem interferência de Maia e Alcolumbre.

Ao todo, existem 19,5 mil projetos parados nas 25 comissões permanentes da Câmara. Destes, 1.092 estão prontos para serem votados, ou seja, já foram debatidos e os relatores já deram seus pareceres. No Senado, são outras 2.814 propostas - 628 aguardando a fase de votação. Até pela composição - os colegiados têm, no máximo, 66 parlamentares - os debates são mais detalhados e, muitas vezes, envolvem audiências públicas com pessoas de fora do parlamento chamadas a opinar sobre os mais diversos temas. A votação diretamente no plenário das duas Casas Legislativas pula essa etapa do debate.

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Entre as pautas à espera da volta das comissões estão a PEC que prevê a prisão após condenação em segunda instância, uma agenda da Lava Jato, além de reformas - como a tributária, cuja proposta foi enviada ao Congresso no último dia 21. Uma sessão virtual de debates com o ministro da Economia, Paulo Guedes, está marcada para o próximo dia 5, mas votação mesmo só quando as comissões forem instaladas.

Como revelou a Coluna do Estadão, nesta quarta-feira (29), a paralisação das comissões também comprometeu a prerrogativa do Legislativo de fiscalizar o Executivo. Dos 87 requerimentos de convocação de autoridades do governo, apenas um foi aprovado pelo Senado neste ano - o do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Na Câmara, são 66 pedidos para ouvir autoridades na gaveta.

No Senado, os presidentes das comissões têm mandato de dois anos. Na Câmara é de apenas um ano e, pela primeira vez, a Casa está há cinco meses sem sequer escolher quem vai comandar os colegiados. A eleição deveria ter ocorrido em fevereiro, antes mesmo da suspensão das sessões presenciais.

Limitação

O sistema virtual criado para votações à distância durante a pandemia tem sido usado apenas no plenário, tanto na Câmara quanto no Senado, e virou referência para outros parlamentos no mundo. Os comandos das duas Casas dizem, porém, que não há condições técnicas para expandir seu funcionamento também para as comissões - sem dar detalhes sobre o motivo de o sistema funcionar bem para o plenário, que reúne os 513 deputados e 81 senadores, e não funcionaria para os colegiados, onde os grupos são menores.

O poder maior nas mãos de Maia e Alcolumbre também os favorece na sucessão no comando do Congresso. Enquanto o presidente da Câmara tenta fazer seu sucessor, seu colega no Senado ainda busca uma manobra que lhe permita disputar a reeleição. Para isso, precisará de apoio dos colegas para aprovar uma mudança na lei. Um controle maior da pauta é um instrumento importante de barganha na busca de votos.

Para o deputado Paulo Ganime (RJ), líder do Novo, a ausência dos colegiados gera uma concentração de poder excessivo nas mãos dos presidentes das Casas. "Não há espaço para as pautas que são terminativas em comissões (alguns projetos não precisam ser votados no plenário pelos 513 deputados e 81 senadores; basta deliberação nas comissões). A pauta do plenário sempre dependeu do presidente da Casa", afirmou. "Precisamos avançar em alguns temas importantes, que estão em comissões especiais, como segunda instância, reforma tributária, código brasileiro de energia elétrica, código de processo penal."

"Além dos projetos já aptos para serem pautados, muitos relatores já estão com seus pareceres prontos e, como as comissões não estão funcionando, eles não podem protocolar no sistema", afirmou o deputado Felipe Francischini (PSL-PR), que até o ano passado presidiu a Comissão de Constituição e Justiça.

O apagão das comissões gera no Senado uma fila de 28 indicações de autoridades, entre embaixadores e dirigentes de agências reguladoras. Só de embaixadores, há 22 indicações na gaveta da Comissão de Relações Exteriores, responsável por sabatinar os candidatos. No caso das agências reguladoras, várias estão com diretores provisórios à espera da votação no Senado. Na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo, dos cinco diretores, três são substitutos.

Procurados, Maia e Alcolumbre não quiseram comentar sobre quando os trabalhos das comissões serão retomados. Tanto a Mesa Diretora da Câmara quanto a do Senado foram questionadas sobre a paralisia dos colegiados e a possibilidade de adotar o sistema remoto para a retomada das deliberações, mas também não responderam à reportagem.

Orçamento

O apagão das comissões do Congresso afeta não apenas a tramitações de projetos e propostas de emenda à Constituição, mas também pode impactar o Orçamento da União. A exemplo dos outros colegiados, a Comissão de Orçamento do Congresso (CMO) não foi sequer instalada e não há previsão de quando isso será feito nem de como será seu funcionamento.

O governo tem até o fim de agosto para enviar sua proposta ao Congresso, que precisa votá-la até dezembro. Caso contrário, o País entra em 2021 sem uma previsão de como poderá distribuir os recursos ao longo do ano.

Com a paralisação, alguns prazos poderão ser descumpridos. A apresentação das emendas parlamentares, por exemplo, deve ocorrer no máximo até outubro.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as regras de como o dinheiro público poderá ser gasto, já estourou o cronograma. O projeto foi encaminhado pelo governo em maio e o prazo para sua votação era até o início do mês. Agora, deve ser analisado só quando os trabalhos voltarem.

Diante deste cenário, parlamentares e técnicos da Câmara e do Senado já discutem uma forma de viabilizar as sessões remotas ao menos para a CMO.

Mas nem quem é cotado para encabeçar a discussão sabe dizer ao certo quando isso pode ocorrer. "Está tudo paralisado ainda, nada está sendo discutido. Com a volta das sessões presenciais, as coisas vão se restabelecer aos poucos", afirmou o senador Irajá Abreu (PSD-TO), indicado pelo PSD para relatar a LDO. 

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou, nesta segunda-feira (6), que o Executivo tem uma boa relação com o Superior Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro tem assessores que fazem "ponte" com o Judiciário. O vice-presidente participou de live promovida pelo banco Credit Suisse.

Mourão ponderou, contudo, que o ruído na comunicação com o STF começou com a abertura do inquérito das fake news, que apura notícias falsas contra os membros da Corte. Recentemente, a investigação se voltou contra empresários, blogueiros e militantes aliados ao governo.

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Ao tratar da relação do governo com jornalistas, Mourão afirmou que não adianta querer que a imprensa noticie coisas boas, pois ela irá "anunciar o que abalará estruturas".

Segundo ele, é necessário que Bolsonaro se preserve, pois é o "comandante" e só atua no momento crítico. Com essa postura, segundo ele, haveria uma melhora no relacionamento do governo com a mídia.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, na noite desse domingo (5), que o panorama político no País melhorou, mas ainda não é de harmonia. "Para ter harmonia, precisa acontecer entre todos os entes federados. Ainda não conseguimos essa organização em Brasília. Precisamos de mais união entre os entes federados", disse Maia em entrevista à Globo News.

Ele destacou que o grande desafio no segundo semestre é como colocar a economia em retomada. "O problema da queda da economia não está relacionado ao isolamento, mas ao vírus", afirmou Maia. Ele disse entender a angústia da população neste momento, mas destacou que a segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus pode acontecer e afirmou que não há dados corretos sobre número de pessoas infectadas.

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Maia lembrou que, a despeito da aprovação da reforma da previdência no ano passado, o crescimento projetado para este ano, antes da pandemia, era de menos de 2%. "Então, precisamos entender qual o problema estrutural do País. A gente ainda não viu o prometido crescimento que o Brasil precisa", afirmou.

Em cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, destacaram a importância de entendimento e harmonia entre os Poderes, após semanas de desgaste entre eles. O evento também foi marcado por uma troca de cumprimentos entre Toffoli e o ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, cotado para uma vaga no STF.

Toffoli, Jorge e o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, assinaram um termo para integração dos sites das instituições sobre leis e normas legais ao Portal da Legislação.

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No evento, o presidente do Supremo afirmou que "o Estado é um só, com poderes harmônicos e independentes entre si" e que as iniciativas entre as instituições devem "confluir". "Vossa excelência deu dignidade de ministério para uma das funções mais importantes no Estado brasileiro, que é aquela que trata dos atos normativos e da transparência normativa da Presidência da República. Isso não foi só pela visão de Sua Excelência, mas também pelos méritos do Jorge (Oliveira), que soube conduzir e levar este mérito", afirmou Toffoli, se dirigindo a Bolsonaro.

Jorge Oliveira, por sua vez, relembrou que ministros do STF já ocuparam a mesma posição que ele à frente da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Presidência (SAJ). "Esses colegas de hoje dão continuidade ao trabalho já desenvolvido na Presidência há algum tempo, desde o período em que o nosso presidente do Supremo, Dias Toffoli, passou pela SAJ. Antes, o ministro Gilmar Mendes também plantou algumas sementes que nós colhemos aqui os frutos e damos continuidade com isso", afirmou o ministro.

No discurso, Bolsonaro declarou que o acordo de cooperação assinado nesta quinta é um "entendimento" entre os Poderes e "bem revela o momento que vivemos no Brasil". "Eu costumo sempre dizer quando estou com o Toffoli, com o (Davi) Alcolumbre, (Rodrigo) Maia, que somos pessoas privilegiadas. O nosso entendimento, sim, no primeiro momento, é que pode sinalizar que teremos dias melhores para o nosso país. Obviamente entra mais gente nesse entendimento, deputados, senadores, os demais ministros do Supremo, nossos colegas do STF, servidores", disse Bolsonaro.

O presidente da República também falou que somente "com paz, tranquilidade e sabendo da nossa responsabilidade" será possível colocar o Brasil "naquele lugar que todo mundo sabe que ele chegará". "Se Deus quiser, o nosso governo dará um grande passo nesse sentido. Obrigado a todos pelo entendimento, pela cooperação e pela harmonia", afirmou.

Nos últimos dias, Bolsonaro tem adotado uma postura mais discreta e evitado entrar em polêmicas com outros Poderes ou autoridades. Desde a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador e filho do mandatário, Flávio Bolsonaro, o presidente diminuiu a intensidade das conversas com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Na semana passada, o presidente fez um gesto ao Supremo com a demissão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, que é alvo do inquérito das fake news na Corte. Weintraub passou por um processo de desgaste com os ministros do STF. Em vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, ele aparece chamando os magistrados de "vagabundos" e defende mandá-los para a prisão.

No fim de maio, Bolsonaro elevara o tom ao comentar operação autorizada pelo STF e realizada pela Polícia Federal, no âmbito do inquérito das fake news que teve como alvo bolsonaristas. "Acabou, porra", disse o presidente na ocasião.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, defendeu nesta segunda-feira (22) que, com "paz e harmonia" entre os Poderes e foco no "bem-estar" da população, o Brasil será colocado em local de destaque que merece. A declaração ocorre em meio à tensão com o Supremo Tribunal Federal (STF), que nos últimos dias determinou uma série de medidas que afetam o governo e seus aliados. Bolsonaro admitiu ainda que a imagem do Brasil no exterior "não está muito boa", mas atribui à "desinformação".

"E nós, em paz e harmonia, com bom entendimento entre os Poderes, todos focados realmente no bem-estar da nossa população e nos anseios da mesma temos certeza que colocaremos o Brasil no local de destaque que ele bem merece", disse Bolsonaro na estreia do canal Agro+, da Band TV, em cerimônia na sede da emissora em Brasília.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes estava presente. Na fala, o presidente ainda fez um afago a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Em tom de brincadeira, disse que a ministra ainda ficaria mais 20 anos no cargo. "Nossa garota do agronegócio, se Gilmar (Mendes) permitir, ela vai ter estabilidade no ministério", disse.

Congresso

O presidente afirmou acreditar que o Executivo acertou na relação com o Congresso nos últimos dois meses. O período marca justamente a aproximação do Planalto com partidos do bloco conhecido como Centrão, que tem conseguido emplacar nomes para cargos no Executivo. "Passamos a conversar com praticamente todos os partidos", afirmou.

No evento também estava presente o novo ministro das Comunicações, deputado Fábio Faria (PSD-RN). A pasta foi recriada por Bolsonaro após a divisão da pasta comandada por Marcos Pontes, militar da reserva.

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