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O presidente Joe Biden disse nesta terça-feira (21) que a Ucrânia nunca será uma vitória para a Rússia e prometeu que os Estados Unidos e seus aliados continuarão apoiando Kiev no conflito.

As declarações foram dadas durante um discurso para uma multidão no Castelo de Varsóvia, na Polônia, por ocasião do primeiro aniversário da invasão, em 24 de fevereiro.

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"Acabei de voltar de uma visita a Kiev e posso dizer que ela continua forte. Está de pé e, o mais importante, continua livre", afirmou Biden, que fez uma viagem surpresa à capital ucraniana na última segunda (20).

"A Ucrânia jamais será derrotada pela Rússia, jamais", ressaltou o líder americano, acrescentando que os "autocratas devem ser combatidos", em referência a seu homólogo Vladimir Putin.

De acordo com Biden, os EUA e seus aliados continuarão "defendendo a democracia a qualquer custo". "Putin ainda duvida de nossa capacidade de resistir, mas jamais nos cansaremos", prometeu.

O democrata ainda acusou Moscou de cometer "crimes contra a humanidade sem vergonha ou remorso" na Ucrânia, de "alvejar civis com morte e destruição" e de usar o "estupro como arma de guerra". "Ninguém consegue tirar os olhos das atrocidades que a Rússia está cometendo", destacou.

Biden também negou que os EUA queiram "destruir a Rússia", rebatendo uma declaração de Putin em seu discurso sobre o estado da nação, realizado horas antes. "Os EUA e os países da Europa não querem controlar ou destruir a Rússia. O Ocidente não conspirava para atacar a Rússia, como Putin disse hoje", enfatizou.

Além disso, alertou Moscou sobre eventuais ataques contra membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). "Não duvide: o compromisso dos EUA com a aliança é sólido como uma rocha. Todo membro da Otan sabe disso, e a Rússia sabe disso. Um ataque a um é um ataque a todos. É um juramento sagrado", disse ele.

Da Ansa

O presidente russo, Vladimir Putin, negou nesta quinta-feira (27) ter a intenção de usar armas nucleares na Ucrânia. "Não vemos necessidade disso", disse, em conferência com especialistas em política internacional estrangeira. "Não tem nenhum sentido isso, nem político nem militar."

Ele falou que seu aviso anterior de que estaria pronto para usar "todos os meios disponíveis para proteger a Rússia" não foi uma ameaça, mas apenas uma resposta às declarações de países do Ocidente sobre a possibilidade de usarem armas nucleares. Putin mencionou especificamente a ex-premiê britânica Liz Truss, que havia dito que estaria pronta para usar esse tipo de bomba se assumisse o cargo.

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Putin reiterou as alegações sem provas de que a Ucrânia estaria planejando forjar um ataque de bandeira falsa com uma bomba radioativa para incriminar a Rússia. O presidente ainda acusou os Estados Unidos e seus aliados de tentarem ditar seus termos a outros países em um jogo de dominação "perigoso, sangrento e sujo". "O Ocidente não consegue mais ditar sua vontade sobre a humanidade mas continua tentando, enquanto a maioria das nações não quer mais tolerar isso", afirmou.

O líder acrescentou que a Rússia não é a inimiga do Ocidente, mas que vai continuar a se opor à suposta ditadura das elites neoliberais ocidentais, acusando-as de tentar reprimir o país.

A Coreia do Norte testou um novo sistema de armas sob a supervisão do líder Kim Jong Un para melhorar a eficácia de suas "armas nucleares táticas", encerrando as comemorações do nascimento do fundador da pátria.

A nova "arma tática guiada" é de "grande importância para melhorar o poder de fogo das unidades de artilharia de longo alcance da linha de frente e melhorar a eficiência da operação de armas nucleares táticas", afirmou a agência de notícias oficial KCNA.

Analistas estrangeiros e serviços de inteligência esperavam que um teste nuclear coincidisse com o 110º aniversário na sexta-feira do nascimento de Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder.

No entanto, nesse dia, o aniversário foi comemorado com uma enorme marcha de civis, fogos de artifício e coreografias sincronizadas, mas sem nenhum tipo de desfile ou manifestação militar.

A agência KCNA não especificou a data do teste supervisionado por Kim Jong Un, que deu à equipe de pesquisa militar "instruções importantes para aumentar as capacidades defensivas e combater as forças nucleares".

Este teste dá continuidade a uma série sem precedentes de testes de armas pela Coreia do Norte este ano, incluindo o lançamento de seu primeiro míssil balístico intercontinental de alcance total desde 2017.

O anúncio ocorre na véspera do início dos exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, que irritaram Pyongyang.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse ter detectado dois projéteis lançados na noite de sábado, que voaram 110 km a uma altura de 25 km, viajando a quatro vezes a velocidade do som, acrescentou.

Os Estados Unidos disseram estar cientes da "declaração da Coreia do Norte de que realizaram um teste de sistema de artilharia de longo alcance" e o estão monitorando, afirmou um porta-voz do Pentágono.

Fotos publicadas pelo jornal oficial Rodong Sinmun mostram um Kim Jong Un sorridente, cercado por oficiais uniformizados e aplaudindo enquanto observava o disparo da arma, segundo o jornal.

Analistas observaram que a arma parecia ser um novo míssil balístico de curto alcance, mas não a subestimaram.

"Este é o primeiro sistema de armas nucleares táticas da Coreia do Norte, ao que parece", disse Ankit Panda, pesquisador do Carnegie Endowment for International Peace.

Pyongyang realizou seis testes de armas nucleares desde 2006. O último e mais poderoso foi em 2017 com uma bomba de hidrogênio de 250 quilotons.

Essa retomada do programa atômico era previsível por analistas após a publicação de imagens de satélite que mostravam atividade na instalação nuclear de Punggye-ri, que a Coreia do Norte disse ter demolido em 2018 antes da primeira cúpula entre Kim e Trump.

Com o novo teste, os especialistas acreditam que Pyongyang está procurando reduzir suas ogivas atômicas para carregar seus mísseis balísticos intercontinentais.

Uma pergunta frequente desde o início da invasão russa da Ucrânia é se Moscou poderia usar suas armas nucleares táticas em uma área muito limitada, o que quebraria um tabu que existe desde 1945.

A hipótese ressurgiu logo após o início das hostilidades, quando o líder russo Vladimir Putin disse ter ordenado a seus generais "colocar as forças de dissuasão do exército russo em alerta especial de combate".

E o chefe da CIA, William Burns, acaba de tocar no assunto novamente, falando do potencial recurso de Moscou a armas nucleares táticas ou de baixa potência.

"É possível que o presidente Putin e os líderes russos entrem em desespero, levando em conta os contratempos que sofreram até agora do ponto de vista militar", argumentou, embora admita "não ter encontrado sinais concretos (... ) que poderiam agravar" as preocupações ocidentais a esse respeito.

Uma arma nuclear tática, com carga explosiva menor que uma arma nuclear estratégica, é transportada por um veículo lançador com alcance inferior a 5.500 km.

"Existe um risco real. (Os russos) precisam desesperadamente de vitórias militares para transformá-las em alavancas políticas", disse à AFP Mathieu Boulègue, do centro de análise britânico Chatham House.

"A arma química não mudaria a rumo da guerra. Uma arma nuclear tática que destruiria uma cidade ucraniana, sim. Improvável, mas não impossível. E nesse caso, seriam 70 anos de teoria da dissuasão nuclear caindo."

Mas ainda há um grande passo entre o risco e a realidade.

A doutrina russa é objeto de debate. Alguns especialistas e militares, especialmente em Washington, sustentam que Moscou abandonou a doutrina soviética de não usar a arma nuclear primeiro.

As opções de Moscou agora incluiriam a teoria da "escalada para desescalada", ou seja, usar a arma em proporções limitadas para forçar a Otan a recuar.

- 1.588 ogivas implantadas -

Mas declarações russas recentes colocaram essa interpretação em dúvida. Moscou só usaria a arma nuclear na Ucrânia se houvesse uma "ameaça existencial" contra a Rússia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citando um dos pontos da doutrina oficial russa.

Do ponto de vista técnico, Moscou está bem equipada. De acordo com o Boletim dos Cientistas Atômicos, "1.588 ogivas nucleares russas estariam implantadas", incluindo 812 em mísseis terrestres, 576 em mísseis submarinos e 200 em bombardeiros. Pouco menos de 1.000 cabeças estão armazenadas.

Para Pavel Luzin, analista do 'think tank' Riddle, com sede em Moscou, a Rússia poderia usar uma arma nuclear tática "para desmoralizar um adversário, para impedir que o inimigo continue lutando". O objetivo é antes de tudo "demonstrativo", acrescenta à AFP.

"Mas se o adversário quiser continuar lutando, pode ser usado de forma mais direta".

De fato, as ameaças podem ser minimizadas nos altos escalões, mas têm um efeito: o risco não pode ser totalmente descartado.

- Grande custo político -

"Em caso de impasse ou humilhação, é possível imaginar uma escalada vertical. Faz parte da cultura estratégica russa intimidar e cavar fundo para reduzir a escalada", disse um alto funcionário francês, sob condição de anonimato. "Putin não entrou nesta guerra para perdê-la", acrescenta.

Outros preferem acreditar que o tabu absoluto permanece. Se Putin decidir destruir uma única cidade ucraniana para mostrar sua determinação, a área ficaria potencialmente desprovida de vida humana por décadas.

"O custo político seria monstruoso. Eles perderiam o pouco apoio que lhes resta. Os indianos recuariam, os chineses também", disse à AFP William Alberque, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).

"Não acho que Putin fará isso", acrescenta. O fato é que, fora a questão ucraniana, a Rússia não gozaria hoje do status de superpotência militar sem armas nucleares. O país não representaria tal ameaça apenas com suas forças convencionais.

Desde o início do conflito na Ucrânia, a Rússia demonstrou uma imensa capacidade de destruição, mas ao mesmo tempo mostrou verdadeiras fraquezas táticas, operacionais e logísticas.

Deixando promessa eleitoral de lado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, abraçou a tradicional postura de Washington de usar a ameaça de uma resposta nuclear para deter perigos nucleares ou convencionais, segundo fontes do governo americano. Durante a campanha eleitoral de 2020, Biden prometeu trabalhar por uma política pela qual o único objetivo do arsenal nuclear dos EUA seria deter ou responder a um ataque nuclear inimigo.

Sob pressão de aliados, Biden decidiu esta semana que o "papel fundamental" do arsenal nuclear americano será deter ataques nucleares. A expressão, no entanto, deixa aberta a possibilidade de que armas nucleares sejam também utilizadas em "circunstâncias extremas" para impedir ataques convencionais, com armas químicas ou biológicas e até mesmo ciberataques, disseram as fontes.

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A nova orientação vem num momento em que Biden se reúne com aliados na Europa, numa tentativa de manter uma frente ocidental unida contra a invasão da Ucrânia pela Rússia e em meio a temores de aliados de que Moscou possa recorrer a armas nucleares ou químicas.

Procurada pelo The Wall Street Journal, uma porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA se recusou a comentar o assunto. Fonte: Dow Jones Newswires.

Vladimir Putin pretende realmente usar armas nucleares em sua guerra contra a Ucrânia? A escalada sem retorno parece distante da realidade do conflito, mas as ameaças fazem parte da lógica da tática recente do presidente russo.

Analistas e especialistas ocidentais consultados pela AFP neste domingo acreditam que as declarações de Putin sobre o alerta da dissuasão nuclear é puro blefe, mas, ao mesmo tempo, um jogo perigoso que mostra a sua frustração diante da resistência militar ucraniana.

- Verdadeira ameaça falsa -

O presidente russo disse que havia ordenado "colocar as forças de dissuasão em alerta especial de combate", o que gerou fortes protestos no Ocidente. Mas os especialistas lembraram que parte dos arsenais nucleares, tanto da Rússia quanto da Otan, está permanentemente pronta para o uso imediato.

"Eles podem ser ativados em 10 minutos", ressaltou Marc Finaud, especialista do Centro de Políticas de Segurança de Genebra (GCSP). "São ogivas já colocadas em mísseis (em terra ou submarinos), ou são bombas que já estão a bordo" de aviões de ataque.

Em artigo publicado recentemente no "Boletim dos Cientistas Atômicos", os especialistas Hans Kristensen e Matt Korda afirmam que cerca de 1.600 ogivas nucleares estão instaladas e prontas para o uso. "Como as forças estratégicas russas estão sempre em alerta, a verdadeira pergunta é se prepararam mais submarinos ou armaram os bombardeiros", tuitou Kristensen neste domingo.

- Dobrar a aposta -

Os analistas evocam em uníssono um passo à frente provocado pela situação militar. "Há uma frustração russa com a resistência ucraniana", observou David Khalfa, pesquisador da Fundação Jean Jaurès, em Paris. Em última análise, o perigo para Putin não é entrar em um confronto de alta intensidade, "mas uma lógica de guerrilha urbana, com alta probabilidade de baixas do lado dos soldados russos".

Eliot Cohen, especialista do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) em Washington, também acredita que Moscou tenha subestimado a capacidade de resistência da Ucrânia.

"O fato de eles não terem superioridade aérea é bastante revelador", comentou o especialista. "Começamos a ver a fragilidade no campo de batalha. Não foram capazes de ocupar uma cidade e mantê-la."

- Objetivo político -

Nesse contexto, e à medida que a ajuda e as doações ocidentais fluem para a Ucrânia, as declarações de Putin parecem um desejo de minar a solidariedade de seus adversários.

"Putin é um jogador, alguém que se arrisca. Tenta nos testar psicologicamente", diz Eliot Cohen. "O aspecto psicológico é fundamental", confirma David Khalfa, destacando a tentativa do presidente russo de "dissuadir os ocidentais de irem além nas sanções econômicas".

Segundo o pesquisador, “o mundo inteiro se une à bandeira ucraniana e há esse desejo de abrir uma brecha entre os governos da aliança e a opinião pública ocidental. Mas na opinião de todos que conheceram Putin, ele se isolou, preso em uma lógica paranoica. É um pouco preocupante, é impossível ler sua estratégia".

- Princípio russo de dissuasão -

As verdadeiras intenções do chefe de Estado russo se tornam ainda mais ilegíveis porque essas declarações contradizem a doutrina russa de dissuasão.

Em junho de 2020, lembram Hans Kristensen e Matt Korda, Putin havia aprovado os "princípios básicos", com quatro cenários que justificavam o uso do armamento nuclear: lançamento de mísseis balísticos contra a Rússia ou um aliado, uso de arma nuclear por um adversário, ataque a um sítio de armas nucleares ou agressão que ponha em risco "a própria existência do Estado". Nada disso acontece hoje.

Quanto ao seu posicionamento internacional, a Rússia havia assinado em janeiro, com os outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, França e Grã-Bretanha), um documento no qual reconhecia que "não se pode vencer uma guerra nuclear" e insistia em que "enquanto essas armas existirem, elas devem servir a fins defensivos, dissuasivos e de prevenção de guerras".

As declarações de Putin mostram "a ambiguidade, senão a hipocrisia, desse tipo de declaração", lamentou Marc Finaud. Mas mesmo que o apocalipse não esteja no roteiro do que acontece na Ucrânia, “sempre existe o risco de erro ou falha, de má interpretação, ou mesmo de manipulação. E esse risco hoje é muito elevado”, ressaltou o especialista.

O papa Francisco pediu nesta segunda-feira (10) à comunidade internacional para "continuar os esforços" para vacinar a população e combater a difusão de "notícias sem fundamento" sobre o coronavírus, além de criticar a posse de armas nucleares.

"É importante que os esforços continuem para imunizar a população o máximo possível. Isso requer um compromisso múltiplo a nível pessoal, político e da comunidade internacional em seu conjunto", afirmou o pontífice em seu tradicional discurso no início do ano ao corpo diplomático.

O papa também condenou a propagação de "notícias sem fundamento" e convidou todos a imporem "uma cura da realidade" diante da pandemia de coronavírus.

"Infelizmente, cada vez mais constatamos como vivemos em um mundo de fortes contrastes ideológicos. Muitas vezes nos deixamos influenciar pela ideologia do momento, geralmente baseada em notícias sem fundamento ou em fatos pouco documentados", disse a embaixadores e representantes dos 183 países credenciados à Santa Sé.

"A pandemia nos impõe uma espécie de 'cura da realidade', que requer enfrentar o problema e adotar os remédios adequados para resolvê-lo", alertou o pontífice.

"As vacinas não são instrumentos mágicos de cura, mas representam certamente, junto aos tratamentos que estão sendo desenvolvidos, a solução mais razoável para a prevenção da doença", explicou.

O pontífice argentino, de 85 anos, se pronunciou várias vezes a favor das campanhas de vacinação contra a covid e voltou a pedir "que as regras monopólicas não constituam mais obstáculos à produção e a um acesso organizado e coerente aos tratamentos a nível mundial".

- "Mundo sem armas nucleares" -

O papa também manifestou hoje sua "preocupação" com a produção de armas nucleares e reiterou que sua posse é "imoral", após pedir a retomada das negociações sobre este assunto com o Irã.

"Entre as armas que a humanidade produziu, as nucleares são motivo de preocupação especial", afirmou o papa.

"Um mundo sem armas nucleares é possível e necessário", acrescentou o pontífice ao mencionar a X Conferência para a Revisão do Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares que estava prevista em Nova York e foi adiada devido à pandemia.

"A Santa Sé continua insistindo que as armas nucleares são instrumentos inadequados para responder às ameaças à segurança no século XXI e que sua posse é imoral", afirmou.

"Seu uso, além de produzir consequências humanitárias e ambientais catastróficas, ameaça a própria existência da humanidade", destacou.

Para o pontífice argentino, é de "suma importância" que sejam retomadas as negociações sobre o acordo nuclear com o Irã.

As negociações para salvar o acordo de 2015 e evitar que o Irã desenvolva armas atômicas foram retomadas em novembro de 2021 em Viena, após uma pausa de cinco meses.

Os países com armas nucleares aumentaram, no ano passado, os gastos com seus arsenais em 1,4 bilhão de dólares, enquanto a pandemia causou estragos humanos e econômicos em todo o mundo, informa um relatório de ativistas publicado nesta segunda-feira (6).

Em um relatório recente, a Campanha Internacional pela Abolição das Armas Nucleares (ICAN) detalhou como os nove países com essas armas continuaram a aumentar seus gastos.

"À medida que leitos hospitalares se enchiam de pacientes (...) nove países descobriram que tinham mais de US $ 72 bilhões disponíveis para armas de destruição em massa", critica o relatório.

Isso representa um aumento de US $ 1,4 bilhão (€ 1,2 bilhão) em relação aos gastos de 2019, disse a ICAN, uma organização que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2017.

De acordo com o relatório, os Estados Unidos gastaram mais da metade do valor total, cerca de US $ 37,4 bilhões, o que é cerca de 5% de seus gastos militares em 2020, observa o documento.

De acordo com estimativas da ICAN, acredita-se que a China tenha gasto cerca de US $ 10 bilhões e a Rússia US $ 8 bilhões.

Se considerados os nove países juntos, que também incluem Reino Unido, França, Índia, Israel, Paquistão e Coreia do Norte, mais de US $ 137 mil foram gastos a cada minuto em 2020, acrescenta.

O aumento também ocorreu quando um tratado defendido por esta ONG para abolir as armas nucleares recebeu sua 50ª ratificação, o que levou à sua entrada em vigor em janeiro.

O relatório também destaca como os governos deram cada vez mais dinheiro às empresas do setor de defesa, que por sua vez colocaram mais dinheiro em grupos de lobby para aumentar os gastos.

De acordo com a ICAN, para cada dólar investido no ano passado para pressionar os governos a gastar mais em defesa, US $ 236 voltaram para as empresas na forma de contratos de armas nucleares.

Mais de 20 empresas que fabricam armas nucleares se beneficiaram do negócio no ano passado por meio de contratos existentes ou novos.

Onze empresas ocidentais faturaram US $ 27,7 bilhões, de acordo com o relatório.

As principais empresas beneficiadas foram Northrop Grumman, General Dynamics, Lockheed Martin, Raytheon Technologies e Draper.

No último domingo (13), diversos órgãos ligados ao governo dos Estados Unidos sofreram um ataque hacker que pode ter comprometido informações importantes do país. Um dos sistemas atacados pertence ao Departamento de Energia e Segurança Nacional Nuclear dos EUA, que controla, entre outros elementos, o arsenal nuclear do país norte-americano.

De acordo com o site Politico, o próprio departamento conseguiu coletar evidências que confirmam o acesso não autorizado às suas redes internas. O acesso teria sido possível por meio de um código embutido em um software da SolarWinds, companhia que prestava serviço a diversos órgãos afetados. 

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No total, a ação afetou ao menos seis agências governamentais em três estados norte-americanos. A porta-voz do Departamento de Energia, Shaylin Hynes, afirmou em comunicado oficial que até o momento, o malware teria atingido apenas redes de trabalho, sem afetar funções essenciais de segurança. Apesar disso, foi possível armazenar dados e ver comunicação por e-mails de usuários das plataformas internas.

Possível alvo dos cibercriminosos, a Microsoft também afirmou ter encontrado códigos maliciosos em seu sistema, o que pode apontar que a gigante dos computadores também seria uma vítima em potencial.  A empresa emitiu uma nota informando que mais de 40 grandes clientes em todo o mundo foram afetados pelo ataque, 80% deles nos Estados Unidos. 

O órgão mais atingido foi a Comissão Federal de Regulamentação de Energia (FERC), porém, o Departamento de Tesouro, de Segurança Interna e do Comércio, a Administração Nacional de Telecomunicações e outras agências federais também foram afetadas. A Rússia foi apontada como possível base dos hackers, mas o país negou participação no ataque. 

O papa Francisco retornou nesta terça-feira para Roma após uma viagem ao Japão, onde fez críticas à bomba atômica e expressou dúvidas sobre o uso civil da energia nuclear.

O principal momento da viagem de quatro dias foi o emotivo encontro em Nagasaki e Hiroshima com os sobreviventes das bombas atômicas lançadas sobre estas cidades em 1945.

Francisco chamou de "crime" o uso da energia atômica para fins militares e condenou a ideia de que a bomba atômica pode dissuadir os ataques.

O pontífice cumprimentou um por um os sobreviventes dos ataques a Hiroshima e Nagasaki, conhecidos como "hibakusha".

"Aqui, de tantos homens e mulheres, dos seus sonhos e esperanças, no meio de um clarão de relâmpago e fogo, nada mais ficou além de sombra e silêncio", afirmou o papa em Hiroshima, onde em 6 de agosto de 1945 foi lançada pelos Estados Unidos uma bomba atômica pela primeira vez na história.

A denúncia do horror da guerra e das armas é um discurso recorrente dos papas.

Mas uma rejeição clara à teoria da dissuasão nuclear constitui uma ruptura com o passado. Na ONU em 1982, João Paulo II definiu esta doutrina como um mal necessário "nas condições atuais".

Francisco critica de forma geral "a corrida armamentista, que desperdiça recursos preciosos".

Durante a visita, o pontífice ouviu os depoimentos de sobreviventes das bombas atômicas, que falaram sobre as terríveis sequelas físicas e psicológicas.

Na segunda-feira, o papa consolou as vítimas da catástrofe de 11 de março de 2011 no nordeste do Japão, que chamou de "desastre triplo" (terremoto, tsunami, acidente nuclear).

Na data, um terremoto submarino provocou uma onda gigante que matou mais de 18.500 pessoas e atingiu a central de Fukushima, o que gerou o pior acidente nuclear da história depois de Chernobyl (Ucrânia) em 1986.

Francisco citou a preocupação com o uso da energia atômica e pediu uma mobilização maior para ajudar as 50.000 pessoas desabrigadas pela contaminação nuclear na região.

Na segunda-feira, ele teve um encontro com jovens, celebrou uma missa para 50.000 pessoas em Tóquio e se reuniu com o novo imperador do Japão, Naruhito, assim como o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

Apesar de sua oposição à pena de morte, Francisco não disse nada sobre o tema de forma pública, durante a viagem ao Japão, onde a pena capital ainda é praticada.

Na viagem pela Ásia, o líder da Igreja Católica também visitou a Tailândia, um país que, como o Japão, possui uma comunidade católica ultraminoritária (menos de 0,6% da população nas duas nações).

O Papa Francisco partiu nesta terça-feira (19) rumo à Tailândia, primeira etapa de sua 32ª viagem internacional, que inclui o Japão, e ao longo da qual defenderá o diálogo inter-religioso e o desarmamento nuclear.

O avião decolou de Roma às 19h locais (15h em Brasília) e deve aterrissar na quarta-feira, em Bangcoc, em torno do meio-dia local (2h em Brasília), após 11 horas de voo.

O primeiro papa jesuíta da história viaja para dois territórios evangelizados por missionários da Companhia de Jesus em meados do século XVI e com minorias católicas. No primeiro, a maioria é budista e, no segundo, xintoísta.

O papa percorrerá 27.200 quilômetros e pronunciará 18 discursos e homilias, todos em espanhol, informou a assessoria de imprensa da Santa Sé.

Esta será sua quarta viagem ao continente asiático, após ter visitado a Coreia, em 2014; Sri Lanka e Filipinas, em 2015; e Mianmar e Bangladsh, em 2017.

Com esta viagem, Francisco totaliza 51 países visitados desde o início de seu pontificado, afirmou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.

Na aeronave, o papa enviará telegramas para as autoridades dos territórios por onde sobrevoará, entre eles Hong Kong, Taiwan e China.

Durante sua estada na capital tailandesa, Bangcoc, o pontífice estará acompanhado de sua prima Ana Rosa Sivori, missionária na Tailândia por mais de 50 anos. Ela será sua intérprete.

Francisco, de 82 anos, chega amanhã, mas o programa de visitas começará apenas no dia seguinte, quinta-feira, para que possa repousar.

Antes de sua partida, o papa elogiou a natureza "multiétnica" da Tailândia, considerada exemplo para toda região e afirmou que pretende promover o diálogo entre as religiões, buscando "fortalecer os laços de amizade" com os budistas.

Na quinta-feira, dia 20, ele vai-se reunir com o rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, e outras autoridades, assim como com importantes líderes de outras religiões, como o patriarca supremo da ordem dos monges budistas, Somdej Phra Maha Muneewong.

Como costuma fazer durante suas viagens, ele vai celebrar uma missa em um estádio para a comunidade católica, que representa 0,59% em um país de quase 66 milhões de habitantes.

No sábado, dia 23, o pontífice segue para o Japão, um país que desejava conhecer desde a época em que era um jovem seminarista.

O ápice da visita será no domingo, dia dedicado a Nagasaki e a Hiroshima, as duas cidades atacadas há 74 anos com bombas atômicas americanas e que causaram a morte de 74.000 e 140.000 pessoas, respectivamente.

Nestas cidades, símbolos do horror da guerra, o papa argentino prestará uma comovente homenagem às vítimas dos primeiros e únicos ataques atômicos da história e suplicará ao mundo pela eliminação total das armas nucleares.

"Usar armas nucleares é imoral", clamou o papa antes de embarcar.

Mais de 10 milhões de assinaturas foram recolhidas para um documento solicitando que países façam parte de um acordo da Organização das Nações Unidas que proíbe o desenvolvimento e posse de armas nucleares.

Um grupo, que inclui o Nihon Hidankyo — a Confederação do Japão das Organizações de Vítimas das Bombas Atômica e de Hidrogênio —, vem recolhendo as assinaturas com o objetivo de convencer as nações a se juntarem ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, que foi adotado em 2017.

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Durante uma coletiva de imprensa realizada ontem (30), o grupo informou que o número de assinaturas tanto do Japão quanto internacionais chegaram a 10,5 milhões. O grupo também divulgou que, ainda no início de outubro, uma delegação será enviada em visita à sede das Nações Unidas em Nova York para apresentar a lista ao presidente do comitê responsável por discutir questões que incluem o desarmamento.

Até o momento, 32 países ratificaram o pacto, fazendo com que sejam necessárias outras 18 ratificações para que ele entre em efeito. O Japão não assinou o tratado, argumentando que ele não apresenta um método realístico para se alcançar o desarmamento nuclear. Nenhum dos países com capacidade nuclear faz parte do acordo.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou nesta segunda-feira o Irã de ter construído e destruído um sítio nuclear secreto.

O Irã destruiu o local localizado perto da cidade de Abadeh (sul) em julho, depois de descobrir que Israel o havia detectado, afirmou Netanyahu, falando à Jerusalém, uma semana de eleições parlamentares importantes para sua sobrevivência política.

"Hoje revelamos que o Irã tem outro sítio nuclear secreto", disse o chefe do governo teatralmente, alegando que a revelação foi baseada em documentos iranianos originais obtidos por Israel no ano passado.

Por muitos anos, Israel acusou o Irã de tentar fabricar armas nucleares, apesar das repetidas negações de Teerã.

Em 2018, Netanyahu já havia dito que Israel tinha "evidências conclusivas" de um plano secreto que o Irã poderia ativar a qualquer momento para obter a bomba atômica.

Ele disse ter "cópias exatas" de dezenas de milhares de documentos iranianos originais obtidos pelo preço de "um tremendo sucesso no campo da inteligência".

Também disse que os mesmos "arquivos" iranianos revelaram a identidade de outro local estratégico, ao sul de Isfahan, uma cidade no centro do Irã.

"Neste site, o Irã realizou experimentos para desenvolver armas nucleares (...) mas, quando percebeu que tínhamos descoberto este local, eis o que eles fizeram: o destruíram, eles o removeram do mapa ", acrescentou Netanyahu.

E lançou: "Israel sabe o que você faz, Israel sabe quando você faz e Israel sabe onde você está fazendo".

O primeiro-ministro israelense é um forte oponente do acordo nuclear iraniano, do qual a administração americana de Donald Trump, um aliado próximo de Netanyahu, se retirou.

Atualmente, ele está na corrida final de uma campanha eleitoral árdua para mantê-lo no comando do governo nas eleições de 17 de setembro.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, lamentou na quarta-feira, 4, o fato de seu país não dispor de armas nucleares. "Há quem tenha mísseis com ogiva nuclear e não uma ou duas peças. Mas eu não deveria tê-las, dizem. Isso eu não posso aceitar", disse Erdogan durante discurso em um fórum econômico. "Já não resta praticamente nenhum país desenvolvido que não tenha mísseis com ogiva nuclear. Todos as têm."

A Turquia se uniu ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares em 1968 e o ratificou em 1980. (Com agências internacionais)

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, afirmou que as armas nucleares "garantem a paz" e que o "politicamente correto" o impede de falar sobre a possibilidade de guerra com a Venezuela.

"Se nós tivéssemos um efetivo maior, talvez fôssemos levados mais a sério pelo (Nicolás) Maduro, ou temidos pela China ou pela Rússia", disse. "São bombas nucleares que garantem a paz ali... Cadê o colega do Paquistão? Como é que é a relação do Paquistão com a Índia se só um dos lados tivesse uma bomba nuclear? Será que seria da mesma maneira que é hoje? Óbvio que não. Quando um desenvolveu a bomba nuclear, o outro desenvolveu no dia seguinte e ali está selada, ao menos minimamente, uma espécie de paz. Eu sou entusiasta desta visão", afirmou o deputado em reunião do colegiado que preside.

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Não é a primeira vez que o filho do presidente Jair Bolsonaro fala em defesa da manutenção de armas nucleares. Em 2016, ele abordou o assunto em um vídeo nas redes sociais. O deputado federal lembrou que o País é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Esse assunto não está em pauta neste momento. A gente sabe que se o Brasil quiser romper esse acordo ele sofre uma série de sanções. É um tema muito complicado, mas quem sabe um dia possa voltar ao debate aqui (na comissão)", afirmou.

O parlamentar disse defender a necessidade de fortalecer as Forças Armadas e insinuou uso de uma saída militar na Venezuela. "Quem aqui nunca ouviu: o Brasil é um País pacifista, nunca vai entrar em guerra. Para que Forças Armadas? Vai gastar dinheiro com míssil, com tanque e nunca vai usar isso? Pois bem, estamos tendo um problema agora com a Venezuela e o politicamente correto me impede de falar algumas coisas. Então, tenho que falar que está tudo muito bem, nós nunca entraremos em guerra e podem ficar tranquilos. É claro que é uma ironia que eu estou falando", disse, completando: "Não estou confabulando uma guerra até porque não tenho poderes para isso".

As declarações foram feitas nesta terça-feira em uma audiência da comissão com representantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

O Brasil assinou hoje (20) o Tratado para Proibição de Armas Nucleares. O presidente Michel Temer foi o primeiro a assinar o texto, seguido por líderes de 47 países. Ao longo do dia, mais cinco países devem firmar o documento. O acordo impede que os Estados-parte desenvolvam, testem, produzam, adquiram, tenham ou estoquem armas nucleares ou qualquer outro dispositivo nuclear explosivo.

A conferência para negociar o texto foi proposta pelo Brasil, a África do Sul, Áustria, Irlanda, o México e a Nigéria no fim de 2016. O tratado obriga os Estados-parte a não participar ou permitir atividades relacionadas ao uso e também ao desenvolvimento de armas nucleares. O texto do tratado foi acordado no último dia 7 de julho. A segunda etapa é a assinatura de hoje, embora esse seja apenas o primeiro dia para assinatura, que pode ser feita por outros países a partir de agora. Depois disso, ainda é necessário que cada país que tenha assinado o texto faça a ratificação, e o acordo só passa a valer depois que 50 países tiverem passado por todo o processo.

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O embaixador Sergio Duarte, ex-alto representante da ONU para Assuntos de Desarmamento e atual presidente da Organização internacional sobre Relações internacionais Pugwash, diz que o tratado proíbe a última categoria de arma de destruição em massa que não estava proibida: “armas químicas e armas biológicas já estão proibidas por tratados internacionais, esse tratado cuida da terceira e última categoria, a arma nuclear, que é a mais cruel e a mais indiscriminada de todas as três”. As armas biológicas foram proibidas em 1972, e as químicas em 1993.

Cristian Wittmann, professor da Universidade Federal do Pampa, diz que, apesar da ausência das potências nucleares na negociação do tratado, ele não deixa de ser eficaz: “em primeiro lugar, ele retoma o debate sobre a importância da eliminação das armas nucleares, aumentando a pressão nos países nuclearmente armados. Ele também traz novos aspectos quanto ao financiamento dessas armas e atividades militares conjuntas que possam envolver armas nucleares”.

O sobrevivente do bombardeio com armas nucleares de Nagasaki em 1945, Terumi Tanaka, disse que se sente muito feliz e sentiu vontade de chorar ao ver o tratado ser assinado, pois vem trabalhando nisso há mais de 70 anos. Ele tinha 13 anos quando tudo aconteceu e diz que se lembra muito bem do dia: "uma das minhas memórias mais fortes é das pessoas queimadas debaixo das casas, por toda parte, e não só pessoas queimadas, mas também o fato de elas terem sido deixadas sozinhas, ninguém foi fazer nada para ajudá-las. Em um dia, mais de 10 mil pessoas morreram".

O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz, afirma que, apesar de muitos argumentarem que as armas nucleares são indispensáveis para a segurança nacional, essa ideia é falsa: “O novo tratado oferece uma alternativa real para a segurança: um mundo sem armas nucleares, em que todos estarão mais seguros, onde ninguém precisa ter armas nucleares”.

Durante o discurso para assinatura do tratado, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, lembrou as vítimas de Hiroshima e Nagasaki. Estima-se que existam cerca de 15 mil ogivas, mais de 4 mil em estado operacional. Os gastos de potências nucleares com a manutenção e modernização dos seus arsenais é de cerca de US$ 100 bilhões.

O embaixador da China na Organização das Nações Unidas, Liu Jieyi, disse que os múltiplos testes com mísseis nucleares e balísticos mostram a necessidade de novas conversas com Pyongyang para diminuir as tensões e buscar o fim das armas nucleares na Coreia do Norte.

Liu afirmou aos jornalistas, após uma reunião de emergência a portas fechadas no Conselho de Segurança, que todo o progresso conquistado em eliminar as armas nucleares da Península da Coreia foi conquistado pelo dialogo, "então não haveria porque o diálogo não acontecer nessa situação".

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Estados Unidos, Reino Unido e França pressionam a ONU por uma nova resolução com sanções mais duras contra a Coreia do Norte, porém a China quer ver primeiro as seis sanções já aplicadas sobre o país serem completamente implementadas, disse o embaixador de Pequim. Fonte: Associated Press.

O papa Francisco afirmou hoje (28)  que "a eliminação das armas nucleares é um imperativo moral e humanitário" e disse que "a paz e a estabilidade internacional não podem estar fundadas sobre um  sentido falso de segurança", ao comentar os trabalhos da Conferência das Nações Unidas sobre Segurança e Desarmamento Nuclear que está sendo boicotada pelas grandes potências. As informações são da agência de notícias argentina Télam.

Em uma carta enviada à reunião de cúpula da ONU que busca a proibição total das armas nucleares iniciada ontem (27) em Nova York, o pontífice ressaltou a sua "preocupação" ante "as consequências humanitárias e ambientais catastróficas derivadas de qualquer uso de armas nucleares, com efeitos indiscriminados e incontroláveis devastadores no tempo e no espaço".

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Membros vetaram

De todo modo, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China) não participaram do encontro que acontece até esta quinta-feira (30), apesar deles possuírem arsenais atômicos, junto com outros países nucleares como Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte.

O encontro desta semana, do qual participam mais de 100 países, contou com o impulso da Áustria, Brasil, África do Sul, Irlanda, México e Suécia e terá uma segunda rodada em  junho próximo.

A negociação intergovernamental se realiza em virtude de uma resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU em dezembro de 2016, que lhe deu a responsabilidade de considerar todos os procedimentos e assuntos organizativos para lograr um protocolo vinculante para declarar "ilegais" as armas nucleares.

Da Agência Télam

O papa Francisco disse nesta terça-feira (28) que é possível construir um mundo sem armas nucleares e encorajou os países da Organização das Nações Unidas (ONU) a persistirem nesse objetivo.

Em uma carta enviada a uma conferência temática da ONU iniciada nessa segunda-feira (27), o líder da Igreja Católica afirmou que "um tratado de não-proliferação pode representar um passo decisivo em direção a um mundo sem armas nucleares".

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"É um objetivo de longo prazo extremamente complexo, mas não impossível de ser atingido", comentou o Papa, pedindo "realismo" dos líderes mundiais e da própria ONU em "construir e consolidar mecanismos de confiança e cooperação". A ideia de Francisco é que o dinheiro gasto atualmente com armas nucleares possa ser destinado a políticas de desenvolvimento humano e social.

O apelo do Papa foi dirigido a Elayne Whyte Gomez, que presidente a Conferência da ONU que tenta negociar um instrumento legalmente vinculante para proibir armas nucleares.

No texto, Jorge Mario Bergoglio também lembrou o que já disseramem setembro de 2015 diante da Assembleia Geral sobre a impossibilidade de se viver com "ética e direito baseados na ameaça da destruição recíproca".

A conferência da ONU ocorre em Nova York, nos Estados Unidos, até dia 31 de março. Entre 15 de junho e 7 de julho, haverá outra rodada de negociações. 

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a Rússia irá continuar a desenvolver armas nucleares, mas não pretende fazer uso delas. O líder russo fez o comentário em um documentário chamado "Ordem Mundial", transmitido no canal de televisão estatal do país na noite deste domingo (20).

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"A Rússia, como um país nuclear de liderança, irá melhorar essa arma como um fator de contenção; a tríade nuclear é a base de nossas políticas de segurança nuclear", disse Putin, referindo-se ao três principais sistemas de distribuição de ogivas nucleares - bombardeiros, mísseis balísticos intercontinentais e submarinos. Fonte: Associated Press.

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