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O eleitor gaúcho decidirá hoje se terá um governador reeleito pela primeira vez ou se o escolhido será o mais jovem desde a redemocratização. Nos últimos dias, José Ivo Sartori (MDB) e Eduardo Leite (PSDB) trocaram acusações, disputaram quem é mais antipetista e buscaram votos dos apoiadores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Ontem, na última pesquisa Ibope de intenção de votos do segundo turno, Leite tinha 57% dos votos válidos - era 60% na pesquisa anterior - e o emedebista foi de 40% para 43%.

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Sartori tenta ser o primeiro governador reeleito do Rio Grande do Sul. Para isso, o "gringo" - apelido alusivo a suas origens italianas - defende ajuda federal ao Estado para amenizar a crise fiscal e conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa medidas como a previdência complementar para o funcionalismo e a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual. Ele já foi vereador, deputado estadual e federal, prefeito de Caxias do Sul e ocupa, desde 2015, o governo do Estado.

O emedebista enfrenta alta rejeição à sua administração: 36% dos eleitores não votariam em Sartori, segundo pesquisa Ibope de ontem. Essa taxa está relacionada principalmente ao aumento da violência e aos mais de 30 meses de salários parcelados no funcionalismo, mas também à ascensão de Leite, seu adversário.

O tucano de 33 anos saiu de 8% de intenções de voto em pesquisa Ibope divulgada no mês de agosto para a liderança no segundo turno. Leite defende, entre outras medidas, a "melhor gestão" dos recursos públicos e a renegociação do acordo com o governo federal. O tucano foi vereador e, em 2012, elegeu-se o prefeito mais jovem da história de Pelotas, com 27 anos. Não disputou novamente o cargo por afirmar ser contra a reeleição.

Neste segundo turno, as acusações se intensificaram e tiveram como palco os debates e o horário eleitoral. Leite cobrou Sartori principalmente pela "lentidão" em medidas para conter a crise fiscal no Estado e combater a violência. Já o governador atacou o tucano em questões ligadas à "falta de experiência e de coerência". Ambos chegaram a associar o adversário ao PT.

Pela primeira vez em 28 anos, o PT ficou de fora da disputa do segundo turno gaúcho. Ainda houve o "fator Bolsonaro". Com a boa votação do candidato do PSL no Estado (52,6%), Leite e Sartori declararam apoio ao presidenciável na tentativa de conseguir seu eleitorado, mas de maneiras distintas. Leite dizia que seu apoio se dava "com ressalvas" e Sartori "colou" sua imagem em Bolsonaro e pregou o voto "sartonaro".

Leite: 'Primeiro ano não pode ser estágio para governar'

O ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB) quer mostrar "novidade com experiência" para ganhar o eleitorado. Ele pretende enfrentar a crise renegociando os atuais termos do Regime de Recuperação Fiscal e aposta no desenvolvimento do Estado como saída. No plano nacional, declarou apoio "com ressalvas" a Jair Bolsonaro (PSL). A seguir, os principais trechos da entrevista:

O sr. diz que é a favor do Regime de Recuperação Fiscal, mas em outros termos. Quais?

A questão da recuperação é como vai ser aproveitada essa janela de oportunidade para gerar receita que dê fôlego para voltar a cumprir compromissos sem colapsar as contas. E há pontos que merecem ser reanalisados. O principal é o incremento de efetivo na Segurança. A simples reposição de cargos vagos não será suficiente para vencer a criminalidade.

Muita gente tem de sair de sua cidade para ter atendimento médico. O que pretende fazer para melhorar o acesso à Saúde?

Ajustar o pagamento para prefeituras, que estão com repasses atrasados. E os hospitais filantrópicos também têm tido atrasos no pagamento, o que faz com que se fechem leitos e suspendam serviços. Promover uma revisão das referências regionais de acordo com o perfil epidemiológico de cada região, para aproximar o atendimento de saúde.

O sr. diz que pretende colocar o salário do funcionalismo em dia no primeiro ano. Como?

Ações de reestruturação da máquina vão nos permitir a contenção de despesas. Até mesmo dentro do custo da folha de pagamento dos servidores, com a revisão e reestruturação de planos de carreira, que acabam produzindo um crescimento vegetativo que beneficia alguns em detrimento da grande massa dos servidores.

O governador Sartori sofreu para aprovar alguma medidas na Assembleia contra a crise fiscal. O sr. acredita que consegue essas aprovações?

Estamos confiantes que sim. Vamos usar o processo de transição como momento de refinamento da plataforma e dos projetos, para que no primeiro semestre de 2019 possamos levar os projetos mais importantes para a Assembleia. O primeiro ano não pode ser um estágio para aprender a governar.

O sr. declarou apoio a Jair Bolsonaro com "ressalvas".

Declarei voto no Bolsonaro e não deixei de fazer as ressalvas e as críticas aos pontos que eu acho que merecem, especialmente no que diz respeito à convivência pacífica entre as pessoas.

Quais são suas propostas para a Segurança?

Vamos melhorar a articulação entre as polícias, fazer parcerias com os municípios na área da prevenção que unam assistência social, educação e saúde. E estudamos a criação de uma Secretaria de Administração Penitenciária.

Sartori: 'Não se pode usar dificuldades dos servidores para demagogia'

Com o Estado atravessando uma grave crise, José Ivo Sartori (MDB) aposta em ajuda federal, via Regime de Recuperação Fiscal. Com o slogan "o gringo tá certo" e forte apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o emedebista tenta ser o primeiro governador reeleito do Rio Grande do Sul. A seguir os principais trechos da entrevista:

O Ideb do Ensino Médio gaúcho está estagnado em 3,4 e abaixo da média nacional. Como o sr. pretende melhorar a educação no Estado?

É um problema nacional. Isso envolve a melhoria do ambiente escolar e a qualificação permanente do professor. Vamos focar na melhoria do aprendizado em português e matemática - e queremos ampliar as parcerias, especialmente para o ensino médio.

Quais são suas propostas para melhorar o acesso à saúde para a população?

Ampliar a cobertura da população com os programas de saúde e ampliar a atenção básica e as parcerias com os municípios, intensificando a regionalização do atendimento de média e alta complexidade para que as pessoas sejam atendidas na região em que vivem. Aperfeiçoar as ferramentas para qualificação de gestores, os sistemas tecnológicos de suporte e diagnóstico epidemiológico e avaliação da resolução das ações na saúde.

Nos últimos anos, a população gaúcha se viu com medo em razão do aumento da criminalidade. Como o sr. pretende combater a violência?

Os índices de criminalidade começaram a cair no Rio Grande do Sul, embora ainda estejam longe de um patamar ideal. Fizemos o maior concurso da história, compramos carros potentes, coletes à prova de balas e equipamentos. Abrimos vagas prisionais por meio da permuta por imóveis do Estado. A grande mudança está no SIM (Sistema de Segurança Integrada com os Municípios), que já conta com mais de 400 cidades. Vamos ampliar a instalação de câmeras e centrais regionais de videomonitoramento, para concluir o cercamento eletrônico do Estado. Mas alerto: o aquecimento da economia e a mudança das leis penais são dois fatores fundamentais para a diminuição da criminalidade em todo o País.

O funcionalismo recebe seus vencimentos de forma parcelada há mais de 30 meses. Qual a sua proposta para pagar os servidores em dia?

Junto ao Regime de Recuperação Fiscal, vamos continuar arrumando a casa e promovendo o desenvolvimento. O parcelamento não é uma decisão política. É resultado de problemas estruturais históricos que estamos corrigindo. Sempre priorizamos o pagamento dos servidores. Sofremos, inclusive, o bloqueio de recursos federais por escolher pagar o funcionalismo em vez de quitar a parcela mensal da dívida com a União. Nossa meta é voltar a pagar em dia a partir da recuperação financeira. Não se pode usar as dificuldades dos servidores para demagogia eleitoreira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de meses sem confirmar nem descartar sua candidatura, o governador gaúcho José Ivo Sartori (MDB) foi lançado oficialmente à reeleição. O anúncio ocorreu na convenção estadual do MDB, neste domingo, 5, em Porto Alegre. Com a decisão, Sartori tenta ser o primeiro governador do Estado a ser reeleito.

A jornalistas, o governador justificou o anúncio da candidatura somente no último dia de convenções afirmando ter se "resguardado" para continuar as ações de governo. "Se eu dissesse lá atrás que eu era candidato, certamente não teriam mudanças que foram feitas este ano", explicou. "Como eu já disse, não sou de fugir da raia! Mas também não sou salvacionista ou individualista", afirmou Sartori.

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O governador aproveitou para criticar os partidos que compunham sua base que deixaram o governo para lançar candidatura própria, muitas vezes votando contra os projetos do Palácio Piratini na Assembleia Legislativa, como o PDT e o PSDB. "Uns diziam defender o magistério e os brigadianos, mas votaram contra o projeto do duodécimo. Outros diziam querer a modernização do Estado, mas jogaram contra o plebiscito para ouvir o povo sobre as estatais. Alegaram medo", disse.

Sartori afirmou estar "construindo um Estado sustentável" e elencou medidas a serem tomadas caso reeleito, como forma de dar "continuidade ao projeto de recuperação do Estado". "Vamos aprovar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, privatizar ou federalizar estatais e tornar o Rio Grande num Estado eficiente, moderno e atrativo para novas empresas", afirmou. O Rio Grande do Sul passa por uma grave crise financeira, com dívida que passa dos R$ 70 bilhões e salários do funcionalismo parcelados há mais de 30 meses.

A convenção também confirmou as candidaturas ao Senado de José Fogaça (MDB) e Beto Albuquerque (PSB). O evento, realizado no teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, teve a presença do presidenciável Henrique Meirelles (MDB) e de seu vice, Germano Rigotto (MDB), além de José Paulo Cairoli (PSD), vice-governador do Estado e companheiro de chapa de Sartori. A coligação, chamada de "O Rio Grande no Rumo Certo", conta com o MDB, PSD, PSB, PR, PSC, Patriota, PRP, PMN e PTC.

O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), disse na manhã desta quarta-feira (23) à Rádio Estadão que é preciso solidariedade e sacrifício por parte dos servidores e da população do Estado para superar a atual crise. O Estado decretou calamidade financeira e busca aprovar pacote anunciado esta semana pelo peemedebista, que prevê a economia de R$ 6,7 bilhões nos próximos quatro anos com medidas de cortes de gastos.

Apesar de reiterar os esforços que sua administração vem fazendo para tentar ajustar as contas e pagar o salário do funcionalismo, o governador frisou: "Não há perspectiva de fazer pagamento de 13º salário."

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Na entrevista, Sartori disse que desde 2015 vem mostrando a real situação financeira do Estado "com muita transparência, o que não é muito usual". Pelas suas contas, se isso não fosse feito, o déficit acumulado poderia bater na casa dos R$ 25 bilhões em 2018.

"Em 45 anos no Estado, só tivemos sete anos com despesa menor que a receita", destacou, dizendo que o momento exige solidariedade e sacrifício de todos, servidores e população. Ao afirmar que a fase de "desconforto" com o pacote de medidas que propôs à Assembleia Legislativa já está disseminada, ele disse esperar que o próximo governante "não passe pelos mesmos constrangimentos" que ele no tocante às finanças estaduais.

Socorro

Indagado sobre o acordo fechado nesta terça-feira, 22, com o governo federal, que prevê que os Estados terão acesso a R$ 5 bilhões de receitas obtidas este ano com a multa do programa de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior, mas, em contrapartida, os governadores devem se comprometer com um forte ajuste fiscal em seus Estados, Sartori disse que "essa ajuda ainda não é concreta e real, mas apenas um alívio".

O governador cobrou do governo federal ajuda em áreas essenciais, como social e de segurança. "Defendo política nacional de segurança pública, com um fundo para atender os Estados", disse.

À Rádio Estadão, o governador falou da expectativa de aprovação do pacote de medidas de ajuste, que prevê dentre outras medidas a extinção de 11 órgãos e demissão de até 1,2 mil funcionários.

O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), publicou nesta quinta-feira, 5, seus extratos bancários em sua página oficial no Facebook para provar que também está recebendo salários parcelados, assim como os demais servidores estaduais ligados ao Poder Executivo. De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio Piratini, ele tomou a decisão porque o assunto era constantemente citado por internautas nas postagens feitas pelo governo nas redes sociais.

Esta semana, ao comentar um vídeo em que Sartori fala sobre as finanças do Estado, um internauta questionou se o salário dele estava realmente sendo parcelado. O governador optou por responder postando os extratos, onde é possível visualizar depósitos referente a diferentes parcelas salariais. "Como esse assunto é ventilado há muito tempo, hoje pedi para fazerem cópia do meu extrato bancário. Como todos os servidores, recebo parcelado tanto minha aposentadoria quanto o salário do governador. A mesma situação vale para secretários e cargos de confiança que recebem do Executivo", diz o texto publicado junto com a foto que mostra os extratos.

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Sartori tem dois salários. Como governador, a remuneração bruta é de R$ 25.322,25 e a líquida, de R$ 11.456,65. Ele devolve aos cofres do Estado uma parte do vencimento a que tem direito porque preferiu não usufruir do reajuste salarial que passou a vigorar em 2015. Como deputado estadual aposentado, Sartori recebe mais uma pensão de R$ 6.330,56 brutos e R$ 4.417,60 líquidos. Ambos os salários estão sujeitos ao parcelamento porque, neste caso, estão atrelados ao orçamento do Executivo.

O Rio Grande do Sul vive uma crise fiscal antiga, mas que tem sido agravada pelo desaquecimento da economia. Desde o ano passado o Estado enfrenta dificuldades para pagar em dia fornecedores e servidores. Em 2016, os funcionários públicos ligados ao Executivo receberam em dia somente em janeiro. Os salários de fevereiro, março e abril foram parcelados. Os servidores do Judiciário e do Legislativo não são afetados pelos parcelamentos no Rio Grande do Sul, pois os poderes são independentes e administram seus próprios orçamentos.

Na mensagem no Facebook, Sartori justifica que publicou seus extratos em respeito aos servidores públicos. "Prezo muito pela transparência. O parcelamento não é questão de vontade, mas um problema estrutural do Estado. Tudo o que quero é que não tenhamos mais que passar por esse constrangimento", disse.

Na véspera da votação do projeto que determina o aumento de alíquotas do ICMS, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), tenta convencer a base aliada e a população de que a medida é necessária para tirar o Estado da crise. Ao lado de seus principais secretários, Sartori dedicou esta segunda-feira, 21, a uma maratona de reuniões com deputados para garantir a aprovação do texto, nesta terça-feira, 22, na Assembleia Legislativa.

Polêmica, a proposta sofre forte resistência da oposição e do próprio bloco governista. O projeto do governador terá o apoio da bancada do PMDB, mas não deverá contar com os votos de todos os deputados de aliados como o PDT, PSDB, PSB e PP. Diante do cenário, Sartori exonerou dois secretários que foram eleitos deputados estaduais nas eleições do ano passado, para que reassumam, temporariamente, suas funções na Assembleia.

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Desta forma, Ernani Polo (Agricultura) e Pedro Westphalen (Transportes), ambos do PP, poderão ajudar o governo a conseguir maioria na votação desta terça-feira. A decisão está publicada no Diário Oficial do Estado. O PT, apesar de ser aliado do PMDB no plano nacional, faz oposição cerrada a Sartori e votará contra.

O aumento de ICMS é considerado pelo governo gaúcho parte essencial do processo de ajuste fiscal que vem sendo implementado, pois garantiria fôlego ao RS a partir do ano que vem, quando entrar em vigor - o projeto pode gerar um incremento de receita de cerca de R$ 1,9 bilhão ao ano para os cofres do Estado.

Este ano, o Rio Grande do Sul vem atrasando o pagamento da dívida com a União e parcelando o salário de servidores, além de postergar outras pendências. Embora a intenção de Sartori seja de aprovar a medida por tempo indeterminado, o governo pode ceder aos apelos de aliados e propor a mudança de carga tributária por dois ou três anos.

Também nesta segunda-feira, o Executivo estadual divulgou um "comunicado ao povo gaúcho" explicando os motivos que justificam o aumento de impostos. O texto, que será publicado nesta terça-feira em todos os jornais diários do Estado, diz que o governo do Rio Grande do Sul vive "a mais grave crise financeira" de sua história e que faltam recursos para pagar despesas essenciais em áreas como saúde, segurança e educação.

O quadro, de acordo com o relato, é resultado de décadas de desequilíbrio entre receita e despesa. "Agora chegamos a uma situação de emergência", diz o material. Após lembrar que mesmo com a adoção de outras medidas de austeridade por parte do governo o rombo no orçamento permanece, o comunicado diz que a alteração nas alíquotas do ICMS é uma medida extrema, mas necessária no sentido de evitar o colapso dos serviços públicos.

"O novo ICMS não atinge alimentos da cesta básica, gás de cozinha, óleo diesel e energia elétrica do meio rural e de residências com menor consumo. Preserva as famílias mais humildes e o transporte de pessoas e da produção. Além disso, o projeto não tira competitividade das empresas gaúchas, pois mantém as alíquotas interestaduais. Há uma equiparação com os valores já praticados pelos maiores Estados do País", afirma o texto.

Mobilização

A votação desta terça-feira vai provocar uma grande mobilização de servidores contrários ao aumento de ICMS e a outras medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo gaúcho. Caravanas do interior do Estado devem se deslocar à capital gaúcha para acompanhar a movimentação na Praça da Matriz, em frente à sede da Assembleia.

Na terça-feira passada, dia em que seriam votados outros projetos considerados polêmicos, servidores protestaram e bloquearam o acesso ao prédio do Legislativo. O tumulto provocou o cancelamento da sessão, que ocorreu no dia seguinte, a portas fechadas. Na ocasião, foram aprovadas propostas que mudam as regras para a aposentadoria do funcionalismo público estadual.

Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo mostra o candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul na liderança da disputa. José Ivo Sartori aparece com 60% dos votos válidos, contra 40% do adversário Tarso Genro (PT). Considerando os votos totais, Sartori tem 52% das intenções de voto e Tarso, 35%. Brancos e nulos somam 6% e indecisos, 7%.

O instituto também questionou em qual dos candidatos o eleitor não votaria de jeito nenhum. A taxa de rejeição a Sartori está em 20%. A de Tarso é de 41%.

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O levantamento, feito em parceria com o grupo RBS, ouviu 1.452 eleitores em 54 municípios gaúchos nesta quarta-feira, 15. A margem de erro é de três pontos porcentuais. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com os números RS-00025/2014 e BR-01098/2014.

Após uma campanha eletrizante no Rio Grande do Sul, com direito a reviravoltas, o ex-prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), a grande surpresa da eleição gaúcha, e o governador Tarso Genro (PT), garantiram o passaporte ao segundo turno da eleição para o Palácio Piratini, no dia 26 de outubro.

Com 98,51% dos votos apurados, Sartori tem 40,48% dos válidos, à frente do atual governador, com 32,49%. A senadora Ana Amélia Lemos (PP), que era favorita até a metade de setembro, tem 21,79%. O resultado deste domingo (5) mantém a chance de que os gaúchos quebrem uma tradição bem peculiar, de nunca terem reelegido um governador.

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Ana Amélia despontou na liderança nas pesquisas mesmo antes do início oficial da campanha. Durante semanas, os levantamentos mostravam uma vantagem de quase 10 pontos porcentuais sobre Tarso, e uma diferença ainda maior dele para Sartori - que começou a disputa com cerca de 5% da preferência do eleitorado. Conhecida dos gaúchos por sua carreira como jornalista de TV, Ana Amélia construiu uma candidatura sólida, baseada na promessa de melhorar a gestão dos gastos públicos. A senadora insistiu no discurso de que a máquina pública estadual está inflada e que o atual governo foi incapaz de solucionar a crise financeira do RS - o Estado tem uma dívida de mais de R$ 50 bilhões com a União, o que compromete de maneira considerável sua capacidade de investimento.

Tarso tratou de exaltar as conquistas do seu governo e apontar uma falta de experiência da adversária em cargos executivos. Mas o rumo da disputa começou a mudar de forma significativa quando Ana Amélia passou a ser atingida por denúncias de ter sido funcionária fantasma do Senado e de não ter declarado em sua relação de bens uma fazenda herdada do falecido marido, o ex-senador biônico Octávio Omar Cardoso.

A campanha petista explorou as acusações e conseguiu desestabilizar a candidatura da rival. A partir daí, Ana Amélia caiu nas pesquisas. Neste momento, Sartori já estava subindo gradativamente, enquanto os dois primeiros colocados se concentravam em sua disputa particular. Sartori se posicionou como um candidato simples e acessível, um "gringo" do interior, mais preocupado em apresentar propostas do que em confrontar os adversários.

A estratégia funcionou, e ele foi angariando votos tanto dos eleitores indecisos como dos simpatizantes de Ana Amélia. Em pouco tempo, Sartori deixou de ser um coadjuvante para se tornar um candidato competitivo.

A campanha de Sartori acertou também ao "usar" o aliado PSB de maneira adequada. Quando Marina Silva substituiu Eduardo Campos como candidata à Presidência e disparou nas pesquisas, os programas no rádio e na TV relacionaram a imagem de Sartori com a de Marina à exaustão. Serviu para que ele ficasse mais conhecido entre o eleitorado gaúcho. Depois, quando a ex-senadora perdeu força, os programas passaram a ter cada vez mais Sartori e menos Marina.

O PMDB mobilizou a base do partido em todo o Estado para trabalhar por Sartori na reta final. O senador Pedro Simon, candidato à reeleição (mas sem chances de vencer), acompanhou praticamente todas as agendas de Sartori e passou a fazer mais campanha para o colega do que para ele mesmo.

Formação

Nascido no município gaúcho de Farroupilha em 1948, Sartori é formado em Filosofia e deu início à carreira política em 1976, como vereador de Caxias do Sul. Nos anos seguintes, foi deputado estadual por cinco mandatos consecutivos e, depois, deputado federal. Chegou à Prefeitura de Caxias do Sul em 2004 e foi reeleito para o cargo em 2008. A coligação O Novo Caminho para o Rio Grande, de Sartori, engloba o PMDB, PSD, PPS, PSB, PHS, PT do B, PSL e PSDC.

Tarso é natural de São Borja e formado em Direito. Iniciou sua trajetória política no extinto MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e, em 1988, já no PT, foi vice-prefeito de Porto Alegre. Em 1992 tornou-se prefeito, cargo que voltou a ocupar em 2000. Em 2002, tentou pela segunda vez ser eleito governador, mas perdeu para Germano Rigotto (PMDB). Durante os dois mandatos do presidente Lula, Tarso exerceu em Brasília os cargos de Secretário Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e Ministro da Educação, das Relações Institucionais e da Justiça. Em 2010, foi escolhido governador do RS no primeiro turno, com 3,416 milhões de votos válidos. A coligação Unidade Popular pelo Rio Grande, de Tarso, reúne o PT, PTB, PC do B, PROS, PPL, PTC e PR.

Embate desconhecido

Como a polarização entre Tarso e Ana Amélia monopolizou boa parte da campanha, inclusive nos debates, não se sabe muito bem o que esperar de um confronto direto - e decisivo - entre Tarso e Sartori. É preciso saber se o petista repetirá a tática do ataque, bem-sucedida com Ana Amélia, e se o peemedebista conseguirá manter a postura mais neutra e pacífica que caracterizou sua participação no primeiro turno.

O problema do endividamento público gaúcho pode continuar no centro das discussões, e ambos os candidatos devem aproveitar as próximas três semanas para convencer os eleitores de que têm condições de desafogar os cofres gaúchos e garantir recursos para investir no RS. Além disso, Tarso tratará de capitalizar o bom desempenho da presidente Dilma Rousseff (PT) no Estado e reforçar a importância do "alinhamento das estrelas".

Vale lembrar que, no âmbito nacional, tanto o PP de Ana Amélia como o PMDB de Sartori estão coligados com o PT. No Rio Grande do Sul, contudo, os dois partidos costumam fazer oposição aos petistas.

De qualquer forma, sabe-se que o PT preferia um segundo turno com Ana Amélia, pois existe a percepção de que os eleitores de Sartori poderiam votar em Tarso, mas os simpatizantes da senadora são ainda mais alinhados com a direita e, na maior parte dos casos, antipetistas. Em muitas pesquisas de intenção de votos, inclusive, Sartori aparece à frente de Tarso nas simulações de segundo turno.

O vice-prefeito de Porto Alegre e coordenador geral da campanha de José Ivo Sartori (PMDB) ao governo do Rio Grande do Sul, Sebastião Melo, criticou as pesquisas divulgadas por diferentes institutos nós últimos dias, que deram um resultado diferente do revelado neste domingo nas urnas. "Em véspera de eleição, os institutos têm que ter mais cuidado", disse.

Melo citou uma pesquisa Ibope de três dias atrás, que apontou Sartori com 20% das intenções de voto, e a boca de urna, também do Ibope, que atribuiu 29% para o candidato do PMDB. Com mais de 80% das urnas apuradas, ele lidera a disputa com 40%, à frente de Tarso Genro (PT) e Ana Amélia Lemos (PP).

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O coordenador de campanha também disse que, apesar do resultado positivo, o momento é de humildade. "É só uma primeira etapa", falou. Segundo ele, o jeito simples de Sartori permitiu uma conexão com os gaúchos. Ele também afirmou que os ataques e brigas entre Ana Amélia e Tarso ajudaram. Sobre o segundo turno, que disputará com Tarso, Melo disse que Sartori quer o voto de "todos os gaúchos que desejam mudança".

O presidente do Tribunal de Justiça, Ivan Sartori, afirmou nesta segunda-feira, 05, que pode não concorrer à reeleição. Acuado pela resistência de parte dos desembargadores que compõem o Órgão Especial da Corte, Sartori declarou que, a depender do rumo que a sucessão tomar, é possível que não dispute novamente o posto. "Há possibilidade de não entrar", disse ele. "Vamos ver como caminha a eleição, quem será o sucessor, pode ser que eu não entre".

Muitos desembargadores avaliam que o aparente recuo não passa de estratégia do presidente. Nesta segunda, na festa para o governador Geraldo Alckmin, apenas 19 desembargadores deram o ar da graça, ou menos de 1/10 do quadro do TJ - 360 desembargadores. Quórum tão baixo revela que Sartori está longe de conquistar o apoio maciço da toga.

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Desembargadores mais antigos o têm aconselhado a não insistir em seu projeto de se manter na cadeira de mandatário máximo da mais corte estadual do País. Argumentam a ele que seu trabalho "é reconhecido pelos magistrados", mas nem por isso irão admitir mudança na regra do jogo em andamento. Alertam Sartori sobre a pesada resistência que irá encontrar entre seus pares. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A irmã do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Ivan Sartori, sofreu uma tentativa de assalto na noite de ontem, domingo, 1, na região do Sacomã, na zona sul de São Paulo. A irmã do desembargador estava acompanhada da filha de Sartori, de 4 anos de idade.

A Polícia Civil afirma que seis suspeitos abordaram o carro do Tribunal de Justiça, onde estavam a filha de 4 anos do desembargador, acompanhada de sua tia, por volta das 20h30. Os assaltantes, no entanto, não perceberam que o veículo era escoltado por agentes da Polícia Militar. A escolta do veículo notou a tentativa de assalto e reagiu.

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Houve troca de tiros, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), e os assaltantes fugiram a pé. A escolta afirmou que um dos homens havia sido baleado e, durante a busca da PM, um suspeito foi reconhecido no Pronto Socorro do Ipiranga, com um tiro na perna.

O homem baleado foi socorrido e levado ao Distrito Policial onde o caso estava sendo registrado e foi reconhecido. O homem está detido no Centro de Detenção Provisória de Guarulhos. Os agentes civis do 83º Distrito Policial estão efetuando buscas, nesta segunda, com o objetivo de encontrar os outros cinco assaltantes. Os familiares do desembargador Ivan Sartori não ficaram feridos.

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desembargador Ivan Sartori, ignorou parecer da Comissão Salarial da corte e mandou pagar o auxílio-alimentação a todos os magistrados do Estado - a medida vai custar R$ 145 milhões aos cofres públicos porque é retroativa a 14 de abril de 2006.

Por unanimidade, os cinco integrantes da comissão vetaram o benefício, mas ainda assim Sartori editou a portaria 8539/12, publicada sexta-feira, autorizando o desembolso excepcional.

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A estratégia do presidente foi revelada nesta quarta durante sessão do Órgão Especial do TJ, formado pelos 12 desembargadores mais antigos, 12 eleitos e pelo próprio Sartori. Por 14 votos a 11, os desembargadores decidiram não suspender o pagamento do auxílio-alimentação sob entendimento de que a competência para tal ato é do presidente.

A portaria de Sartori foi fustigada pelo núcleo duro do colegiado. O desembargador Ruy Coppola disse que "estranhou a ausência do parecer unânime" da Comissão Salarial nos autos do procedimento relativo ao auxílio. "Diligenciei no setor competente e consegui cópia", disse Coppola, que recomendou a suspensão da portaria. "Eu proponho (a suspensão) para que depois a gente não tenha que chegar aqui e ficar revogando benefícios e penduricalhos."

"Penduricalho não é", ofendeu-se Sartori. "É um auxílio-alimentação concedido a todas as Justiças, Federal, do Trabalho e nos tribunais. Direito do magistrado, benefício corriqueiro entre os trabalhadores."

Coppola destacou que um desembargador da Comissão Salarial citou no parecer "ação que não vingou" proposta pela Associação Paulista de Magistrados no Supremo Tribunal Federal, na qual pleiteava-se o adicional.

"Peço escusas ao Órgão Especial", curvou-se Sartori. "A intenção não foi realmente trazer um prato pronto, não usaremos mais essa forma de procedimento. A intenção foi agilizar para os juízes que não tiveram aumento até agora. Havia um apelo muito forte do primeiro grau, peço escusas se fui mal interpretado."

Sartori comunicou a seus pares que o pagamento já foi incluído na folha dos magistrados e que o acumulado de seis anos será quitado quando houver disponibilidade orçamentária. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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