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Foram enterrados, entre a noite de quarta-feira e a manhã desta quinta-feira os corpos dos cinco universitários mortos na BR-101, no trajeto entre São Mateus (ES), onde estudavam, e Prado (BA), onde participariam da festa de aniversário da mãe de uma das vítimas. O acidente ocorreu na noite de sexta-feira (20), mas os corpos só foram localizados na noite de terça-feira.

O corpo da filha da aniversariante, Izadora Ribeiro de Oliveira, foi enterrado na manhã desta quinta-feira, em Jaíba, no norte de Minas Gerais. Também foram sepultados os corpos de Amanda de Paula Oliveira, em Manhuaçu, na Zona da Mata mineira, e de André Malva Galão, proprietário e condutor do carro acidentado, em João Neiva (ES).

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Na noite de ontem, os corpos de Marllonn Vieira Amaral e Rosaflor Oliveira Chacon Pinto foram enterrados, nas cidades nas quais moravam as famílias - respectivamente, Nova Venécia e Mucurici, no Espírito Santo. O sepultamento de Rosaflor foi realizado logo após a chegada do pai da estudante, que mora no Pará, ao local do enterro, por volta das 22 horas.

Familiares, amigos e colegas de faculdade das vítimas compareceram aos sepultamentos, realizados com os caixões fechados por causa do estado de decomposição dos corpos.

A direção do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), campus da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) no qual estudavam os jovens, decretou luto na unidade, que deixou de funcionar na tarde de quarta-feira e só retoma as atividades sexta-feira.

O carro em que estavam as vítimas saiu da pista em uma curva acentuada, em declive, nas proximidades da ponte sobre do Rio Mucuri, a cerca de 10 quilômetros da divisa entra a Bahia e o Espírito Santo, desceu um barranco, capotou e parou parcialmente submerso em uma margem do rio, com as rodas para cima.

As primeiras análises do Departamento de Polícia Técnica de Teixeira de Freitas (BA), que investiga as circunstâncias do acidente, apontam que quatro das vítimas podem ter morrido por afogamento. Acredita-se que essas vítimas estavam vivas, mas possivelmente desacordadas, quando o carro parou. Elas foram encontradas dentro do veículo, presas pelos cintos de segurança.

Apenas o corpo de Marllonn foi localizado fora do carro. Apesar de também usar o cinto, no banco do passageiro na parte da frente da cabine, ele teria sido projetado para fora durante o acidente - o equipamento de segurança teria se rompido. Apesar de ainda não ter sido descartada a possibilidade de tentativa de assalto, os investigadores acreditam que o acidente tenha sido causado por excesso de velocidade. A carroceria e as peças que se desprenderam do carro estão sendo analisadas para determinar se houve falha mecânica no veículo. Os resultados da perícia devem ser conhecidos em 30 dias.

As buscas pelos cinco jovens desaparecidos na Bahia continuam nesta terça-feira (24). Embora a informação fosse confirmada pelo delegado Danilo Bahiense, superintendente de Polícia do Interior do Espírito Santo. Um policial militar da Bahia informou que nove viaturas foram para o local e que não há carro e nem confirmação de que sejam dos jovens.

De acordo com o cabo Marcondes, a informação que chegou à PM baiana é de que os corpos teriam sido localizados no povoado de Bela Vista, entre Posto da Mata e a cidade de Teixeira de Freitas. O local é cortado pela BR-101.

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Um índio da aldeia pataxó hã-hã-hãe, tribo que ocupa fazendas da região sul da Bahia desde o início do ano, foi baleado na perna, na tarde desta sexta-feira, em um dos terrenos invadidos pelos indígenas na região, no município de Pau Brasil.

O tiro causou uma fratura na perna do índio, que foi atendido no Hospital de Base de Itabuna. Ainda não foram identificados suspeitos do ataque, mas as lideranças indígenas afirmam que fazendeiros da região estão contratando pistoleiros para tentar expulsar os índios das áreas ocupadas.

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Desde o início do ano, os pataxós invadiram 68 fazendas da região, 14 apenas na última semana. As propriedades estão instaladas dentro de uma área de 54,1 mil hectares, que abrange os municípios de Pau Brasil, Itaju do Colônia e Camacan, demarcados como Território Indígena Catarina Paraguaçu em 1936.

Apesar da regulamentação, a partir da década de 1940 as terras passaram a ser arrendadas pelo governo federal a fazendeiros que, mais tarde, receberam títulos de posse dos terrenos do governo baiano. Em 1982, a Fundação Nacional do Índio (Funai) propôs uma ação cível ordinária ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação de 400 títulos emitidos pelo governo baiano.

A ação tem relatoria da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha e chegou a ter o julgamento agendado para 20 de outubro último, mas o governo do Estado pediu para que o tema fosse retirado da pauta pelo risco de "grave comoção pública e eventual desordem social" que a decisão poderia acarretar. Em 31 de março, a ministra entrou com pedido de urgência para a reinclusão do processo na pauta do STF.

Segundo as lideranças indígenas, os pataxós não pretendem deixar as fazendas ocupadas - de acordo com eles, os terrenos serão transformados em aldeias. Os fazendeiros reclamam de prejuízos diversos. De acordo com eles, a pecuária e a produção de cacau, principais atividades rurais da região, correm risco por causa das ocupações.

Existe o temor, na região, de que ocorra um conflito armado entre as partes. Na quarta-feira, cerca de mil pessoas, entre religiosos, estudantes e comerciantes, promoveram uma caminhada em Itaju do Colônia para pedir o fim dos conflitos entre indígenas e fazendeiros. A Polícia Militar monta barreiras nas estradas da região para impedir confrontos entre as partes.

A soldado da Polícia Militar Ana Maria Marques Costa, de 24 anos, morreu na manhã desta sexta-feira, em Vitória da Conquista (BA), depois de ser atingida por um tiro disparado da própria arma, um revólver calibre 38. Ana Maria trabalhava no plantão da Central de Rádio da 79ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em Poções (BA), na noite de quinta-feira, quando um colega de turno, sargento da companhia, disparou a arma, ao tentar tirá-la do coldre.

Atingida no quadril, a soldado foi levada a um hospital de Vitória da Conquista, onde chegou consciente e foi submetida a uma cirurgia, mas não resistiu ao ferimento e morreu pouco depois das 5 horas desta sexta-feira. O sargento foi detido para prestar esclarecimentos na Corregedoria da Polícia Militar. O enterro do corpo de Ana Maria será realizado sábado, em Poções.

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Os professores da rede estadual da Bahia decidiram, em assembleia realizada na manhã desta quarta-feira, em Salvador, entrar em greve por tempo indeterminado. Eles pressionam o governo a conceder reajustes nos salários para que todos os docentes recebam, pelo menos, o piso nacional da categoria (R$ 1.451).

Após a assembleia, os professores promoveram passeata pelas ruas do centro da cidade e agendaram uma manifestação, na frente da sede da gooverno, para a próxima quarta-feira.

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De acordo com o governo, dos 37,8 mil professores da rede estadual, apenas 5,2 mil, que não têm curso superior, não recebem o piso nacional - o valor mínimo do salário dos demais é de R$ 1.586. Segundo a Secretaria de Educação do Estado, está sendo encaminhado nesta quarta-feira à Assembleia Legislativa o projeto de lei para que os docentes não-licenciados também sejam enquadrados no piso nacional.

Uma menina de 8 anos e um jovem de 18 anos foram mortos a tiros, na noite de terça-feira, na frente do bar administrado pela avó da criança, no bairro Mangabeiras, periferia de Feira de Santana (BA). O pai da menina, Lucas Paixão, de 39 anos, também ficou ferido, mas não corre risco de morrer.

De acordo com testemunhas ouvidas pela polícia, dois homens chegaram à frente do bar e dispararam diversas vezes contra Ramon do Sacramento Santos, de 18 anos - que, segundo a polícia, tinha envolvimento com o tráfico de drogas. O jovem morreu no local.

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Raianara Paixão, de 8 anos, brincava com um primo na frente do bar na hora do ataque e também foi atingida com um tiro no abdome. Ela chegou a ser levada para o Hospital Geral Clériston Andrade, mas não resistiu ao ferimento.

O pai da menina chegou ao local no momento do tiroteio, para buscar a filha, e foi atingido por dois disparos, um no braço e um no abdome. Ele continua internado na unidade hospitalar. Os atiradores fugiram em seguida e ainda não foram identificados.

A Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira, na Assembleia Legislativa da Bahia e em 11 outros locais do Estado, uma operação com o objetivo de recolher provas que apontem a existência de um esquema de contratação de servidores fantasmas para desvio de verbas públicas.

O alvo da operação, chamada pela PF como Detalhes, é o deputado estadual Roberto Carlos Almeida Leal (PDT), também presidente da Sociedade Desportiva Juazeirense - clube de Juazeiro, reduto eleitoral do parlamentar, no norte do Estado, que mantém um time na primeira divisão do Campeonato Baiano.

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Roberto Carlos é acusado de peculato, formação de quadrilha, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. De acordo com a investigação, que dura dois anos, entre 2008 e 2010, durante o primeiro mandato - ele está no segundo -, o parlamentar contratou assessores inexistentes, com salários entre R$ 3 mil e R$ 8 mil, e desviou os vencimentos para as próprias contas bancárias, para a conta da mulher e para a de um filho.

Sessenta agentes participaram da operação de busca de provas, que teve início às 5 horas. Os mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, foram cumpridos no setor de Recursos Humanos e no gabinete do deputado na Assembleia, nos imóveis dele, no posto do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) de Juazeiro - onde trabalha uma mulher listada como assessora do parlamentar - e nas casas de oito outros supostos assessores.

O deputado não foi localizado para explicar as denúncias. O presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, também do PDT, e o líder da bancada do partido na Casa, Euclides Fernandes, disseram ainda não ter dados suficientes para avaliar o caso.

Foi localizado na madrugada desta terça-feira o corpo de Marlon Lima Silva, de 22 anos, morto no domingo, depois de ser atropelado por uma moto aquática enquanto nadava no Rio Paraguaçu, município de Santo Estevão (BA). O corpo foi localizado por pescadores, que auxiliavam os familiares nas buscas, boiando no rio.

Silva morava em Camaçari com a mulher, grávida de 8 meses, e trabalhava em uma lavanderia da cidade. De acordo com familiares, ele passava férias em Santo Estevão.

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Segundo testemunhas, a vítima tinha acabado de entrar na água, por volta das 16 horas, quando foi atingida pelo veículo. O barulho do impacto chamou a atenção de outros banhistas e o condutor da moto aquática, identificado como o comerciante Valdir Ferreira da Silva, fugiu do local, deixando o veículo na margem do rio.

De acordo com a Delegacia de Santo Estevão, o advogado do comerciante esteve na unidade e afirmou que o cliente vai se apresentar para prestar esclarecimentos. O corpo de Silva foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Feira de Santana e será enterrado em Ipecaetá, cidade natal da vítima.

A Vara da Auditoria Militar na Bahia anulou na noite de quinta-feira o ato administrativo que resultou na expulsão, em 2002, do ex-soldado da Polícia Militar Marco Prisco Caldas Machado, acusado de ser um dos líderes da greve da PM no Estado em 2001. Prisco comandou uma greve da corporação na Bahia, que durou 12 dias, em fevereiro último, e liderou a ocupação da Assembleia Legislativa do Estado - só liberada depois de o Exército montar um cerco ao prédio.

Ele foi detido pelos militares ao deixar a sede da Assembleia e ficou preso por 44 dias. Ele havia sido liberado da Cadeia Pública de Salvador na semana passada, após a Justiça conceder um habeas corpus. A decisão do juiz Paulo Roberto de Oliveira recomenda a reapuração dos fatos ocorridos em 2001 que, de acordo com a sentença, não apontam provas da participação de Prisco na greve.

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Segundo a Procuradoria Geral do Estado, Prisco não será reintegrado à PM, por enquanto, porque a decisão do magistrado não determina a reintegração imediata do ex-soldado à corporação. A PGE também informa que vai recorrer da decisão dentro do prazo legal de 30 dias, com pedido de efeito suspensivo. Prisco tem circulado, nos últimos dias, pela Assembleia Legislativa da Bahia, acompanhando os trabalhos e votações. Ele trabalha com a possibilidade de ser candidato a vereador nas eleições deste ano.

A loja Felissa Joias do Salvador Shopping, um dos maiores da capital baiana, foi assaltada na manhã desta quarta-feira por dois homens armados. Segundo o proprietário do estabelecimento, Welington Rocha, o prejuízo foi de cerca de R$ 1 milhão.

O assalto começou pouco depois da abertura da loja, por volta das 9h30, e durou cerca de dez minutos. Uma cliente e as três vendedoras que estavam no local foram rendidas pelos dois homens, que vestiam bonés, óculos escuros e uniformes de operários - fingiam que fariam um reparo na loja. Eles passaram a maior parte do tempo recolhendo dinheiro e objetos do cofre do estabelecimento.

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O alarme da loja chegou a ser disparado, mas os assaltantes conseguiram fugir, seguindo para o estacionamento do shopping, antes da chegada da equipe de segurança.

Esta é a segunda vez que a loja foi assaltada. Em fevereiro do ano passado, três homens conseguiram roubar joias em exposição, mas não tiveram acesso ao cofre. A ação de hoje foi filmada pelas câmeras do circuito interno do shopping e a polícia espera conseguir identificar os criminosos pelas imagens.

Seis suspeitos de participar de um assalto à empresa de transporte urbano Barramar, realizado esta madrugada, em Salvador (BA), morreram em perseguições policiais iniciadas logo após o roubo.

De acordo com informações da polícia, o grupo foi flagrado deixando a sede da empresa, no bairro periférico de Pirajá, por volta das 4 horas. Houve troca de tiros e um suspeito - ex-funcionário da empresa - foi preso no local. Os outros assaltantes conseguiram fugir em dois carros.

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Os veículos, um com dois ocupantes e outro com quatro, seguiram em alta velocidade pela BR-324, a mais movimentada rodovia da Bahia, que liga Salvador a Feira de Santana, no sentido capital, seguidos por viaturas policiais.

O motorista do carro com dois suspeitos perdeu o controle do veículo, que saiu da pista e caiu em um córrego. Ambos vestiam uniformes da empresa e morreram no local. O outro veículo só foi alcançado no bairro Engenho Velho de Brotas, bairro residencial de Salvador. Houve nova troca de tiros e os suspeitos foram baleados e não resistiram aos ferimentos.

Segundo a polícia, os seis são suspeitos de integrar uma quadrilha que havia realizado outro assalto a uma empresa de ônibus, a Praia Grande, no dia 4. Outros quatro acusados de integrar o grupo haviam sido presos entre os dias 5 e 7.

Apontado como principal líder da greve promovida pela Polícia Militar na Bahia, no início de fevereiro, o ex-soldado Marco Prisco foi solto na tarde desta sexta-feira, após passar 44 dias detido, isolado, em uma cela na Cadeia Pública de Salvador. Ele deixou a unidade por volta das 15 horas, acompanhado por um advogado, após a 2ª Vara Crime de Salvador acolher um pedido de habeas corpus.

Prisco liderou a ocupação, por parte de PMs grevistas, da Assembleia Legislativa da Bahia. O prédio foi isolado por tropas do Exército até a desocupação, em 9 de fevereiro. O ex-PM foi preso ao deixar o local. Prisco deve responder em liberdade às acusações de formação de quadrilha, roubo de patrimônio público e incitação à violência.

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Um grupo de cinco homens armados assaltou na manhã desta quinta-feira a casa do secretário de Relações Institucionais da Bahia, Paulo César Lisboa. Localizada em um condomínio na Praia de Itapuã, em Salvador, a residência foi invadida por volta das 5h30, depois de os criminosos renderem o segurança do condomínio e, em seguida, os moradores da casa.

Foram levados, além de eletrodomésticos e joias, R$ 5 mil e o carro de Lisboa, um Renault Logan. Os assaltantes conseguiram fugir e não foram localizados pela polícia, acionada logo depois do crime. O caso está sendo investigado pela 12ª Delegacia.

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O superintendente de Desenvolvimento Territorial de Cultura, da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), Adalberto Santos, foi exonerado e uma seleção pública para contratação de representantes culturais foi cancelada depois de ficar constatado que candidatos pertencentes a sindicatos e partidos políticos teriam vantagem na disputa pelas vagas.

A seleção, com base em análise curricular e entrevista, dava até 10 pontos, de 60 possíveis, ao candidato que apresentasse "atuação em sindicatos, partidos e organizações da sociedade civil". Seriam computados 2,5 pontos por ano nas atividades, até o máximo de 10 pontos.

Segundo o edital, publicado no dia 10, o salário previsto para a vaga é de R$ 1,98 mil, mais auxílio-alimentação. A contratação seria feita por Regime Especial de Direito Administrativo (Reda) e havia nove vagas.

Responsável pela seleção, Adalberto justificou o item como "má formulação na redação" do edital e disse que a seleção buscava "ativistas culturais". A Secult informou que um novo edital será lançado, ainda sem data definida.

Nove policiais militares da Bahia foram presos ontem acusados de motim (artigo 149 do Código Penal Militar) durante a paralisação da PM no Estado. Oito dos detidos tiveram a prisão decretada pelo juiz da Vara da Justiça Militar da Bahia, Paulo Roberto de Oliveira. Seis foram presos em Ilhéus, no litoral sul do Estado, e dois em Feira de Santana.

Já o soldado Gilvan Souza Santana, diretor da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (APPM) em Jequié, era um dos PMs considerados foragidos desde o dia 2, acusado de ser um dos 12 líderes do movimento. Ele foi detido na cidade em que atua. Com a prisão, foram cumpridos na Bahia, até o momento, cinco dos 12 mandados expedidos pela juíza Janete Fadul de Oliveira, do Plantão Judiciário, nos primeiros dias da paralisação.

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Além de Santana, estão detidos o ex-PM Marco Prisco Caldas Machado, presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) e apontado como principal articulador da greve; o também ex-PM Antônio Paulo Angelini, preso com Prisco no dia 9, o soldado Alvin dos Santos Silva, detido no dia 5, e o sargento Elias Alves de Santana, preso no dia 7.

O soldado da Polícia Militar (PM) Samuel Oliveira Meneses, de 39 anos, acusado de integrar um grupo de extermínio que assassinou cinco moradores de rua na madrugada do dia 3, no bairro da Boca do Rio, em Salvador, se apresentou, na tarde de hoje, ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Bahia.

Com a apresentação, dos quatro PMs suspeitos de integrar o grupo, três estão presos - antes de Meneses, os soldados Donato Ribeiro Lima, de 47 anos, acusado de ser o líder do grupo, e Willen Carvalho Bahia, de 34, haviam sido presos, na quinta-feira. O advogado do último foragido, Jair Alexandre Silva dos Santos, de 44 anos, informou que ele também deve se apresentar ao DHPP.

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A Polícia Civil investiga uma possível relação entre os autores dos homicídios e o comando da greve que a Polícia Militar promoveu no Estado até o último sábado. Segundo o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, há indícios de que as chacinas realizadas no período da paralisação tenham sido feitas para "causar comoção na sociedade" e "pressionar o governo" a aceitar as reivindicações dos grevistas.

A Secretaria de Saúde da Bahia confirmou ontem a primeira morte por meningite C no Estado este ano. Thiago Morais, de 28 anos, havia se sentido mal no dia 6. Atendido em um hospital particular, foi medicado e liberado. Na última quinta-feira, porém, ele voltou a passar mal - e morreu no dia seguinte, na mesma unidade.

De acordo com a Secretaria, os familiares e pessoas mais próximas de Morais já receberam profilaxia para a doença, que é transmitida por bactéria e considerada a forma mais agressiva da meningite. A Secretaria acredita que o caso é "isolado".

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Dados da Secretaria apontam queda nos índices de infecção e morte pela doença no Estado. Este ano, 13 pessoas contraíram o tipo C da meningite no Estado. No mesmo período do ano passado, foram registrados 20 casos, com cinco mortes. Em todo o ano de 2011, a doença causou 125 mortes. Em 2010, foram 145.

O governador da Bahia, Jacques Wagner, garantiu a presença de 19.727 policiais militares no carnaval de Salvador, auxiliados por três helicópteros e um avião motoplanador do Grupamento Aéreo. A eles serão somados 2.614 policiais civis e 380 integrantes da Força Nacional de Segurança, que já estão na cidade. A participação do Exército, que tem cerca de 4 mil homens na Bahia, no policiamento da festa ainda não está definida.

"Vamos retomar a tranquilidade e ter um carnaval normal, como tem sido todos os anos", afirma Wagner. "O momento de crise está superado. Foram dias duros, tensos para todos os baianos, mas o bom senso voltou."

Para o governador, o impacto da greve e dos episódios de violência na imagem da Bahia para os turistas é passageiro. "É óbvio que assusta, mas no geral as pessoas sabem que isso é pontual, a imagem da Bahia continua sendo a da gente hospitaleira, que recebe bem os visitantes", acredita.

Segundo o secretário de Turismo, Domingos Leonelli, as principais operadoras de viagens do Estado não relataram cancelamentos de pacotes para o carnaval e a previsão de chegada de 500 mil visitantes está mantida. "Apesar disso, sabemos que houve prejuízos à imagem da Bahia e vamos ter de recuperar isso."

ICMS - Integrantes da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel-BA) entraram com um pedido de parcelamento do pagamento do ICMS, por causa da forte queda registrada no movimento dos estabelecimentos durante a greve da Polícia Militar no Estado. De acordo com a entidade, foi registrada retração de entre 50% e 90% no fluxo de clientes durante a paralisação.

"Acho justo que a questão seja analisada, não por ter havido culpa do Estado na questão, mas porque houve, de fato, uma retração forçada nos negócios", diz o governador. "Já pedi para o secretário da Fazenda (Carlos Martins) trabalhar a questão e vamos ver o que pode ser feito."

Um balanço preliminar da Secretaria de Segurança Pública da Bahia aponta que, no período da greve parcial da Polícia Militar no Estado, entre a noite de 31 de janeiro e a noite de sábado, ocorreram 180 homicídios na região metropolitana de Salvador - 111 na capital e 69 nos demais municípios.

A média diária de homicídios na região, de 15, foi para mais que o dobro do que a registrada nas semanas anteriores à paralisação, de 6,7 por dia, e levou o mês de fevereiro a ser o mais violento já registrado na região, apesar de ainda estar chegando à metade. O maior índice para o mês inteiro, registrando anteriormente, havia sido em 2010, com 172 assassinatos. Ontem, primeiro dia após o fim da paralisação, foram registrados mais três homicídios na região, dos quais um foi na capital.

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Segundo dados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), há "fortes indícios" de execução em 45 dos 180 casos. Entre eles, existe a suspeita de participação de policiais ou ex-policiais militares em "25 a 30" assassinatos no período, segundo o diretor do órgão, delegado Arthur Gallas. Os "15 ou 20 restantes" são atribuídos a disputas entre traficantes de drogas e cobranças de dívidas do tráfico.

"Os crimes suspeitos de envolver policiais são característicos desses grupos que fazem segurança clandestina em áreas populares, a pedido de comerciantes", afirma Gallas. "Em todos esses casos, as vítimas são jovens, negras, usuárias de drogas, sem residência fixa, com histórico de furtos e roubos nas regiões em que circulavam. Pessoas que prejudicam os negócios dos comerciantes."

Dificuldades - De acordo com Gallas, há "vários PMs suspeitos" de envolvimentos nos crimes, mas há dificuldades nas investigações - entre outros motivos, pela pouca colaboração dada por próprios integrantes da PM. "As corporações têm conhecimento de muitos dos casos, mas eles são abafados, pela própria cultura dos militares", avalia.

Possíveis ligações entre os PMs suspeitos de participar das mortes e o comando grevista também estão sendo investigados. "Ainda não temos elementos para atribuir os homicídios ao comando da greve, mas há fortes indícios, em alguns casos, da intenção de causar comoção na sociedade para pressionar o governo", afirma o Secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa.

"O que notamos foi um crescimento dos índices de criminalidade dentro da proporcionalidade (territorial) que era observada antes da greve, então temos de ter o cuidado de avaliar o que foi, de fato, resultante da paralisação", diz o secretário. "O que é certo é que, com a greve, tivemos um campo mais fértil para a criminalidade. As apurações vão ser feitas e é claro que vamos instaurar os inquéritos."

Rio - O secretário Maurício Barbosa, por outro lado, enaltece o trabalho do setor de inteligência da Polícia Civil da Bahia, atribuindo a ela parte do pouco impacto que o movimento grevista teve no Rio, após a paralisação na Bahia.

"O Rio se preparou em cima do que fizemos aqui", afirma. "Veio pessoal da inteligência deles para acompanhar, porque a paralisação no Rio seria o epicentro do movimento nacional, que seguiria até Brasília. Uma parte do sucesso lá foi obtido ao se demonstrar a articulação nacional do movimento. Conseguimos abortar isso com o nosso trabalho de inteligência."

Os policiais militares da Bahia decidiram, em assembleia na noite de ontem, encerrar a paralisação, que já durava 12 dias. O policial militar baiano Ivan Leite, um dos líderes sindicais, admitiu que a pressão popular foi determinante para encerrar a paralisação.

"Estávamos sendo jogados contra a sociedade", ressaltou. Segundo ele, o fim da greve foi negociado com o governo. "Estive à tarde com o comandante-geral da PM (Alfredo Castro) e conseguimos a anistia administrativa para toda a tropa grevista. Isso foi crucial para o fim do movimento." Na sequência, Castro veio a público e negou qualquer acordo ou reunião. "Já tínhamos dado a anistia para quem não se envolveu em crimes até sexta-feira. E o ponto de quem faltou na sexta e hoje (ontem) será cortado."

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Na prática, segundo o comandante, os sindicalistas aceitaram na íntegra a proposta salarial apresentada pelo Estado desde terça-feira. Eles terão 6,5% de aumento retroativo a janeiro (mesmo reajuste definido para todo o funcionalismo), além do pagamento da Gratificação por Atividade Policial do nível 4 (em novembro e abril de 2013) e do nível 5 (a ser paga em 2014 e 2015).

A proposta de obter anistia ou afrouxamento dos mandados de prisão dos líderes grevistas - cinco já cumpridos - saiu definitivamente da pauta. Oito sindicalistas ainda são considerados "foragidos". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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