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Ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter criticou a proposta de Gianni Infantino, já aprovada, de ampliar a Copa do Mundo de 32 para 48 seleções a partir da edição de 2026. Para o suíço, seu sucessor no comando da entidade está abusando da comercialização do futebol, "tentando espremer cada vez mais o limão".

"O que está acontecendo neste momento é uma comercialização excessiva do jogo", disse Blatter, em entrevista ao jornal semanal alemão Die Zeit. "Há tentativas de espremer cada vez mais o limão, como acontece, por exemplo, com a Copa do Mundo com 48 seleções e agora com o Mundial de Clubes, que se tornará um rival da Liga dos Campeões."

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Na sua avaliação, a entidade está entrando num território que não deveria, que são as competições de clubes. "A Fifa está invadindo algo aqui que não é o seu negócio, o futebol de clubes."

Blatter se refere ao anúncio, na semana passada, de que a entidade vai promover uma mudança drástica no Mundial de Clubes, que passará a ter 32 equipes e será disputada a cada quatro anos, a partir de 2025. Os detalhes sobre o torneio, entre o processo de classificação, não foram anunciados ainda.

No mesmo evento, a Fifa não divulgou o formato da versão ampliada da Copa do Mundo, entre seleções, a partir de 2026. O próximo Mundial, que será disputada nos Estados Unidos, no Canadá e no México, terá o recorde de 48 equipes. E, faltando três anos e meio para o grande torneio, a entidade não definiu nem mesmo o formato geral da competição.

Blatter também criticou o próprio Infantino, que o sucedeu na presidência da Fifa em 2016. Ao jornal alemão, o suíço disse não ter "nenhuma relação com Infantino". E disse que o atual mandatário da entidade "se comporta de forma desrespeitosa porque recusou qualquer tentativa de contato comigo desde sua eleição". Blatter também disse que Infantino só "se comunica comigo por meio de advogados".

Questionado sobre sua saída da Fifa, em meio à investigações de casos de corrupção, Blatter voltou a negar que tenha cometido crimes à frente da entidade. "Eu jamais peguei em dinheiro que não fosse conquista minha (salário). Não há nada que possa ser provado contra mim em todos os procedimentos que fizeram. E isso vai continuar assim."

A Justiça da Suíça abriu nesta quarta-feira o processo contra Michel Platini, de 66 anos, e o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter, de 86, por fraudes na entidade. Segundo o Ministério Público do país, eles são acusados de obter ilegalmente 1,8 milhão de euros (cerca de R$ 9,2 milhões) dos cofres do órgão. Ambos devem comparecer ao tribunal de Bellinzona para prestar esclarecimentos nos próximos dias.

Blatter e Platini viveram uma relação de altos e baixos enquanto faziam parte da Fifa. A trajetória de ambos na entidade se encerrou em 2015, quando o escândalo teria acontecido. O dinheiro teria sido usado "em favorecimento" do ex-jogador francês, que, nos bastidores, se mostrava impaciente para suceder Blatter. O cargo acabou indo para Gianni Infantino, que segue no comando.

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Caso sejam considerados culpados, os dois podem pegar até cinco anos de prisão ou serem obrigados ao pagamento de uma multa pela infração aos cofres da Fifa. Materiais sobre os processos na França, contra Platini, e na Suíça, contra Blatter, serão usados na acareação.

Um ponto em comum entre as defesas e a acusação, porém, podem mudar os rumos do processo. Segundo a promotoria, Platini foi assessor de Blatter durante o primeiro mandato do suíço na presidência da entidade máxima do futebol e ambos assinaram um contrato em 1999 que estabelecia o pagamento de 300 mil francos suíços anuais ao ex-jogador "integralmente pagos pela Fifa".

Platini, no entanto, cobrou da Fifa uma dívida de 2 milhões de francos suíços em janeiro de 2011, cerca de oito anos após encerrar seus trabalhos como assessor. O dinheiro teria sido pago pela entidade com a anuência de Blatter, o que para a acusação infringiu as regras do controle financeiro do órgão.

A promotoria cita ainda a série de declarações enganosas de ambos os dirigentes sobre o caso. Eles insistem que desde o início dos trabalhos do ex-capitão da seleção francesa na Fifa, um acordo "de boca" foi feito entre os dois, sem a presença de testemunhas, firmando um salário anual de 1 milhão de francos.

O suíço Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa, foi hospitalizado, em estado grave, nesta quinta-feira (7), na Suíça. Segundo o jornal "Blick", a família não revelou o motivo da internação do dirigente de 84 anos.

A saúde de Blatter, após o seu afastamento do principal cargo da entidade que dirige o futebol mundial em 2015, tem se mostrado bastante irregular, com internações para cirurgias por causa de câncer de pele, lesões no joelho e crise no sistema imunológico.

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"Meu pai está no hospital. Ele está melhorando a cada dia. Mas ele precisa de tempo e descanso. Em nome da minha família, peço privacidade", disse Corine, filha de Blatter, ao jornal suíço.

Em 2015, Blatter renunciou à presidência da Fifa, depois de 17 anos, ao ser acusado de corrupção. Banido pelo Comitê de Ética, foi substituído por Gianni Infantino. Vários processos correm na justiça contra sua administração.

O último é uma denúncia formal apresentada pela Fifa contra Blatter, alegando irregularidades financeiras na construção de um museu do futebol, em Zurique, que teria fechado logo após sua abertura, em 2016. A obra custou 462 milhões de euros (cerca de R$ 3 bilhões). Os advogados de defesa negaram as acusações.

Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal argentino La Nación, Joseph Blatter afirmou ter sido "testemunha de sorteios" em competições organizadas pela Uefa que contaram com manipulação. Ao mesmo tempo, o ex-presidente da Fifa ressaltou que isso nunca ocorreu em sorteios de torneios organizados pela entidade máxima do futebol mundial durante a sua longa gestão no cargo.

Na entrevista ao prestigiado diário argentino, o ex-dirigente suíço afirmou que é possível "sinalizar" as bolinhas que podem ser tiradas dos potes que trazem os nomes dos times em um sorteio, "esquentando-as ou esfriando-as", em suposto mecanismo que teria sido utilizado pela Uefa para armar possíveis confrontos ou determinações de equipes em grupos de uma competição.

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"O sorteio da Fifa era limpo até o último detalhe. Eu jamais toquei nas bolinhas, coisa que outras pessoas faziam. É tecnicamente possível sinalizar (qual bolinha apanhar), esquentando-as ou esfriando-as. Não existe isso na Fifa, mas fui testemunha de sorteios em nível europeu nos quais isso ocorreu", afirmou Blatter ao La Nación.

Blatter presidiu a Fifa entre 1998 e 2015 e disse que "bolinhas eram colocadas antes dos sorteios em geladeiras" e que "a mera comparação entre umas e outras ao tocá-las já determinava as bolas frias e as quentes".

Suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa e investigado pelo órgão, assim como também pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o ex-dirigente acusado de atos de corrupção também afirmou ao diário argentino que a investigação "não vai encontrar violação de lei alguma, seja suíça ou lei penal", assim como garantiu ter a "consciência tranquila".

O ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, ironizou nesta sexta-feira (15) a situação da presidência da CBF e mandou seu recado: a entidade já teria de ter passado por reformas, com maior transparência, ficha limpa e um comitê de ética independente. O ex-cartola foi convidado pela Universidade da Basileia para debater a crise da Fifa com acadêmicos e estudantes. Combativo, Blatter insistiu que não sabia de nada sobre a corrupção de seus membros e acusou diretamente os "dirigentes sul-americanos" pelos problemas. Mas o evento terminou com um momento de tensão, quando um ex-procurador da ONU, Luis Ocampo, o acusou de saber de tudo e nunca ter agido para afastar os corruptos.

Questionado pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre o fato de a CBF ainda ser presidida por um dos cartolas indiciados nos Estados Unidos, Marco Polo Del Nero, Blatter foi irônico. "Quem é mesmo o presidente da CBF? ", perguntou, sorrindo. Ao ouvir o nome de Del Nero, ele apenas brincou. "Ele é o presidente?". Depois, já em um tom sério, indicou que a Justiça "fará seu trabalho".

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O brasileiro voltou a assumir a CBF na semana passada, depois de um período de licença. Se nos EUA ele foi indiciado pelo FBI por corrupção e lavagem de dinheiro, o caso que já completa um ano ainda não teve consequências para Del Nero, salvo sua impossibilidade de deixar o Brasil.

Nesta sexta, em seu discurso perante um auditório lotado, Blatter fez questão de apontar que os responsáveis pela corrupção no futebol estavam na América Latina. "Todos os indiciados são das Américas. E os supostos crimes ocorreram lá. Por enquanto, não existem europeus, asiáticos ou africanos envolvidos", disse.

Questionado se a responsabilidade pelos escândalos envolvendo o futebol brasileiro seria de Ricardo Teixeira ou José Maria Marin, ele preferiu não responder. "Os tribunais dirão", alertou. "Não tenho como controlá-los moralmente".

REFORMA - Blatter, porém, deixou claro que não bastará a Fifa passar por reformas como a adoção da ficha limpa para os novos dirigentes e um órgão judiciário independente. "A federação brasileira é uma das maiores do mundo. Eles precisam fazer essa reforma", insistiu.

Segundo ele, porém, a resistência em mudar e adotar leis mais transparentes não ocorreu dentro da Fifa, mas sim nas entidades regionais e nacionais. "Todos aqueles que foram presos em Zurique eram americanos", insistiu. "Do Sul ou do Norte. Mas americanos". "As acusações apontam para a corrupção em suas confederações", disse. "Se uma entidade não é capaz de limpar sua casa, alguém tem de entrar. O FBI e a intervenção americana ocorreram a partir das Américas", insistiu.

No caso dos brasileiros, Blatter deixa claro que o centro do esquema era o que teriam recebido para os direitos da Copa América. "Não são questões da Fifa", disse. "Na Fifa existiam barreiras sobre a corrupção. Mas não nas federações e o futebol apenas vai mudar se todos fizeram suas reformas", afirmou, lembrando que a ideia da ficha limpa para cartolas jamais foi aprovada.

TENSÃO - Sua primeira aparição pública em meses foi marcada por momentos de tensão, protestos e mesmo acusações. Ao entrar no auditório, saudou o público de sua velha maneira, como um chefe de estado ovacionado. Neste caso, porém, sem a ovação.

Durante duas horas, contou histórias, filosofou, fez o público rir e chamou de "vergonhosa" sua suspensão da Fifa. "Eu também estou lutando contra corrupção. Mas fui impedido de fazer meu trabalho. Fui afastado", afirmou o ex-dirigente. Minutos depois de começa a falar, Blatter foi interrompido por manifestantes que, aos berros, foram retirados do local.

Em outro trecho, um grupo identificado como "associação marxista" acusou a Universidade de ter "trazido um criminoso para falar". Blatter respondeu que não está sendo acusado de corrupção.

Blatter também defendeu a Fifa quando o assunto foi a escolha das sedes das Copas. "As Copas não são decididas pela Fifa. Na maioria das vezes, são decididas por pressão dos diferentes governos", revelou, apontando que a última escolha, em 2010, levou para Zurique praticamente o Conselho de Segurança da ONU.

Segundo Blatter, o que fez o Catar ganhar foi a decisão do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, de fechar um entendimento com o emir e sugerir a Michel Platini que votasse pelo Oriente Médio. "Se não fosse isso, a Copa teria sido nos EUA".

O suíço, investigado pelo Ministério Público da Suíça por má gestão, não abriu mão de seu lugar na história. "Quando eu assumi a Fifa, começamos do menos zero", declarou. "Ela se transformou em uma grande empresa. Não lamento nada. Só lamento o que eu não fiz. Lamento não ter levado a Fifa ao bom caminho depois do ataque que sofreu. Mas não me deixaram trabalhar ", disse.

O evento ainda terminou com um momento de tensão. Luis Ocampo, que investigou genocídios na África e violações de direitos humanos, concluiu os debates indicando que Blatter, mesmo sem ter sido acusado de corrupção, teria de ser responsabilizado pelo silêncio que manteve por anos diante dos esquemas que ocorriam com seus membros.

"É inaceitável que Ocampo diga isso", respondeu Blatter, irritado após passar duas horas dando sua versão dos fatos numa sala da Faculdade de Medicina e com tapumes que escondiam um esqueleto usado para as aulas regulares.

Joseph Blatter voltou nesta terça-feira (16) à sede da Fifa para apelar contra a sua suspensão de oito anos, imposta por ter aprovado um pagamento de US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 8 milhões) a Michel Platini em 2011. A punição foi imposta em dezembro pelo Comitê de Ética da Fifa e agora o presidente afastado tenta revertê-la na comissão de apelações da entidade.

Assim, um dia depois de Platini ir à sede da Fifa para apresentar o seu recurso foi a vez de Blatter voltar ao local. Na última segunda-feira, o ex-jogador francês permaneceu por oito horas na sede da entidade máxima do futebol.

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Ali, defendeu a versão de que o pagamento envolveu um acordo verbal relativo ao período entre 1999 e 2002, quando atuou como assessor presidencial de Blatter. O Comitê de Ética da Fifa, porém, considerou ambos culpados de "abuso de posição" "conflito de interesses" e "gestão desleal", rejeitando, porém, a acusação de "corrupção".

O presidente do Comitê Organizador da Eurocopa de 2016, Jacques Lambert, que também é amigo de Platini, compareceu pelo segundo dia seguido à Fifa para depor como testemunha de defesa. Ángel María Villar, presidente da Federação Espanhola de Futebol e vice-presidente da Uefa, foi outra testemunha apresentada por Platini.

Oficialmente, a Fifa não revelou quando será apresentado o veredicto sobre os recursos de Blatter e Platini. Porém, o presidente da Uefa declarou que os resultados das apelações devem ser apresentados até a próxima sexta-feira.

Anteriormente, Blatter e Platini haviam dito que tinham a expectativa de que seus recursos fracassassem na Fifa. Diante disso, estavam dispostos a levar seus casos para a Corte Arbitral do Esporte.

As audiências ocorrem às vésperas da eleição presidencial da Fifa, agendada para 26 de fevereiro, quando será definido o sucessor de Blatter - Platini chegou a se candidatar, mas teve que se afastar da disputa por causa de sua punição.

Suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa por oito anos, nesta segunda-feira, o francês Michel Platini chamou a decisão de "fraude" e avisou que vai recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para seguir no futebol. Platini é o atual presidente da Uefa e pretende ser um dos candidatos na eleição da Fifa, em 26 de fevereiro.

Em comunicado, Platini classificou a punição de "verdadeira fraude". E disse que não foi surpreendido pela decisão, que seria "orquestrada" para prejudicá-lo, às vésperas das eleições da Fifa.

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"Estou certo de que meu destino já estava selado antes da audiência de 18 de dezembro e o veredicto não passa de um desejo patético de me eliminar do futebol. Tanto nos gramados quanto nos meus cargos diretivos, meu comportamento foi sempre impecável e eu, de minha parte, estou em paz com a minha consciência", declarou o francês, um dos vice-presidentes da Fifa.

Para tentar anular a punição, Platini vai recorrer à CAS nos próximos dias. No início do mês, o francês sofreu uma derrota no tribunal ao tentar reverter a suspensão provisória de 90 dias aplicada pelo Comitê de Ética da Fifa.

Além disso, ele avisou que vai entrar com um processo civil na Justiça comum para pedir indenização pelos danos sofridos em razão das decisões do comitê da Fifa.

Platini foi punido nesta segunda juntamente com o suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa, por conta de um pagamento suspeito de US$ 2 milhões feito pelo suíço ao francês. O pagamento foi efetuado em 2011, sendo apontado como um salário retroativo por ambos, embora não tenha sido formalizado em um contrato. Platini foi um conselheiro presidencial de Blatter entre 1998 e 2002.

Porém, o momento do pagamento levantou suspeitas. Platini foi pago somente em fevereiro de 2011, três meses antes de uma eleição presidencial da Fifa, que Blatter ganhou - na época, o francês era tido como um dos favoritos a vencer o pleito. Como o acordo foi apenas verbal, não entrou nas contas da Fifa, o que também contribuiu para a condenação de ambos pelo Comitê de Ética. O Ministério Público da Suíça abriu um inquérito para também investigar o caso.

O suíço Joseph Blatter desafiou a condenação imposta, alertou que o Comitê de Ética não o pode destituir da presidência e insinua que pode impedir a realização da eleição marcada para 26 de fevereiro do próximo ano. "Eu voltarei", prometeu, nesta segunda-feira, após ser suspenso por oito anos pelo Comitê de Ética da Fifa, junto do francês Michel Platini.

O Comitê de Ética, que já havia suspendido Blatter e Platini provisoriamente por 90 dias, puniu os dois em razão de uma suspeita transferência de US$ 2 milhões do suíço ao francês, em 2011. O Ministério Público da Suíça também investiga o caso.

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Poucas horas após o anúncio da punição, Blatter concedeu entrevista coletiva. Ao chegar para o evento, a barba por fazer, os olhos inchados e um curativo no rosto mostravam outra face do dirigente. Mas o suíço tentou adotar um tom desafiador. Prometeu recorrer da decisão e escolheu realizar o encontro com a imprensa na antiga sede da Fifa, numa espécie de tentativa de mostrar que foi ele quem construiu a entidade.

"Fui traído. Eu ainda sou o presidente, mesmo afastado", disse o suíço. "Só o Congresso da Fifa pode me afastar, não o comitê. Eles não tem esse direito", afirmou. "Criamos o comitê para lidar com ética. Mas se eles tentam barrar evidências, cometem uma violação de direitos humanos."

Blatter também insinua que pode tentar melar as eleições em fevereiro de 2016. "Para eleger novo, eu preciso sair", alertou. Concorrem ao pleito Salman bin Ebrahim al-Khalifa, Tokyo Sexwale, Ali bin al-Hussein, Gianni Infantino e Jérôme Champagne. Mas nenhum deles é alvo de um consenso.

"Eu voltarei. Não acabou. Vou lutar pelos meus direitos", prometeu Blatter. "Vou lutar por mim e pela Fifa. Vou usar a Justiça. Não se pode terminar 40 anos assim. Não é possível. Suspenso, por quê?", questionou.

A decisão de afastá-lo foi elogiada por políticos europeus e seus adversários, enquanto os patrocinadores deixaram claro que Blatter precisava sair. O organismo, que por anos aniquilou seus opositores, agora era usado para acabar com a carreira do suíço.

"Algo está errado nesse sistema. Lamento que eu seja o saco de pancadas para a entidade. Peço desculpas. Peço desculpas pelo futebol pela Fifa. Mas também lamento por mim", declarou. O suíço questiona até mesmo as regras do afastamento que indica que ele não poderá nem mesmo entrar em um estádio. "Isso só vale para jogadores e técnicos. Não se aplica a mim."

Suas declarações revelam que ele não aceitaria deixar o poder da forma que está ocorrendo. "Eu não mereço isso. Vou lutar até o final", insistiu. Ao falar, citou Nelson Mandela, direitos humanos e insinuou que, em novembro, quase morreu.

Questionado sobre o motivo de tanta insistência, ele explicou: "Estou totalmente ligado a essa Fifa e o dia que vi que ela estava sendo atacada, acusada de ser mafiosa, eu tinha de protegê-la. Eu deveria ter parado depois da Copa de 2014. Teria sido mais sábio. Mas me pediram para ficar", disse.

Blatter continuou seu argumento de que não é responsável pela corrupção dos demais cartolas, muitos deles latino-americanos. "Não tenho essa responsabilidade moral", disse.

Apesar de mostrar resistência, Blatter dificilmente poderá voltar e, segundo fontes dentro da entidade, a meta é justamente a de "virar a página". O ex-presidente tinha na Fifa sua própria vida e era acusado por opositores de confundir a história do futebol com a sua própria.

Blatter entrou na entidade ainda nos anos 70 e passou a ser o braço direito de João Havelange. Juntos, os dois criaram um sistema clientelista no qual as federações nacionais recebiam privilégios, dinheiro e torneios em troca de um apoio incondicional aos dois cartolas em Zurique.

Os escândalos se sucederam. Mas ele sempre saiu intacto. Apoiado principalmente por países irrelevantes no futebol, Blatter costurou a criação de um império que o permitiu vencer cinco eleições a partir de 1998. Mais de cem federações pelo mundo dependiam praticamente de forma plena dos recursos que a Fifa os enviava. Suas alianças com multinacionais e pactos com ditadores sanguinários também reforçaram a fundação de seu poder, ao ponto de Havelange o alertar que estava "criando um monstro".

Mas, no dia 27 de maio de 2015, a história de Blatter mudaria de forma profunda. Uma ação policial em Zurique e na sede da entidade fez com que as empresas patrocinadoras exigissem sua saída. Quatro dias depois de vencer as eleições, o suíço foi obrigado a anunciar novas eleições, em fevereiro de 2016.

Ele estava convencido, porém, que voltaria ao poder e usaria esse tempo para desmascarar e manobrar seus opositores, os eliminando. Assim, em fevereiro de 2016, demonstraria às 209 federações nacionais que apenas ele poderia continuar mandando na Fifa.

O que ele não contava, porém, era com uma ação da polícia de Zurique que, em setembro, entrou na Fifa e o colocou como suspeito por corrupção e gestão desleal. Apesar de insistir em sua inocência, foi obrigado a deixar seu escritório na Fifa. Ao mundo, chegou a dizer que não era "demônio". Agora, foi o "mostro" que o devorou.

Condenados por "abuso de poder", o suíço Joseph Blatter e o francês Michel Platini foram suspensos do futebol por oito anos. A decisão foi anunciada pela Fifa na manhã desta segunda-feira e marca um divisor de águas na história da entidade que, pela primeira vez, afastou do futebol seu presidente. O gesto também passa a ser considerado como uma demonstração de que a entidade quer "virar a página" em relação à corrupção, afastando seus antigos chefes.

Para Blatter, com 79 anos, a decisão representa o fim de sua carreira na gestão do futebol. Ele esperava ser inocentado para que pudesse voltar ao comando e, em fevereiro, entregar o cargo ao seu sucessor. Platini esperava também ser inocentado, desta vez para ser candidato à presidência da Fifa. Ambos ficam afastado de qualquer envolvimento com o futebol até o ano de 2023, depois da Copa do Mundo do Catar, e a aplicação da medida é "imediata". Blatter, assim, deixa de vez seu cargo na Fifa e Platini é obrigado a abandonar a presidência da Uefa e seu sonho de ser presidente da Fifa.

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O Comitê de Ética da entidade havia suspendido ambos de forma provisória por 90 dias, enquanto examinava o caso. Blatter e Platini são suspeitos por conta de uma transferência de US$ 2 milhões do suíço ao francês, em 2011. O Ministério Público da Suíça também investiga o caso.

Ambos fecharam um entendimento para apresentar a mesma argumentação ao Comitê de Ética: a de que o dinheiro era um salário atrasado que a Fifa devia para Platini. Mas os juízes suspeitaram quando ficou claro que o salário era sobre um suposto serviço que ocorreu nove anos antes. Blatter e Platini também defenderam a ideia de que não existia um contrato por escrito. Para a Fifa, porém, a realidade é que houve suspeita de falsificação do balanço financeiro da entidade. Blatter era presidente e Platini, em 2011, seu vice-presidente e teriam de ter informado aos demais membros do Comitê Executivo sobre o pagamento, o que não ocorreu.

Mas a decisão promete ser polêmica. Segundo o comunicado, o pagamento de US$ 2 milhões "não tem base legal". "Blatter não conseguiu demonstrar qualquer outra base legal para o pagamento", insistiu o Comitê de Ética. A tese de um "acordo de cavalheiros" não foi "convincente e rejeitado". O Comitê também admite que as evidências coletadas não foram suficientes para provar que se tratou de corrupção. Mas aponta que a "conduta de Blatter em relação a Platini sem base legal constitui uma violação das regras da Fifa sobre dar e aceitar presentes e outros benefícios". "Além disso, Blatter se encontrou em uma situação de conflito de interesse, falhando em publicar essa situação e a existência de interesses pessoais", indicou a Fifa.

A decisão apontou que Blatter colocou seus interesses pessoais acima dos da Fifa. "Suas ações não mostraram compromisso com uma atitude ética, demonstrando um uso abusivo de sua posição de presidente da Fifa e violando as regras de conduta". Além da suspensão, ele terá de pagar US$ 50 mil em multas. Os mesmos argumentos foram apresentados sobre Platini: não conseguiu convencer os juízes sobre a natureza do pagamento. "Além disso, Platini fracassou em agir com completa credibilidade e integridade, mostrando desconhecimento da importância de suas obrigações", indicou o Comitê de Ética.

"Suas ações não mostraram compromisso com uma atitude ética, falhando em respeitar leis e regulações e demonstrando um abuso de sua posição como vice-presidente da Fifa", apontou. Além da suspensão, ele paga US$ 80 mil em multas. Blatter e Platini ainda podem recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês). Mas a decisão dificilmente será revertida e marca o fim melancólico de dois dirigentes que, por anos, mandavam no futebol.

O ex-presidente tinha na Fifa sua própria vida e era acusado por opositores de confundir a história do futebol com a sua própria. Blatter entrou na entidade ainda nos anos 70 e passou a ser o braço direito de João Havelange. Juntos, os dois criaram um sistema clientelista no qual as federações nacionais recebiam privilégios, dinheiro e torneios em troca de um apoio incondicional aos dois cartolas em Zurique. Apoiado principalmente por países irrelevantes no futebol, Blatter costurou a criação de um império que o permitiu vencer cinco eleições a partir de 1998. Mais de cem federações pelo mundo dependiam praticamente de forma plena dos recursos que a Fifa os enviava.

Mas, no dia 27 de maio de 2015, a história de Blatter mudaria de forma profunda. Uma ação policial em Zurique e na sede da entidade fez com que as empresas patrocinadoras exigissem sua saída. Quatro dias depois de vencer as eleições, o suíço foi obrigado a anunciar novas eleições, em fevereiro de 2016. Ele estava convencido, porém, que voltaria ao poder e usaria esse tempo para desmascarar e manobrar seus opositores, os eliminando. Assim, em fevereiro de 2016, demonstraria às 209 federações nacionais que apenas ele poderia continuar mandando na Fifa.

O que ele não contava, porém, era com uma ação da polícia de Zurique que, em setembro, entrou na Fifa e o colocou como suspeito por corrupção e gestão desleal. Apesar de insistir em sua inocência, foi obrigado a deixar seu escritório na Fifa. Ao mundo, chegou a dizer que não era "demônio".

CAMPANHA - Quem também conheceu o fim de uma trajetória de poder no futebol foi Michel Platini, presidente afastado da Uefa e candidato à presidência da Fifa. Argumentando que a decisão sobre sua punição já havia sido tomada, o francês sequer apareceu ao tribunal da Fifa na última sexta-feira. Ele alega que a manobra foi orquestrada por Blatter para o impedir de ser presidente da Fifa.

Platini era considerado como o herdeiro político do cartolas suíço e, por anos, aguardou sua vez de concorrer à presidência. Mas, em 2011, rompeu com Blatter, depois que o dirigente descumpriu uma promessa feita e voltou a se apresentar para o comando da Fifa. Platini considerara que aquela era sua vez. Hoje, a suspeita é de que Blatter tenha feito o pagamento de US$ 2 milhões justamente para compensar Platini por não se apresentar ao pleito. Hoje, ambos estão banidos do futebol.

Em sua primeira aparição pública desde que foi hospitalizado no início do mês, Joseph Blatter revelou a um canal de TV suíço que esteve perto da morte. O presidente da Fifa, que cumpre suspensão provisória de 90 dias, passou seis dias internado no hospital de Zurique por conta de um mal-estar, causado por estresse.

"Eu estava entre anjos que cantavam e demônios que incendeiam. Mas foram os anjos que cantaram. Eu estive muito perto [da morte]. A pressão era enorme", disse o suíço ao canal RTS, em um trecho da entrevista divulgada nesta segunda - será transmitida na íntegra somente na quarta-feira.

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Neste trecho, Blatter não revelou as causas da sua internação. Mas indica que o mal-estar foi causado pelo estresse relacionado às denúncias de corrupção na cúpula da Fifa. A sequência de escândalos teve início no fim de maio, com a prisão de sete cartola da entidade, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Prisões e extradições aos Estados Unidos se seguiram nos meses seguintes, contudo, sem atingir Blatter. Até que a Procuradoria-Geral da Suíça iniciou investigação criminal contra o presidente da Fifa, no fim de setembro, em razão de suspeita de apropriação indébita e má gestão. Pelas denúncias, ele poderá ser condenado a até dez anos de prisão.

Em seguida, Blatter virou alvo de nova investigação por causa do pagamento de 2 milhões de francos suíços (cerca de R$ 7 milhões) ao francês Michel Platini em 2011. O valor, segundo os dois dirigentes, se referia a serviços prestados por Platini à Fifa entre os anos de 1998 e 2002. Os dois foram suspensos por 90 dias pelo Comitê de Ética da entidade.

Diante destas denúncias, Blatter admitiu na entrevista ao canal suíço que se arrepende de não ter se aposentado ao fim da Copa do Mundo do Brasil, disputada no ano passado. "Eu me arrependo de não ter dito a mim mesmo: 'Blatter, você já alcançou o topo, você fez muitas coisas boas, você não pode fazer mais, você deve parar'", declarou.

O futuro de Blatter na Fifa deve ser decidido nas próximas semanas. No sábado, o Comitê de Ética anunciou que encerrara suas investigações. E cobrou punições tanto ao suíço quanto a Platini, embora não tenha divulgado detalhes do caso. Uma eventual punição acabaria com qualquer chance de o francês disputar as eleições presidenciais convocadas para o dia 26 de fevereiro do próximo ano.

A eleição na Fifa vai decidir o futuro da tecnologia no futebol. Como estava previsto desde a reunião da International Board em fevereiro, uma decisão será tomada no início de 2016 para definir se os replays poderão ser usados em vídeos para auxiliar a arbitragem e, se aprovado, os testes começarão no segundo semestre. Mas o fim da era de Joseph Blatter na entidade e o afastamento de Jérôme Valcke abrem caminho para a nova proposta.

O uso do vídeo estava na agenda da International Football Association Board (IFAB) há seis meses. O órgão é espécie de diretório que se ocupa de proteger as regras do jogo formado pelas quatro federações britânicas e pela Fifa.

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Mas a Fifa bloqueou propostas de cartolas europeus para testar o uso de replay nos jogos. Novos estudos sobre os assuntos foram solicitados para 2016, assim como uma decisão. Mas não havia uma data para o início dos testes.

Agora, com uma nova administração assumindo a entidade a partir de março, a esperança da IFAB é de que os testes possam começar, inclusive no Brasil, que pediu a autorização para testar o vídeo.

"Devemos ter essa discussão em março e, se aprovada, começaremos os testes no segundo semestre de 2016", declarou Lucas Brud, o secretário da IFAB. A diferença em relação ao encontro de fevereiro, porém, é que o voto da Fifa será certamente diferente. Blatter deixa seu cargo em fevereiro.

Provas já estavam ocorrendo com a Federação Holandesa de Futebol, permitindo em alguns jogos os árbitros mantivessem contato com outro juiz fora de campo e que estariam assistindo a partida por um vídeo. Se alguma dúvida surgisse, o árbitro poderia solicitar imediatamente o apoio.

Mas os holandeses esperavam um sinal verde em fevereiro para testar o sistema no campeonato nacional. Pelo menos mais duas federações nacionais - Inglaterra e Escócia - saíram em defesa do projeto. "Nós teríamos aprovado a ideia", declarou naquele momento o presidente da federação escocesa, Steward Regan.

Mas a Fifa vetou. "Ainda não está claro o que seria a proposta do uso do vídeo", declarou em fevereiro Jérôme Valcke, então secretário-geral da Fifa. "Essa seria a maior decisão jamais adotada na história moderna do futebol e que teria um grande impacto no futuro do jogo", argumentou. Com Valcke afastado e Blatter fora da entidade, a esperança é de que os testes se transformem em realidade.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou neste sábado (15) que foi ameaçado pelo francês Michel Platini, atual presidente da Uefa e candidato a suceder o suíço na entidade máxima do futebol, durante o congresso realizado no fim de maio, em Zurique. O francês teria dito que Blatter iria para a prisão caso não desistisse de disputar as eleições naquele congresso.

Blatter fez a afirmação ao jornal holandês De volkskrant, para o qual concedeu longa entrevista. Ao ser questionado sobre sua relação com Platini, o suíço afirmou ter recebido a ameaça através do seu irmão, Peter Blatter.

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"Durante um almoço, Platini sentou ao lado do meu irmão na mesa e disse: 'Diga a Sepp [apelido de Blatter] para desistir das eleições ou ele será preso'", disse o presidente da Fifa. Blatter disse ainda que só ficou sabendo desta conversa depois das eleições, vencidas por ele no dia 29 de maio.

Perguntado sobre os motivos para Platini fazer tal ameaça, Blatter desconversou. "Vocês terão que perguntar a ele sobre isso. Eu não sei o que se passa na cabeça dele", declarou, antes de garantir que não anunciou sua renúncia por causa das supostas ameaças de Platini.

"Houve um tempo em que minha relação com ele era de pai e filho. Ele trabalhou para mim durante quatro anos na Fifa, depois da Copa do Mundo de 1998, na França. Juntos, preparamos sua entrada na diretoria da Uefa e da Fifa. Em 2007, ele também se tornou presidente da Uefa com o meu apoio", disse Blatter, que afirmou não saber a razão da mudança de comportamento do francês.

Blatter também comentou sobre seu surpreendente anúncio de que deixaria a presidência da Fifa, apenas quatro dias após ser reeleito, no início de junho. O suíço disse que decidiu fazer o anúncio motivado por algo que aconteceu nos bastidores. Mas se recusou a revelar o que se passou na cúpula da Fifa momentos antes de sugerir novas eleições.

"Um dia eu contarei exatamente tudo o que aconteceu. Não quero entrar em detalhes agora por causa das investigações que ainda estão sendo conduzidas pelas autoridades dos Estados Unidos e da Suíça. Não quero atrapalhar este trabalho. Vou manter isso para mim e me sinto bem a esse respeito", declarou Blatter. "Só falarei a respeito quando eu deixar a presidência da Fifa", prometeu.

As novas eleições da Fifa serão realizadas no dia 26 de fevereiro de 2016. Platini desponta como o grande favorito ao angariar apoio em diferentes confederações. Até a Conmebol já declarou voto no francês, mesmo contando com um candidato entre os seus filiados. O brasileiro Zico conta com o suporte da CBF para entrar no pleito.

O presidente Joseph Blatter, que deixará a Fifa em fevereiro de 2016, voltou a pedir que os clubes europeus estabeleçam um limite de jogadores estrangeiros em campo. Para o suíço, as equipes devem se espelhar no modelo do futebol russo, que tenta restringe a participação de jogadores de outros países nos campeonatos locais.

Em artigo na revista semanal da Fifa, Blatter diz que quer "honrar o talento local" dos países ao propor a exigência de que cada time tenha ao menos seis jogadores em campo que possam defender a seleção local. O modelo russo cobra cinco atletas por equipe em cada partida.

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Ao defender sua ideia, o suíço argumentou que jogadores não ingleses estiveram em campo 77% do tempo das partidas da última edição do Campeonato Inglês. "Com alguma boa vontade, poderemos avaliar novamente esta ideia de estabelecer cotas para jogadores estrangeiros", disse Blatter.

O presidente da Fifa já havia proposto tal limite em 2010. Na época, porém, entrou em conflito com o presidente da Uefa, Michel Platini, por causa das leis europeias que protegem o direito de os jogadores circularem livremente pelos clubes do continente.

"O princípio da liberdade de movimento não será ferido porque há apenas 11 jogadores em campo enquanto o elenco dos clubes tem mais de 30 atletas. Uma coisa é ter um contrato com o clube, outra bem diferente é estar em campo para jogar", declarou Blatter.

Contrariado com o resultado da eleição da Fifa nesta sexta-feira, Luís Figo afirmou que a entidade máxima do futebol está "doente" e que Joseph Blatter é "cínico" e não tem "capacidade para liderar a Fifa". O ex-jogador português era um dos candidatos de oposição ao suíço, mas desistiu do pleito na semana passada.

"Hoje foi outro dia negro em Zurique. Perdeu a Fifa, mas acima de tudo perdeu o futebol e todos aqueles que verdadeiramente se preocupam com ele", lamentou Figo. "Esta votação serviu apenas para endossar a eleição de um homem que não pode manter-se à frente do futebol mundial."

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Para o português, a reeleição de Blatter em meio ao escândalo de corrupção revelado nesta semana mostra que a entidade está "doente". "O fato de o principal responsável pela Fifa ter chegado a este ponto ter sido reeleito diz bem como a organização está doente", afirmou.

Figo questionou as alegações do suíço de que não sabia dos supostos atos de corrupção na cúpula da Fifa. "Ou o senhor Blatter sabia e foi conivente com os atos de corrupção e tráfico de influências, ou, se não sabia - como ele diz -, é porque não tem capacidade para liderar a Fifa. Não há outra forma de ver o problema", atacou.

"É cínica a reação de senhor Blatter quando diz que não pode controlar toda a gente. Ofende a inteligência de todos nós. Foram essas pessoas que ele promoveu durante anos e que juntamente com ele, fizeram da Fifa o que ela é hoje, um organismo decadente", declarou Figo, referindo-se a figuras como Jack Warner. O ex-vice-presidente da Fifa, um dos maiores aliados de Blatter, é um dos principais suspeitos de corrupção.

O ex-jogador disse que Blatter precisa renunciar ao cargo nos próximos dias. "Não se pode liderar a Fifa fazendo tábua rasa das mais elementares regras de transparência, legalidade e democracia", afirmou. "Se o senhor Blatter se preocupasse minimamente com o futebol, teria desistido de se apresentar à reeleição. Se tiver um mínimo de decência, terá de renunciar nos próximos dias."

Figo era um dos três candidatos de oposição a Blatter nestas eleições da Fifa. Contudo, desistiu na semana passada, alegando decepção com a hipocrisia dos dirigentes esportivos e com a postura "ditatorial" do suíço durante a campanha. Também abandonou a candidatura o holandês Michael Van Praag.

Com estas desistências, Blatter só enfrentou o príncipe jordaniano Ali Bin al-Hussein nesta sexta. O suíço ganhou o primeiro turno por 133 a 73 votos, sem obter o suficiente para se reeleger diretamente. Antes do segundo turno, porém, o opositor desistiu da disputa e Blatter pôde ser dado como vitorioso do pleito. Ele foi eleito para seu quinto mandato à frente da Fifa.

Joseph Blatter, de 79 anos, foi eleito para seu quinto mandato no comando da Fifa nesta sexta-feira antes mesmo da disputa do segundo turno das eleições, em razão da renúncia do seu único opositor, o príncipe jordaniano Ali Bin al-Hussein. Mas o suíço comandará por mais quatro anos um entidade falida moralmente, com a ameaça da fuga de patrocinadores, um racha inédito com a Europa e uma oposição interna muito superior ao que esperava.

Nesta sexta, com o apoio de pequenas federações, o cartola suíço se manteve no cargo, apesar da crise e das prisões de cartolas. Para tanto, ele superou o jordaniano Ali bin Hussein no primeiro turno por 133 a 73 votos. No entanto, como precisava de 140 votos para ser reeleito, Blatter teria que disputar o segundo turno, logo na sequência. O príncipe, contudo, desistiu antes do início da nova disputa. O suíço entrou para a Fifa em 1976 e, desde 1998, é seu presidente.

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As detenções de cartolas nos últimos dias em Zurique chegaram a dar um impulso para a campanha de Ali. Mesmo num curral eleitoral de Blatter, como na América do Sul, Ali chegou a ganhar alguns votos, como o do Uruguai e do Peru. A CBF também indicou que estava decepcionada com Blatter e se dizia inclinada a votar no jordaniano. Os números das urnas mostraram, porém, que o novo reinado de Blatter terá uma forte oposição, em razão dos 73 votos obtidos por Ali.

"Não sou perfeito. Mas vamos trabalhar. Prometo que vou dar uma Fifa forte a meu sucessor", disse. Ele também rejeitou a acusação de estar em idade avançada. "A idade não é um problema. Tem muita gente de 50 anos mais velha que eu", atacou.

Blatter assume o cargo em uma entidade em sua pior crise. A Europa chegou a alertar nesta semana que vai reunir seus membros no próximo fim de semana para determinar até que ponto vão manter a relação com a Fifa. Um dos representantes da Uefa na entidade, David Gills, já indicou que vai renunciar de seu cargo na Fifa diante da permanência de Blatter. Um dos riscos é de que seleções e clubes europeus se recusem a participar de torneios da Fifa, num racha inédito no futebol mundial.

Para tentar evitar a pressão de Blatter sobre os eleitores, principalmente os menores, a federação americana pediu que o voto fosse secreto. Por anos, Blatter tem distribuído recursos para as federações e cartolas pelo mundo, o que lhe garantiu a permanência no cargo nos últimos 17 anos.

Antes da votação, membros da CBF indicaram que consideraram a atitude de Blatter como uma "traição" diante da falta de apoio a José Maria Marin e à crise de corrupção na entidade. O Brasil, depois de declarar seu apoio à Blatter, estava inclinado a votar por Ali.

Mas Blatter mantém o cargo em uma entidade falida moralmente e dividida. Antes da votação, ele pediu por "unidade" e prometeu criar novos organismos dentro da entidade para fortalecer o futebol. Chegando a se emocionar e arrancando palmas, fez um apelo. "Eu só quero ficar com vocês", disse, com a voz embargada e tremendo. "Não precisamos de revolução, mas de evolução", afirmou.

"As pessoas me chamam de responsável por tudo. Está bem. Então assumo isso e vamos juntos para que, ao final de meu mandato, eu possa entregar uma Fifa forte, fora da tempestade", disse. "Eu prometo uma Fifa forte", insistiu. "Precisamos fortalecer as fileiras e ir adiante", lamentou. "Vamos recolocar a Fifa nos trilhos e vamos começar amanhã mesmo com isso", disse.

O cartola também rejeitou a tese de que estava por muito tempo na Fifa. "Mas o que é a noção de tempo. O tempo é eterno", disse. Para ele, os 17 anos de presidência foram "curtos".

Blatter insistiu que foi ele quem estabeleceu regras para tentar controlar o comportamento dos cartolas e garante que existe uma divisão de poderes dentro da entidade. "Mas não podemos controlar todos fora da Fifa", disse. Ele também alerta que cabe às confederações regionais agir para se reformarem. "Só assim poderemos ter maior controle. Em nenhum país um tribunal pode agir sozinho", insistiu.

ENCRUZILHADA - Ao discursar antes da eleição, Ali havia feito um duro alerta e proliferou ataques velados ao cartola que venceu o pleito. "Tudo está em jogo", declarou. "A Fifa não existe numa bolha. O mundo nos olha. A Fifa não é uma pessoa", alertou. "Não poderia ver um momento mais decisivo para Fifa que este e temos o direito de um novo começo", insistiu.

"A mudança não ocorre em um dia. É um processo. Precisamos de uma cultura que apoie transparência", apelou. "Estamos numa encruzilhada e precisaremos de um líder para arrumar essa confusão em que estamos", insistiu.

Ele também havia prometido "não se esconder". "Vou assumir as responsabilidades", disse. "A Fifa não é uma empresa", contra-atacou Ali ao comentário de Blatter de que a entidade é "uma empresa".

RICO - A pior crise da história da Fifa coincide com seu momento de maior exuberância financeira. Durante o Congresso da entidade nesta manhã em Zurique, a Fifa apresentou suas contas e apontou para uma receita recorde de US$ 5,7 bilhões. s graças ao sucesso comercial da Copa do Mundo no Brasil. No total, os lucros somaram US$ 338 milhões.

Entre 2011 e 2014, contratos de TV aumentaram em 43%, contra elevação de marketing de 29%. Em média, a receita aumentou em 37%, uma taxa inédita.

Hoje, a Fifa está sentada em um fundo de reserva de US$ 1,5 bilhão. "A Copa do Mundo foi muito boa para nossos parceiros comerciais", comemorou o vice-presidente da Fifa, Issa Hayatou diante das 209 federações. Em apenas dez anos, as reservas aumentaram em cinco vezes.

Hayatou ainda apontou que parte desses lucros é compartilhado aos cartolas de todo o mundo. Em quatro anos, a entidade distribuiu às federações nacionais e regionais um total de US$ 261 milhões. "Todos lucram com o sucesso da Fifa", disse. Ele ainda garantiu que, entre 2015 e 2018, os resultados serão mantidos, assim como a distribuição de dinheiro.

Já o auditor chefe da Fifa, Domenico Scala, faz seu alerta sobre o controle das atitudes dos dirigentes. Segundo ele, nos últimos anos a Fifa adotou uma série de medidas para garantir transparência e combater corrupção. "Mas para que possamos vencer, precisamos acabar com a cultura de corrupção que existe", declarou.

Em visita ao Xeque Tamim bin Hamad Al Thani, emir do Catar, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, cobrou que o país se esforce mais para melhorar as condições de trabalho dos imigrantes contratados para executar as obras dos estádios e de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2022.

"Como vários grupos de direitos humanos já anunciaram, houve progresso no Catar recentemente, principalmente por causa do padrão imposto pelo Comitê Supremo aos locais de construção. Mas mais ainda precisa ser feito no Catar para garantir condições justas e uniformes para todos", destacou o mandatário da entidade.

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De acordo com Blatter, o próprio emir se comprometeu a melhorar as condições de trabalho dos imigrantes. "É encorajador ouvir pessoalmente do emir seu compromisso com o bem-estar dos trabalhadores e ter uma boa noção de quais progressos serão alcançados pelos trabalhadores no Catar.

Às vésperas de mais uma eleição presidencial na Fifa, o suíço afirmou que o Catar está assumindo sua responsabilidade de futura sede da Copa, apesar das recorrentes denúncias de abuso nas condições de trabalho no país. "Está claro que o Catar assume sua responsabilidade de país anfitrião, de forma séria, e vê a Copa do Mundo como um catalisador de uma mudança social positiva", declarou.

Blatter se reuniu com o emir do Catar neste fim de semana porque as condições de trabalho no país serão discutidas pelo Comitê Executivo da Fifa na quinta e na sexta-feira da próxima semana, em Zurique.

Melhor jogador do mundo em quatro oportunidades e craque da última Copa do Mundo, Lionel Messi utilizou sua conta no Facebook para lamentar, nesta quarta-feira, a morte de Julio Grondona, o presidente da Associação Argentina de Futebol (AFA).

"Dia muito triste para o futebol, para toda a Argentina e para mim. Nosso presidente da AFA, Julio Grandona, nos deixou. Quero mandar minhas condolências e um agraço muito grande a todos seus familiares e amigos", escreveu o craque da seleção argentina.

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Grondona, que também ocupava o cargo de vice-presidente da Fifa, sentiu-se mal durante a madrugada desta quarta e foi levado ao Sanatório Mitre, em Buenos Aires, mas não resistiu antes de ser submetido a uma intervenção cirúrgica. "Muito triste pela perda de um grande amigo. Julio Grondona nos deixou aos 82 anos. Hoje abraço à sua família. Descansa em paz", declarou o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Até Maradona, que tinha desavenças históricas com Grondona, mostrou algum tipo de solidariedade. Postou no Facebook uma foto antiga, branca e preta, dos dois sorrindo. No texto, apenas o nome do dirigente, ano de nascimento e morte, e "Presidente da AFA".

Grondona liderava a AFA há 35 anos e esta semana esteve reunido com o técnico Alejandro Sabella, que decidiu deixar o comando da seleção argentina, vice-campeã da Copa do Mundo de 2014. O dirigente teria marcado para os próximos dias uma reunião com outro treinador, Gerardo Martino, candidato ao cargo.

Um dia depois de criticar o atraso brasileiro na preparação para a Copa de 2014, o que provocou até mesmo uma resposta da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, amenizou o tom nesta segunda-feira (6). Através do Twitter, o dirigente suíço chegou a dizer que o Mundial será "um sucesso" e que o Brasil será "um ótimo anfitrião".

Em entrevista publicada no domingo pelo jornal suíço 24 Heures, Blatter criticou o Brasil ao afirmar que nunca viu atraso parecido na preparação de um país para sediar a Copa do Mundo desde que começou a trabalhar na Fifa - ele faz parte da entidade desde 1975 e passou a ocupar a presidência em 1998. "Eles começaram tarde demais", chegou a dizer o dirigente.

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Ainda no domingo, o Ministério do Esporte divulgou nota oficial para reafirmar que o Brasil "estará pronto a tempo" para receber o Mundial entre junho e julho. E nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff utilizou o Twitter para valorizar a preparação brasileira e reforçar a ideia de que essa será a "Copa das Copas", como ela já disse anteriormente.

"Os brasileiros começam 2014 confiantes que irão sediar a #CopadasCopas. No Brasil, a Copa estará em casa, pois este é o país do futebol", escreveu Dilma. "A procura por ingressos para os jogos - a maior em todas as Copas - mostra que torcedores do mundo inteiro confiam no Brasil. Amamos o futebol e por isso recebemos esta Copa com orgulho e faremos dela a #CopadasCopas."

Sempre político, Blatter adotou outro tom nesta segunda-feira, bem diferente das críticas que fez na entrevista ao jornal suíço. Citou, inclusive, a manifestação de Dilma. "Concordo com os comentários de hoje de @dilmabr (Twitter da presidente). O mundo todo, incluindo eu, está esperando pela #CopadasCopas. O Brasil será um ótimo anfitrião", escreveu o dirigente.

Escrevendo em inglês e português no Twitter, ele também falou rapidamente nesta segunda-feira sobre a preparação brasileira. "Apenas 157 dias para o jogo de abertura em São Paulo. Os preparativos estão a todo vapor nas 12 sedes. Brasil/2014 será um sucesso", afirmou Blatter, tentando contornar mais um polêmica entre Fifa e governo federal antes da Copa do Mundo.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, condenou nesta terça-feira as manifestações racistas da torcida do Betis contra o zagueiro brasileiro Paulão, da própria equipe, durante rodada do Campeonato Espanhol, no domingo. O dirigente disse estar "enojado" com as ofensas e pediu maior punição nos casos de discriminação no futebol mundial.

"Estou enojado com os atos dos 'torcedores' que discriminaram um jogador do Bétis. Eu condeno estes gestos, que foram vistos por milhões de pessoas na TV", afirmou Blatter, em seu perfil no Twitter. "Eu vou dizer de novo: não faz sentido combater o racismo com multas. Isto deve ser encarado de frente por todos os organizadores de competições".

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Blatter se refere à política de "tolerância zero" que tenta implementar na Fifa em relação aos casos de discriminação. O presidente quer punições mais severas aos clubes que contam com torcedores racistas, conforme documento publicado pela Fifa em maio, após o Congresso da entidade realizado nas Ilhas Maurício.

"Os membros da Fifa aprovaram resolução no Congresso para combater a discriminação", lembrou Blatter, cobrando medidas dos responsáveis pelo Campeonato Espanhol. "Chegou o momento de punições mais pesadas", avisou.

Entre as orientações pregadas pelo documento oficial estão penas mais leves, como multas, advertências e jogos em estádios sem torcida, e sanções mais duras para os casos reincidentes, como a perda de pontos, expulsão do campeonato e até o rebaixamento. Jogadores ou árbitros acusados de racismo devem ser suspensos por até cinco partidas.

As ofensas racistas no jogo de domingo aconteceram assim que Paulão recebeu o cartão vermelho aos 42 minutos do primeiro tempo. Irritados com a expulsão, torcedores xingaram o zagueiro e imitaram gestos de macaco. Antes de o brasileiro ser expulso, o Betis já perdia do Sevilla por 1 a 0. O placar final foi de 4 a 0.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, sugeriu acabar com a repescagem das Eliminatórias da Copa do Mundo nesta terça-feira. Às vésperas das partidas que definirão as últimas vagas do Mundial de 2014, o dirigente diz buscar um novo formato que defina os classificados sem a necessidade de jogos extras.

Em entrevista ao site da Fifa, Blatter não indicou qual seria o melhor formato para as Eliminatórias e nem um prazo para implementar mudanças. Mas afirmou que quer "uma solução na qual, no fim das Eliminatórias, as seleções saibam se estão dentro ou fora da Copa, sem esta repescagem", declarou.

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Blatter revelou insatisfação com a repescagem a poucos dias dos jogos que definirão as últimas 11 seleções classificadas para a Copa. Os duelos serão realizados em duas partidas, de ida e volta.

"Haverá certo drama porque você tem que eliminar um dos times agora em apenas duas partidas. Acho que isso é bom para a televisão, é bom para o espetáculo do futebol, mas acho que temos que achar uma outra solução", declarou Blatter.

Recentemente, o presidente da Uefa, Michel Platini, sugeriu uma Copa do Mundo com 40 seleções, oito a mais que o atual formato. Um Mundial com mais equipes exigiria uma nova forma de disputa das Eliminatórias, possivelmente sem a necessidade de repescagem.

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