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O ministro da Economia, Paulo Guedes, estava nos EUA quando anunciou a intenção do governo de zerar o Imposto de Renda das aplicações de investidores estrangeiros em títulos emitidos por empresas no mercado brasileiro. A medida estava em estudo há algum tempo pelo time do Guedes, mas o estouro do conflito da Rússia com a Ucrânia acelerou a decisão.

Com a guerra trazendo o risco de a inflação apertar em ano de eleição por conta da alta dos preços internacionais, sobretudo alimentos e combustíveis, "chamar" dólares ao Brasil passou a ser peça-chave para a queda da taxa de câmbio e para mitigar o impacto da aceleração inflacionária esperada.

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Outras medidas facilitadoras da entrada do capital externo para fortalecer o mercado de capitais e reforçar a segurança jurídica entraram no radar para mostrar que o Brasil é lugar seguro para os investidores.

Técnicos da equipe econômica estão trabalhando em cálculos do potencial de atração de recursos pelo Brasil diante do novo cenário mundial.

Estímulos

Sem espaço para o governo aumentar mais gastos depois da aprovação do Orçamento, o novo pacote de estímulo à economia foca no aumento do crédito, na desoneração de impostos e no velho e conhecido mecanismo usado pelos últimos governos de colocar dinheiro na mão dos trabalhadores para aumentar o consumo: a liberação de R$ 30 bilhões para saque do FGTS.

Apesar do apelo de representantes da indústria da construção, que pediram que a medida não fosse adotada, a liberação do FGTS está prevista para ser lançada nesta semana e permitirá o saque de R$ 1 mil por trabalhador com recursos no fundo.

O governo também conta com a liberação de R$ 100 bilhões para o crédito às pequenas e médias empresas. Projeto do senador Jorginho Mello (PL-SC) para uma nova rodada do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) entrou na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado desta semana.

O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, também trabalha para lançar medida para estimular o microcrédito com garantia de parte dos recursos do FGTS. Apesar da resistência de integrantes da equipe econômica, a medida tem chance de sair do papel com apoio da ala política do governo. Se o presidente Jair Bolsonaro der o sinal verde, a medida não precisará da assinatura de Guedes.

Combustíveis

A maior incógnita e fator de incerteza segue sendo as medidas em discussão no Congresso para segurar o preço dos combustíveis e que ganham força com o conflito deflagrado pela Rússia.

Para o economista Gabriel Galípolo, do novo conselho de economia da Federação da Indústria de São Paulo (Fiesp), a alta do petróleo vai reforçar a discussão de uma mudança na política da Petrobras de paridade de preços internacionais. "Com o barril de petróleo ultrapassando US$ 110 e analistas dizendo que pode chegar US$ 120, US$ 150, imagina isso chegando na bomba em ano de eleição", diz.

Para enfrentar o cenário de preço mais alto e adverso em ano eleitoral, auxiliares do presidente cobram da equipe econômica uma ação mais forte se o efeito da guerra se agravar. Além do aumento do vale-gás, aliados do governo defendem - por enquanto timidamente - a necessidade de flexibilização fiscal como ocorreu na pandemia pelo lado das despesas.

Em reação a essa pressão, Guedes resolveu anunciar logo a redução linear de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Mas o coordenador do Observatório Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre), Manoel Pires, não vê chance de a redução frear a pressão da política por gastos. "A classe política vai continuar com seus pleitos individuais, e temas como inflação e combustível pegam", diz.

O Senado começou a sessão que votará a medida provisória que abre o setor aéreo para o capital estrangeiro. Mesmo com resistências, senadores concordaram em aprovar nesta quarta-feira, 22, a medida provisória conforme o texto aprovado pela Câmara na noite anterior.

A Câmara manteve o despacho gratuito de bagagens, mas derrubou a exigência de uma cota de 5% de voos regionais para empresas estrangeiras que se instalarem no País.

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O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (21) a medida provisória 863 que autoriza o investimento de até 100% de capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras e a volta da franquia mínima de bagagem que pode ser despachada gratuitamente. A MP segue para análise do Senado e deve ser votada nesta quarta-feira, 22, última dia de sua vigência.

Durante a discussão da MP, os deputados aprovaram um pedido para que o texto original enviado em dezembro do ano passado pelo então presidente Michel Temer fosse apreciado, em detrimento do projeto de conversão que havia sido aprovado pela comissão especial que analisou a medida.

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O projeto, relatado pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA), havia incluído em seu parecer a questão da franquia de bagagens e havia vinculado o investimento estrangeiro à exigência de que as empresas operassem rotas regionais. Esta última parte, no entanto, ficou de fora do texto aprovado pelos deputados.

Nas linhas domésticas, a franquia de bagagem por passageiro poderá ser de 23kg nas aeronaves acima de 31 assentos. Esta era a regra existente até a edição de uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) há três anos que permitiu a cobrança.

A medida provisória (MP) que autoriza até 100% de capital estrangeiro em companhias aéreas já está pronta para ser votada no plenário da Câmara dos Deputados. A menos de um mês de perder a validade - 22 de maio - o texto precisa ser votado até esta data também pelo plenário do Senado.

O sinal verde aos deputados foi dado na última quinta-feira (25) com a aprovação do relatório do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) na comissão mista que analisou a medida. O Projeto de Lei de Conversão (PLV) da MP 6/2019, apresentado por Rocha, incluiu no texto a volta da franquia mínima de bagagem no transporte aéreo. 

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Pela proposta, nas linhas domésticas, a franquia mínima de bagagem por passageiro será de 23 quilos nas aeronaves com mais de 31 assentos; 18 quilos nas de 21 até 30 assentos; e 10 quilos para as de até 20 assentos.

Outra novidade incluída pelo relator da Medida Provisória 863/18 é que as empresas operem ao menos 5% de seus voos em rotas regionais por, no mínimo, dois anos. Em caso de descumprimento da regra, a autoridade aeronáutica deverá aplicar multa de R$ 10 mil por voo regional não realizado e, se houver reincidência, cassar a concessão ou autorização.

Ainda segundo o texto aprovado na comissão especial, em voos internacionais operados por companhias aéreas nacionais, brasileiros terão que representar pelo menos dois terços de tripulação. O contrato de trabalho será regido pela legislação local.

Em defesa das novidades do texto, Rocha disse que elas vieram após reuniões com líderes partidários nas últimas semanas. Para o senador, a exigência do percentual mínimo de voos regionais e da franquia de bagagem não afugentará o capital de investidores estrangeiros interessados em atuar no mercado nacional. “A gente não pode abrir o maior mercado do Hemisfério Sul sem exigir uma contrapartida, ainda que temporária. É uma obrigação que demora dois anos”, ressaltou, em referência aos voos regionais.

Críticas

As alterações na Medida Provisória 863/18, que abre para o capial estrangeiro as empresas, não foram bem recebidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em nota divulgada em seu site, a agência diz que vê “com bastante preocupação as alterações incluídas no texto da Medida Provisória nº 863/2018”.

“A inclusão da franquia de bagagem despachada e a obrigação de realização de voos regionais no Brasil pelas empresas estrangeiras deverão afastar o interesse de novos investidores e concentrar o mercado de transporte de passageiros no país, diz a nota. A estatal ressalta que a proposta tende a afastar sobretudo as empresas low cost, de baixo custo, que começam a chegar ao Brasil.

A entrada de capital estrangeiro em mercados emergentes recuou de US$ 13,7 bilhões em julho para US$ 2,2 bilhões em agosto, de acordo com o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). Já nos países da América Latina, foi registrada a saída de US$ 3,1 bilhões no mês passado.

O relatório do IIF leva em conta recursos oriundos do mercado acionário, títulos de dívida e moedas. Em agosto, os mercados de ações se mostraram mais resilientes - com entrada de US$ 7 bilhões no período -, enquanto os mercados de dívida foram menos atrativos para os investidores, ao registrarem evasão de US$ 4,8 bilhões.

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"Os fluxos na América Latina foram deprimidos devido à atual crise na Argentina, à incerteza política no Brasil e às preocupações com os laços comerciais entre Estados Unidos e China e em meio às negociações comerciais atuais (EUA-China e Nafta)", aponta relatório. A organização diz ainda que o aumento das taxas de juros em solo americano e o enfraquecimento do complexo de moedas emergentes "diminuíram claramente o apetite por dívidas" desses países.

Álvaro Bandeira, economista-chefe da ModalMais, aponta que a saída de recursos é reflexo do aumento da aversão ao risco em meio à normalização da política monetária nos países desenvolvidos. "Em meio às turbulências no cenário externo, o investidor vai para onde acha mais seguro, para onde está a liquidez", explica. "Aí o dólar sobe e desequilibra as moedas mais fracas - por isso, os emergentes sofrem mais."

Apesar de a América Latina pesar negativamente no saldo de agosto, o IIF aponta que o fluxo de capital estrangeiro para países em desenvolvimento foi positivo impulsionado por entradas em ações chinesas. Regionalmente, a Ásia emergente atraiu o maior número de entradas de capital e dívida (US$ 8,4 bilhões), principalmente devido à China. Já os fluxos para a Europa emergente ficaram estáveis.

Brasil

O dado mais atual referente ao Brasil é relativo ao mês de junho. No segundo trimestre, o País teve uma das maiores desacelerações entre os emergentes, ao lado de Índia, Polônia, Argentina e Turquia. Entraram no País US$ 700 milhões, ante 11 bilhões no primeiro trimestre do ano. "No cenário doméstico, pesa a incerteza eleitoral, que aumenta a cautela dos investidores", diz Bandeira.

O receio se reflete na Bolsa brasileira. No primeiro semestre, R$ 9,9 bilhões foram retirados da B3 por estrangeiros - o pior resultado registrado no período desde o início da série histórica, em 2004. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil foi um dos países onde houve maior desaceleração em entrada de capital no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses do ano, de acordo com o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês). De acordo com os dados da organização, o Brasil registrou entrada de US$ 600 milhões no segundo trimestre, enquanto no período de janeiro a março houve entrada de US$ 11 bilhões, totalizando US$ 11,6 bilhões no primeiro semestre de 2018. O resultado mostra um avanço na comparação com os primeiros seis meses de 2017, quando a entrada de capital estrangeiro no Brasil foi de US$ 8,1 bilhões.

Considerando os números do segundo trimestre, o IIF apontou que Índia, Polônia, Brasil, Argentina e Turquia registraram "a maior desaceleração entre os mercados emergentes na comparação com o primeiro trimestre". Nos cálculos do instituto referentes ao primeiro semestre, outros cinco países emergentes superaram o Brasil em termos de entrada de capital estrangeiro: China (US$ 73,7 bilhões), Índia (US$ 32 bilhões), Turquia (US$ 24 bilhões), México (US$ 22 bilhões) e Argentina (US$ 21,7 bilhões).

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O IIF apontou, ainda, que os mercados emergentes como um todo registraram entrada de US$ 11,9 bilhões em julho, acelerando em relação aos resultados de junho, quando houve entrada de US$ 10,6 bilhões. "Após dois meses de saída, a carteira líquida de não-residentes se abriu para mercados emergentes e houve fluxo positivo para essas economias em julho", apontaram os economistas Emre Tiftik e Scott Farnham, do IIF. De acordo com eles, a América Latina atraiu o maior número de entradas de capital (US$ 7,2 bilhões).

Dólar

O IIF afirma ainda que o dólar está próximo de patamares recordes ante moedas de países emergentes por causa do estresse nesses mercados e pela recente fraqueza do yuan. Além disso, a entidade aponta que as tensões na área comercial colaboram para o movimento.

Na opinião do IIF, o dólar deve se fortalecer mais diante de divisas emergentes, no quadro atual. O instituto lembra que a moeda reage também às variações dos preços das commodities, como o petróleo.

O IIF aponta ainda que o dólar está mais fraco em relação a moedas de economias fortes. Nesse caso, o dólar está mais fraco graças a diferenciais nas taxas de juros, nota o instituto em breve relatório.

Nessa quinta-feira, 2, no Brasil, o dólar fechou estável, valendo R$ 3,75. No exterior, a moeda americana registrou valorização. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Central informou nesta quarta-feira, 9, por meio de newsletter, que as empresas têm até 15 de agosto para encaminhar à instituição informações referentes ao Censo Anual de Capitais Estrangeiros no País. De acordo com o BC, devem participar do levantamento as empresas e fundos de investimentos sediados no Brasil que possuam participação direta de não residentes no capital social, com patrimônio líquido igual ou superior ao equivalente a US$ 100 milhões em 31 de dezembro do ano passado.

Além disso, devem prestar informações as empresas com saldo devedor total de créditos comerciais de curto prazo concedidos por não residentes em montante igual ou superior ao equivalente a US$ 10 milhões.

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O objetivo do censo é mensurar o estoque de Investimento Direto no País (IDP) ao final de cada ano-base - no caso, o ano anterior ao da realização da pesquisa.

"Junto com as informações sobre os ativos externos compilados pela pesquisa de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE), os resultados do Censo permitem auferir a Posição Internacional de Investimentos (PII), que, integrada ao Balanço de Pagamentos, constituem as estatísticas fundamentais sobre o setor externo da economia brasileira", disse Sandro Fabi, assessor no Departamento Econômico do BC. "Adicionalmente, os dados obtidos pelo Censo viabilizam a participação do País na Pesquisa Coordenada sobre Investimentos Diretos realizada anualmente pelo FMI para apurar os estoques globais de investimentos diretos, bem como sua distribuição por país investidor e por receptor."

O censo de 2015, com ano-base 2014, registrou 1.948 declarantes, sendo que o estoque declarado de IDP totalizou US$ 674,4 bilhões. Os dados referentes ao levantamento realizado no ano passado ainda estão sendo revisados.

Mais informações sobre o censo deste ano podem ser obtidas no site do BC - www.bcb.gov.br .

Com a economia brasileira em crise, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) conta com o capital estrangeiro para levar à frente seu programa de desestatização e ampliar a capacidade investimentos do Município em seu mandato, até 2020. A gestão prevê investir neste ano só 18% dos R$ 5,5 bilhões - cerca de R$ 1 bilhão - previstos no Orçamento, como a reportagem mostrou neste domingo (16).

"Investimento internacional existe, e, surpreendentemente, há confiança no Brasil. Independentemente das turbulências políticas, há confiança no País", afirmou Doria neste domingo. Os "road shows" no exterior são uma estratégia para divulgar o plano de desestatização e atrair recurso externo. Nesta semana, Doria deve embarcar para a China.

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O plano inclui negociações diversas de equipamentos públicos, como a venda do Autódromo de Interlagos. A iniciativa privada, diz Doria, entende que os projetos são de retorno a médio ou longo prazo. A ideia é arrecadar com o plano entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões.

"Não vamos gastar sem responsabilidade para chegar depois, em setembro, e termos caos, uma situação dramática na vida da cidade, com interrupção de serviços de saúde, educação, limpeza, serviços básicos e salários", acrescentou Doria.

A Prefeitura vai priorizar projetos que têm parte da verba garantida pela União: como o corredor de ônibus do Capão Redondo, na zona sul, e a ampliação do terminal de ônibus de Itaquera, na zona leste. "Não vamos conseguir fazer todas as 60, 70 obras que estão iniciadas, mas, com priorização e gestão de orçamento, essas obras vão acontecendo ao longo do tempo", disse Caio Megale, secretário municipal da Fazenda.

Segundo a Prefeitura, o corte nos investimentos foi motivado pela alta de 83% nos gastos de custeio nos últimos cinco anos e a redução de verbas federais. Também cita gastos de R$ 3 bilhões não previstos no orçamento e a crise econômica.

Já a equipe do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que Doria confunde rombo orçamentário com "frustração de receitas" por causa da crise.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Banco Central (BC) definiu o prazo para entrega da Declaração Anual de Capitais Estrangeiros no País, que deverá ser feita de 1º de julho até as 18 horas de 15 de agosto do ano subsequente, por meio da página do banco na internet.

A autoridade monetária informou também, por meio de comunicado no BC Correio nesta quinta-feira, 27, que o manual do declarante do Censo Anual de Capitais Estrangeiros no País está disponível em sua página eletrônica (www.bcb.gov.br).

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O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, voltou a defender nesta terça-feira o aumento da participação de capital estrangeiro nas companhias aéreas brasileiras. Franco disse que hoje em dia existem instrumentos para garantir uma boa gestão das companhias, mesmo com a eventual elevação de recursos externos. Atualmente, o porcentual máximo dessa participação é de 20%.

"Nós temos que cuidar dessas questões, têm que ser adequadas aos tempos que a gente vive", afirmou o ministro, em audiência pública na Subcomissão Temporária de Aviação Civil do Senado, que entregou a ele as conclusões de um ano de trabalho.

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Moreira Franco comentou que o Ministério pediu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estudos sobre a situação financeira das companhias aéreas brasileiras. Ele disse que é preciso sair do "achismo" e de "opiniões jogadas ao vento" em relação às dificuldades apresentadas pelas empresas. "(Vamos) Fazer um esforço conjunto no sentido de garantir que nós tenhamos companhias robustas, porque sem companhias robustas não teremos serviços adequados", afirmou.

Moreira Franco disse ainda que o maior desafio do setor é promover uma "mudança cultural" no tratamento do usuário do sistema, garantindo aos clientes "segurança, qualidade de serviço e preço". Ele destacou que milhões de pessoas ascenderam ao consumo e têm viajado de avião. O ministro afirmou que é preciso melhorar a qualidade dos grandes aeroportos e também da aviação regional, para a qual a presidente Dilma lançou um pacote de construção de 270 aeroportos para garantir o transporte em todo o País de pessoas localizadas a pelo menos 100 quilômetros de uma cidade com aeroporto.

O ministro lembrou que na quarta-feira ocorrerá uma reunião de um comitê criado pelo governo federal a fim de estender a jornada de 24 horas para aeroportos que cuidam de transportes de carga por via aérea. O encontro deve contar com a presença de representantes da Polícia Federal, Receita Federal e Anvisa.

O Ministério das Comunicações instaurou processo administrativo para apurar denúncias de descumprimento do limite de 30% de capital estrangeiro na rádio Itapema FM, de São Paulo, que funciona sob o nome fantasia "Rádio Disney" e tem o grupo americano Disney ABC e Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como sócios. O processo também foi encaminhado para o Ministério Público Federal.

Matéria publicada hoje pelo jornal Folha de S. Paulo mostra que, apesar de no registro da emissora constar 71% de participação para Paulo Henrique Cardoso e 29% para o grupo americano, há suspeitas de que os estrangeiros têm gestão direta sobre a rádio. Conforme a reportagem, a rádio funciona no prédio na Disney, em endereço distinto do cadastro no Ministério. Além disso, dois executivos da Disney no Brasil - o diretor financeiro Richard Javier Leon, americano, e o diretor-geral Miguel Angel Vives Vives, mexicano - têm procuração para autorizar empréstimos, emitir cheques e vender bens da emissora, o que denotaria poder de gestão. O grupo Disney, porém, disse que o comando da emissora é nacional.

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O secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério, Genildo Lins, disse que, ao checar a documentação da rádio, foi verificado algo "muito estranho": 71% das ações da emissora estavam registradas no nome da Disney e 29% pertenciam a Paulo Henrique Cardoso. "Tinha um erro na documentação da Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo), que já foi esclarecido", garantiu Lins.

O Ministério fará uma visita à sede da rádio para verificar a incompatibilidade dos endereços, segundo o secretário. O Ministério também fará uma fiscalização ampla na programação da rádio, a fim de averiguar possíveis interferências do grupo estrangeiro no conteúdo transmitido pela emissora. Caso sejam constatadas irregularidades, a outorga poderá ser cassada. "Se fizeram alguma transferência de ações sem anuência do Ministério, é passível de cassação da outorga, pois a Constituição Federal limita em 30% a participação de estrangeiros em veículos de comunicação", ressaltou Lins.

Os empresários do setor aéreo que exploram o mercado doméstico e querem ampliar os investimentos poderão abrir as companhias nacionais sem limites à participação do capital estrangeiro. É o que propõe o relator do novo Código Brasileiro de Aeronáutica, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). O Código está na lista de propostas que o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), adotou para votar até o fim do ano.

O relator Bruno Araújo quer pôr abaixo não só a limitação de 20% de capital estrangeiro estabelecida na lei atual, como os 49% sugeridos pelo relator anterior, o ex-deputado Rocha Loures (DEM-PR). Escalado para levar adiante o trabalho de reforma do Código, que data de 25 anos atrás, o tucano Araújo quer reproduzir no setor aéreo o modelo adotado na Embraer e na Vale, onde o controle administrativo foi mantido nas mãos do capital nacional.

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O relatório de Rocha Loures chegou a ser votado na Comissão Especial da Reforma do Código da Aviação em 2010, mas foi aprovado em sessão esvaziada durante a campanha eleitoral. Como ele concorreu a vice-governador do Paraná na chapa de Osmar Dias (PDT), foi derrotado e não está mais no Congresso, a troca na relatoria neste ano reabriu o debate da participação do capital estrangeiro no setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Brasília - As oportunidades de negócios no Brasil, geradas pela exploração do pré-sal e pela realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, estão na mira dos investidores estrangeiros. Prova do interesse internacional é o crescente aumento do anúncio de investimentos no país por capitais do exterior. No acumulado de janeiro a junho, as aplicações estrangeiras representam 67,77% do total investido no Brasil. Durante todo o ano passado, a participação somou 34,1%.

Dados da Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (Renai), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostram que as aplicações internacionais somaram US$ 112,24 bilhões. Em 2010, em 12 meses, os aportes para novos empreendimentos foram US$ 91,68 bilhões. Além das grandes obras futuras, o coordenador-geral da Renai, Eduardo Celino, destaca a confiança das empresas estrangeiras nas conquistas econômicas do Brasil no cenário mundial.

“O Brasil tem feito esforço de se evidenciar no exterior, o próprio processo de consolidação da estabilidade econômica favoreceu bastante o processo. Aliás, a base desse fluxo verificado hoje é o processo de estabilidade econômica que dá grau maior de confiança aos investidores e isso reflete diretamente nas decisões de investimentos”, acrescenta Celino.

O coordenador também ressalta a retração das companhias, provocada pelo momento de instabilidade econômica mundial. “Verificamos que diversas empresas estão sofrendo processos de retração das operações nos mercados externos, em virtude da queda da atividade econômica nos países desenvolvidos. Por isso, empresas estão buscando mercados mais dinâmicos. O Brasil é um dos expoentes dentro dos mercados emergentes”, diz.

Em relação à origem de capital exclusivamente estrangeiro, a maior parte dos recursos internacionais previstos no primeiro semestre deste ano é do Reino Unido, com US$ 32 bilhões desse total. O volume equivale a 19,34% da participação. Na sequência, aparecem a Espanha, com aporte de US$ 16,6 bilhões (10,04%), Taiwan, com US$ 12 bilhões (7,26%), os Estados Unidos, com US$ 9,5 bilhões (5,77%), e a China, com US$ 4 bilhões (2,44%).

A empresa inglesa BG Group, da área de petróleo e gás, aparece como maior investidora do país em 2011, com aporte de US$ 30 bilhões. Na segunda posição aparece a Telefônica, da Espanha, com participação de US$ 14,6 bilhões. A Foxconn, de Taiwan, da área de eletrônicos, tem recursos previstos de US$ 12 bilhões.

Para o coordenador-geral da Renai, são fundamentais o acompanhamento e o investimento do governo federal para que os números continuem crescentes e fortaleçam a economia brasileira. “A gente não deve se acomodar, achando que o Brasil já está atraindo capital suficiente. Temos muitos desafios em termos de desenvolvimento econômico e quanto mais implementarmos essas medidas, haverá reflexo direto no investimento e, consequentemente, no desenvolvimento do país".

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