O mais tradicional e popular bloco de carnaval do Rio, o Cordão da Bola Preta, começou a arrastar a multidão de foliões com 1h20 de atraso. Por causa de um engarrafamento, o desfile começou com dois dos três carros de som planejados. Antes de o desfile terminar, a Riotur, órgão da Prefeitura do Rio, calculava em cerca de 1,5 milhão o número de foliões atrás do Bola Preta pelo Centro do Rio.
O engarrafamento foi reflexo do trânsito na Ponte Rio Niterói, por causa da saída em direção à Região dos Lagos, no litoral norte do Estado do Rio - destino turístico muito procurado pelos cariocas nos feriados.
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Segundo Pedro Ernesto Marinho, presidente do Cordão do Bola Preta, o caminhão com o equipamento de som foi escoltado por batedores da Polícia Militar, mas não houve jeito. O desfile começou ainda sem o padrinho do bloco no desfile deste ano, o cantor Neguinho da Beija Flor, que não conseguiu chegar a tempo de acompanhar o cortejo do alto de um dos carros, ao lado da porta-estandarte, a atriz Leandra Leal. A atriz também se atrasou.
"O bloco não se atrasou por minha causa, né? Outras pessoas não conseguiram chegar. Acabei errando o caminho. Mas tudo bem, é carnaval!", brincou Leandra.
A atriz disse que se atrasou porque se confundiu com as alterações no trânsito no centro do Rio, por causa das obras de revitalização da região portuária.
O Cordão da Bola Preta saiu do cruzamento das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco e vai até a Cinelândia. O percurso é de aproximadamente dois quilômetros.
O bloco atrai pessoas de todos os bairros do Rio para o centro. De manhã, o metrô estava repleto de foliões fantasiados. Há quatro anos na "corte" do Bola Preta, a assistente de recursos humanos Patrícia Pontes, de 32 anos, foi coroada rainha.
"É uma honra enorme. Meus pais se conheceram há 32 anos no desfile do Bola. Venho todos os anos desde pequena. Estou muito feliz", disse.
Como ontem foi aniversário de 449 anos de fundação do Rio, o bloco aproveitou para homenagear a cidade: durante o desfile, o batuque parou para músicos e foliões cantarem "Parabéns a você".
Fundado em 1918, o Cordão do Bola Preta também foi homenageado. A Prefeitura entregou, durante o desfile, uma placa de reconhecimento do bloco como "patrimônio cultural carioca".
"O Bola Preta e o único remanescente dos antigos cordões do carnaval. Desfila ininterruptamente há 96 anos. É de total importância para o carnaval carioca. E fonte de inspiração para todos os blocos que surgiram depois", disse Marinho, presidente do bloco.
Até o fechamento desta edição não houve incidentes graves. Algumas brigas foram vistas, assim como alguns foliões subiram em bancas de jornal e nas árvores. Nesses casos, os puxadores dos sambas pararam de cantar para chamar a atenção.