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Funcionários de empresas terceirizadas que atuam no Aeroporto de Guarulhos fazem uma manifestação nesta terça-feira, 3, devido à proibição do uso de celulares em áreas de carga e descarga dos terminais durante o horário de trabalho. A paralisação afeta os voos de pelo menos uma companhia aérea.

A proibição do uso de celulares foi determinada após o caso em que duas passageiras tiveram as etiquetas de suas malas trocadas e acabaram presas erroneamente na Alemanha por acusação de tráfico de drogas.

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A paralisação envolve funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços às companhias aéreas. Voos da Latam estão sendo afetados. Mais cedo, um voo da empresa com destino a Belém atrasou mais de três horas porque não havia funcionários para colocar as bagagens no avião. Os passageiros tiveram de aguardar dentro da aeronave. Apesar da impaciência, não houve tumulto.

Um dos cartazes carregados pelos manifestantes traz a inscrição "Ditadura, não. Celular, sim". Os funcionários alegam que o uso do equipamento é importante para que eles possam manter contato com familiares durante o dia, visto que muitos têm crianças em idade escolar ou parentes que necessitam de cuidados médicos.

Em nota, a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto internacional de Guarulhos, informou que "devido à paralisação de parte dos trabalhadores terceirizados que prestam serviço às cias aéreas, e ainda, à greve de funcionários do Metrô e CPTM, deu início à operação de contingência conforme protocolo pré-definido" e orientou os passageiros a procurarem as companhias aéreas para informações sobre status dos voos.

A Latam declarou que "voos com origem ou destino em Guarulhos nesta terça-feira podem sofrer atrasos ou cancelamentos em função da manifestação de funcionários terceirizados que realizam as atividades de solo do aeroporto".

A Latam ressalta que a medida é "totalmente alheia" à sua vontade. Ainda assim, a empresa está dando opção de remarcação. "Passageiros com voos de/para Guarulhos que não foram afetados nesta terça-feira (3/10) também podem realizar a remarcação da sua viagem sem multa. A mudança poderá ser feita para outros voos com a mesma origem e destino, desde que o primeiro trecho esteja programado para os próximos 15 dias", diz o texto.

As companhias aéreas Gol e Azul informaram que a greve não causa nenhum impacto em suas operações.

A proibição do uso de celulares em áreas de carga e descarga do aeroporto foi determinada em portaria publicada pela Delegacia da Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos. A medida entrou em vigor no início de junho, mas até 15 de agosto o uso era permitido dentro de determinadas regras. Agora, o acesso de telefones celulares, tablets e similares, sejam eles de uso particular ou empresarial, só é permitido a funcionários da receita e pessoas que tenham expressa autorização.

No início de março, duas brasileiras foram presas no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, após a polícia local apreender duas malas etiquetadas com os nomes delas e que continham 20 quilos de cocaína. A Polícia Federal do Brasil identificou através de imagens de câmeras de segurança que funcionários que trabalhavam no setor de cargas do aeroporto de Guarulhos haviam trocado as etiquetas das malas. Ainda assim, as brasileiras ficaram 38 dias presas até serem libertadas.

Os atos criminosos que levaram à invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal são péssimos para a economia e para a fase inicial de "arrumação da casa" prometida pelo governo Lula. A instabilidade, por si só, já deve gerar volatilidade com o risco do que aconteceu em Brasília se alastrar pelos Estados.

A crise adicionou uma nova preocupação para os técnicos da área econômica do governo e também para os analistas do mercado financeiro: o da marcha golpista ampliar as dificuldades para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotar medidas impopulares, sobretudo de alta de impostos e de corte de subsídios e renúncias fiscais, além de redução das despesas com a menor execução do Orçamento em 2023.

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Apesar da mobilização do governo na resposta aos ataques dos extremistas, Haddad disse a interlocutores, ouvidos pelo Estadão, que trabalha para anunciar as primeiras medidas de ajuste ainda nesta semana - como estava planejado desde a semana passada. Haddad prefere não chamá-las de um plano, mas de medidas econômicas, o primeiro passo da estratégia para apontar uma trajetória para estabilizar a dívida pública em 76% do PIB.

Se o governo quer mostrar normalidade e busca seguir com o cronograma, no mercado há preocupação de atrasos nos anúncios e de o governo ficar ainda mais "conservador" e acabar brecando medidas mais duras, sobretudo sob a influência da ala política, como aconteceu com a prorrogação da desoneração dos combustíveis nos primeiros dias da nova adminitração.

"A gravidade do ponto de vista institucional e social não muda a situação fiscal do governo. Uma eventual postergação dessas medidas de ajuste do enfrentamento das questões fiscais é muito ruim", avalia Jeferson Bittencourt, economista da ASA Investment e ex-secretário do Tesouro Nacional. Segundo ele, há um ajuste fiscal pendente que, quanto mais tempo demorar para ser feito, mais efeito terá sobre o estoque da dívida pública. O ex-secretário afirmou que os atos ocorridos no domingo podem ter outro efeito: tornar o governo mais avesso a tomar medidas impopulares.

Em relatório divulgado nesta segunda, 9, a economista-chefe do Credit Suisse Brasil, Solange Srour, e equipe alertam que os atos podem atrasar a agenda econômica. "Os acontecimentos de ontem (domingo) podem atrasar por algum tempo a discussão da agenda econômica, mais especificamente, do plano de ajuste fiscal de médio prazo", diz o relatório.

Um dos articuladores do encontro de ontem de governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), disse que a hora é de união em defesa da democracia e que a agenda pode ficar para depois. "Queremos uma investigação exemplar", disse. "As outras pautas econômicas e sociais vão ficar para depois."

'Repacificação' pode tirar foco da pauta econômica

A invasão de prédios dos três Poderes no domingo, em Brasília, terá impactos na economia. Para especialistas, a médio prazo o governo Lula terá sua atenção desviada para a reorganização do País, enquanto poderia focar seu trabalho em soluções para os entraves econômicos.

"O governo assumiu com problemas econômicos complicados. Tinha de gastar seu tempo para resolver essas dificuldades, mas agora vai gastar uma energia enorme para repacificar o País. É evidente que isso atrasa a economia", diz Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central. "Em vez de discutir o problema fiscal e fazer políticas públicas que redistribuam renda, o governo vai ter de gastar tempo para encontrar recursos para arrumar computador que foi quebrado e trocar vidros", acrescentou.

No último domingo, 8, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está nos EUA, invadiram as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e deixaram uma rastro de destruição. Obras de arte foram vandalizadas, móveis foram quebrados, vidraças foram destruídas e há registro de furto de documentos e peças. O saldo foi a prisão de mais de 1.500 pessoas, intervenção federal na área de segurança do DF e afastamento por 90 dias do governador Ibaneis Rocha.

Pastore destacou que instituições íntegras são essenciais para um país se desenvolver e ter também estabilidade de preço. "Isso (a tentativa de golpe) não se traduz em pontos porcentuais de subida de câmbio ou curva de juros. É algo muito mais profundo. Os países que se desenvolvem são os que têm instituições políticas e econômicas fortes e inclusivas, não os que têm instituições extrativistas e que geram instabilidade. O que assistimos foi um ataque inadmissível às nossas instituições."

Arcabouço fiscal

A economista-chefe da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, também aponta que o ataque à democracia deve atrasar o andamento da pauta econômica. Segundo ela, o agravante desse cenário é não saber quanto tempo será necessário para amenizar a situação em Brasília.

"As investigações que serão feitas podem ter desdobramentos que não conseguimos antecipar. Nosso receio é de que esses desdobramentos façam o problema institucional levar mais tempo para ser resolvido", diz. Enquanto isso, acrescenta, a discussão para criar um novo arcabouço fiscal deve ser postergada.

Para Alessandra, enquanto não houver uma definição sobre a nova regra fiscal a incerteza continuará alta. Isso, por sua vez, deve deteriorar as condições financeiras e afetar negativamente a atividade econômica no curto prazo. A economista afirma ainda que o investidor, principalmente o estrangeiro, deve ficar mais cauteloso. "Não vai haver uma debandada de investimento estrangeiro, mas ele não vai entrar nem sair do País enquanto aguarda uma definição fiscal e o desenrolar dessa questão institucional."

Na visão do economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, no entanto, o fato de a tentativa de golpe ter fracassado deve dar força à frente ampla que apoia o governo. Por outro lado, ele diz que o ataque não muda o fato de o governo ainda não ter apresentado seu programa econômico, mas que as expectativas em relação a esse plano cresceram agora. "O governo vai gastar mais tempo para se recompor. Algumas decisões relevantes vão ter de acontecer. Isso aumenta a ansiedade e a importância do anúncio e do programa que vai ser desenvolvido."

Já de acordo com Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), o ataque ocorrido pode favorecer o novo governo Lula ao isolar a oposição extremista. A economista diz que, em um primeiro momento, o cenário de instabilidade pode atrapalhar a atração de investimentos, mas que isso não deve permanecer. "Não é uma crise política generalizada. O governo não fechou o Congresso, por exemplo."

Pelo menos 9 milhões de moradores do Estado de São Paulo estão com a 3ª dose da vacina contra a Covid-19 em atraso, segundo balanço da Secretaria da Saúde paulista. Com a nova alta de casos do vírus na última semana, especialistas têm afirmado que 3ª e 4ª injeções são a melhor forma de evitar o avanço acelerado da doença. Também recomendam, principalmente para grupos mais vulneráveis, retomar o uso de máscaras em lugares fechados.

O balanço do governo considera a população a partir dos 12 anos (no total, 38 milhões no Estado), para quem a 3ª dose já foi recomendada. Ainda conforme a pasta, há 7 milhões que poderiam tomar a 4ª injeção e ainda não tomaram. Para esse reforço, o Estado considera apto o público com 40 anos ou mais, embora as cidades tivessem autonomia para recomendar o complemento para um grupo mais amplo. A capital, por exemplo, aplica a 4ª dose a todos os adultos.

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BQ.1.

A alta de infecções é associada ao avanço da nova subvariante da Ômicron, a BQ.1. Os cientistas ainda não sabem se essa versão do vírus é mais grave ou transmissível, mas estudos preliminares apontam maior risco de escape à proteção dada pelas vacinas - por isso é essencial buscar o reforço. "Toda vez que se deixa essa hesitação vacinal, essa lacuna de vacina, propicia que o vírus possa ter uma retomada", disse ao Estadão Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Imunização. Na capital, embora a 4ª dose esteja disponível há três meses para todos os adultos, 3,7 milhões de paulistanos não buscaram os postos de saúde para receber esse reforço. Já em relação à 3ª injeção, esse passivo é de 2,1 milhões, informou a Secretaria Municipal de Saúde.

Para a médica Raquel Stucchi, da Sociedade Brasileira de Infectologia, é preciso "manter cobertura vacinal muito alta, superior a 90%". Os dados da Prefeitura mostram que as lacunas derivam de uma adesão menor entre os mais jovens. Se considerar a 3ª dose, 96% dos paulistanos com mais de 50 anos já se protegeram.

Na faixa entre 18 e 49 anos, esse número cai para 77%. Para a 4ª dose, o cenário piora. Só 28% dos adultos com menos de 50 anos garantiu esse reforço, ante 70% no grupo 50+."Não ter a vacinação atualizada é um desastre", comenta Gonzalo Vecina Neto, ex-secretário municipal de Saúde. "Vacina diminui a mortalidade. A experiência do Estado de São Paulo informa: é 26 vezes menor a probabilidade de morte com vacinação atualizada."

Na Europa, o espalhamento da BQ.1 motivou uma alta de infectados desde setembro. "Na Alemanha, por exemplo, as hospitalizações de UTI por covid dobraram em questão de 15, 20 dias", afirma o coordenador da Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt.

MOTIVOS

Para especialistas, a baixa procura por vacina de reforço é resultado da soma de alguns fatores. O primeiro é a sensação de tranquilidade, causada pelo arrefecimento da crise sanitária, com menos infecções e mortes. "Parece que a busca pela vacina é reativa. Quando vemos países que estagnaram (a vacinação) e daí tem uma (nova) onda, vemos que a busca pela dose aumenta de novo", analisa Schrarstzhaupt. Esse comportamento, segundo ele, é perigoso e pode levar a hospitalizações e óbitos evitáveis. "Vacina não é remédio. É preventiva."

Vecina, por sua vez, reclama da falta de campanhas. "Neste momento, não temos barulho, não temos convocação. Temos um modelo de vacinação que é campanhista. Sem campanha, sem vacinação", afirma ele, que já presidiu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Regiane de Paula reclama do Ministério da Saúde.

"Infelizmente, o Programa Nacional de Imunização está em um momento em que não tem protagonismo nenhum, delegando aos Estados, principalmente, o protagonismo", diz. O Ministério da Saúde, por sua vez, falou que "reforça constantemente, por meio de campanhas de comunicação e ações divulgadas em todos os canais oficiais, a importância de completar o esquema vacinal com a dose de reforço".

CRIANÇAS

Para a pediatra Isabella Ballalai, a preocupação é a baixa taxa de imunização de crianças e adolescentes. "Para eles, sim, a cobertura de duas doses está muitíssimo baixa, com a média de 40%", alerta a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O clima no Paris Saint-Germain nesta pré-temporada indica sinais de mudanças. Uma delas é a criação de uma cartilha para os jogadores que impõe novas regras, segundo o jornal L'Equipe. Uma das normas prevê que os atletas precisarão chegar ao Camp des Loges, centro de treinamento do clube, entre 8h30 e 8h45. Os atrasados, mesmo as estrelas como Neymar, Messi e Mbappé, não estarão autorizados a treinar e precisarão voltar para casa.

Ainda segundo o jornal francês, todos os atletas vão ter que almoçar juntos e sem o uso de telefones celulares. O L'Equipe destaca o ótimo início de Neymar na pré-temporada pelo bom comportamento. O brasileiro voltou mais cedo das férias e, antes da viagem do clube para amistosos no Japão, era sempre um dos primeiros jogadores a chegar ao centro de treinamento para os treinos do time.

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Christophe Galtier, novo técnico do PSG, disse contar com Neymar, logo em sua coletiva de apresentação. "É claro que quero que o Neymar fique com a gente. Ele está entre os melhores do mundo, todos os treinadores querem jogadores como ele", afirmou o treinador no início deste mês.

As medidas da cartilha buscam trazer mais disciplina ao elenco parisiense. O PSG passa por uma reformulação interna significativa. O diretor esportivo Leonardo, bastante criticado por torcedores, saiu para a chegada de Luís Campos. O português tem boa relação com Mbappé desde os tempos de Mônaco, onde realizou trabalho elogiado por descobrir talentos longe dos principais holofotes do mercado de transferências. O PSG já foi bastante criticado por não ter um projeto esportivo sólido e claro, com sucessivas trocas de comando técnico, alternando entre treinadores de perfis distintos.

Mauro Icardi, Julian Draxler, Danilo Pereira, Layvin Kurzawa, Georginio Wijnaldum, Leandro Paredes, Gana Gueye, Ander Herrera, Abdou Diallo, Dina Ebimde e Thilo Kehrer são os atletas fora dos planos. O objetivo do PSG é reduzir o número de opções no grupo. Os dirigentes não querem mais arcar com salários de atletas que pouco são utilizados ao longo da temporada. Com um time mais enxuto, a administração de egos também fica mais fácil. Há ainda que se respeitar o Fair Play Financeiro da Fifa.

O PSG começou a última temporada com um time recheado de estrelas e uma apresentação apoteótica dos novos reforços. A equipe parisiense retomou o título do Campeonato Francês, mas foi eliminada precocemente da Liga dos Campeões, o grande desejo do clube. A equipe venceu o Real Madrid por 1 a 0, na ida, mas foi derrotada pelos espanhóis por 3 a 1, na Espanha, e deram adeus ao título. O principal destaque do PSG na temporada passada foi Mbappé, com 39 gols, que viveu uma novela sobre seu futuro, mas em maio acertou sua extensão de contrato com a equipe até 2025.

Por conta dos baixos estoques da vacina Coronavac, Estados e municípios atrasam o início da imunização de crianças de 3 e 4 anos contra Covid-19. Isso faz com que a aplicação ocorra de forma desigual no País. Enquanto Rio, Salvador e Manaus avançam, pois ainda têm vacinas em estoque, outras capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre não têm cronograma definido. Algumas cidades começaram a vacinar as crianças mesmo sem imunizantes suficientes.

Em São Paulo, o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, afirma que as vacinas disponíveis estão comprometidas com as pessoas que não completaram o ciclo de vacinação nos municípios. "São Paulo não tem e nunca teve estoque. O Estado faz a distribuição para os municípios onde as vacinas estão relacionadas aos faltosos de segunda, terceira e quarta doses", disse ao Estadão.

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Nesse cenário, o Estado aguarda as negociações entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, responsável por fabricar a Coronavac, para receber mais vacinas.

Nas contas da pasta, são necessárias 2,2 milhões vacinas para a primeira e a segunda doses. Só na capital são cerca de 310 mil crianças nesta faixa etária, de acordo com a Prefeitura. "O cronograma passa a existir quando existirem as tratativas do Ministério da Saúde e do Butantan para a chegada dos imunizantes", conclui o secretário estadual.

RECOMENDAÇÃO

A vacinação desta faixa etária começou de acordo com recomendação do Ministério da Saúde e a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgadas na semana passada.

A pasta afirma que "segue em tratativas para aquisição de novas doses" e que a "decisão será formalizada em nota técnica aos Estados, bem como o cronograma de entrega de doses adicionais". O órgão afirma ainda que a "nota técnica deve sair nos próximos dias".

A formulação é a mesma da que é aplicada no Brasil em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos e adultos acima de 18 anos. A Coronavac deve ser administrada em duas doses, com 28 dias de intervalo, o que já acontece em outras faixas etárias.

O Instituto Butantan, responsável por fabricar a Coronavac, afirma que só vai se pronunciar sobre a produção ou importação de doses depois que o Ministério de Saúde incluir o imunizante no Programa Nacional de Imunizantes (PNI) e definir as quantidades necessárias.

A imunização de crianças de 5 anos já havia sido autorizada pelos órgãos com a vacina pediátrica da Pfizer.

INCERTEZA

Nesse contexto de incerteza, algumas cidades iniciaram a vacinação mesmo sem a quantidade suficiente de vacinas. Das sete capitais que já iniciaram a aplicação - Salvador (BA), Fortaleza (CE), São Luís (MA), Boa Vista (RR), Belém (PA), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ) -, pelo menos três informaram quantidades apenas para o início da imunização (Fortaleza, São Luís e Belém).

O Estado de Pernambuco criou uma regra particular e começou a vacinar apenas crianças de quatro anos. "A decisão de iniciar a imunização das crianças com quatro anos visa a garantir a aplicação das duas doses desse público, diante do baixo quantitativo de estoque e a incerteza quanto à expectativa de envio de novos quantitativos pelo Ministério da Saúde", informou a secretaria de Saúde.

Nos 216 municípios maranhenses vivem 120 mil crianças entre 3 e 4 anos, mas o Estado tem 19 mil doses em estoque, como explica Tiago Fernandes, secretário de Saúde. É menos de 10% do necessário. "Assim que recebermos as novas doses do Ministério da Saúde, vamos criar estratégias para a vacinação em escolas e creches", diz Fernandez.

O cenário é semelhante no Ceará. A Secretaria da Saúde (Sesa) informa que 262.214 crianças podem ser vacinadas. A reserva técnica é de 64 mil doses, quantidade suficiente para proteger apenas 12% do público-alvo (considerando-se a necessidade de duas doses). Os municípios também têm seus estoques, não contabilizados nesses 64 mil doses, e podem fazer sua própria estratégia de vacinação.

RITMO. Carlos Lula, ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), alerta para a queda do ritmo de vacinação infantil. "Nosso ritmo de vacinação é muito menor no público infantil do que nas outras faixas etárias. O Brasil só vacinou 39% das crianças de 5 a 11 anos (com duas doses)", argumenta.

Especialistas afirmam que a vacinação das crianças é particularmente importante diante do aumento de casos. Dados do Instituto Butantan mostram que 15% das internações ocasionadas por covid-19 são de menores de 5 anos no País. Além disso, a média de óbitos nesta população é de duas mortes por dia, o que torna o grupo o mais vulnerável à doença neste momento.

NOVAS VARIANTES

"O surgimento de novas variantes atingiu as faixas etárias mais baixas e mostrou a necessidade de incluir as crianças no Plano de Imunização para protegê-las, diminuir a circulação viral e o surgimento de novas cepas", afirma Marcos Gadelha, secretário da Saúde do Ceará.

O Ministério da Saúde recomendou na sexta-feira passada que Estados e municípios apliquem a vacina Coronavac para crianças de 3 a 5 anos. A Anvisa já havia aprovado a aplicação na quarta-feira, dois dias antes. O Instituto Butantan pleiteava a liberação do imunizante em crianças a partir dos 3 anos desde janeiro.

Um problema detectado no radar operado pela Aeronáutica atrasa voos nos aeroportos de Congonhas, na zona sul da capital paulista, internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, e internacional de Viracopos, em Campinas, no interior paulista, na manhã desta quinta-feira (19).

Responsável pela administração de Congonhas, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) afirma que o aeroporto se encontra aberto para pousos e decolagens. Segundo último balanço divulgado até 11h30, cinco partidas estavam atrasadas. Entre as chegadas, eram cinco voos cancelados e outros cinco em atraso.

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A GRU Airport, concessionária do aeroporto internacional de Guarulhos, também conhecido como Cumbica, disse que as operações de pousos e decolagens sofreram atrasos em razão de um problema no radar da Área de Controle Terminal São Paulo do espaço aéreo na manhã desta quinta, mas que o sistema já foi restabelecido e as operações estão sendo retomadas.

A falha no radar também afeta o aeroporto de Viracopos. A Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos afirmou que, por volta das 8h45, a Torre de Controle informou que as decolagens e pousos no aeroporto estavam suspensas por conta de um problema no radar que fica em Congonhas, na capital paulista. Segundo a administradora, às 9h45, a operação começou a ser retomada gradualmente e a situação foi normalizada às 10h10. Até as 11h15, o balanço indicava 20 voos atrasados e 11 voos cancelados, sendo três de chegada e oito de partida.

Sobre a situação com o radar em São Paulo, a reportagem entrou em contato com a Aeronáutica, que ainda não se posicionou.

De acordo com um levantamento feito pela empresa de rastreamento de voos FlightAware, cerca de 3.600 viagens foram canceladas no último final de semana, devido à nova variante do Covid-19, Ômicron e também, por conta de condições climáticas não favoráveis.

Segundo os dados, a maior parte dos cancelamentos ocorreram nos Estados Unidos (EUA), que se preparava para uma alta demanda de voos nos períodos de Natal e Ano Novo, época em que os aeroportos ficam bastante movimentados no país.

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Apesar das altas expectativas, o aumento de casos de Covid-19 junto à ameaça de uma nova variante impossibilitou o trabalho de muitos atendentes, pilotos, comissários de bordo e demais funcionários, o que trouxe como consequência o cancelamento de vários voos.

Além dos cancelamentos, o relatório da FlightAware destaca que mais de 6 mil voos sofreram atrasos.

Apesar da pandemia ter mostrado um certo controle nos últimos meses, alguns cuidados como uso de máscara ainda são obrigatórios. Segundo autoridades americanas, a insistência de alguns passageiros em não cumprir esses regulamentos culminou na insegurança de muitos funcionários dos aeroportos em fazer horas-extras durante os feriados de Natal e Ano Novo.

Cerca de 70% dos postos de vacinação estão sem a vacina da AstraZeneca para segunda dose na manhã desta quarta-feira (22) na cidade de São Paulo. O problema, que atinge 378 unidades, já tinha acontecido nas últimas semanas e havia sido resolvido com a chegada de novos lotes do imunizante, mas voltou a ocorrer.

A Prefeitura disse ter recebido novas doses no início do dia e que o problema deve ser amenizado à tarde.

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O desabastecimento atinge 17 postos drive-thru, 13 mega postos, 329 unidades básicas de saúde (UBS), 18 postos volantes e o parque Villa Lobos.

O problema atinge unidades de todas as regiões, incluindo a UBS Santa Cecília, UBS José de Barros Magaldi (Itaim Bibi), UBS Vila Prudente e UBS Parelheiros.

Os dados são do site "De Olho Na Fila", mantido pela Prefeitura, e foram tabulados pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) disse que "podem ocorrer faltas pontuais em algumas unidades devido à grande procura", mas que a rede municipal está remanejando as doses entre os locais de vacinação.

A pasta informou ter recebido 212.445 doses de AstraZeneca nesta manhã para entrega imediata aos postos.

Essa não é a primeira vez que os postos de vacinação da capital paulista ficam sem o imunizante. No dia 9 de setembro, metade dos postos estavam sem a vacina da AstraZeneca, problema que persistiu até semana passada.

Para evitar prejuízos à imunização, o Estado autorizou a aplicação de uma segunda dose de Pfizer em quem já tinha recebido a primeira de AstraZeneca.

De acordo com a SMS, a medida continua valendo.

Após a prefeitura do Rio de Janeiro anunciar, no dia 27 de agosto, que iria exigir a comprovação vacinal contra Covid-19 para acessar locais fechados como cinemas, clubes, academias e pontos turísticos, a procura nos postos de saúde aumentou e levou a uma diminuição de 40% no contingente em atraso da segunda dose. A informação foi divulgada durante a apresentação do 35º Boletim Epidemiológico da Covid-19 na cidade, na manhã desta sexta-feira (3).

A exigência começaria no dia 1º de setembro, mas devido à instabilidade no aplicativo ConecteSUS, no qual os cidadãos podem gerar o comprovante de vacinação de forma digital, a obrigatoriedade foi adiada para o dia 15 de setembro. De acordo com o superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Márcio Garcia, a estratégia é um “case de sucesso” para aumentar a proteção coletiva na cidade.

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“Desde a publicação dos decretos sobre a exigência da comprovação de vacinação para uma série de procedimentos, benefícios e ingresso em estabelecimentos, nós aumentamos a busca de pessoas que não haviam se vacinado e passaram a procurar as unidades de atenção primária, seja D1 ou D2, e tivemos uma redução de 40% de pessoas com a segunda dose em atraso. É o significado de que a estratégia deu certo e acaba sendo um incentivo para as pessoas que não se vacinaram regularizarem a situação”.

Na semana passada, a SMS havia divulgado que 180.277 cariocas não retornaram aos postos na data prevista para completar o esquema vacinal, sendo 50.634 pessoas com a CoronaVac, 122.652 com a Astrazeneca, e 6.991 com a Pfizer em atraso. Até o momento, 96,7% da população a partir de 18 anos na cidade recebeu ao menos a primeira dose e 51,4% estão com o esquema completo, seja com as duas doses ou a dose única da fabricante Jansem.

O secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz, destaca que a procura foi maior que o esperado pela pasta, o que levou ao esgotamento dos estoques da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan, em São Paulo.

“Foi muito impressionante a corrida para tomar a primeira dose e a segunda dose de pessoas que estavam com a vacina atrasada. A gente não esperava um resultado tão positivo. Ao longo das próximas duas semanas uma série de ações serão feitas, de treinamento, orientação, fiscalização. Importante destacar que quem tomou a vacina fora do país pode apresentar o certificado internacional e os certificado dos voluntários dos instituto de pesquisa, que tomaram a vacina lá no começo, ainda nos testes, também são válidos”.

O certificado da vacinação será exigido de acordo com o calendário de imunização. Para quem tem 60 anos ou mais a obrigatoriedade para as duas doses começa em 15 de setembro. As demais idades seguem o escalonamento, com a comprovação apenas da primeira dose num primeiro momento e a partir de 15 de novembro será exigido o certificado de segunda dose para as idades de 18 a 29 anos.

Quem notar divergências no certificado digital, pode enviar um e-mail para suporteconectesus@rio.com.br, ou procurar a unidade de saúde para fazer a correção.

Boletim epidemiológico

Os dados apresentados pela SMS indicam que os atendimentos por síndrome gripal e por síndrome respiratória aguda grave (Srag) na rede de urgência e emergência na cidade teve um leve declínio nos últimos dias. Os casos confirmados de Covid-19 se estabilizaram em um platô bastante alto, depois da subida das últimas semanas. O número de óbitos teve um pequeno aumento nas semanas anteriores e estabilizou nas três últimas semanas.

O aumento grande de síndrome gripal não veio acompanhado de casos graves nem de óbitos. O mapa de risco para transmissão da Covid-19 permanece na cor laranja, de transmissão alta, em todo o município, sem alteração desde a semana 31.

A vigilância genômica indica que, em agosto, 86% dos casos de Sars-CoV-2 na cidade são da variante Delta e 14,3% da variante Gama, sendo que na última análise feita no mês a proporção era superior a 90%. Apesar de ser mais transmissível, a SMS destaca que 96% dos casos de Delta identificados pela análise evoluíram para alta e cura, tendo sido registrado um óbito e uma pessoa continua internada. A análise genômica não é feita em todos os casos positivos de Covid-19, apenas em uma amostragem dos pacientes.

A Secretaria destaca que a pandemia não acabou e todas as medidas de proteção ainda são necessárias. Os decretos restritivos foram adiados até o dia 13 de setembro. Segundo Soranz, apesar de na última semana ter diminuído em 10% o número de pessoas internadas com Covid-19 na cidade, 190 permanecem internadas com pós-covid e sequelas da doença.

A Argentina, um dos primeiros países a usar amplamente a vacina russa Sputnik V, aumentou a pressão sobre Moscou e ameaçou romper o contrato de compra por causa dos atrasos na chegada de segundas doses. Os atrasos começaram a comprometer sua campanha de imunização contra a Covid-19.

Em uma carta dirigida ao Fundo Russo de Investimento no dia 7 e divulgada ontem pelo jornal La Nación, o governo de Alberto Fernández reclama dos atrasos e faz a ameaça de rompimento de contrato. A informação foi confirmada pela assessora presidencial Cecilia Nicolini.

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O esquema da vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, compreende duas doses que são diferentes e não intercambiáveis, ao contrário da maior parte das outras vacinas contra a covid-19. Segundo o jornal britânico The Guardian, a Argentina está testando misturas de vacinas para substituir as segundas doses atrasadas da Sputnik.

"Nós entendemos a escassez e as dificuldades de produção de alguns meses atrás", continua a carta. "Mas agora, sete meses depois, ainda estamos muito atrás, enquanto começamos a receber doses de outros fornecedores regularmente, com cronogramas que são cumpridos."

A Argentina fechou um acordo com a Rússia de cerca de 30 milhões de doses da Sputnik V, mas, até agora, chegaram à Argentina 9,37 milhões da primeira dose, mas apenas 2,49 milhões do componente da segunda dose.

Nas últimas semanas, o governo acelerou a campanha de vacinação para completar os esquemas de duas doses, pelo receio de consequências da cepa Delta. Ainda não foi registrada a circulação comunitária desta variante no país.

No início da campanha de vacinação, a Argentina priorizou a imunização da maior quantidade possível de pessoas com a primeira dose e decidiu aplicar as segundas doses em um prazo de três meses. Este esquema é semelhante ao usado pelo Reino Unido. Mas pessoas que receberam a Sputnik V ainda aguardam a segunda dose depois de mais de três meses. Em torno de 17,07 milhões de pessoas receberam uma primeira dose das diferentes vacinas (o país também aplica os fármacos da AstraZeneca e da Sinopharm), e 5,79 milhões, as duas injeções, em uma população de 45 milhões.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou no dia 4 de junho, mediante algumas condições, a importação excepcional da Sputnik V. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Estado de São Paulo, 642 mil pessoas estão com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 atrasada. A informação foi divulgada pela coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, nesta quarta-feira (21) em coletiva de imprensa do governo.

No início de junho, quando São Paulo fez uma ação para diminuir o número de pessoas com o esquema vacinal atrasado, 400 mil pessoas precisavam receber a segunda dose. O Estado não divulgou novas ações nesse sentido, mas Regiane pediu para que todos aqueles que tomaram a primeira dose da vacina chequem a data do reforço no cartão de vacinação. "Só com as duas doses você estará protegido", afirmou.

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Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, falou que o número de pessoas com a segunda dose em atraso é pequeno, mas significativo. "Estamos chamando as pessoas para que tomem a segunda dose e estejam devidamente protegidas", falou.

João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência da Covid-19, falou que todas as campanhas de vacinação com imunizantes aplicados em duas doses apresentam uma dificuldade adicional relacionada ao cumprimento do calendário. Para ele, outro fator que pode estar fazendo com que as pessoas não tomem a segunda dose são os efeitos colaterais sentidos após a primeira. "Isso é um equívoco", disse.

Gabbardo também pediu que o Ministério da Saúde faça campanhas de informação e conscientização sobre a importância da segunda dose. Ele acredita que uma comunicação mais eficaz por parte do governo federal fará com que os motivos que impactam na baixa adesão sejam superados.

O Estado já registra transmissão comunitária da variante Delta do coronavírus. A cepa é mais transmissível que a Gama, atualmente dominante no País. Por isso, a vacinação com duas doses é ainda mais importante. "Essas variantes têm sido mais frequentes naquelas pessoas que ainda não têm a segunda dose da vacina", afirmou Gabbardo.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante transmissão semanal pela internet, voltou a questionar a eficácia da Coronavac, primeira vacina contra a Covid-19 a ser aplicada no País.

Ele citou fala do diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, de que a variante Delta da covid-19 se espalha também por populações vacinadas para reforçar a descrença sobre o uso de vacinas.

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"Abre logo o jogo que tem uma vacina ai que infelizmente não deu certo. Abre logo o jogo! Eu estou aguardando aquele cara de São Paulo falar", afirmou Bolsonaro. "Infelizmente, parece que Coronavac não deu muito certo."

Em resposta, o governador de São Paulo, João Doria, apresentou, em sua conta no Twitter, dados do estudo realizado no município de Serrana, no interior do estado, que comprovam o potencial do imunizante de reduzir mortes e número de casos da doença.

Doria citou a queda de 86% nas internações, de 81% nos casos sintomáticos e de 95% nas mortes. Em seguida, ironizou Bolsonaro: "Viva a eficácia da Coronavac. Bora virar jacaré!"

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou os 2 milhões de doses da vacina da Janssen doadas pelos Estados Unidos que estavam no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). A liberação ocorreu depois de o Ministério da Saúde ter providenciado a documentação necessária.

As vacinas chegaram ao Brasil em duas remessas há mais de quatro dias, mas ainda não haviam sido distribuídas porque dependiam do envio de documentos pelo Ministério da Saúde. Segundo a agência, a pasta primeiro apresentou documentação referente à carga de 947.650 doses na tarde desta quarta. Horas depois, no fim da tarde, enviou a documentação relativa à carga das outras 2.052.350 doses. "Não há mais documentos pendentes de apresentação", informou a Anvisa.

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Mais cedo, o Ministério da Saúde havia afirmado que aguardava autorização da agência para iniciar a distribuição. "A expectativa é de que a liberação seja realizada ainda hoje para que a distribuição (aos Estados) seja feita em até 48 horas", alegou.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a ir ao local na sexta-feira passada para receber parte das doses em conjunto com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman. Ele já havia declarado em outra ocasião que o fato de a vacina ser de dose única ajudaria o Brasil a avançar no programa de imunização.

Um comunicado de 12 de junho da pasta já apontava que, por se tratar de carga internacional, as vacinas precisam de liberação da Receita Federal e da Anvisa. A entrega das doses ao Brasil foi destacada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro em rede social no sábado. Na postagem, ele citou que as doses foram doadas pelos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira, o governador João Doria (PSDB-SP) exigiu a "imediata liberação" pelo governo federal. "Até dá a impressão que o Ministério da Saúde não tem pressa. Nós temos", declarou. São Paulo espera receber 678 mil doses do total. "É muita vacina guardada na prateleira quando já deveria estar no braço dos brasileiros", acrescentou Doria. "Ministro (da Saúde), nós pedimos que o senhor delibere e faça a gestão junto ao seu próprio ministério para que essas vacinas sejam liberadas."

A situação também foi criticada pela coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização de São Paulo, Regiane de Paula, que lembrou que a vacina da Janssen é de dose única. "Nós temos pressa, nós temos urgência. E a nossa urgência é trabalhar 24 horas por dia, incluindo aos finais de semana se necessário for."

As vacinas da Janssen que estão sendo aplicadas nesta semana no País são de outras remessas, compradas pelo governo federal, entregues em 22 de junho (1,5 milhão de doses) e 24 de junho (300 mil). O Brasil tem um contrato com a farmacêutica para receber 38 milhões de vacinas, número que não inclui a quantia doada pelo governo norte-americano.

Autorizadas para uso emergencial no País desde 31 de março, as vacinas da Janssen devem ser armazenadas em temperaturas de 2ºC a 8ºC. A validade inicialmente determinada pela Anvisa foi de três meses, prazo ampliado para 4 meses e meio após deliberação da Anvisa em junho, seguindo decisão semelhante feita pela agência dos Estados Unidos (Food and Drug Administration, a FDA). Quando armazenada em temperaturas de -25°C a -15°C, possui validade de 24 meses a partir da data de fabricação.

Em um comunicado deste mês, o ministério havia destacado que esta vacina "possui condições de armazenamento e transporte que permitem a distribuição dentro da infraestrutura e logística já existentes para medicamentos e vacinas no Brasil". Segundo a pasta, "isso facilita o transporte logístico para todos os municípios do País".

Quatro dias após o recebimento da remessa, o Ministério da Saúde ainda não distribuiu as 3 milhões de doses da vacina contra a covid-19 da Janssen doadas pelos Estados Unidos. A informação foi confirmada pelo governo federal por meio de nota após a situação ser criticada em coletiva de imprensa pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta quarta-feira, 30.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que aguarda uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "A expectativa é de que a liberação seja realizada ainda hoje para que a distribuição seja feita em até 48 horas", alegou.

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Segundo Doria, os imunizantes desembarcaram no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, entre a sexta-feira, 25, e o sábado, 26. Ele exigiu a "imediata liberação" pelo governo federal. "As vacinas ainda não foram distribuídas para o sistema nacional de imunização. Até dá a impressão que o Ministério da Saúde não tem pressa. Nós temos", declarou.

São Paulo espera receber 678 mil doses do total. "É muita vacina guardada na prateleira quando já deveria estar no braço dos brasileiros", acrescentou Doria. "Ministro (da Saúde, Marcelo Queiroga), nós pedimos que o senhor delibere e faça a gestão junto ao seu próprio ministério para que essas vacinas sejam liberadas."

53% da população paulista adulta tomou ao menos uma dose da vacina

Segundo o governo, 53% da população paulista de 18 anos ou mais recebeu ao menos uma dose de uma das vacinas contra a doença autorizadas no País. Ao todo, 18% dos adultos tiveram a vacinação completa. Mais de 25 milhões de doses foram aplicadas no Estado.

O atual calendário estadual prevê a ampliação para a população de 35 a 39 anos entre 15 e 29 de julho e, ainda, para a de 30 a 34 anos de 30 de julho a 15 de agosto. Na sequência, será a vez daqueles de 25 a 29 anos (de 16 a 31 de agosto) e de 18 a 24 anos (de 1º. a 15 de setembro).

São Paulo tem 3.719.586 casos e 126.937 óbitos confirmados por covid-19, de acordo com o governo estadual. A taxa de ocupação é de 75,4% em UTI e de 69,5% em leitos de enfermaria 56,6%.

Na terça-feira, 29, Doria havia afirmado que o Estado discute a possibilidade de antecipar o calendário de vacinação contra a covid-19 com a chegada de novas doses do imunizante, porém afirmou nesta quarta que um eventual anúncio ocorrerá apenas em 7 de julho, mediante avaliação. Remessas de 1 milhão de doses prontas de Coronavac e de 528.840 mil da vacina fabricada pela Pfizer e a BioNTech desembarcaram em aeroportos de São Paulo na noite de terça-feira.

As datas da campanha de vacinação sofreram alterações nas últimas semanas. A capital paulista chegou a suspender temporariamente a aplicação semana passada, por falta de doses.

A média móvel de novas internações relacionadas à covid-19 (calculada com base nos registros dos últimos sete dias) foi de 1.993 na terça-feira. Ela está em queda desde 12 de junho, quando era de 2.760. Ainda é, contudo, superior às taxas de fevereiro (foi de 1.454 em 15 de fevereiro, por exemplo) e de qualquer período de 2020 (o auge naquele ano foi de 1.972, em 16 de julho).

Já a terça-feira teve uma média móvel de 548 óbitos por dia. A taxa está em um momento de estabilização, mas em patamar ainda bastante superior às médias anteriores a março. Em 23 de fevereiro, por exemplo, ela foi de 214 mortes diárias. Além disso, é mais do que o dobro do recorde do ano passado (219, em 15 de setembro).

O Ministério da Saúde confirmou a suspensão de entrega de 3 milhões de doses de vacinas da Janssen contra o novo coronavírus, prevista para acontecer nesta terça-feira, 15. A Pasta afirma que aguarda agora a confirmação de uma nova data de recebimento por parte do laboratório, mas que a expectativa é de que as doses cheguem "ainda esta semana ao País em três remessas."

No sábado, 12, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante coletiva de imprensa, tinha anunciado que a Pasta tinha conseguido antecipar as doses da vacina contra covid-19 fabricada pela farmacêutica Johnson & Johnson. No entanto, nesta segunda-feira, o Ministério informou que a entrega "não se dará nesta terça-feira", como previsto.

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Em resposta ao Broadcast Político, a farmacêutica não explicou o motivo do atraso, mas afirmou que segue dialogando com as autoridades brasileiras "com o objetivo de disponibilizar a vacina no país o quanto antes".

"A companhia está comprometida em oferecer acesso global igualitário à sua vacina contra a covid-19 em um modelo sem fins lucrativos para uso emergencial durante a pandemia. Como parte deste compromisso, reconhece a importância de assegurar que as pessoas no Brasil tenham acesso ágil à sua vacina",afirmou, por nota.

Ainda sem data confirmada para chegar ao Brasil, o lote com 3 milhões de vacinas contra Covid-19 da Janssen tem prazo de validade até o dia 27 de junho - ou seja, daqui a menos de três semanas. A informação foi confirmada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid no Senado nesta terça-feira (8).

Esse é o lote que o ministro havia anunciado ter conseguido antecipar doses, junto à farmacêutica Johnson & Johnson, na última sexta-feira (4). A expectativa do governo Bolsonaro é que os imunizantes cheguem ao País na próxima semana, mas a confirmação da data ainda depende do aval da agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês).

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O prazo de validade curto dos imunizantes foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo. Questionado na CPI pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Queiroga atestou a informação: "Entendemos que temos de fazer uma estratégia para aplicar essas 3 milhões de doses em um prazo muito rápido, para não correr o risco de vencer".

A antecipação teria sido "pactuada" pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), segundo o ministro. "Naturalmente que, se tardar o posicionamento do FDA, essas 3 milhões de doses podem não ser mais úteis para nós, por conta da exiguidade de prazo", disse Queiroga.

De acordo com o Ministério da Saúde, para acelerar a entrega, as vacinas da Janssen serão enviadas apenas para as capitais - mesmo modelo adotado inicialmente para os imunizantes da Pfizer. A pasta também afirma que vai fazer "mutirões de vacinação" e "ampla campanha" para incentivar as pessoas a irem aos postos de saúde. Assim, a meta do governo é esgotar todas as doses em até cinco dias.

O ministério diz, ainda, que o Brasil é capaz de vacinar 2,4 milhões de pessoas por dia. Dados do consórcio de veículos de imprensa, no entanto, mostram que o número de pessoas vacinadas contra a covid ficou próximo a um milhão por dia na última semana. Em 23 de abril, a marca mais elevada desde o início da campanha, houve a aplicação de 1.744.001 doses.

O Estadão apurou que secretarias estaduais só foram informadas do prazo de vencimento dessas vacinas em reunião técnica nesta manhã. Algumas pastas também aguardam documento oficial que confirme a data da validade e também de distribuição das doses.

Presidente do Conass e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula confirmou que o conselho foi consultado. "Era a oportunidade de receber esses lotes. Com o ritmo de vacinação, a gente acredita que serão de 10 a 14 dias para aplicar essas vacinas", disse. "Se houver esse prazo, há condição de aplicar sem deixar nenhuma estragar."

Ao todo, o Ministério da Saúde fechou acordo com a Johnson & Johnson para a aquisição de 38 milhões de doses. Pelo planejamento, a previsão de entrega era de 16,9 milhões entre julho e setembro, além de 21,1 milhões de outubro a dezembro.

A vacina da Janssen é aplicada em dose única, ao contrário das demais utilizadas no Brasil. Ela foi aprovada em março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Até o momento, o País conta com três vacinas com uso emergencial aprovado: Oxford/AstraZeneca, CoronaVac, da chinesa Sinovac, e Pfizer. Na semana passada, a Anvisa também autorizou a importação da russa Sputnik V e da indiana Covaxim, em caráter excepcional e com uso limitado a 1% da população.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou neste domingo (6) que o processo de pedido de anuência dos estudos clínicos da vacina Butanvac contra a Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Butantan, está em fase de "exigência". Isso significa que a agência reguladora aguarda ainda o envio complementar de documentação necessária para que a análise científica seja concluída.

"O Instituto Butantan se comprometeu a entregar as informações faltantes até segunda-feira, dia 07/06/2021. Os dados referem-se à análise de qualidade da vacina", diz a Anvisa em nota divulgada neste domingo.

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Em entrevista no dia 26 de maio, o diretor executivo do Instituto Butantan, Rui Curi, disse que havia uma expectativa de que o órgão regulador desse uma resposta sobre o início dos testes clínicos da Butanvac até esta segunda (7). Na ocasião, o governador de São Paulo, João Doria, cobrou "senso de urgência" diante do quadro causado pela pandemia da Covid-19.

Segundo a Anvisa, a entrega da documentação é condição essencial para permitir a finalização da análise. "Sem a entrega das informações não é possível a conclusão do processo."

O Butantan deu entrada junto à Anvisa no dia 26 de março do Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento da Butanvac. "Transcorridos 72 dias até este domingo, 6/6, e após intensas trocas de informações oficiais em que foram detalhadas as informações complementares necessárias, a Agência dispôs de 24 dias para trabalhar na efetiva análise, e passou os outros 48 dias aguardando o cumprimento das exigências e a complementação das informações do Butantan", diz a Anvisa em nota.

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta sexta-feira (4) a importação das vacinas Sputnik V e Covaxin em caráter excepcional, mas também estabeleceu uma série de limitações para o uso desses imunizantes contra a Covid-19 no Brasil. Entre os critérios, o órgão regulador só autorizou aplicar doses em adultos, de 18 a 60 anos, sem comorbidade e ainda não vacinados, determinou monitoramento dos resultados e restringiu o público-alvo a no máximo 1% da população neste momento.

A Anvisa considera que ainda faltam informações sobre qualidade, eficácia e segurança dos dois imunizantes - motivo pelo qual o pedido inicial foi negado em março, no caso da indiana Covaxin, e em abril, para a russa Sputnik V. Entretanto, por votação de 4 a 1, a diretoria colegiada decidiu que o atual momento da pandemia no Brasil justificaria aprovar a importação "com condicionantes". A autorização com as recomendações para diminuir os riscos do uso havia sido sugerida pela área técnica da Anvisa.

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"Não há dúvida de que vivenciamos o pior momento da crise sanitária", afirmou o relator Alex Machado Campos, da Diretoria 5 da Anvisa. Em seu voto, argumentou que a média móvel de 1,8 mil mortes por dia é uma das mais altas do mundo. Também citou altas taxas de internação hospitalar e a presença de novas variantes do vírus, inclusive com a recente chegada da cepa indiana no Brasil. "Há quem fale em terceira onda e novo pico em 4 de julho, caso ocorra relaxamento de medidas não-farmacológicas e se mantenha o mesmo ritmo de vacinação no País."

Para Campos, mesmo diante de "lacunas de informação" sobre os imunizantes, seria preciso "enxergar o dramático quadro sanitário" e "lançar mão de todas as alternativas". "Não podemos desperdiçar opções vacinais. Pesa o receio de fulminar plataformas que podem vir a ser viáveis", disse o diretor.

O relator foi favorável a liberar a importação da Covaxin, por parte do Ministério da Saúde, e da Sputnik V, solicitada por seis Estados - Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí. Pela decisão, no entanto, a primeira compra fica limitada a um quantitativo que só poderia atender 1% da população. Para a Covaxin, a margem é de até 4 milhões de doses. Já para a Sputnik V, cerca de 950 mil doses.

Essa etapa de controle também restringiu a aquisição a lotes provenientes de plantas que já foram inspecionadas pela Anvisa. As doses precisam ter certificado de análise que demonstre ausência de vírus replicante e laudo de estabilidade microbiológica, segundo o órgão regulador.

Apenas adultos saudáveis podem receber a vacina. Exceto gestantes, lactantes e mulheres que pretendem engravidar nos próximos 12 meses, grupos que também foram excluídos da recomendação da Anvisa.

Os lotes terão, ainda, de passar por análise do Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O responsável pela importação fica obrigado a assinar termo de compromisso e divulgar relatório mensal dos resultados da vacina. Também tem de informar qualquer evento adverso ou novo alerta de segurança internacional sobre os imunizantes à Anvisa.

Caso o uso emergencial seja reprovado pelo órgão brasileiro ou pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os Estados devem suspender a importação, distribuição e uso dos imunizantes imediatamente.

Voz dissonante na votação, Cristiane Rose Jourdan Gomes, da 3 Diretoria da Anvisa, argumentou que os cuidados previstos não garantiriam a segurança para uso dos imunizantes. "Ainda que sejam estabelecidas condicionantes, penso que as incertezas observados neste momento superam quaisquer medidas para mitigar riscos", disse. "Tenho consciência do período extraordinário, contudo acredito que a relação risco-benefício ainda não permite uso amplo."

Discussão

O debate desta sexta-feira tratou de importação em caráter excepcional e temporário dos imunizantes, mas não discutiu o uso emergencial ou registro das vacinas no Brasil. No caso da Sputnik, os dados analisados foram fornecidos pelo Ministério da Saúde da Rússia. Segundo a pasta estrangeira, 100% dos voluntários teriam apresentado resposta imune estável após tomar o imunizante, com eficácia de 91,6% para casos graves.

Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, há dados incompletos e há preocupação com a presença de adenovírus replicante e, por isso, os lotes serão avaliados. "Os lotes têm de ser aprovados pelo INCQS por meio de análise laboratorial que demonstre a ausência de adenovírus replicante, controle de agentes adventícios e qualidade. É preciso ter certeza da qualidade da vacina que está vindo para cá."

Sobre o desenvolvimento farmacêutico, por exemplo, a Anvisa também detectou que o relatório apresentado "não aponta questões críticas do desenvolvimento, como: caracterização de parâmetros de qualidade, impacto das diferenças entre os processos produtivos, avaliação da comparabilidade, mudanças nas metodologias analíticas, mudanças nas especificações e seus respectivos limites". Outra questão que não foi apresentada foi a frequência das reações adversas relatadas - raras, incomuns, comuns, muito comuns.

A indicação de impor condicionantes também foi dada pelas áreas de Inspeção e Fiscalização e de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária. "A autoridade sanitária russa declara que segue os requisitos da OMS, mas a Anvisa inspecionou as plantas fabris e detectou a necessidade de correção para o adequado atendimento aos padrões. Neste momento, a gente não consegue concluir pelo atendimento pleno dos requisitos de qualidade preconizados pela OMS", afirmou Ana Carolina Moreira Marino Araújo, a gerente-geral do setor. Profissionais da Anvisa não puderam visitar o Instituto Gamaleya, responsável pela vacina.

Já os dados sobre a Covaxin ainda estão incompletos e o estudo de fase 3 ainda não foi concluído, mas sua continuação deve ser realizada no Brasil. Segundo a agência, a avaliação de imunogenicidade está prevista para ser entregue no próximo dia 15 e a avaliação estatística de 25,8 mil participantes, no fim deste mês.

Existe a preocupação com um dos componentes da vacina, embora os dados apresentados tenham apontado 96% de eventos não graves, como febre, dor no local da injeção e dor de cabeça. "É uma vacina de vírus inativado, mas temos uma preocupação com segurança, porque o adjuvante pode desencadear reações autoimunes. O estudo de fase 3 não foi concluído, mas há a solicitação e ele será feito no Brasil como continuação do estudo indiano", detalha Mendes.

A gerência-geral de Inspeção e Fiscalização tinha encontrado inconformidades na avaliação anterior. "A empresa corrigiu a maioria das não conformidades apontadas pela equipe técnica", afirma Ana Carolina Moreira Marino Araújo.

O trabalho para atender as recomendações da agência foi destacado pelo diretor relator Alex Machado Campos. "No caso da Covaxin, a empresa se esmerou. O aspecto das boas práticas foi vencido etapa por etapa, fazendo com que a empresa protocolasse um novo pedido de boas práticas. E tem o pedido de estudos clínicos que tem a anuência do (Albert) Einstein."

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta sexta-feira (4), que fechou hoje um acordo com a farmacêutica Janssen, da Johnson & Johnson, para o recebimento de três milhões de doses da vacina anticovid-19 a serem aplicadas em junho.

Ao responder a um questionamento oficial formulado pelo Congresso em 3 de maio, o Ministério da Saúde citou um processo de compra de 38 milhões de doses da vacina da Janssen.

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Em entrevista ao programa CB.Poder, do jornal Correio Braziliense e da TV Brasília (RedeTV!), Queiroga disse que o Brasil quer antecipar a chegada de imunizantes contratados. Ele afirmou também que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) estuda estratégias para, se for o caso, oferecer mais doses para regiões com frio intenso, onde há uma tendência maior de circulação do novo coronavírus, aos Estados de fronteira e aos locais onde o momento epidemiológico é mais complexo com ameaça de colapso do sistema de saúde.

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