Com mais de 80 beneficiados apenas na Universidade Federal de Pernambuco, o programa Ciência sem Fronteiras vem mudando histórias, criando expectativas e realizando os sonhos de muitos estudantes do Brasil.
“Desde que entrei no curso de biomedicina, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), frequentava assiduamente a reitoria da instituição a procura de intercâmbios para me inscrever. Mas era muito difícil. O que a universidade oferecia eram poucas bolsas com grande concorrência, além das despesas que seriam pagas por nós. Já pensava em desistir quando vi que o Programa Ciência sem Fronteiras tinha aberto processo de seleção com vagas suficientes para aprovar muitos alunos”, conta Tássia Bastos.
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A estudante, de 21 anos, soube que foi uma das aprovadas do programa na última terça-feira (15). “Foi minha primeira tentativa no Ciências e eu passei. Minha bolsa é de graduação sanduíche na Université de Caën Basse-Normandiena, na França”, completa.
“A graduação sanduiche permite que os estudantes aprovados passem de 6 a 12 meses em outro país, dividindo esse período entre um semestre estudando normalmente e três meses estagiando”, afirma a Diretora de Relações Internacionais da UFPE, Maria Leonor Maia.
O Programa Ciência sem Fronteiras é uma iniciativa da parceria dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC). O programa oferece as seguintes modalidades de bolsas de intercâmbio: graduações, tecnólogos, treinamento no exterior, doutorado sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado sanduíche. Os estudantes embarcam com todas as despesas pagas pelo Governo.
Marcele Nery, 22, estudante de Odontologia da instituição, também foi beneficiada com a seleção. Ela vai no próximo dia 29 de junho para França. A estudante já morou no País e tinha o sonho de voltar. “O programa chegou na melhor hora para mim, estou na metade do curso e essa proposta de importação e exportação de conhecimentos é bastante válida na nossa formação”, completa.
Já Luíz Távora, 22, estudante de Rádio e TV, vai para Chicago, nos Estados Unidos. Com a expectativa a mil, o estudante vai abandonar estágio e alguns planos no Brasil para se dedicar ao novo período. “A experiência vai ser incrível. Vou ter oportunidade de melhorar meu inglês e minha formação acadêmica, tudo isso vai engrandecer meu currículo e contribuir para meu ingresso no mercado de trabalho”.
O projeto prevê a utilização de mais de 100 mil bolsas até 2015 para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior para manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Mas, Maria Leonor Maia adverte para os interessados que “um dos problemas do programa é que são muitas oportunidades, mas há poucas pessoas que realmente estão qualificadas com a língua de outro país”, garante.
De acordo com a diretora, para se candidatar, os estudantes devem procurar a página na internet do programa e também procurar a Universidade a qual pertença, sendo ela pública ou privada. Os interessados em se inscrever para graduação, devem seguir os principais requisitos de ser brasileiro ou naturalizado; estar regularmente matriculado em instituição de ensino superior no Brasil em cursos relacionados às áreas prioritárias do Ciência sem Fronteiras; e ter sido classificado com nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) com no mínimo 600 pontos. Além de possuir bom desempenho acadêmico e ter concluído 20% do currículo previsto para o curso de graduação.