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Um Projeto de Lei Ordinária (PL) quer inserir ensino antirracista nas escolas de Prenambuco. De acordo com a normativa, publicada no Diário Oficial do Estado, nesta terça-feira (24), a medida inclui o tema nas diretrizes da Educação básica e/ou nas turmas dos anos iniciais. Segundo texto do projeto, de autoria do deputado Gilmar Júnior (PV), o objetivo é "estabelecer desde os anos iniciais escolares, o Ensino Antirracista, como ação de informação, conscientização e enfrentamento ao crime de racismo em Pernambuco".

"Nossa proposta é oferecer alternativas aos professores para trabalhar com educação das relações étnico-raciais de forma a favorecer o entendimento dos estudantes acerca das complexas construções sociais produzidas no Brasil, ao longo do tempo, percebendo a centralidade do conceito de raça em suas estruturações", diz outro trecho do projeto.

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 Segundo o PL, para estabelecer um padrão a ser seguido ou analisado pelos especialistas em educação da Secretaria Estadual de Educação (SEE), foi utilizado "como base a introdução da obra de Ensino antirracista na Educação Básica - Da formação de professores às práticas escolares, organizada por Thiago Henrique Mota". 

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No ritmo de Copa do Mundo, e da febre dos álbuns de figurinhas, a Universidade Zumbi dos Palmares, junto à agência de publicidade Grey, lançou um álbum antirracista. A publicação traz a história de jogadores do Mundial que sofreram com racismo em campo ou fora dele. A ideia é dar visibilidade às histórias.

Ao todo foram encontrados 62 casos, pelo mapeamento, sendo sete brasileiros: Neymar, Vinicius Júnior, Fred, Éder Militão, Alex Sandro, Gabriel Jesus e Richarlison. O álbum foi enviado para algumas pessoas envolvidas no meio futebolístico e também fora dele. A peça pode ser acessada virtualmente clicando aqui.

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Eleito com 2007 votos em Olinda, Vinicius Castello (PT), de 27 anos, é o primeiro vereador LGBTQIA+ a ocupar uma vaga na Casa Legislativa e se mostra como uma forte liderança política que vem movimentando não apenas a Câmara de Vereadores, mas também a própria Marim dos Caetés. Além de vereador, ele é ativista em direitos humanos, advogado, vice-presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados de Pernambuco (CIR-OAB/PE) e coordenador do Quilombo Marielle Franco, um coletivo de estudantes negras e negros da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). 

Ele também é o primeiro parlamentar a proibir homenagens a escravocratas e ditadores em todo o Brasil e coleciona, até este primeiro um ano e meio de mandato, o título de parlamentar que mais aprovou leis antirracistas em Pernambuco. 

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Ao LeiaJá, o vereador contou que não trabalha com “pautas específicas”, mas que é pautado pelas “subjetividades humanas na área dos direitos humanos”. “Temos a pauta periférica, LGBT, que me perpassa como ser humano. Eu gosto de estar evidente não enquanto figura representativa de determinada área, gosto de ser visto como ativista dos direitos humanos. Gosto que as pessoas consigam entender que o meu corpo está para além de uma discussão racial, e isso me deixa confortável para dizer que o que eu me preparo e defendo são as pautas universais dos direitos humanos”. 

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“Acredito que as perspectivas que eu tive dentro da favela conseguem determinar mudanças estruturais que movem toda a sociedade. Com esses olhares, consigo interferir em pautas referentes às mulheres, pessoas com deficiência, LGBT. O mandato o qual ocupo não é de maneira autônoma quanto a voz que se fala. Boto o mandato para discussões coletivas e, a partir desse momento de escuta, é onde me sinto com competência para abordar todas as questões dentro dessa visão de construção coletiva, entendendo que esse espaço é de diálogo e de escuta. Assim, eu consigo entender o instrumento de transformação de demandas coletivas muito complexas, amplas e me coloco na defesa dos direitos humanos para que eu possa interferir em tudo o que envolva os nossos direitos”, disse. 

História de vida

Vinicius Castello iniciou na militância dos 15 para os 16 anos, a partir de um curso promovido pelo GTP+ (Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo), e com a luta estudantil ele teve contato com movimentos sociais. “Pude me formar num curso promovido pelo GTP+ que me trouxe várias visões de direitos humanos e de sociedade. Foi um espaço onde tive muito acesso a travestis, transsexuais, e pude entender muitas visões e olhares que ainda não tinha acesso, e também começar a entender sobre a luta coletiva e a sociedade de modo geral. Foi a partir da luta estudantil que pude ter acesso a questões que perpassam a sociedade, e através dos movimentos sociais, que sempre estive muito presente enquanto construção de militância, muito de maneira autônoma, porque sempre preservei a minha autonomia dentro dos espaços por me entender como uma pessoa que interferia tanto como as outras do movimento”. 

Coletivo Quilombo Marielle Franco

A criação do Coletivo Quilombo Marielle Franco, um grupo de estudantes negras e negros de acolhimento e aquilombamento para outros estudantes da Unicap é um dos feitos que mais orgulha o petista. “Ele trouxe uma pauta antirracista muito gigante para a Universidade e acredito que se hoje a Unicap, a universidade mais elitista e mais branca de Pernambuco, quiça do Nordeste, tem maior representatividade de pessoas pretas, é muito da interferência que o Quilombo teve nessa construção de diálogo”. Dentre as ações feitas pelo coletivo dentro da universidade, a aquisição de 100 bolsas para pessoas pretas, indígenas e de baixa renda é uma das principais, destaca Castello. 

Vinicius Castello conseguiu ocupar a cadeira de vereador de Olinda na primeira eleição que disputou, mesmo sem ser conhecido politicamente. “Mesmo não sendo conhecido no cenário político, consegui, na primeira oportunidade, reunir um grande grupo de pessoas que, de forma consciente, puderam se juntar a mais de dois mil votos para dar apoio a um perfil totalmente diferente aqui na cidade. Conseguimos fazer uma construção e credibilidade que foi construída durante esses anos, e foi a partir disso que conseguimos chegar em conjunto e apoio a todas essas pessoas aqui, na primeira Câmara do Brasil”. 

“Uma mudança efetiva na Câmara de Olinda”

Dentre vários projetos de transformação e modificação social no município de Olinda, que sempre foi vista como “conservadora, retrógrada, ultrapassada”, projetos como a mudança do nome social de pessoas trans e travesti, o primeiro Estatuto Étinico de Desigualdade do País e a proibição de nomes escravocratas e de ditadores são feitos na vereança em destaque pelo parlamentar. “São projetos que muito me orgulham porque, apesar de muitas resistências, a gente pôde conseguir aprová-los por unanimidade projetos que não eram vistos como possibilidade real. E tudo isso foi feito a partir de uma construção de diálogo e muito pedagógica com meus pares; são projetos para fazer repensar e trazer uma mensagem de mudança efetiva na Câmara de Olinda, trazendo diálogos impetrados por mim enquanto mandatário, mas acredito que a função que estamos tendo nesta cidade é de humanizar e fazer com que as pessoas consigam enxergar e fazer com que a população não se sinta apagada”. 

“É importante fazer refletir o nosso impacto, principalmente porque é um mandato extremamente respeitado pelos outros parlamentares, não temos conflitos, mas acho que o fato dos nossos corpos e pautas serem trazidas nesses espaços trazem mudanças mais importantes”, afirmou. 

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De acordo com o vereador, a atual legislatura bateu recorde de emendas orçamentárias. “Essa Câmara não colocava nenhum tipo de emenda para projetos orçamentários, e a gente hoje bate recorde. Se colocassem nove projetos de lei durante toda a legislatura era muito; com projetos que interferem em políticas públicas, acredito que temos mais de 170 protocolados (ao total na Casa). A pauta mudou, a qualidade mudou, o modo que transmitimos para as pessoas mudou, e acredito que isso é muito impacto que trouxemos para a política, que é algo humanista”, observou. 

Com o reforço de que locais de poder podem e devem ser ocupados por pessoas pretas, periféricas, LGBTQIA+, deficientes, Castello comentou que o mandato não é “único e exclusivamente sobre a pessoa que encabeça qualquer tipo de projeto”. “É o entendimento mais puro de que qualquer tipo de espaço e poder precisa refletir em pensamento, ideias, vivências, experiências, determinadas situações de que as pessoas com capacidade técnica podem ter a oportunidade de entender e, em conjunto, implementar políticas”. 

Não à toa, o mandato do petista é composto por pessoas que representam vários segmentos da sociedade. “Para mim, é um compromisso ter um mandato com equidade de gênero, raça e sexualidade que realmente consiga trazer outros atores que vieram da mesma vivência e realidade que a minha, não na sua totalidade, mas acredito e enxergo que as vivências interferem diretamente para que a gente consiga entender que esse universo é importante, que a gente possa lidar com as limitações que a burguesia traz, com o privilégio. Preciso trazer pessoas reais que vivenciaram e vivenciam, mas respeitando e tentando, de maneira audaciosa, tornar equânime espaços que precisam ser de todas as pessoas”. 

Resistência e existência 

Com consciência do que o seu corpo representa na Casa Legislativa, o vereador Vinicius Castello se mostra totalmente como deve ser: desamarrado de possíveis tentativas de constrangimento e perseguição. Muito pelo contrário, ele ressalta ter uma boa relação com seus pares, que faz com que ele tenha um bom diálogo e resulta na aprovação por unanimidade de projetos importantes para a cidade e para o mandato. 

No entanto, recentemente, o parlamentar foi à tribuna em resposta a “ataques” sofridos na Casa por ser gay, ele disse não se sentir acuado por ser chamado de “travesti, de gay, de lésbica”, e evidenciou: “eu sou bicha mesmo e não estou preocupado com isso, não”

"Eu não entendo essa necessidade, esse tesão, essa vontade de querer constantemente me evidenciar enquanto uma pessoa LGBT como se eu tivesse vergonha disso ou fosse algo desprezível. Isso acontece porque, eu acredito que quando a direita conservadora nota que existe um parlamentar muito comprometido com a população e o nome dele é espalhado de uma maneira boa em relação a tudo o que se é feito e os trabalhos, a única maneira de me atacar é falando sobre a minha sexualidade”, afirmou. 

Na ocasião, que ocorreu no início de abril deste ano, ele  relembrou o que disse no seu primeiro discurso na Câmara após tomar posse da cadeira de vereador de Olinda. “Não sei se vocês se recordam, mas eu cheguei a falar no dia do meu primeiro discurso, em alto e bom tom, que eu sei o que o meu corpo acarreta nesses espaços, que eu sei a quem estou defendendo e, principalmente, sei quem são as pessoas que irão se incomodar com a minha presença nesses espaços”, cravou. “E volto a repetir que não devo satisfação para quem tem preconceito e acha que eu tenho que ficar acuado porque estão me chamando de travesti, de gay, de lésbica, de tudo, sabe. Eu fico rindo porque isso não me atinge. Já me atingiu quando eu tinha 16 anos e era um adolescente que não entendia sobre a vida”. 

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“Superem isso, estamos em um ano e meio de mandato e ainda tem gente preso na sua ignorância, na sua prepotência, e a única coisa que eu tenho a dizer é que essa bicha vai continuar avançando, essa bicha vai continuar trabalhando e eu não estou preocupado com as caras feias, comentários e qualquer tipo de gente preconceituosa, porque vão continuar me engolindo e eu estou super tranquilo em relação a isso”, assegurou. Ao finalizar seu discurso, o parlamentar fez um apelo “a quem quer cuidar”. “Vá cuidar da sua vida, porque a minha está bem cuidada, consolidada e não vão ser os comentários que vão parar a minha existência e a minha luta”. 

A atuação acessível para quem ele representa não acontece apenas no plenário da Câmara, nas propostas e na atuação meramente política, mas também nas redes sociais. Também recentemente ele postou dois stories (publicações que duram apenas 24 horas) no Instagram falando sobre trabalho, militância e diversão como uma forma de trabalho efetivo “eu milito, trabalho, e depois vou rebolar a raba, porque assim a gente consegue reparar dano”. “Não sei se vocês notaram, mas esse ano eu adotei a filosofia de reparação de danos, porque no passado eu estava frenético - não que eu não esteja esse ano -, mas ano passado eu estava demais, era tudo voltado para a militância”. 

“Estou aqui trabalhando, aí de noite vou fazer o que? Já vou rebolar a raba. E amanhã? Militância. Depois, sair um pouquinho, tem que ser assim. Tem que mesclar, tem que reparar danos, senão a militância consome (a mente)”, brincou. 

Em uma decisão inédita, a Justiça do Rio Grande do Sul determinou que o Carrefour arque com os honorários dos advogados que atuaram na representação de duas entidades civis durante a discussão que levou a um acordo, firmado em junho, para o caso da morte de João Alberto Freitas. Ao jornal Folha de São Paulo, a defesa da rede de supermercados afirmou que irá recorrer da decisão.

O caso brutal de violência que vitimou Freitas, um homem negro de 40 anos, aconteceu em novembro do ano passado, na véspera do Dia da Consciência Negra. Em uma das unidades da rede em Porto Alegre (RS), a agressão foi registrada em vídeo por testemunhas.

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O pagamento dos honorários dos advogados das entidades civis Educafro e Centro Santo Dias de Direitos Humanos foi um dos principais motivos de impasse entre os lados na época de assinatura do acordo, em junho do ano passado. No fim, a demanda acabou não entrando no texto, e ficou pendente de decisão na Justiça sulista.

Na nova decisão, ficou determinado o valor de 3% do total do primeiro acordo, cerca de R$ 115 milhões, prevendo também uma série de ações antirracistas, incluindo a criação de bolsas de estudo. A multinacional também firmou acordos com familiares de João Alberto.

A ordem do juiz João Ricardo dos Santos Costa, da 16° Vara Cível do Foro Central de Porto Alegre, assinada na última quarta-feira (21), afirma que o tema envolve a questão de uma representação adequada, ponto central no processo coletivo.

“As empresas com forte potencial econômico têm capacidade de contratar os melhores advogados para atuarem nos tribunais e patrocinarem uma defesa efetiva como é desejável. O mesmo deve ser garantido aos que defendem os interesses das populações prejudicadas com as violações postas no Judiciário”, escreveu.

“O deferimento de honorários às autoras é a medida mais adequada para preservar a garantia da acessibilidade à justiça. Notadamente em um litígio que coloca na pauta o racismo estrutural existente na sociedade brasileira e reconhecido no Termo de Ajustamento de Conduta celebrado entre as partes. Neste contexto, e pelo fato do Judiciário ser um espaço de resistência, a representação judicial adequada da população negra, o acesso é central ao processo de superação de uma chaga social histórica”, segue.

Além disso, o magistrado destacou que o caso resultou em um compromisso assumido pelas empresas e que os custos do processo e dos profissionais que atuaram nele devem ficar ao encargo das empresas rés.

Carrefour analisa decisão

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Carrefour afirmou que “vai analisar a decisão, seguindo comprometido com a luta antirracista que se materializa no maior investimento privado já feito para redução da desigualdade racial no Brasil. São valores que superam R$ 115 milhões e serão majoritariamente investidos em educação e geração de renda para a população negra”.

Os advogados da Educafro, contudo, pretendem recorrer da decisão e questionam o valor determinado pelo juiz. Segundo o advogado Márlon Reis, que conversou com a Folha, por lei, o pagamento mínimo seria de 10% do valor do acordo, ao invés dos cerca de R$ 3,4 milhões determinados, R$ 11,5 milhões.

Reis disse ainda que a morte de João Alberto não foi uma ofensa apenas a ele e sua família, mas a toda a equidade racial que deveria existir na sociedade brasileira. “Nós trouxemos um elemento novo, o dano causado ao Brasil. A igualdade racial deve interessar os brasileiros”, afirmou ao jornal.

 

A polícia dispersou vários jornalistas na sexta-feira nos arredores de Minneapolis, nos Estados Unidos, durante manifestações de protesto contra a morte de Daunte Wright nas mãos de uma policial branca durante uma blitz de trânsito.

Cerca de 500 pessoas se reuniram em frente às cercas que protegem a delegacia do Brooklyn Center, a 10 quilômetros de Minneapolis, na sexta noite consecutiva de protestos pela morte no domingo.

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É também nesta grande metrópole do norte dos Estados Unidos que é julgado Derek Chauvin, o ex-policial branco acusado do assassinato de George Floyd no ano passado.

Pouco antes da entrada em vigor do toque de recolher às 22h (03h GMT) decretado pelas autoridades, a polícia deu ordem por alto-falante para que a multidão se dispersasse antes de colocar várias dezenas de policiais em equipamento de choque.

Em torno dos manifestantes que permaneceram no local, as forças de segurança dispararam spray de pimenta contra vários jornalistas que claramente se identificaram como tal.

Da mesma forma, a imprensa não foi autorizada a permanecer dentro do perímetro demarcado pela polícia para registrar as prisões.

Para deixar o local, os jornalistas tiveram que ser fotografados, assim como seus documentos de identidade, pela Polícia Estadual de Minnesota.

Depois que vários repórteres e o sindicato que os representa fizeram uma reclamação preliminar, um juiz emitiu uma ordem de restrição temporária para a polícia no Brooklyn Center no mesmo dia.

De acordo com a decisão tornada pública, as forças de ordem ficaram assim proibidas "de deter ou ameaçar deter (...) qualquer pessoa que conheçam ou tenham motivos para acreditar que seja jornalista".

Eles também estão proibidos de usar força física, assim como granadas ensurdecedoras, cassetetes ou "agentes químicos" como spray de pimenta contra jornalistas.

O grupo de defesa da liberdade de imprensa dos EUA, o Press Freedom Tracker, lamenta "pelo menos 7 ataques e 3 prisões / detenções de jornalistas que cobriam as manifestações" desde domingo no Brooklyn Center.

No passado, o Náutico participou de um processo de exclusão de negros do futebol. E evidentemente, o clube não se orgulha disso. Não há pedido de desculpas que apague. O que o Náutico vai fazer, portanto, é contribuir efetivamente no discurso e na prática das ações contra o racismo.

A camisa número 1 de goleiro "Vidas Negras Importam" é um marco na história do clube. Pela primeira, o escudo não terá o vermelho, mas sim o preto, para simbolizar o compromisso do clube em levantar esta bandeira.

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"O Náutico tem uma das mais belas histórias do futebol brasileiro. É claro que existem erros e, como não se muda o passado, quem faz o presente pode reconhecê-los. Porque a história continua sendo escrita. Reparar não é possível? Podemos corrigir. O Náutico é alvirrubro, mas também de todas as cores, raças, gêneros e crenças. Que o futebol nos ajude a lutar por um mundo melhor", enfatizou o presidente Edno Melo.

Além da ação da camisa "Vidas Negras Importam" e toda a conscientização que existirá em torno dela, o Náutico também disponibilizará outras formas de combate ao racismo.

"Essa camisa representa o reconhecimento do clube de um passado racista e o entendimento que a tolerância é zero em relação a isso. O Náutico tem um canal direito com torcedor, através do site e aplicativo oficial, para denúncias de racismo e todos os casos vão ser apurados e em se confirmado, sendo sócio, será excluído do quadro, e caso não seja, vai ser encaminhado para as autoridades competentes", explicou o Vice-Presidente de Marketing, Luiz Filipe Figueirêdo.

A campanha tem como símbolo o ex-goleiro alvirrubro, Nilson, que, quando atuava pelo Santa Cruz, sofreu insultos racistas vindos da torcida do Náutico. Posteriormente, Nilson virou ídolo no Timbu, conquistando o Campeonato Pernambucano de 2004.

"A camisa achei lindíssima, maravilhosa, espetacular em todos os sentidos. Mas o mais importante de tudo isso, é a ação que o Náutico montou. É ver o Náutico abandonando o passado que ele não se orgulha, que é do racismo. Saber que o clube está levantando essa bandeira e dizendo 'não' ao racismo me faz ficar muito orgulhoso. Me sinto honrado em ter participado dessa ação. Espero que essa mensagem chegue à nação alvirrubra e a todos em Pernambuco, Brasil e mundo afora. Nós precisamos combater o racismo, pois o racismo mata", disse o ídolo alvirrubro.

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MANIFESTO ANTIRRACISTA

A gente tem orgulho da nossa história. A tradição, os títulos, os craques, o estádio dos Aflitos e A Mais Fiel do Nordeste são parte fundamental do que é ser Clube Náutico Capibaribe.

Mas nem tudo do passado nos orgulha. Ser o último clube do Recife a ter aceito negros vestindo a nossa camisa nos envergonha. Sem esconder ou deixar de falar do assunto, sabemos o quanto esta atitude colaborou com o preconceito e a discriminação.

Não podemos apagar o racismo do nosso passado, e só um pedido de desculpas não é suficiente. O que a gente pode e vai fazer é contribuir cada vez mais no combate ao racismo estrutural, à desigualdade social e à violência contra negros.

Pela primeira vez na história, o vermelho e o branco são deixados de lado, por uma causa bem maior: avisar para todo mundo que o Náutico também é preto!

Da assessoria do CNC

Local foi escolhido pelas autoridades de Nova Iorque. (David Dee Delgado / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

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A prefeitura de Nova Iorque financiou a pintura da frase “Vidas negras importam”, que ocorreu nesta quinta (9), diante da Trump Tower, o principal edifício empresarial do presidente norte-americano, acusado pela oposição a seu governo de adotar posturas racistas. O prefeito Bill de Blasio é um dos principais críticos a Trump e já chegou a ensaiar, no ano passado, uma corrida eleitoral para concorrer ao pleito presidencial de 2020. As informações são do jornal The New York Times.

"As vidas negras são importantes em nossa cidade, e as vidas negras são importantes nos Estados Unidos da América", alfinetou De Blasio, que participou da pintura, na Quinta Avenida. 

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Desde o início de seu mandato, Trump vem convivendo com atritos com autoridades de seu estado de origem, incluindo o procurador de Manhattan, que o intimou a pagar oito anos de impostos pessoais e comerciais.

O edital público de artes que financiou a pintura foi anunciado no mês passado, e o local de sua impressão foi escolhido pelas próprias autoridades locais. "Vamos mostrar a Donald Trump o que ele não entende. Vamos pintar na frente do prédio dele”, afirmou De Blasio.

A editora Piraporiando, através do Programa de Educação para a Diversidade, oferece gratuitamente o e-book “Conteúdo antirracista para crianças e educadores”. O material, dividido em quatro categorias, é destinado educadores e pais, pretende combater a intolerância.  

Janine Rodrigues, fundadora da Piraporiando, explica que “este conteúdo é para aqueles que querem somar forças na educação antirracista, que compreenda que crianças negras, brancas e de todas as etnias precisam enxergar o negro na posição de protagonista de sua própria história, como aquele que, dentre outras coisas, produz conhecimento”.

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Com foco principal na educação básica, a seleção reúne 10 obras literárias afro-brasileiras para crianças, 6 referências de projetos de educação antirracista para aplicar em casa e em ambiente escolar, 10 vídeos para educadores, 10 filmes e clipes para crianças, todas as indicações com protagonismo negro.

Para adquirir o material é necessário preencher um formulário on-line, através do site da Piraporiando.

O rapper Emicida usou suas redes sociais na última sexta-feira (5) para explicar porque não irá participar dos protestos de domingo (7). Através de um vídeo, o músico argumentou que este não é o momento para manifestações, devido ao coronavírus e causou polêmica.

“Se você de uma busca, vai ver que um monte de infectologista, epidemiologista sério, tá chamando isso de genocídio, aguardasse um crescimento de 150% nos próximos dias. A irresponsabilidade e a irracionalidade de quem tinha que conduzir este país pra um lugar melhor, ainda vai matar muita gente, o contágio não chegou no seu máximo ainda. Pensa nisso”,  disse Emicida. 

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O músico ainda fez críticas sobre o cenário político atual do País. “Qualquer aglomeração agora por mais legítimo que seja nossos motivos, é pular na ciranda da necropolítica, elevar uma onda de contágio pior que essa que já ta (sic), para dentro das comunidades onde vive quem a gente ama. Isso é parte do plano deles”, afirmou o rapper.

Emicida aproveitou para fazer uma reflexão sobre as manifestações “manifestação não é micareta não. Quem acha que a estrutura racista do Brasil vai ser desligada, como se fosse um interruptor, ta (sic) viajando… Precisa de uma construção, uma base um projeto”, explicou.

“Não dá pra pegar uma hashtag e achar que ela é um escudo. Não funciona. Na vida real, não funciona” disse Emicida, se referindo as últimas tags levantadas na internet ‘Vidas Negras Importam’ e ‘Blackout Tuesday’. comentou.

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No vídeo, Emicida ainda faz um comparativo com as manifestações que o País viveu em 2013, e fala sobre os ‘infiltrados’ pessoas que aderem a manifestação para provocar destruição e prejudicar o movimento “A gente já viu vários infiltrados, 2013 foi ontem, parece que vocês não aprenderam nada… Qual o nosso potencial de organização hoje? Para barrar uma ‘pá’ de infiltrados que pode se envolver, e arrastar uma causa legítima e jogar pelo ralo?”, questiona o rapper.

Nas redes sociais, muitos internautas ficaram a favor do músico e apoiaram o seu posicionamento sobre as manifestações. No entanto, tiveram pessoas dizendo pro rapper estudar e aprender a se organizar. Emicida ainda usou as redes sociais para falar “cuidado com seus ‘alienados’”.

 

 

 

 

Um manifestante teve a parte superior do corpo coberta por chamas enquanto incendiava um edifício que aloca um mercado municipal e a sede da prefeitura de Fayetteville, no estado da Carolina do Norte, Estados Unidos. O acidente ocorreu devido ao manuseio de um coquetel molotov.

Ao perceber o corpo em chamas, ele desceu correndo pelas escadas e tentou rolar pelo chão. O grupo que o acompanhava ficou desesperado, mas o ajudou a se desvencilhar do fogo. Não há informações sobre seu estado de saúde.

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O acidente ocorreu no último sábado (30), em mais um protesto antirracista em memória do afro-americano George Floyd, morto por um policial, em Minneapolis. Após 45 minutos, o fogo no prédio foi apagado.

Confira

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A cantora Anitta usou seu perfil nas redes sociais na manhã desta segunda-feira (1º) para se posicionar sobre as manifestações que vem acontecendo. Anitta compartilhou duas imagens onde diz “Sempre antirracista” e “Artista Antifascista”.

Diferente de muitos artistas, Anitta é sempre cobrada por seu público para que se posicione sobre os assuntos em pauta, principalmente politicamente. O que ela tem feito bastante nos últimos meses, desde que o país entrou em quarentena por causa do coronavírus. 

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A artista até havia explicado o seu engajamento sobre o assunto. “Estou mais ativa porque estou com tempo para estudar”, disse ela, que vem inclusive realizando lives sobre política para que os seus seguidores conheçam o assunto.

Nos comentários, os fãs e amigos parabenizaram a cantora pelo posicionamento. “Esse é o momento de se posicionar… Cobrem seus ídolos para se posicionarem”.

Alguns artistas também usaram suas redes sociais para se posicionar contra o racismo e o fascismo, entre eles Marcelo D2, Pabllo Vittar e Astrid Fontenelle.

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