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O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está "bastante satisfeito" com a redução da Selic de 6,50% para 6,00% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nesta quarta-feira, 31.

"Ele (Bolsonaro) está bastante satisfeito com isso", disse o porta-voz. "O presidente vem advogando, já de algum tempo que isso (redução da Selic) seria muito interessante para a economia", afirmou.

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Rêgo Barros considera que o Banco Central "vem avançando no sentido" de reduzir a taxa de juros. "Temos a expectativa positiva que isso possa reverberar em prol da sociedade, em prol da economia", completou.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a Selic (os juros básicos da economia) em 6,50% ao ano. Com isso, a taxa permaneceu no nível mais baixo da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996. Foi a décima manutenção consecutiva da taxa neste patamar.

Apesar dos dados fracos de atividade divulgados recentemente, a decisão era largamente esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 56 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperavam pela manutenção da Selic no nível atual.

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Ao justificar a decisão, o BC avaliou que a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente. "O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, principalmente, de 2020", completou o documento.

O BC evitou dar sinalizações claras sobre as próximas decisões do colegiado. O comunicado apenas repetiu que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2019 de 4,1% para 3,6%. No caso de 2020, a expectativa passou de 3,8% para 3,9%.

No cenário de referência, em que o BC utilizou nos cálculos uma Selic fixa a 6,50% e um dólar a R$ 3,85, a projeção para o IPCA em 2019 passou de 4,3% para 3,6%. No caso de 2020, o índice projetado foi de 4,0% para 3,7%. As projeções anteriores constaram na ata do encontro de maio do Copom.

O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4,00%, com margem de 1,5 ponto (de 2,5% a 5,5%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (2,25% a 5,25%).

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, 08, por unanimidade, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 6,50% ao ano.

A manutenção confirma a expectativa do mercado financeiro, conforme levantamento do Projeções Broadcast. De 46 casas consultadas, 45 apostavam em manutenção da Selic em 6,50%.

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A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 18 e 19 de junho de 2019.

O Banco Central (BC) reduziu as projeções para a alta dos preços administrados em 2018 e 2019, conforme a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã desta terça-feira (18). Para este ano, o índice calculado passou de 7,4% para 6,1% no cenário de mercado. Para o próximo ano, o porcentual esperado caiu de 5,6% para 5,1%. Já a projeção para 2020 nesse cenário foi mantida em 3,9%.

As estimativas anteriores constavam na ata do encontro de outubro do Copom. O cenário de mercado utiliza como parâmetros as projeções para câmbio e juros do Relatório de Mercado Focus.

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No cenário de referência, que utiliza como parâmetros câmbio constante a R$ 3,85 e juros constantes a 6,50% ao ano, a projeção para a alta dos preços administrados em 2018 caiu de 7,3% para 6,1%. No caso de 2019, recuou de 5,4% para 5,2% e, para 2020, caiu de 4,1% para 4,0%.

Na segunda-feira (17) o Focus indicou que a estimativa para 2018 no mercado financeiro é de elevação de 6,69% dos administrados. Para 2019, a expectativa está em 4,75% e, para 2020, em 4,00%.

As projeções para os preços administrados ajudaram a formar a base para que o colegiado mantivesse na semana passada a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano. Foi o sexta encontro consecutivo em que o colegiado não alterou a taxa básica.

IPCA

A ata do Banco Central Agota divulgada também indica que a projeção para o IPCA de 2018 no cenário de mercado está em 3,7%. Já a projeção para 2019 é de 3,9% e, para 2020, de 3,6%. São os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão sobre a Selic do colegiado na semana passada.

Começou às 9h45 desta terça-feira (11) a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom). Na tarde desta terça, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e os diretores da instituição ainda participam do encontro de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.

Na quarta, eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidirem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,50% ao ano.

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Esta é a segunda reunião do Copom depois da eleição presidencial e a última de 2018. Após a vitória de Jair Bolsonaro, iniciou-se o processo de transição no Banco Central. O atual presidente, Ilan Goldfajn, não permanecerá à frente da instituição no governo Bolsonaro. Goldfajn tende a ficar no cargo apenas até fevereiro do próximo ano, quando deve ocorrer a aprovação, pelo Senado, do nome de Roberto Campos Neto para o comando da autarquia.

Já o diretor de Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho, permanecerá no cargo, o que foi interpretado pelo mercado financeiro como um sinal de continuidade nas ações do BC para além deste ano.

Para a reunião desta semana do Copom, de um total de 35 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano - o menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1996. Se confirmada, esta será a sexta manutenção consecutiva da Selic.

Para 2019, já sob o governo Bolsonaro, os economistas demonstram menos certeza quanto ao rumo da política monetária. As estimativas para a Selic coletadas nas 35 casas variam entre 6,50% e 9,00% ao ano. Uma das dúvidas é se Bolsonaro conseguirá avançar na agenda de reformas, especialmente em relação à Previdência.

No encontro anterior, em 30 de outubro, o Copom manteve a Selic no patamar de 6,50% ao ano. Na decisão, o colegiado indicou que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da atividade, das projeções de inflação e do balanço de risco.

Ao abordar seu cenário básico, o BC citou três riscos para a inflação brasileira. De um lado, a ociosidade da economia, que pode provocar baixa de preços. De outro, a possibilidade de as reformas não caminharem e o cenário externo mais desfavorável aos países emergentes, o que pode impulsionar a inflação.

Em documentos anteriores, o BC vinha alertando que os riscos ligados às reformas e ao exterior eram maiores que aquele ligado à atividade econômica. Ou seja, o risco de os preços subirem era superior ao de eles caírem ou continuarem baixos. A instituição afirmou, porém, que essa "assimetria" diminuiu.

Desde o encontro de outubro do Copom, os índices de atividade seguiram indicando um cenário de recuperação gradual para a economia. O mais recente deles - o Produto Interno Bruto (PIB), divulgado em 30 de novembro pelo IBGE - mostrou crescimento de 0,8% da economia no terceiro trimestre de 2018, ante o segundo trimestre do ano. Na comparação com o terceiro trimestre de 2017, houve alta de 1,3%.

Já a inflação seguiu acomodada. Na semana passada, o IBGE informou que o IPCA - o índice oficial de preços - registrou deflação de 0,21% em novembro. No ano, a taxa acumulada indica inflação de apenas 3,59% e, em 12 meses, de 4,05%.

Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiram, por unanimidade, manter a Selic (os juros básicos da economia) em 6,50% ao ano. Com isso, a taxa permaneceu no nível mais baixo da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996. Foi a quinta manutenção consecutiva da taxa neste patamar.

A decisão desta quarta-feira, 31 - a primeira após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República -, era largamente esperada pelos economistas do mercado financeiro. De um total de 61 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperavam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano na reunião desta semana.

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Ao justificar a decisão de hoje, o BC afirmou, por meio de comunicado, que a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente. "O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação", informou o comitê na nota.

No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado - que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou a projeção para o IPCA em 2018 de 4,1% para 4,4%. No caso de 2019, a expectativa foi de 4,0% para 4,2%. Já a projeção de inflação para 2020 neste cenário passou de 3,6% para 4,1%.

No cenário de referência, em que o BC utilizou uma Selic fixa a 6,50% e um dólar a R$ 3,70 nos cálculos, a projeção para o IPCA em 2018 continuou em 4,4%. No caso de 2019, o índice projetado foi de 4,5% para 4,2%. A projeção de inflação para 2020 no cenário de referência passou de 4,2% para 4,1%. As projeções anteriores constaram no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em setembro.

O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%). No caso de 2020, a meta é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (2,5% a 5,5%).

A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4% para 4,03% em 2018. A projeção é da pesquisa Focus, elaborada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com estimativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

A pesquisa do BC também aponta a projeção para os próximos três anos. Para os bancos, o IPCA em 2019 será de 4,10% e de 4% em 2020 e em 2021. No entanto, as estimativas estão abaixo da meta que deve ser alcançada pelo BC.

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Em 2018, a meta é de 4,5% com limite inferior de 3% e superior a 6%. Para o ano que vem, a previsão é de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para 2020, a meta é de 4% e para o ano seguinte é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos.

 Para chegar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), atualmente em 6,5% ao ano. As instituições bancárias estimam que a Selic deverá permanecer em 6,5% ao ano até o final deste ano. Já para 2019, a expectativa é de aumento da taxa básica, encerrando o período em 8% ao ano e permanecendo no mesmo percentual em 2020 e 2021. 

A pressão do cenário externo e as incertezas com a eleição levaram os analistas a rever suas expectativas em relação à Selic, a taxa básica de juros da economia. Uma pesquisa do Projeções Broadcast com profissionais do mercado financeiro mostra que cinco deles, de um total de 49, preveem que a taxa vai chegar ao fim do ano acima dos atuais 6,50%. No levantamento anterior, feito em maio, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nenhuma instituição previa alta dos juros neste ano.

Mesmo entre os economistas que acreditam em manutenção da Selic em 2018, alguns admitem que o cenário ficou mais arriscado com o novo nível do câmbio - que na quinta-feira, 14, fechou em R$ 3,80, apesar das intervenções do Banco Central - e a forte volatilidade dos mercados, que passa também pelo aumento dos riscos fiscal e eleitoral no Brasil.

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Nos contratos de juros futuros, desde a semana passada, a aposta é de que o ciclo de aperto monetário começa já na próxima reunião do Copom, nos dias 19 e 20 deste mês. Na quinta à tarde, 60% dos contratos embutiam a possibilidade de o BC elevar a Selic para 7% ao ano na semana que vem e outros 40% apostavam em 6,75% ao ano.

Entre os analistas, no entanto, embora haja divergências sobre como estará a taxa de juros em dezembro, existe um consenso de que ela será mantida na próxima reunião. "Esperamos que o Copom mantenha a Selic em 6,50% na reunião da próxima semana e indique que, talvez, enxergue algum risco de convergência da inflação para a meta em 2019", diz o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, que ainda espera que o juro termine o ano no mesmo patamar.

Sobre a diferença de cenários do mercado futuro de juros e dos analistas, o economista Luiz Castelli, da GO Associados diz que a falha da comunicação do BC pode ter contribuído com esse comportamento do mercado. Segundo ele, na reunião do Copom do mês passado, a taxa ficou inalterada, quando, para a maioria do mercado, a instituição havia sinalizado queda para 6,25%. "Isso gera mais ruído e amplia o leque de opções."

Para a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, nem mesmo a indicação de quarta-feira, 13, de que o banco central americano (Fed) vai elevar os juros quatro vezes este ano muda a percepção de que a Selic será mantida - apesar de a sinalização aumentar a pressão sobre o câmbio. Segundo ela, a sinalização do Fed não foi "nenhuma surpresa" dado o desempenho da economia norte-americana.

"Mas é inegável que aumentaram os riscos de aperto do juros este ano por causa do novo nível do dólar e da incerteza sobre as perspectivas fiscais. Tudo isso tem impacto direto da inflação", admite o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Alguns analistas enfatizam que a comunicação dada até o momento pelo Banco Central é de que a política monetária não será atrelada ao câmbio.

Levantamento

Na pesquisa do Projeções Broadcast, entre as cinco instituições que preveem antecipação do processo de aperto monetário para este ano, apenas uma acredita que isso ocorrerá antes das eleições. As previsões vão de 6,50% a 8,50%. No levantamento anterior, feito após o Copom de maio, 33 previam elevação em algum momento de 2019 e duas instituições acreditavam que o juro permaneceria no nível atual de 6,50% até o fim do ano que vem.

Ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), no último dia 11, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que a decisão será tomada "no dia da reunião, olhando todas as condições". Ele disse que vai seguir monitorando a inflação, as expectativas para os índices de preços e o balanço de riscos para decidir sobre a Selic. O último comunicado da decisão diz que "para as próximas reuniões, o Comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio à disparada do dólar ante o real nas últimas semanas, o Banco Central surpreendeu o mercado financeiro e interrompeu o ciclo de cortes de juros no Brasil, iniciado em outubro de 2016. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou no início da noite da última quarta-feira (16) a manutenção da Selic (a taxa básica da economia) em 6,5% ao ano. Foi a primeira manutenção após 12 decisões consecutivas de corte. A instituição também deixou claro que, nos próximos meses, manterá a Selic no nível atual.

O anúncio de ontem contrariou a maior parte dos economistas do mercado, que esperavam por um último corte da Selic. De 55 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, 53 projetavam corte de 0,25 ponto porcentual, para 6,25% ao ano, enquanto apenas duas - o Bank of America Merrill Lynch e a Flag Asset - esperavam pela manutenção da taxa.

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A decisão do Copom foi surpreendente até porque, nas últimas semanas, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, manteve a ênfase na inflação e na atividade como os principais fatores de influência sobre a política monetária. Em 8 de maio, último dia antes de os dirigentes do BC entrarem no período de "silêncio do Copom", quando não são mais feitas declarações públicas sobre juros, Goldfajn havia reafirmado, em entrevista à GloboNews, que o Banco Central, "num regime de metas de inflação, olha para inflação, atividade; é isso o que importa na decisão".

Para a gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patricia Pereira, a decisão do BC até tem respaldo nos fundamentos econômicos, mas Goldfajn induziu o mercado a apostar que haveria mais um corte. "Não fosse a entrevista, a aposta majoritária seria para manutenção dos 6,5%", disse Patricia. "Isso afeta a credibilidade em relação às próximas comunicações."

Na última quarta-feira, ao justificar a decisão de manter a Selic, o Copom afirmou que "o cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade". O BC pontuou que, com o processo de alta de juros em economias desenvolvidas, como os Estados Unidos, houve "ajustes nos mercados financeiros internacionais". "Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes."

No Brasil, o fator mais visível desses ajustes foi a alta do dólar em relação ao real. Do fim de março até a sessão desta quarta-feira, a moeda americana disparou mais de 11%, para R$ 3,6755. Esse avanço do dólar, na visão dos economistas, vai, mais cedo ou mais tarde, ter impacto na inflação. Mas, como a atividade segue fraca, muitos profissionais avaliavam que a pressão da alta do dólar sobre os preços seria menor.

O BC, no entanto, deu peso ao movimento de alta do dólar em sua decisão. "Esses choques (externos) podem alterar o balanço de riscos ao reduzir as chances de a inflação ficar abaixo da meta no horizonte relevante", defendeu a instituição. O aumento do dólar pode encarecer produtos e serviços importados consumidos no Brasil e pressionar a inflação. O Banco Central eleva ou reduz a Selic justamente para controlar a alta dos preços.

Cautela

"A decisão do Copom de manter a taxa, em vez de reduzir como havia indicado, demonstra viés cauteloso frente à depreciação do câmbio e à volatilidade dos ativos internos", avaliou o economista-chefe do Santander, Maurício Molon.

"O BC foi extremamente prudente e responsável com o futuro. Se ele reduz a Selic nesta reunião, a possibilidade de saída de dólares do País ficaria maior e teríamos uma desvalorização ainda mais intensa do real", afirmou Paulo Dutra, coordenador do curso de economia da Faap. Isso ocorreria porque o investimento estrangeiro no Brasil ficaria menos atrativo, num momento em que os EUA estão elevando sua taxa de juros.

Neste cenário, conforme Dutra, a divisa americana poderia chegar à casa dos R$ 4,00, pressionando também os preços internos. "O custo de produtos e insumos importados ficaria muito alto. Dependendo do tamanho do impacto, a medida de aumento da taxa de juros lá na frente, para compensar a alta dos preços, poderia ser muito maior do que a manutenção agora", acrescentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu hoje (16) manter os juros básicos da economia brasileira em 6,5% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado, que esperava uma redução da taxa.

A decisão interrompeu um ciclo de 12 quedas consecutivas e foi tomada por unanimidade entre os integrantes do Conselho. A taxa Selic, no entanto, permanece no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, há 32 anos.

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Analistas financeiros e o próprio BC sinalizavam que poderia haver ainda mais um corte na taxa, de 0,25%, antes da interrupção da queda, mas o cenário externo mais volátil influenciou a decisão do Copom de não reduzir os juros dessa vez.

"O cenário externo tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade. A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais. Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes", diz um trecho da ata do Copom.

A decisão ocorre dias depois do país enfrentar uma valorização expressiva do dólarno mercado de câmbio. Em quatro dias seguidos de pregão, a moeda norte-americana sofreu valorização de 3,71% e encerrou o dia de hoje negociada a R$ 3,694. Para o governo, a alta é um movimento de curto prazo.

De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março, o nível mais baixo até então. Quanto menores os juros básicos, menores são os custos do crédito com incentivos para a produção e o consumo.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 2,76% nos 12 meses terminados em abril, abaixo do piso da meta de inflação, que é de 3%. O centro da meta de inflação em 2018 é de 4,5%, com limite inferior de 3% e máximo de 6%. Para 2019, a meta é 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.

No comunicado em que anunciou a decisão de hoje de manter a taxa Selic em 6,5% ao ano, o Copom informou que o comportamento da inflação permanece em uma tendência favorável, com preços mais sensíveis aos juros e ao ciclo econômico em níveis baixos. "O Comitê julga que o comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis ainda baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária", afirma a nota.

O ritmo de corte já vinha caindo. Entre abril de setembro do ano passado, o Copom havia reduzido a taxa em 1 ponto percentual a cada reunião. Em outubro, o corte foi de 0,75, passando para 0,5 ponto em dezembro e para 0,25 ponto percentual nas reuniões seguintes, entre fevereiro e março, até a interrupção de queda agora.

Inflação

O mercado financeiro também reduziu essa semana a projeção para a inflação, medida pelo IPCA, de 3,49% para 3,45%, para este ano. Para 2019, a estimativa foi ajustada de 4,03% para 4%.Do fim de 2016 ao fim de 2017, a inflação começou a diminuir por causa da recessão econômica, da queda do dólar e da supersafra de alimentos. Depois de uma pequena subida no fim do ano passado, por causa dos reajustes dos combustíveis, os índices voltaram a cair no início deste ano. O recuo foi motivado por novas quedas nos preços dos alimentos e dos serviços, setor ainda afetado pela demora na recuperação da economia.

Crédito e crescimento

A taxa Selic é o índice que modula os juros cobrados na economia e tornam o acesso ao crédito mais ou menos caro, podendo estimular a economia por meio do aumento da produção e do consumo. Para o Copom, no comunicado em que oficializou a manutenção dos juros em 6,5% ao ano, "os últimos indicadores de atividade econômica mostram arrefecimento, num contexto de recuperação consistente, mas gradual, da economia brasileira". 

Segundo o boletim Focus mais recente, os analistas econômicos projetam crescimento de 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos pelo país, em 2018. A estimativa decrescente coincide também com a queda de 0,13% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, anunciado também hoje. Nos 12 meses encerrados em março, o indicador apresentou crescimento de 1,05%. No próximo dia 30, é a vez do IBGE anunciar o resultado oficial do PIB no trimestre encerrado em março.

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana provocou uma onda de revisões para baixo nas projeções da Selic, a taxa básica de juros. Ontem, os dois maiores bancos privados do País, Bradesco e Itaú, anunciaram corte nas previsões, para 7%. O francês BNP Paribas e o Banco Safra preveem que os juros podem cair ainda mais, para 6,5%.

O Copom cortou esta semana a Selic de 9,25% para 8,25% e anunciou que deve reduzir de forma "moderada" o ritmo de cortes nas próximas reuniões. Para os economistas do Bank of America Merrill Lynch, ao invés de reduzir o juro em 1 ponto porcentual, como fez nos últimos encontros de política monetária, o BC deve diminuir o ritmo para 0,50 ponto nas próximas duas reuniões.

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O Bradesco cortou a projeção para a Selic no final de 2017 de 7,5% para 7% e descarta, por enquanto, a necessidade de subir a taxa no ano que vem. Por isso, a Selic deve permanecer neste patamar ao menos até o final de 2018. "A recuperação da economia se consolida, sem aceleração da inflação", destaca, em relatório. O banco cortou ainda a estimativa para o IPCA deste ano, de 3,4% para 3% e em 2018 estima que o indicador deve ficar em 3,9%. "Apesar dos sinais de retomada do consumo, as surpresas de baixa com a inflação persistem."

O Itaú Unibanco também anunciou que alterou sua projeção para a Selic, de 7,25% para 7% no fim deste ano. Após a reunião do Copom, o banco espera que o BC diminuirá o ritmo de redução da Selic para 0,75 ponto porcentual, levando a taxa para 7,50% em outubro. Depois disso, o Copom faria outro corte, de 0,50 ponto. "Mudamos nossa estimativa para o fim do ano para 7%, de 7,25% anteriormente", disse, em nota, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita.

No relatório, ele afirma que uma economia em recuperação e a inflação baixa amparam a intenção do Copom de desacelerar a velocidade de queda dos juros e eventualmente finalizar o ciclo de recuo da Selic. O banco ainda cita, dentre outros fatores, o quadro de alívio na inflação mencionado pelo Copom. "O Comitê avalia que a evolução da inflação permanece bastante favorável, mas já não fala de desinflação", ressalta a instituição.

Ciclo. O Safra e o BNP acreditam que a Selic vai chegar ao final do ciclo de corte de juros em nível menor que o previsto anteriormente. O Safra, em relatório divulgado ontem, prevê que o ciclo será um pouco mais longo, terminando na primeira reunião do Copom de 2018, com o juro básico chegando a 6,5%. Antes, a previsão é que não haveria cortes no ano que vem. No caso do BNP, o banco reduziu a estimativa da taxa de 7% para 6,5% no final do ciclo, que deve ocorrer em março de 2018.

Entre outros bancos internacionais, o UBS reduziu a estimativa para a Selic de 7,50% para 7,25%, com esse nível devendo permanecer ao longo de 2018. Esse cenário considera a possibilidade de redução da taxa em 0,75 ponto porcentual no encontro do Copom em outubro e outro corte de 0,25 ponto em dezembro. No relatório, o banco cita que a recuperação gradual está em progresso e a inflação continua favorável.

Já o Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG) foi ainda mais radical no corte da projeção e reduziu a estimativa da Selic no fim deste ano de 8% para 7%. Contudo, para 2018, o banco estima que o BC voltará a elevar os juros, que devem subir para o patamar de 8%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avaliou que o corte de um ponto porcentual da taxa Selic, anunciado nesta noite de quarta-feira, 6, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, poderia ter sido maior. "Mais uma vez o Banco Central cortou em apenas um ponto porcentual a taxa básica de juros, que foi para 8,25%. Com previsão de inflação de 3,31% no fim deste ano, sem dúvida há espaço para cortes mais incisivos da Selic", afirmou Skaf em nota.

Segundo ele, o Brasil tem pressa para retomar um crescimento mais vigoroso, já que, por enquanto, a recuperação se mostra "ainda muito lenta". "Os 13 milhões de brasileiros desempregados não podem esperar mais. Está na queda mais rápida da Selic a chave para acelerar o crescimento e a retomada do emprego", afirmou o presidente da Fiesp.

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Firjan

A decisão do Copom é "coerente com o cenário econômico", afirma o Sistema Firjan, que reúne as indústrias do Estado do Rio de Janeiro. "A inflação atual e a projetada para 2018 estão abaixo da meta estabelecida", ressalta comunicado da instituição divulgado logo após a reunião.

A Firjan destaca que, apesar da recuperação da economia, a indústria trabalha ainda com muita capacidade ociosa e o desemprego é alto. "O grande desafio do Brasil é justamente voltar a crescer com inflação e juros baixos e isso só será possível com o equilíbrio das contas públicas", destaca o texto, defendendo a necessidade de o Congresso avançar com a reforma da Previdência.

CNI

O Banco Central acertou em manter a trajetória de queda da taxa de juros Selic, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em nota após anúncio da decisão do Copom, a entidade avalia que o corte foi possível em função da baixa inflação corrente e das perspectivas favoráveis de inflação para os próximos anos.

"A redução dos juros é essencial para a recuperação das condições financeiras, tanto das empresas quanto dos consumidores, e para impulsionar a retomada da economia", afirma na nota o presidente da CNI, Robson Andrade.

Andrade faz um alerta de que, para a sustentabilidade da Selic em patamar reduzido, são necessários avanços concretos em propostas, como a reforma da Previdência. "Esses avanços vão possibilitar a retomada do equilíbrio fiscal de forma a permitir a concretização de uma trajetória sustentável da dívida pública", afirma.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia hoje a reunião de dois dias que vai definir o novo nível da Selic (a taxa básica de juros da economia), atualmente em 9,25% ao ano. Com os índices de inflação acomodados e a atividade ainda em marcha lenta, a expectativa dos economistas do mercado é de mais um corte de 1 ponto porcentual da taxa, para 8,25% ao ano.

Entre 54 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam por um corte desta magnitude nesta quarta-feira, quando termina o encontro do Copom. Os 8,25% para a Selic, se confirmados, representarão a menor taxa de juros desde julho de 2013, quando estava em 8% ao ano.

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O corte de 1 ponto porcentual da Selic vai disparar o gatilho de mudança na remuneração das cadernetas de poupança. Pelas regras atuais, quando a Selic for igual ou menor que 8,5% ao ano, a remuneração da poupança corresponde a 70% da taxa básica. Com a Selic acima de 8,50% - o que se vê até agora -, a poupança é corrigida pela taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês.

O mecanismo que vincula a poupança à Selic não é utilizado desde o segundo semestre de 2013. Criado durante o governo de Dilma Rousseff , essa regra serve para evitar a transferência em massa de recursos atualmente aplicados em fundos de renda fixa para a caderneta. Isso foi feito porque a queda da Selic torna estes fundos menos atrativos que a poupança. Uma migração poderia quebrar a indústria de fundos.

Nos comunicados mais recentes do Banco Central, as sinalizações também foram no sentido de continuidade no ritmo de corte da Selic, de 1 ponto porcentual. Porém, as preocupações em torno do andamento das reformas no Congresso - em especial, a da previdência - ainda permanecem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Começou às 10h02 desta terça-feira (25) a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom). Na tarde desta terça, o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, e os diretores da instituição ainda participam da reunião de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.

Na quarta-feira (26), eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidir sobre o novo patamar da Selic, atualmente em 10,25% ao ano. De um total de 41 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 39 esperam corte de 1 ponto porcentual da taxa básica de juros, enquanto duas projetam redução de 0,75 ponto porcentual.

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Se o corte da Selic for confirmado - seja ele qual for -, esta será a sétima vez consecutiva em que o Banco Central reduz a taxa básica, após intervalo de quatro anos.

A decisão desta quarta-feira do Copom levará em conta os efeitos da crise política sobre os índices de preços e de atividade, além dos próprios resultados recentes destes indicadores. No encontro anterior, no fim de maio, o colegiado havia sinalizado a intenção de reduzir o ritmo de cortes da Selic no encontro deste mês, de 1 para 0,75 ponto porcentual. Pesava para isso a incerteza em torno das reformas econômicas e da sustentação do governo Michel Temer, após as delações de executivos da JBS.

Desde então, porém, os índices de inflação seguiram acomodados, assim como os indicadores de atividade, que estão longe de sugerir pressão sobre os preços. Assim, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), publicado em 22 de junho, o BC manteve as portas abertas para a continuidade do ritmo de corte da Selic, de 1 ponto porcentual, na reunião desta semana.

No documento, o BC reiterou que o ritmo dependerá da atividade econômica, dos riscos para o cenário de inflação, das reavaliações sobre o ciclo e das expectativas para o IPCA.

Pela sexta vez seguida, o Banco Central (BC) baixou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu hoje (31) a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 11,25% ao ano para 10,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

Com a redução de hoje, a Selic chega ao menor nível desde janeiro de 2014, quando estava em 10% ao ano. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia.

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Em comunicado, o Copom destacou que a inflação continua em queda e que o cenário internacional segue favorável para o Brasil. O Banco Central, no entanto, informou que o aumento das incertezas em relação ao clima político e ao andamento das reformas pode levar à redução do ritmo de corte da taxa Selic nas próximas reuniões.

“O Copom ressalta que a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá, dentre outros fatores, das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira. O comitê entende que o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas. Essas estimativas continuarão a ser reavaliadas pelo comitê ao longo do tempo”, informou o colegiado em nota.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA ficou em 0,14% em abril, no menor nível da história registrado para o mês.

Nos 12 meses terminados em abril, o IPCA acumula 4,08%, a menor taxa em 12 meses desde julho de 2007. Até o ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelecia meta de inflação de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. Para este ano, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual. A inflação, portanto, não poderá superar 6% neste ano.

Inflação

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária estima que o IPCA encerrará 2017 em 4%. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,95%.

Até agosto do ano passado, o impacto de preços administrados, como a elevação de tarifas públicas, e o de alimentos, como feijão e leite, contribuiu para a manutenção dos índices de preços em níveis altos. De lá para cá, no entanto, a inflação começou a desacelerar por causa da recessão econômica e da queda do dólar.

A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores impulsionam a produção e o consumo num cenário de baixa atividade econômica. Segundo o boletim Focus, os analistas econômicos projetam crescimento de apenas 0,41% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2017. No último Relatório de Inflação, o BC reduziu a estimativa de expansão da economia para 0,5% este ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação.

Os juros futuros abriram com viés de baixa nesta quinta-feira (2) na contramão da alta do dólar, após um tom considerado "dovish" (suave) da ata da reunião do Copom da semana passada, que cortou a taxa Selic em 0,75 pp, para 12,25% ao ano.

Segundo operadores de renda fixa, o documento veio em linha com o comunicado da reunião da semana passada, e deixa a porta aberta para o BC acelerar o ritmo de corte para 1 ponto em abril.

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O ajuste, no entanto, é contido pela alta do dólar, dos juros dos Treasuries e a expectativa com o leilão do Tesouro no fim da manhã.

Às 9h27, o DI para abril de 2017 estava em 12,132%, de 12,133% no ajuste de quarta. O DI para janeiro de 2018 exibia 10,285%, de 10,295%, enquanto o vencimento para janeiro de 2019 estava em a 9,78%, de 9,80% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2021 estava em 10,03% de 10,04% no ajuste anterior.

O corte na Selic em 0,75 ponto porcentual não minou a atratividade dos investimentos em renda fixa, segundo analistas. Mesmo com a trajetória de queda da taxa básica de juros, o recuo da inflação têm garantido um juro real alto nessas aplicações, como títulos públicos, títulos privados e fundos de renda fixa.

"Estamos com um juro real corrente por volta dos 7%, então o CDI está nos proporcionando um ganho melhor do que o que está explícito", afirma Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper. "Já para o longo prazo, como a aposentadoria, é importante que o investidor tenha um pedaço do seu portfólio referenciado à inflação para se proteger."

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Segundo a Associação Nacional dos Executivos em Finanças (Anefac), os fundos de renda fixa só perdem para a poupança caso a taxa de administração supere 2,5% ao ano. "A renda fixa ainda é muito vantajosa. Já quem quiser diversificar indo para a bolsa precisa pensar no longo prazo, pois são operações de risco e ainda há muitas incertezas", diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Anefac.

Após a surpresa com o corte do juro em janeiro, o Banco Central volta a se reunir nesta terça-feira, 21, e quarta-feira, 22, diante da firme aposta do mercado financeiro de que o ritmo de redução da taxa básica (Selic) continuará em 0,75 ponto porcentual. A recente inflação de janeiro, que ficou no menor patamar em quase 40 anos, mexeu com os ânimos e tem sido usada como argumento de pressão - até mesmo no próprio governo - para que o Comitê liderado por Ilan Goldfajn acelere o passo.

Analistas reconhecem que há algum espaço para ação mais agressiva, mas a maioria absoluta dos economistas e de analistas do mercado financeiro - como mostrou levantamento do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado - acredita que o BC manterá o ritmo. Parece não haver dúvida entre analistas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC continuará com o processo de desaperto da economia.

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Das 68 instituições financeiras ouvidas pelo Projeções Broadcast, 67 apostam em corte do juro de 0,75 ponto, de 13,00% para 12,25% ao ano. Apenas uma casa prevê redução mais agressiva, de 1 ponto, o que levaria a Selic para 12%.

Confirmado qualquer um dos dois cenários, esse terá sido o quarto corte seguido do juro, no processo iniciado em outubro de 2016. O pano de fundo para o movimento é a clara tendência de desaceleração dos preços. O dado mais recente do índice oficial de inflação, o IPCA, mostrou alta de 0,38% em janeiro, no menor patamar da série, iniciada em 1979.

Esse dado, aliás, foi amplamente comemorado pelo governo e serviu como gatilho para a nova onda de pressão sobre o BC. O presidente Michel Temer voltou a falar publicamente do tema e lembrou que o governo conseguiu reduzir a inflação pela metade em poucos meses, do pico de 10,7% para os atuais 5,35% no acumulado em 12 meses.

Esses números têm motivado autoridades e empresários, que cobram pressa na redução dos juros para acelerar a retomada da atividade. Economista de formação, o líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), defendeu abertamente a queda de um ponto porcentual. Ao comentar que falava "como economista", argumentou que a inflação está em trajetória descendente, os preços administrados estão controlados e não há pressão pelo câmbio.

Apesar do discurso aberto de um dos "homens fortes" de Temer, a pressão política dentro do governo parece menos intensa que a vista em janeiro. Na equipe econômica, há percepção de que a surpresa da reunião passada amenizou a ansiedade de alguns setores - o que estaria suavizado a pressão sobre o BC.

O próprio presidente Temer adotou tom ameno. "Evidentemente, os juros vão caindo também responsavelmente, porque é importante que os juros reais sejam incentivadores do investimento. Mas o mais importante nisso tudo, é exata e precisamente a confiança. E a confiança vem sendo restabelecida", disse nesta segunda-feira, 20, evento em São Paulo.

O chefe de pesquisa macroeconômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, reconhece que o espaço para a redução do juro cresce à medida que as expectativas para a inflação cedem. Ele cita como exemplo a "grande possibilidade de que a inflação terminará 2017 em 4,5% ou abaixo". Mesmo assim, prevê queda de 0,75 ponto pelo cenário externo. "A alta do juro em dólar e o aumento do peso das incertezas globais demandam cautela contra eventual excesso no ciclo de afrouxamento", diz.

Mesmo assim, Ramos não descarta ação mais agressiva do BC em breve. "Levando-se em conta que o Copom cortará 0,75 ponto, nós procuraremos mudanças nos indicadores que podem sinalizar ou sugerir a abertura da porta para aceleração nos cortes para 1 ponto na reunião de 12 de abril", afirma o economista.

O diretor de gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas Gestão de Recursos, Rogério Braga, afirma que a janela para cortes maiores da Selic, de 1 ponto porcentual, ficará aberta até o fim do primeiro semestre. Até lá, o Copom se reúne nesta semana, em abril e em maio.

"É possível que o BC caminhe para 1 ponto, dependendo de como a inflação caminhar. A inflação corrente despencou muito rápido", lembrou. "Só que quanto mais baixo estiver a Selic, mais perto do ponto de equilíbrio ela estará. Então, menor a probabilidade de o BC acelerar os cortes. Se o BC não fizer essa aceleração no primeiro semestre de 2017, é difícil fazer depois."

Na tarde desta segunda, no mercado futuro da BM&FBovespa, os ativos ligados a juros indicavam cerca de 16% de chances de o Copom reduzir a Selic em 1 ponto porcentual já na reunião desta semana. Os outros 84% das apostas são de que o corte será de 0,75 ponto porcentual. (Colaborou Fabrício de Castro)

Após o corte de 0,75 ponto porcentual da Selic, promovido na noite de quarta-feira, 11, pelo Banco Central, o Santander anunciou queda de 5% a 10% nas taxas de juros das suas principais linhas de crédito de varejo. Segundo a instituição financeira, os clientes que contratarem financiamentos em qualquer canal de atendimento do Santander a partir de sexta-feira, 13, já terão acesso às novas taxas.

O Crédito Pessoal terá a taxa mínima reduzida de 2,09% para 1,99% ao mês, e a máxima, de 8,49% para 7,99% ao mês. Outro exemplo é o CDC veículos, cuja taxa mínima cai de 1,39% para 1,25% ao mês, e a máxima, de 2,99% para 2,79% ao mês. As linhas que terão os juros revisados correspondem a cerca de 90% do crédito concedido a pessoas físicas nas operações de varejo.

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Ontem, após o corte mais agressivo nos juros básicos, Bradesco e Banco do Brasil informaram imediatamente uma redução das suas taxas, válidas a partir de segunda-feira. A Caixa, por sua vez, disse estar monitorando suas carteiras para possíveis ajustes.

Os juros futuros reagem em firme queda à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que anunciou na quarta-feira (11) um corte de 0,75 ponto porcentual da Selic, para 13,00% ao ano - o maior em cinco anos. A decisão mais agressiva foi na contramão do que esperava a maior parte do mercado, que apostava em um Banco Central mais gradualista, que reduziria a taxa básica em 0,50 ponto porcentual.

O movimento das taxas tem influência ainda da fraqueza do dólar na manhã desta quinta-feira (12) e da trajetória de queda dos rendimentos dos Treasuries no exterior, em meio à frustração dos mercados com a entrevista coletiva do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta. Ele não forneceu detalhes sobre planos econômicos ou incentivos fiscais, deixando os mercados no escuro.

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O movimento de baixa dos juros futuros é mais forte nos vértices curtos e intermediários. Perto das 9h50, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2018 marcava 10,99%, depois de abrir a 10,92%, ante 11,33% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2019 estava em 10,49%, de 10,84% na quarta. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2021 apontava 10,83%, de 11,11% na véspera.

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