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Dois dias após declarar que discursou para "gente preparada" em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e dizer que abordar os mesmos temas em uma favela seria um "serviço pesado", o candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, afirmou que a repercussão negativa de sua fala é uma "hipocrisia demagógica" que pretende "aviltar o debate" e "fazer a gente pedir desculpa porque estuda".

"Querem agora estabelecer para mim, alguma distinção hipócrita como se eu, ao falar a um conjunto de ilustres juristas, tivesse a mesma facilidade que eu tenho quando sistematicamente abordo a questão dos pobres. É uma hipocrisia demagógica que pretende aviltar o debate. Fazer a gente pedir desculpa porque estuda, porque aborda a complexidade dos problemas, embora traduzi-los seja tarefa nossa", afirmou em evento da OAB/SP, nesta sexta-feira (2).

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A jornalistas, Ciro disse que é o único candidato que tem uma programa de mudança de modelo econômico que vai proteger os brasileiros pobres da "manipulação politiqueira". Ele criticou os dois líderes nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), por estarem "puramente copiando" propostas suas, como o imposto sobre grandes fortunas, no caso do presidente, e reestruturação das dívidas, por parte da campanha do petista. "Coisa que em 2018 eles diziam que era mentira, demagogia", afirmou.

Ciro também voltou a criticar a tentativa de homicídio contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Segundo o candidato, o caso "enche os brasileiros de vergonha por ter sido um compatriota nosso que fez esse ato criminoso".

Ele também vinculou o atentado no país vizinho ao assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda, no Paraná, em julho. "Se recusam, querem simplificar de uma forma grosseira, incitando paixões e ódios que estão produzindo esse tipo de episódio", disse, sobre os líderes da disputa. Para ele, a polarização arma "radicais enlouquecidos".

Pesquisas

Perguntado sobre a possibilidade de a senadora Simone Tebet (MDB) ultrapassá-lo nas pesquisas, o candidato disse que "ela tem que aspirar ganhar a eleição": "Pode acontecer, perfeitamente".

Na última rodada da pesquisa Datafolha, divulgada ontem, Ciro oscilou positivamente. O ex-governador passou de 7% para 9%, e Tebet foi de 2% para 5% - acima da margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

A advogados, Ciro voltou a criticar os governos anteriores por reproduzirem o mesmo modelo econômico. "Ficam zangadíssimos, falam que é falsa simetria. Não, qualquer imbecil sabe que o Lula é diferente do Bolsonaro. Eu estou falando é do modelo. É rigorosamente o mesmo", afirmou .

O candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), usou as redes sociais na noite dessa quarta-feira (31) para se defender após uma declaração sua em um evento com empresários gerar acusações de elitismo. Mais cedo no mesmo dia, o presidenciável deu uma palestra sobre economia na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e brincou que o público do evento era "gente preparada". "Imagina explicar isso na favela", disse.

A declaração gerou repercussão negativa e foi criticada por aliados dos adversários do pedetista nas urnas. O deputado federal André Janones (Avante-MG), maior cabo eleitoral digital de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que Ciro "não precisa se dar ao trabalho de explicar nada pra turma da favela". Janaina Paschoal (PRTB) afirmou que "cabe aos verdadeiros líderes encontrar as palavras para que todos compreendam sua mensagem, (...) mas nem todos são preparados para ensinar".

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O pedetista negou que tenha menosprezado os moradores de favela e classificou as críticas que recebeu como "má fé" e "hipocrisia". Ele afirmou que os temas que abordou na Firjan são "capazes de ser entendidos por poucos" e explicou que sua fala foi, na verdade, uma "autocrítica" por ter usado termos técnicos em sua palestra.

"A pior luta da sinceridade é contra a hipocrisia. Fiz uma palestra na Firjan sobre temas extremamente técnicos - capazes de serem entendidos por poucos - e concluí com uma autocrítica por usar linguagem tão técnica. Daí a dizer que menosprezei moradores das favelas é muita má fé", publicou.

O candidato ainda compartilhou um vídeo do momento em que fez a declaração e pediu aos eleitores que "tirem suas próprias conclusões". Ele argumentou que sofre ataques das "máquinas de ódio" petista e bolsonarista por estar crescendo na campanha eleitoral. Contudo, adversários políticos reforçaram críticas ao pedetista nos comentários da publicação. A diretora do Instituto Lula, Tamires Sampaio (PT), respondeu que "não foi uma autocrítica" e acusou o presidenciável de menosprezar a "capacidade de compreensão" dos moradores de favela.

O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou a um grupo de empresários no Rio na tarde desta quarta-feira, 31, que estava falando para "pessoas preparadas" ao explicar parte do seu plano econômico e de projetos para a indústria. Em declaração que logo gerou críticas nas redes sociais, questionou se seria compreendido da mesma forma em outro ambiente social. "Imagina explicar isso na favela", disse.

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A fala de Ciro foi dada em um almoço com empresários organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O pedetista detalhou seu plano econômico durante cerca de uma hora. Ao fim da explanação, três perguntas da plateia foram escolhidas para serem respondidas por Ciro.

Antes de fazer a pergunta ao candidato, o empresário Luiz Césio Caetano elogiou a fala de Ciro, a qual classificou como uma "aula". "Candidato Ciro Gomes, parabéns pela sua aula. Isso foi uma aula, pelo menos para mim, foi", afirmou.

Em seguida, Ciro afirmou que se tratava de "um comício para gente preparada". "Na verdade, é um comício, né... Um comício para gente preparada, você imagina eu explicar isso na favela, né", disse. O empresário concluiu e encerrou: "Tivemos um ambiente em que você pode expor essa sua metodologia disruptiva dos modelos que nós temos".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o maior desafio da reforma tributária é convencer algumas áreas do setor produtivo de que não haverá aumento de impostos. Segundo o presidente da Câmara, a reforma vai melhorar a competitividade do setor privado brasileiro. “Nós estamos fazendo as simulações para dar conforto para todos os segmentos. Não há nenhum interesse na unificação do IVA [Imposto de Valor Agregado], de prejudicar nenhum setor”, ponderou Maia.

A declaração foi feita pelo presidente da Câmara durante evento com representantes da indústria sobre os impactos das reformas para o setor, na sede da Firjan (RJ).

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Maia negou que esteja discutindo impostos sobre as grandes fortunas, pauta da reforma tributária levantada por partidos de oposição. O presidente informou que o que está em discussão é a possibilidade de tributar lucros e dividendos com redução da alíquota de imposto de renda da pessoa jurídica.

De acordo com Maia, caso essa proposta seja aprovada não há previsão de aumento de carga tributária. “Nunca tratei de grandes fortunas, nem vou tratar, não está na minha agenda. Na minha agenda está a possibilidade de tributar lucros e dividendos e reduzir a alíquota da pessoa jurídica, não há aumento de carga tributária nessa operação”, disse.

Reforma Administrativa

Maia voltou a defender ainda a reforma administrativa e disse que falas como a do ministro da Economia, Paulo Guedes, que chamou os servidores públicos de parasitas na última sexta-feira (7), acabam gerando atritos desnecessários.

Segundo Maia, já que o governo entendeu que a reforma vai tratar apenas dos novos servidores públicos, não há porque trazer para o debate os atuais servidores e aumentar o conflito. Ele espera que o Executivo encaminhe a proposta ao Congresso ainda nesta semana.

“Frases mal colocadas geram atritos desnecessários, traz para o debate quem não deveria estar no debate. Estamos tratando dos novos, por que os antigos vão entrar? O governo já decidiu – não vou ficar elogiando ou criticando – o ideal é ter uma mudança na administração pública brasileira, se é para os novos, vamos enfrentar. É a nova administração pública”, disse o presidente.

*Da Agência Câmara Notícias

 

Com o estado do Rio de Janeiro cumprindo um regime de recuperação fiscal, em vigor desde 2017, um grupo de 40 empresários fluminenses esteve em Brasília, nesta quinta-feira (28), para pedir ao presidente Jair Bolsonaro prioridade na alocação de recursos federais no estado.

"O estado do Rio de Janeiro, que é o segundo estado em PIB [Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país] do Brasil, está entre os seis mais desiguais do Brasil. Como o Rio está em recuperação fiscal, ele tem um limite de investimento", disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouveia Vieira.

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Segundo ele, a Baixada Fluminense, que concentra 13 milhões de habitantes, que são 70% da população do estado, sofre com problemas sociais graves, como falta de saneamento básico em 60% das residências e déficit habitacional de 113 mil moradias.

"Estamos recordando ao presidente da República esse drama que a população está passando e advogando que, entre 2020 e 2026, nesse período, nós vamos precisar, nessa região, perto de R$ 40 bilhões de investimento, e o estado do Rio, no máximo, vai poder investir em torno R$ 18 bilhões", alertou.

O empresário lembrou que o Rio de Janeiro foi a capital do Brasil desde o período imperial até 1960, mas nunca recebeu uma compensação após a transferência na sede de governo para Brasília. "O que nós viemos ponderar é que nos investimentos globais do Brasil, nessas matérias, que se olhe o Rio, não com privilégio, mas com uma alocação de recursos equivalente não apenas a esse desassistimento social, mas também um pouco pelo período histórico", argumentou.

Além do saneamento básico e o déficit habitacional, o presidente da Firjan citou outros problemas da Baixada Fluminense, como o fato de apenas 10% das crianças estarem matriculadas em creche e as dificuldades de mobilidade urbana, que faz com que o morador da região gaste, em média, 2 horas e 30 minutos por dia em deslocamento na região metropolitana.

As estatísticas fazem parte de um levantamento encomendado pela própria federação e apresentadas ao presidente Jair Bolsonaro. Ainda de acordo Gouveia Vieira, o presidente iria conversar com a equipe de governo para ver como apoiar a demanda dos líderes empresariais.

 

A líder do governo no Congresso Nacional, a deputada Joice Hasselmann, foi surpreendida pela demissão do general Santos Cruz da Secretaria de Governo, nesta quinta-feira, 13, pelo presidente Jair Bolsonaro. Segundo ela, porém, o presidente pode demitir até todos os ministros de uma única vez sem motivo, "porque a caneta é dele".

"Eu, particularmente, não sabia. Pouquíssima gente sabia. Na verdade, só o presidente sabia, o presidente e o general Heleno. Foi uma surpresa, mas são coisas da vida", avaliou após evento fechado na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

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"Se o Presidente quiser trocar todos os ministros num único dia sem motivo, ele pode. A caneta é dele, o poder é dele, não se questiona um presidente da República envolvendo cargos que pertencem a ele", completou.

Eleições municipais

A líder do governo não confirmou nem negou uma possível candidatura à prefeitura de São Paulo, mas disse que vai amadurecer a ideia.

Após evento na Firjan, Hasselmann falou a jornalistas que é muito cedo para falar das eleições municipais, mas disse que "não dá para deixar São Paulo nas mãos do Haddad (Fernando Haddad, PT-SP), ou do Haddad de saias, que é a mulher dele".

"Temos que pensar quem são os candidatos que possam manter São Paulo nos trilhos", afirmou.

O presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidirá o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi). A nomeação foi confirmada hoje (31) à noite pela equipe de transição do novo ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com o comunicado da equipe de transição, o presidente eleito Jair Bolsonaro manifestou satisfação com a indicação de Gouvêa.

Composto por representantes do governo, de empresários e de trabalhadores, o Conselho Nacional do Sesi é responsável por definir diretrizes e coordenar ações, programas e metas. O órgão também aprova e fiscaliza o orçamento do Sesi, que faz parte do Sistema S.

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O presidente do conselho é nomeado pelo presidente da República. Entre as atribuições do órgão, está o encaminhamento das prestações de conta do Sesi ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria-Geral da União (CGU).

Para o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, o Brasil hoje está numa fase de transformação, está se "redesenhando", e algumas mudanças são "irreversíveis". "Se a descentralização das concessões for interessante, vamos descentralizar", afirmou, em encontro com industriais na sede da Firjan.

Ao iniciar sua palestra, Guedes afirmou que ainda há empresários que esperam pelo protecionistas do governo, assim como acontece com sindicalistas. Em sua opinião, "o Brasil é um País rico, virou o paraíso de burocratas, de piratas privados, em vez de ser o País do crescimento econômico".

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Porém, alguns empresários e políticos, como o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvea Vieira, e o governador eleito do Rio, Wilson Witzel, têm uma visão de aliança com o governo federal, elogiada pelo futuro ministro. "É o pacto federativo, o novo eixo de governabilidade. Acabou o toma-lá-dá-cá", disse.

Governabilidade

Guedes disse que a "governabilidade não será como antes". O primeiro grande eixo político será temático, já que "as bancadas temáticas representam valores básicos da sociedade".

Além disso, destacou a vontade do novo governo de transferir renda da União para Estados e municípios, para recompor a federação. "Queremos recompor o federalismo, descentralizar o Estado", disse Guedes, acrescentando que a classe política também vai se reinventar. "(Políticos regionais) têm que ajudar a corrigir a hipertrofia do governo federal", afirmou.

Gasto público

Na avaliação de Guedes, o Brasil se transformou numa "enorme agência de transferência de renda, ao responder por quase metade do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim do governo de Dilma Rousseff. A visão do novo ministro é que "há um responsável pela zoeira total: o gasto público sem controle" e que a Previdência é uma fábrica de desigualdade.

"Os gastos são tão altos que impostos tiveram que subir, os juros estão altos. Tivemos história difícil em economia. Hoje sabemos que temos que ter um Banco Central de olho na inflação. Quando o câmbio explodiu, com a tentativa de reeleição do FHC, aprendemos a flutuar câmbio", afirmou.

Cessão onerosa

Guedes afirmou que Estados e municípios devem apoiar as reformas do Estado. "Se não apoiar vai lá pagar sua folha. Como ajudar quem não está me ajudando? Quero que dinheiro vá para Estados e municípios, mas me dê reforma primeiro", afirmou Guedes no evento.

Ele destacou que, no ano que vem, os governo vão ter dinheiro com o leilão de áreas de pré-sal excedentes da cessão onerosa. Para que o leilão aconteça, no entanto, espera contar com a ajuda das bancadas regionais no Congresso. "Vai ter dinheiro para todo mundo no ano que vem com cessão onerosa, se Estados e municípios me ajudarem", disse.

Faca

As críticas atingiram também os empresários que compõem a plateia para a qual o futuro ministro falava. "Tem que meter a faca no Sistema S também. Estão achando que a CUT perde o sindicato, mas aqui fica tudo igual? Como vamos pedir sacrifício para os outros e não contribuir com o nosso?", afirmou Guedes, acrescentando que os empresários parceiros sofrerão menos cortes que os demais. "Se tiver a visão parceira do Eduardo Eugênio corta 30%, se não tiver, corta 50%", acrescentou.

Guedes reiterou a necessidade de formar um pacto federativo envolvendo políticos das esferas estaduais e municipais. "Estamos prontos para ajudar. Acabou o toma-lá-dá-cá. Vamos fazer bonito", disse.

Mídia

Guedes voltou a refutar a ideia de que o futuro governo Jair Bolsonaro possa representar ameaça à democracia. Segundo o economista, os poderes da democracia estão funcionando e há liberdade de imprensa. "Vamos criar uma nova história, os poderes são independentes, tem um quarto poder importante, que é a mídia", afirmou Guedes.

Guedes ponderou, no entanto, que a imprensa "não entendeu" o fenômeno político da eleição de Bolsonaro.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, disse em evento comemorativo dos 30 anos da Constituição no Rio, que chegou a hora da política voltar a conduzir o País e de o Judiciário perder o protagonismo que ganhou nos últimos anos.

"O Legislativo legisla para o futuro, o Executivo para o presente, e o Judiciário o passado. Se tudo vai parar no Judiciário, é porque as outras instâncias falharam. Não pode tudo parar no Judiciário", criticou em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

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O ministro sugere que sejam criada outras instâncias de decisões e apontou como um motivos para o predomínio da judicialização no País o texto muito longo da Constituição brasileira, que para ele deveria ser simplificada.

Como exemplo concreto, Toffoli citou a judicialização da greve dos caminhoneiros deste ano, que, para ele, deveria ter sido resolvida entre as instâncias dos setores envolvidos.

"Será que é o Judiciário que tem que decidir greve de caminhoneiro? Ou são os setores da sociedade que têm que decidir? Mas está lá, está judicializado", destacou. "O Judiciário tem que ser a última fase e não a primeira", explicou.

Toffoli avalia que com isso o Judiciário ficou muito exposto e chegou a hora de se recolher: "É necessário que nos recolhamos, venho falando muito sobre isso", afirmou, sem citar nomes." Nós não somos zagueiros, somos centroavantes, não podemos ser o superego da sociedade", afirmou.

O ministro informou ainda que pela primeira vez na história do Brasil o STF terá uma pauta definida para um exercício completo, e prometeu divulgar na próxima segunda-feira (17), a agenda de 2019. Toffoli saiu do evento sem falar com os jornalistas.

Com 2% nas pesquisas de intenção de votos, o candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, voltou a afirmar nesta quarta-feira, 3, que o eleitorado deve optar pelo "melhor candidato" no primeiro turno e criticou a política econômica de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), favoritos para chegar ao segundo turno.

"Minha proposta é de, no primeiro turno, vamos escolher o melhor candidato e ponto. No segundo turno, tendo o resultado nas mãos, vamos escolher a melhor opção", declarou, durante palestra para empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). "O que nós não podemos é começar a votar mal. O que adianta votar no ruim para evitar o outro, se eu garanto os dois no segundo turno? Nós temos que fazer o contrário, votar no melhor candidato e torcer para que ele passe para o segundo turno."

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Meirelles ironizou os discursos de Bolsonaro e Haddad. "O Bolsonaro, que se diz que combate a classe política, é deputado há mais de 20 anos, os filhos dele são da classe política, a família inteira é. Então, é político, sim. O Fernando Haddad é do PT, já foi prefeito de São Paulo. Aliás, como prefeito de São Paulo conseguiu na (campanha à) reeleição perder em todas as zonas eleitorais da cidade de São Paulo. Isso aí não é coisa simples, não. Tem que fazer aí uma coisa determinada pra conseguir tomar uma surra histórica dessa proporção", disse.

Depois, o candidato do MDB criticou as promessas econômicas dos dois primeiros colocados nas pesquisas. "Bolsonaro apontou aí um que a imprensa diz que é o 'guru econômico', e ele falou que é o 'Posto Ipiranga' dele. Aí, a primeira declaração do guru ele desmentiu. Vamos ficar perplexos? Qual é a política econômica do Bolsonaro? Não sei, e não sei alguém que sabe de fato. Pode achar, mas não sabe, porque todo o histórico dele foi estatizante, sempre votou junto com o PT, a vida inteira", discursou Meirelles.

"O Fernando Haddad alguns falam que é um sujeito razoável... Eu gosto do Fernando Haddad, conheço ele, sempre me dei bem com ele. Foi ministro da Educação enquanto eu cuidava do Banco Central. Trabalhamos juntos, fomos colegas de ministério durante seis anos. Tenho uma excelente relação, pessoalmente ótima. Agora, ele está dizendo por aí que vai adotar integralmente o programa do PT. Aí complicou, hein? Não preciso nem comentar, eu sugiro que cada um tome o cuidado de ler o programa. É de arrepiar os cabelos, irresponsabilidade fiscal", considerou o emedebista.

Sem citar o nome, Henrique Meirelles também criticou a proposta de Ciro Gomes, do PDT, de tirar cerca de 60 milhões de pessoas dos cadastrados do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC). "Se 60 milhões não vão pagar, ninguém mais vai pagar. Quem vai pagar dívida? Nada, acabou. Existe uma série de coisas que falta conhecimento básico da realidade. Soa bonito, mas na hora de pagar...".

A candidata à Presidência da República Marina Silva (Rede) disse nesta sexta-feira, 31, ao comentar o início da propaganda eleitoral na TV das eleições 2018, que "tem muita proposta sem propósito" na campanha, referindo-se ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Marina participou de encontro com empresários na Casa da Federação das Indústrias do Rio (Casa Firjan).

"Eu vou debater as questões relevantes para o Brasil, não apenas na perspectiva do voto, mas na do que é justo. É inadmissível que alguém diga que não vai demarcar terra indígena. Não se pode ser presidente para governar só para os que têm, os que sabem", disse a candidata, acompanhada do candidato a deputado federal pela Rede Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo.

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"Temos que defender os mais frágeis. Tem muita proposta sem propósito; quero associar proposta e propósito. E ser justa para índios, mulheres, negros, empresários, trabalhadores", afirmou Marina.

Ao comentar o resultado do PIB, divulgado nesta sexta-feira, Marina disse que para fomentar a indústria o Brasil precisa se integrar à cadeia produtiva global. "A indústria já representou mais de 20% do PIB, e hoje está reduzida a algo em torno de 9%. As transformações que estão acontecendo no mundo exigem que a gente pense num novo ciclo de prosperidade", afirmou a candidata, que defendeu também o aumento das exportações e a diminuição de entraves tarifários. "Temos que nos integrar às cadeias produtivas globais, agregação de valor, e isso requer transição para uma indústria cada vez mais competitiva."

O PIB cresceu 0,2% no 2º trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, divulgou o IBGE, totalizando R$ 1,693 trilhão. O resultado foi sustentado pelo setor de serviços e pressionado pela queda da indústria. "Temos que debater como as novas tecnologias podem ajudar nesse novo ciclo, gerando renda. Vamos trabalhar a reforma tributária, a simplificação dos processos de abrir e fechar empresas. É fundamental para essa transição. Os investimentos já comprometidos terão que passar por essa transição também. Temos grande potencial em relação às commodities agrícolas e de minério, desde que de forma sustentável. Na área de serviços, vamos investir no turismo."

Pesquisa do Datafolha divulgada na semana passada mostra a candidata em terceiro lugar no cenário que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - preso pela Lava Jato - e em segundo com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) como substituto na chapa petista. No primeiro, Lula tem 39% das intenções de voto, Bolsonaro, 19%, e Marina, 8%. No segundo, Bolsonaro aparece com 22% e Marina, com 16%.

Foram ouvidos 8.433 eleitores em 313 municípios brasileiros nos dias 20 e 21. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95% (o que quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os números conferirem com o momento atual da campanha, considerado esta margem de erro). O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR 04023/2018.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avaliou que o corte de um ponto porcentual da taxa Selic, anunciado nesta noite de quarta-feira, 6, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, poderia ter sido maior. "Mais uma vez o Banco Central cortou em apenas um ponto porcentual a taxa básica de juros, que foi para 8,25%. Com previsão de inflação de 3,31% no fim deste ano, sem dúvida há espaço para cortes mais incisivos da Selic", afirmou Skaf em nota.

Segundo ele, o Brasil tem pressa para retomar um crescimento mais vigoroso, já que, por enquanto, a recuperação se mostra "ainda muito lenta". "Os 13 milhões de brasileiros desempregados não podem esperar mais. Está na queda mais rápida da Selic a chave para acelerar o crescimento e a retomada do emprego", afirmou o presidente da Fiesp.

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Firjan

A decisão do Copom é "coerente com o cenário econômico", afirma o Sistema Firjan, que reúne as indústrias do Estado do Rio de Janeiro. "A inflação atual e a projetada para 2018 estão abaixo da meta estabelecida", ressalta comunicado da instituição divulgado logo após a reunião.

A Firjan destaca que, apesar da recuperação da economia, a indústria trabalha ainda com muita capacidade ociosa e o desemprego é alto. "O grande desafio do Brasil é justamente voltar a crescer com inflação e juros baixos e isso só será possível com o equilíbrio das contas públicas", destaca o texto, defendendo a necessidade de o Congresso avançar com a reforma da Previdência.

CNI

O Banco Central acertou em manter a trajetória de queda da taxa de juros Selic, na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em nota após anúncio da decisão do Copom, a entidade avalia que o corte foi possível em função da baixa inflação corrente e das perspectivas favoráveis de inflação para os próximos anos.

"A redução dos juros é essencial para a recuperação das condições financeiras, tanto das empresas quanto dos consumidores, e para impulsionar a retomada da economia", afirma na nota o presidente da CNI, Robson Andrade.

Andrade faz um alerta de que, para a sustentabilidade da Selic em patamar reduzido, são necessários avanços concretos em propostas, como a reforma da Previdência. "Esses avanços vão possibilitar a retomada do equilíbrio fiscal de forma a permitir a concretização de uma trajetória sustentável da dívida pública", afirma.

A indústria de transformação brasileira nunca teve tanto da sua produção vendida para o mercado externo, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. O Índice Firjan de Produção Exportada (IFPE), indicador que mede a parcela da produção destinada à exportação, atingiu o recorde de 18,2% no primeiro semestre de 2017, conforme antecipado com exclusividade ao Estadão/Broadcast.

No segundo semestre de 2016, a fatia da produção que teve como destino a exportação foi de 17,3%. O ganho de importância das vendas externas na pauta industrial, entretanto, é explicado pela retração na demanda doméstica, não pelo crescimento no número de encomendas de outros países. Ou seja, diante da menor absorção dos produtos industriais no Brasil, as vendas para o setor externo ficaram proporcionalmente maiores, ainda que não tenha havido crescimento na demanda por produtos brasileiros internacionalmente.

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"Num período de crise aguda, o setor externo realmente aparece como única alternativa para o escoamento da produção. O Índice Firjan de Produção Exportada chegou ao ápice após dois anos de forte recessão econômica, então, o mercado externo é um fator importante, mas ainda assim não é suficiente para recuperar o setor produtivo. A retomada da indústria certamente passa pela recuperação do mercado doméstico", avaliou Jonathas Goulart, coordenador de Estudos Econômicos da Firjan.

Entre os 24 setores da indústria de transformação analisados, 16 elevaram a parcela da produção exportada de janeiro a junho em relação ao mesmo período de 2016. A fraca atividade fabril, porém, foi determinante para o resultado, uma vez que esses 16 setores tiveram redução na quantidade produzida.

Os dados do levantamento da Firjan têm início no primeiro semestre de 2003. Os quatro setores que atingiram no primeiro semestre o nível mais alto na série histórica do IFPE foram máquinas e equipamentos (28,4%), borracha e plástico (10,2%), móveis (7,4%) e produtos diversos, categoria que engloba itens como bijuteria, instrumentos musicais e artefatos para pesca (13,6%).

O desempenho corrobora o cenário de pouco dinamismo mostrado pela Pesquisa Industrial Mensal, divulgada esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção da indústria de transformação recuou 0,3% no primeiro semestre ante o mesmo período do ano passado. A indústria geral só encerrou o semestre com avanço de 0,5% por causa do crescimento de 6,0% da extrativa mineral, calculou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). "O cenário político permanece conturbado, com incertezas também no ambiente econômico. Isso tem impacto nas expectativas, desperta a possibilidade de elevação de impostos", avaliou Rafael Cagnin, economista-chefe do Iedi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar dos sucessivos cortes de trabalhadores e reduções nos salários reais dos empregados, o custo por trabalhador na indústria continuou aumentando em 2015, de acordo com um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

O levantamento mostra que o custo unitário do trabalho (CUT) cresceu 4,3% no ano passado. Em dólar, no entanto, o CUT diminuiu em grau suficiente para restaurar a competitividade da indústria brasileira no mercado internacional, após a desvalorização do real em relação à moeda americana, dizem especialistas.

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O aumento do custo do trabalho em reais apontado pela Firjan é fruto da intensa redução no número de horas trabalhadas na indústria em 2015 (-10,2%) a reboque dos cortes na produção, sem que a massa salarial tenha acompanhado esse movimento na mesma magnitude (o recuo foi de 6%). Como a produtividade - o quanto um indivíduo é capaz de produzir em determinado período - cresceu só 0,4%, o peso de arcar com esses trabalhadores ficou maior, explicou o economista Guilherme Mercês, gerente de Ambiente de Negócios e Infraestrutura do Sistema Firjan.

"As empresas estão pagando mais por um trabalhador que produz menos a cada hora de trabalho", resumiu Mercês.

A principal consequência do aumento de custos é a menor capacidade para investir na modernização das fábricas e na contratação e qualificação de mão de obra - iniciativas que contribuem para aprimorar a produtividade. "Quando há um choque de custo, a margem de lucro cai e há consequente queda na capacidade de investimento. Nos últimos anos, isso se agravou", afirma Mercês.

Em relação à competitividade com atores do mercado internacional, porém, a situação da indústria brasileira melhorou com a desvalorização do real ante o dólar. Só ano passado, a moeda americana avançou 48,9%, cumprindo o caminho desejado por empresários que reclamavam da enxurrada de importados no País e da dificuldade em vender seus produtos lá fora.

Com a ajuda do câmbio, o custo por trabalhador calculado em dólar vem caindo de forma sistemática desde o segundo semestre de 2014, ressaltou Rafael Bacciotti, analista da Tendências Consultoria Integrada.

"Na série do CUT em dólares calculada pelo Banco Central, a indústria apresenta perda de competitividade de forma clara e contínua desde 2003. O mercado de trabalho estava muito pressionado. Agora, já estamos recuperando o patamar de competitividade que tínhamos em janeiro de 2009", ressaltou Bacciotti.

O analista afirma que o CUT em dólares é a melhor medida para avaliar a competitividade, porque mostra a atratividade dos produtos brasileiros não apenas no mercado externo mas também dentro do País, uma vez que ganha vantagem em relação aos importados.

"Nós vemos esse alívio na competitividade da indústria. Embora a demanda não esteja ajudando, se olharmos o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do ano passado, o setor externo foi o que impediu que a queda fosse mais forte", disse Bacciotti.

Em 2015, as exportações de bens e serviços cresceram 6,1%, enquanto as importações tiveram queda de 14,3%, de acordo com os dados das Contas Nacionais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A desvalorização do real, após longo período de dólar barato, deu à indústria nova capacidade de competir, tanto com importados quanto no mercado internacional. O dólar entre $$ 3,70 e R$ 3,80 restabelece as condições de competitividade da indústria", observa o economista Antonio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP.

Setores como o de celulose, altamente voltado para o mercado externo, já sentem o impacto positivo do câmbio. No entanto, o analista Rafael Bacciotti explica que a melhora na produtividade industrial também teve grande contribuição do enxugamento na folha de pagamento do setor. A folha de pagamento real da indústria encolheu 7,9% no ano de 2015, de acordo com a extinta Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), apurada até o fim do ano passado pelo IBGE.

A instabilidade política, contudo, é vista como um fator de incerteza para esse ajuste na competitividade da indústria brasileira. Segundo Lacerda, não há garantias de que o câmbio permanecerá nesse patamar, e o ambiente nebuloso que paira sobre a economia prejudica qualquer tentativa de antecipar os rumos da política econômica, seja no governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ou de um eventual governo de Michel Temer (PMDB).

"Só não podemos cair na tentação de revalorizar o real. Por que não resistiram em usar o câmbio para combater a inflação? Porque é mecanismo fácil e traz resultados no curto prazo. Porém, no longo prazo, provoca desindustrialização, desemprego na indústria e desequilíbrio nas contas externas", defendeu o professor da PUC-SP.

As regiões Norte e Nordeste dominam a lista de 500 piores municípios do País em termos de desenvolvimento, mas cinco cidades refutaram essa tendência e aparecem entre as 500 melhores do Brasil. Por outro lado, 13 municípios localizados em regiões de elevado desenvolvimento têm indicadores muito distantes de seus vizinhos. São os chamados "estranhos no ninho" detectados pelo Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), referente a 2013.

As notícias positivas vêm de Eusébio, Sobral e Maracanaú, no Ceará, de Araguaína, no Tocantins, e de Fernando de Noronha, em Pernambuco, conforme levantamento da Firjan obtido com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo. Todas elas têm alto desenvolvimento em saúde e educação, além de bom desempenho nas áreas de emprego e renda, transformando-se em ilhas em meio às baixas pontuações obtidas por seus vizinhos.

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O município de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza, não se acomodou. Em 2013, conquistou o posto de 17.ª cidade mais desenvolvida do País. De lá para cá, o município evoluiu 63,1% em termos de saúde básica. "A cidade conseguiu de fato transformar o desenvolvimento econômico em avanços sociais", avalia Guilherme Mercês, gerente de Ambiente de Negócios e Infraestrutura da Firjan.

Sobral, no Ceará, também é um oásis em meio ao baixo desenvolvimento. Seu índice de emprego e renda é o nono melhor do País. A média das escolas da rede pública no Ideb, exame de avaliação da educação básica, ficou em 6,5 pontos em 2013, ante os 3,8 pontos conquistados pela vizinha Santana do Acaraú.

Por outro lado, 13 municípios em regiões de elevado desenvolvimento estão entre os 500 piores do Brasil. A realidade é semelhante: baixo desenvolvimento em saúde, em educação e mercado de trabalho pouco formalizado.

Santa Maria do Suaçuí, em Minas Gerais, ocupa a 2.358ª colocação no ranking nacional de educação. Por lá, as vagas em creches e pré-escolas atingem apenas 33,9% das crianças de até cinco anos de idade.

Já Campinápolis, no Mato Grosso, sofre com falta de estrutura para gestantes. Completam a ponta de baixo da lista os municípios de Juvenília, Água Boa, Salto da Divisa, São Sebastião do Maranhão, Crisólita, Santa Helena de Minas e Bertópolis (todos em MG), Baliza (GO), Paranhos e Tacuru (MS), além de Nova Nazaré (MT). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As Federações das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgaram nesta quinta-feira, 10, nota conjunta em que se dizem "perplexas com a inação do governo diante da deterioração crescente do quadro econômico do País". As entidades pedem um rigoroso ajuste fiscal, com cortes pesados das despesas e sem elevação da carga tributária.

"O País repudia com ênfase novos aumentos de impostos. Esta é a receita fácil de sempre, mas a sociedade não aguenta mais pagar a conta da incompetência do Estado", diz a nota, assinada pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, e pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

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"A perda do grau de investimento por uma agência de rating internacional é o desfecho de uma série de hesitações, equívocos e incapacidade de lidar com os desafios de uma conjuntura econômica cujo esfacelamento é resultado de incontáveis erros cometidos ao longo dos últimos anos", afirmam as duas federações.

No dia 6 de agosto, Fiesp e Firjan já haviam divulgado nota conjunta em defesa da posição do vice-presidente Michel Temer (PMDB), então responsável pela articulação política do Palácio do Planalto. À época, as duas entidades afirmaram que o momento econômico e político brasileiro era "de responsabilidade, diálogo e ação para preservar a estabilidade institucional do Brasil", e que a indústria brasileira se associava "ao apelo de união para que o bom senso, o equilíbrio e o espírito público prevaleçam no Brasil".

Erros

Para as entidades, a sucessão de erros do governo foi "coroada" pelo envio de um projeto de Orçamento para 2016 com estimativa de déficit de R$ 30,5 bilhões. "Assim, o Poder Executivo abriu mão uma de suas prerrogativas mais básicas: a iniciativa de propor ao Legislativo o ordenamento das receitas e despesas públicas segundo suas prioridades. Com esse ato, o governo abriu mão de governar".

Fiesp e Firjan cobram ainda reformas estruturais de longo prazo, como a criação de um limite para despesas públicas e a adoção de um programa de venda de ativos públicos para engrossar o caixa do governo.

O Brasil não tem desculpas para não voltar a crescer, disse, nesta sexta-feira, 29, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante almoço com empresários na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Mas ressaltou: "a gente precisa se organizar". Para o ministro, o Brasil não pode mirar o passado, desejar uma economia semelhante à dos anos de 2007 ou 2010, quando houve crescimento mais robusto. Segundo Levy, o momento, agora, é olhar para o futuro. "O futuro do Brasil tem tudo para ser muito bom, para crescer".

Levy diz que a estratégia do governo é abrir oportunidades e, nesse contexto, citou as iniciativas no mercado de crédito imobiliário. "O objetivo da classe média é uma oportunidade", disse. Outra questão levantada pelo ministro é a relativa à reforma tributária, dizendo ser "um tema fundamental para garantir uma nova fase de crescimento" à economia brasileira. Acescentou que está em fase de "convergência" com o Senado e com governadores "para aumentar a alíquota de ICMS no destino". E também defendeu mudanças na cobrança do PIS/Cofins.

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"Em uma economia livre, o incentivo de preços é o mais importante para o empresário", afirmou, para, em seguida, acrescentar que "chegar a um modelo mais estável de tributação é fundamental" ao investimento. Ele defendeu a reforma do ICMS e afirmou que, hoje, por causa da incerteza jurídica, as empresas estão inseguras para investir. Mas, avaliou, com a reforma tributária, a economia será beneficiada.

Guerra fiscal

Levy condenou a guerra fiscal entre os estados e afirmou que a política de incentivo ao investimento não pode depender só dos governos regionais. "É um desafio. Precisaremos muito do apoio do setor privado", afirmou, referindo-se à reforma tributária. Antes de levar o debate para o Congresso, o governo está conversando com o setor privado, completou.

Sobre a estrutura de cobrança do PIS/Cofins, Levy disse que a reforma a ser promovida deve ser "quase radical", e que o governo "trabalha dia e noite" por mudanças que incluam o crédito financeiro como alternativa.

Levy ainda reclamou da disputa entre os setores por menores alíquotas de PIS/Cofins. E disse que toda a população sofre com a atual estrutura tributária do País, inclusive os investidores.

Fora da zona de conforto

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ainda que o Brasil precisa "sair da zona de conforto" na concorrência internacional. Segundo ele, dar esse passo é fundamental para a alta da produtividade. Além disso, a competitividade mais elevada deve dar o Brasil maior peso no mercado externo.

"Com o real refletindo a verdadeira produtividade, isso facilita para as empresas", disse o ministro. Levy ainda ressaltou o apoio que o Congresso tem dado às medidas de ajuste da economia e garantiu que a atividade vai responder.

Concessões

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, indicou ao mercado que "nem todas as concessões (do setor de infraestrutura) acontecerão imediatamente". Mas, ao mesmo tempo, afirmou que a sinalização do governo de que promoverá leilões de concessões "dá um norte aos empresários".

Entre as oportunidades presentes na economia brasileira, Levy citou o segmento de seguros. Segundo o ministro, a abertura de capital da "parte de seguros da Caixa criará uma excelente opção de investimento, além de trazer dinheiro para o governo". A população será ainda beneficiada, em sua opinião, porque, "na medida em que há ampliação da oferta de seguros há melhora no bem-estar da população. Na área de logística, Levy ainda citou as concessões de portos e disse que, para isso, deve ser usado um "sistema de outorga".

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira, 29, que os preços relativos da economia brasileira têm se adaptado, incluindo o câmbio, que sofreu grande desvalorização neste início de 2015. O ministro defendeu as medidas como importantes para o ajuste da economia.

"Estamos no momento em que temos enormes oportunidades. São desafios, mas oportunidades. E o governo certamente tem tomado medidas para isso (vencer desafio). Houve realinhamento de preços, o que não é fácil, mas o governo fez", disse.

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Além disso, o ministro reconheceu que, na conjuntura atual, o mercado de trabalho desacelerou. O desafio, neste contexto, é recolocar o País em uma trajetória de criação de empregos.

"Poucas economias têm as vantagens do Brasil, nossa demografia é favorável. Numa situação um pouco menos fácil, a gente tem de se organizar. A criação de empregos é um dos principais desafios", disse Levy.

Levy: Banco Central tem que permanecer vigilante, tendência é de preços subirem.

"Vigilante"

Levy voltou a falar que o Banco Central deve permanecer vigilante diante de uma tendência de curto prazos de possível alta de preços, uma vez que o governo, disse Levy, não quer pressão inflacionária. "O Banco Central tem permanecido vigilante e tem tido sucesso nisso", completou.

O ministro ainda reconheceu que a relação da dívida com o PIB voltou a subir desde 2012, "em particular no ano passado". "Nossa dívida é alta comparada à de vizinhos", disse. Ele afirmou ainda que o governo agora persegue uma taxa de superávit primário que recoloque a trajetória da dívida em queda.

Segundo ele, o ano passado foi atípico no que diz respeito ao déficit primário. Agora, o governo trabalha para promover mudanças estruturais que, por fim, contribuam com a geração de emprego e com a melhora da conta previdenciária. A adoção de tarifas "realistas" é fundamental para orientar a economia, disse.

O governo da presidente Dilma Rousseff é alvo de críticas por promover medidas para segurar os preços da energia elétrica e dos combustíveis, o que teria prejudicado a capacidade de investimento da Petrobras e da Eletrobras e ainda interferido na concorrência interna.

Segundo Levy, com a prática de preços realistas, as empresas serão obrigadas a ter a produtividade como meta e, em sua opinião, "aumentar a produtividade é extremamente importante" e garantiria, no médio prazo, a melhora dos salários.

Gastos versus receitas

O ministro ainda comentou que há divergência entre gastos públicos e receitas. "Houve declínio na receita federal nos últimos anos, são R$ 70 bilhões a menos, enquanto houve aumento importante de despesas". Esse risco fiscal, continuou o ministro, é um dos maiores obstáculos para as empresas e o objetivo do governo é reduzir isso. "O risco Brasil ainda é elevado", acrescentou.

A divergência, disse, também afeta a Previdência Social, que sofre efeito cíclico de tendência de alta na despesa e redução da receita. "O déficit da previdência é sistemático. O governo tem de prestar atenção nisso, principalmente quando há discussão sobre a desoneração da folha de pagamento", disse Levy.

Clareza

O ministro da Fazenda afirmou que existe atualmente "clareza e propósito na economia" brasileira. Citou a intenção da presidente Dilma Rousseff de "estabelecer e lutar por um plano de equilíbrio fiscal". Com a aprovação de três medidas provisórias pelo Congresso - entre elas a 664 e a 665, citadas diretamente por ele - foi possível "evitar uma situação custosa" para o País, disse. Ainda assim, conforme o ministro, há desafios que ultrapassam a esfera nacional. "Nossos principais parceiros também mudaram políticas", o que teria motivado mudanças no Brasil.

E que a economia, num período de ajuste, "sempre sofre alguns impactos". "Temos visto o desemprego aumentando um pouco", disse. Apesar disso, ele garantiu que o governo está comprometido em aprovar medidas legislativas relacionadas ao ajuste fiscal. "Temos de tomar medidas enérgicas para evitar que economia entre num período maior de recessão".

Uma das possibilidades de reorganização da economia, segundo Levy, é o crédito imobiliário. Manter esse tipo de crédito, segundo Levy, é uma prioridade, mas o uso da caderneta de poupança para esse fim "atingiu o seu limite".

"O Brasil venceu muitas etapas e agora é hora de avanços estruturais", reforçou. O setor da agricultura - que terá o Plano Safra apresentado pela presidente Dilma Rousseff na semana que vem, também é um setor que deve ser alvo de reformas. "No financiamento da agricultura, olhando três anos à frente, o modelo atingiu seu limite", disse Levy. "O Brasil tem de pensar além do modelo habitual de financiamento", acrescentou.

Grau de investimento

Levy falou sobre a eventual perda do grau de investimento pela economia brasileira, lembrando que será ruim para as empresas e, consequentemente, para a capacidade de gerar emprego. "O trabalho do governo é baixar o risco do Brasil. O Brasil não pode regredir no risco de investimento. O Brasil também não pode regredir na retração da desigualdade", falou. O ministro da Fazenda participou de almoço com empresários na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

No dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou a piora do PIB no primeiro trimestre, em relação ao ano passado, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que os riscos para a economia, atualmente, são menores do que os do início do ano. Em sua opinião, "houve uma mudança qualitativa distinta" de cenário.

Segundo ele, a queda do PIB reflete "incertezas", como as vistas no setor elétrico, que há pelo menos dois anos passa por uma crise de escassez de água nos reservatórios hidrelétricos e, por isso, passou a conviver com valores elevados para a eletricidade. Mas, de acordo com o ministro, a alta da tarifa de energia ajudou a "modular o consumo" de energia.

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Apesar dos números negativos trazidos hoje pelo IBGE, Levy demonstrou otimismo. Para ele, a fase mais crítica do setor elétrico já foi ultrapassada, o que deve contribuir com a melhora também da economia. Ele destacou a melhora dos reservatórios hidrelétricos ao longo do primeiro semestre do ano.

Levy disse ainda que o Brasil tem sido afetado pela retirada das políticas anticíclicas de países parceiros, o que força o Brasil a "fazer o mesmo", ressaltou. "Isso significa que o Brasil está em uma nova fase" e o ambiente é distinto em relação ao de dez anos atrás. "Temos de nos adaptar a isso", afirmou.

Diferentemente da energia elétrica, o setor petróleo, embora em condições melhores que no início do ano, deve continuar sofrendo os efeitos negativos da queda das cotações de commodities. Segundo Levy, "o impacto da queda do preço das commodities será persistente".

O ministro participou nesta sexta-feira (29) de palestra na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), em evento de comemoração pelo Dia da Indústria, em 25 de maio.

O vice-presidente da República, Michel Temer, declarou há pouco que as manifestações que tomaram diversas cidades do País neste domingo são "mais do que legítimas" e que o tema da reunião da manhã desta segunda-feira, 16, com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, foi a busca de soluções para responder ao "clamor das ruas". "Num sistema democrático, essa manifestações são mais do que legítimas e, muitas vezes, até necessárias", afirmou Temer, durante almoço com empresários da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). "Quando se vê esse clamor das ruas é porque alguma coisa está errada", completou.

Segundo o vice-presidente, assim como nos protestos de 2013, o momento é de o governo tomar providências. "A tônica da conversa (de manhã com Dilma) foi o que o governo pode fazer para atender ao clamor das ruas", afirmou Temer.

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Temer conclamou os políticos e não agir com arrogância e agradeceu às citações de seu nome, feitas pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, e pelo governador do Estado, Luzi Fernando Pezão, como líder importância para atuar na atual crise política. "Não vamos nos impressionar negativamente com os acontecimentos de ontem, vamos nos impressionar positivamente", afirmou Temer, para completar: "O movimento é incentivador de soluções que, sem as reivindicações, talvez não viessem".

Impeachment

Na reunião entre a presidente Dilma Rousseff e ministros, na manhã de hoje, a avaliação foi de que a defesa da saída da presidente foi a demanda de "uma minoria", segundo o vice-presidente Michel Temer, que participou do encontro em Brasília. Temer afirmou no Rio que defendeu, na reunião, que os protestos fazem parte da democracia e devem ser levados em conta por serem reivindicatórios.

"A ideia é de que havia uma minoria que, evidentemente, queria a saída da presidente, mas como fruto dessa inconformidade, talvez, com o governo", afirmou Temer, após participar de almoço com empresários da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O vice-presidente voltou a afirmar que não há preocupação com uma eventual "perspectiva de saída" da presidente Dilma, algo que seria "inadmissível e impensável".

A análise de Temer sobre a onda de protestos no domingo foi de que elas deveriam ser ainda mais levadas em conta do que os movimentos de 2013. "Devem ser lavados ainda mais em conta, não tenho dúvida", disse Temer, quando instado a comparar os protestos deste ano com os de 2013.

"Como esses movimentos já se verificaram em vários momentos no País, temos que estabelecer diálogo produtivo com os vários setores, atentos aos movimentos de rua. Quando o movimento vai para rua, é porque a coisa está um pouco mais grave do que parece", resumiu o vice-presidente.

Temer também diminuiu a importância de uma reforma ministerial. "Não sei se reforma ministerial resolve o assunto. Com toda franqueza, vai trocar três, quatro, cinco ou seis ministros, e isso não vai resolver o problema", disse o vice-presidente, para quem uma reforma ministerial não é indispensável.

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